Fiquei pensativo e triste, ainda segurando aquele convite em minhas mãos, quando senti braços a minha volta e um beijo no meu rosto, respirei fundo e abracei minha mãe, sentindo o cheiro dos cabelos dela, e tentando não demonstrar que estava mal.
-Que bom que chegou meu filho, estava com tanta saudade-deu outro beijo em meu rosto, e o alisou olhando em meus olhos-não queria que tivesse visto isso-pegou o convite das minhas mãos, e respirou fundo-não precisa mentir pra mim, sei que ficou triste
-O que eu posso fazer mãe? a Rebeca escolheu seguir a vida dela com esse cara, então que ela seja feliz-disse ainda me fazendo de forte, e ela me fez carinho
-Espero que você faça o mesmo meu filho, você não merece sofrer por amor
-Mas eu não estou sofrendo, só lamento porque as coisas tomaram um rumo diferente do que eu queria-suspirei-vou descansar no meu quarto, tô cansado da viagem, mais tarde eu desço e passo o dia com vocês-beijei o rosto dela, e segui para o meu quarto
Me joguei em minha cama, e estava sendo difícil de acreditar que aquele casamento realmente iria acontecer, claro que elaborei mil coisas na minha cabeça para tentar impedir, roubar a noiva, ou até mesmo interromper a cerimônia, e essa era a única forma de me divertir com a situação e com os meus pensamentos, pois na verdade o meu coração estava partido em milhões de pedaços. Fiquei muito mal nos primeiros dias, após receber o convite do casamento da Rebeca na minha casa, claro que para piorar ela convocou minhas irmãs como madrinhas, meus pais, e seria muita sacanagem me incluir nessa lista, mas ainda bem que a Rebeca tem consciência e empatia, porque eu nem quero ir nesse casamento, muito menos ser padrinho. Os dias foram passando, e mesmo em meio aos shows, e a minha vida agitada, era impossível não ver, nem ouvir nada a respeito do casamento de Rebeca, pois a minha família estava feliz por ela, empolgados para o grande dia chegar, empenhados em se arrumarem, comprarem os presentes, e principalmente em verem a minha filha como dama de honra, eu tentava muito ignorar tudo isso, mas ás vezes acabava sendo inevitável não estar por dentro desse acontecimento.
-Oi coisa linda do padrinho, está cada dia mais lindo esse menino-sorri todo feliz ao descer do meu quarto, em um dia que estava de folga em casa, e ver o meu sobrinho barra afilhado brincando na sala
-Lindo, e esperto, não aguento com a inteligência dele maninho-disse Marina toda boba e orgulhosa
-Mas é claro, puxou o tio-ri indo o pegar, pois ele jogava os bracinhos para vir no meu colo-estava com saudades de você garotão, está bem pesado e grande-o peguei e ele já veio puxando meus cabelos
-Cuidado, que agora ele agarra os cabelos de todo mundo-Marina me alertou, e riu vendo ele se divertir ao puxar os meus cabelos
-Percebi isso mesmo-ri tentando o erguer e ele deu uma gargalhada gostosa-você está muito sapeca, coisa linda do tio-o ergui fazendo barulho de avião e ele ria muito
-Oi papai, que bom que acordou-me assustei ouvindo minha filha, e sorri vendo ela vir em minha direção
-Oi princesa, que saudade-coloquei o Gael de volta no chiqueirinho onde ele brincava, e abracei minha filha-não sabia que estava aqui
-Cheguei hoje, eu vim com a mamãe, e fomos direto ver a minha Dinda, e depois viemos pra cá, porque a tia Bru vai fazer o vestido da minha mãe, e ela veio visitar a vovó-Letícia me explicou
-A Beca e a Bruna estão a um tempão no escritório-disse Marina-e a Letícia estava na cozinha ajudando a nossa mãe a fazer bolo
-Nossa, eu só dormi e perdi tudo isso-ri as olhando
-Para você ver o quanto está desinformado maninho-Marina riu, e ouvimos o Gael começar a resmungar-acho que ele sujou a fralda, vou trocar ele-o pegou no colo, e pegou uma bolsa azul para o trocar em um dos quartos-daqui a pouco eu volto limpinho titio-disse Marina falando com voz de criança, e ouvimos Gael soltar um pum alto, e começar a ficar inquieto no colo
-Vai trocar ele logo Mari-ri do desespero dele em querer ser trocado, e Letícia fazia careta tampando o nariz
-Credo, ainda bem que a Dinda foi trocar ele-disse Letícia
-Com coisa que você nunca usou fraldas-ri a olhando
-Mas eu não lembro-se defendeu
-Mesmo assim, ninguém pode julgar o Gael, porque todo mundo um dia passou por isso, mesmo sem lembrar
-Por isso ninguém lembra, é nojento-fez careta
-O que é nojento?-ouvimos Beca entrar na sala e já questionar o que Letícia estava falando
-Trocar fralda de bebê-Letícia respondeu fazendo careta e ela riu
-Filha, você já foi bebê, e já sujou muita fralda
-Acabei de dizer isso a ela-disse me intrometendo-inclusive, oi Rebeca-a cumprimentei
-Oi Luan-sorriu me olhando, e minha irmã vinha logo atrás dela toda feliz com um monte de pastas na mão
-Oi Pi, finalmente acordou-disse Bruna vindo em minha direção-saudades
-Saudades Bubu-a abracei-mal aparece aqui em casa
-Eu tenho marido, tenho trabalho, tenho minha vida, e sempre que posso venho ver nossos pais, você quem não para em casa-riu após nosso abraço
-Isso é verdade, ás vezes esqueço que você não mora mais aqui-a olhei chateado e ela riu
-Supera logo que você é o único filho mimado e que ficou morando com os nossos pais-ela riu apertando minhas bochechas
-A casa na verdade é minha, eu que deixo eles morarem comigo
-Pensei que era do meu avô-disse Letícia se intrometendo-mas falando em casa, você sabia que eu vou morar em uma casa nova papai?-disse toda feliz
-Sério?-me fiz de desentendido-por acaso sua mãe te expulsou?-ri provocando Rebeca
-Claro que não Luan, para de ser idiota-Rebeca respondeu-é porque nós vamos morar em uma casa que eu e o Léo compramos, e estamos reformando
-Eu estou escolhendo tudo do meu quarto, quer ver o projeto papai? ta tudo no celular da mamãe-disse Letícia já indo pegar o celular da mãe
-Adoraria ver-disse pois realmente estava curioso, e mesmo desconfiada, Rebeca deixou a Letícia vir me mostrar o projeto da casa, enquanto ela e Bruna conversavam
Fiquei vendo o projeto com Letícia tagalerando no meu ouvindo, me contando os detalhes que sabia, e vi que Marina voltou para a sala com o Gael já trocado, e Beca já foi logo o pegando no colo. Passamos o resto da tarde conversando na sala, vendo o Gael brincar, dando atenção aos assuntos de Letícia, pois ela sentia ciumes quando não tinha a nossa atenção, e depois fomos comer um café da tarde delícioso preparado pela minha mãe. Eu amava ter minhas irmãs por perto, não era sempre que eu tinha tempo para conversar com elas, ver o meu afilhado, e curtir minha família, juntamente com a minha filha também, é claro que a presença de Rebeca não era ruim, mas estava me incomodando muito, principalmente pelo fato de toda hora o assunto do casamento vir a tona, e ela falar com muita empolgação dos preparativos, da casa que está projetando para eles, e tudo mais, isso me machucava muito, mas eu tentava não demonstrar o quando estava me sentindo afetado com esse assunto. Já era noite, e Letícia quis ficar na minha casa comigo, enquanto que a Beca, obviamente foi para o apartamento da minha irmã Marina, para ficar junto com a amiga, e mimar o nosso afilhado. Minha filha pediu para jogar comigo os meus jogos no play station, depois assistimos filme, e ficamos deitados juntinhos na minha cama, enquanto eu a contava umas histórias malucas que fui inventando na hora, era muito bom ter ela por perto, se eu pudesse voltar no tempo queria ter aproveitado muito mais a minha filha, e vendo o quanto ela é inteligente, esperta e curiosa, me faz ter um orgulho enorme de chamar ela de minha filha.
-Papai, você vai no casamento da minha mãe?-do nada Letícia me fez essa pergunta
-Eu acho que vou estar viajando no dia-disse para dar uma desculpa
-Pensei que você queria ir me ver de daminha-fez uma cara tristinha me olhando
-Se eu pudesse, é claro que iria meu amor, mas eu preciso trabalhar, minha agenda já estava toda planejada, antes de saber a data do casamento da sua mãe
-Que pena, porque o meu vestido vai ser todo lindo-disse empolgada
-Com certeza você vai ficar uma princesa linda, com o seu vestido de daminha-sorri a olhando-Le, você gosta do noivo da sua mãe?-a perguntei
-Sim, o tio Léo é muito legal, ele gosta muito da minha mamãe, e de mim também, faz todas as minhas vontades-riu se sentindo a rainha
-Típico de todo mundo a sua volta dona Letícia, você é muito mimada-ri a olhando-mas você acha que a sua mãe gosta dele?
-Acho que sim-disse dando de ombros-se eles vão se casar, eles se amam, é o que eu aprendi nos filmes que eu assisto
-Então tomara que eles sejam felizes-suspirei pensando alto e ela sorriu concordando
-Mas quando você for nos visitar, lá vai ter um quarto de hospedes e...
Letícia voltou a tagarelar sobre a casa, e mesmo já cansado desse assunto, tive que ouvir tudo, afinal ela é só uma criança, e não entende o quanto cada palavra dela destróio um pedaço a mais do meu coração. No dia seguinte, acordei com minha filha pulando em cima de mim, e me dando travesseiradas, com muito custo abri o olho, e a olhei brava, a vendo rir da minha cara.
-Me deixa dormir mais um pouco Letícia-virei para o outro lado e cobri o meu rosto
-Papai, acorda logo para passar o dia comigo, você é muito preguiçoso
-Vai atrás da sua avó, e vai tomar café da manhã
-Ta bom, mas acorda logo-disse descendo da minha cama e respirei aliviado, pois sabia que se ela continuasse ali eu não teria sossego
Como estava cansado acabei dormindo mais um pouco, até criar coragem de me levantar da cama, tomar um banho, me arrumar, e me preparar para ver minha família, já era hora do almoço, e a casa estava cheia de gente outra vez, com minhas irmãs, cunhados, sobrinho e alguns amigos, que sempre acabam aparecendo por aqui. O dia estava gostoso, então decidimos ir para a piscina, fazer churrasco, e Letícia era quem mais gostava de tudo isso, ainda mais quando se juntava com a Sophie, que é da mesma idade, as duas botam o terror na casa.
-Só faltou a sua namorada aqui Luan, ela precisa se enturmar mais com a gente-comentou meu tio Max, que me ajudava na churrasqueira
-Ela já viajou comigo essa semana, então quando estou de folga prefiro passar com a minha família, e ela com a dela, sem contar que ela tem que trabalhar, cuidar das coisas dela
-Mas dessa vez está durando esse namoro, estão juntos há bastante tempo, e nós gostamos dela, agora precisa casar Boi-riu batendo em minhas costas-todo mundo aqui já tomou um rumo, só falta você
-Um dia eu caso, no tempo que eu achar que é necessário, agora para de encher o meu saco e vai cortar as carnes-tentei o tirar desse assunto comigo, pois é algo que me incomoda, quando ficam pondo pressão em algo que devo fazer da minha vida
Por diversar vezes eu olhava para Rebeca, era inevitável, ela estava tão linda de biquini, essa mulher tem um corpo tão perfeito, e confesso que fiquei esperando alguma oportunidade em ficar a sós com ela, a seguir quando ela fosse entrar em casa, ou algo assim, mas não aconteceu, e eu tive que me contentar em apenas olhar para ela, e admirar aquilo que eu não posso mais ter.
-Alguém tem um carregador de iPhone para me emprestar?-ouvi a Rebeca perguntar para as meninas, e elas foram olhar as bolsas
-Eu tenho, quer emprestado?-ofereci, mesmo sem ela ter perguntado pra mim
-Letícia, vai lá pegar o carregador do seu pai pra mim-Beca a pediu, e Letícia nem ligou-filha, vai lá fazer esse favor pra mim
-Vem comigo Beca, eu não mordo não-disse a olhando, e ela respirou fundo vestindo uma saída de banho por cima do biquini, para me acompanhar
-Se não for incomodar, pega o seu carregador que eu vou colocar aqui na cozinha mesmo-disse Beca assim que entramos na minha casa
-Ta lá no meu quarto, ta com medo de não resistir a tentação?-ri a olhando e ela revirou os olhos
-Por coisas assim, não entro nem morta no seu quarto, você adora fazer graça com a minha cara-me olhou brava
-Tudo bem, como sou cavalheiro vou lá pegar para você-pisquei para ela
-Agradeço a gentileza
Segui para o meu quarto, e mesmo que eu quisesse muito que ela tivesse me acompanhado, eu realmente sabia que não podia forçar nada, porque ela iria achar ruim, e a melhor coisa que posso fazer no momento, é tentar manter a amizade, e disfarçar o quanto a presença dela me afeta e meche comigo.
-Ta aqui o carregador-a entreguei e ela já conectou com o celular dela, o deixando em uma tomada perto do microondas
-Obrigada Luan, só vou deixar ele carregando um pouco porque a bateria zerou
-Sei como é isso, acontece direto
-Melhor voltarmos-disse saíndo na minha frente, e assenti
Depois de querer tanto uma chance para falar com ela, e ter desperdiçado, comecei a me martirizar, e me sentir um covarde, enchi meu copo de whisky, e me sentei na beirada da piscina pensando que eu perdi a Rebeca por minha própria culpa, e incompetência. O dia passou voando, e agora virou uma roda de música, pois peguei meu violão, e começamos a tocar e cantar, as crianças estavam cansadas, principalmente o Gael e o Zion, que eram os bebês presentes, então as mamães preferiram se recolher, enquanto os homens bebiam e cantavam modas de viola noite á dentro.
[...]
Mais três meses se passaram, e para a minha mais extrema dor, o pior dia da minha vida chegou, era hoje o casamento de Rebeca, com aquele doutor Leonardo, claro que eu não iria, para não sofrer e nem fazer nenhuma besteira, agradeci a Deus por estar com a agenda cheia naquela semana, e com a companhia de Thifany, que por mais que eu me esforce para ama-lá, a tenho apenas como uma válvula de escape, ou estaria enlouquencendo. Naquele dia, eu queria esquecer que existia celular, redes sociais, ou qualquer outra coisa do tipo, pois a todo momento eram postagens sobre o tal casamento, fotos e vídeos do local, minhas irmãs conversando empolgadas no grupo da família, e estava sendo um tormento para mim, que mesmo em meio a minha dor, tive que fingir estar feliz ao ver minha filha me ligando de vídeo chamada, para me mostrar o quanto ela estava linda de dama de honra, e ao fundo eu ouvia a voz de Rebeca, queria muito ver ela de noiva, mas seria muito maior o meu sofrimento, então tive que disfarçar e encerar logo aquela ligação para não chatear a minha filha, que parecia muito feliz com o grande dia da mãe dela.
-Luan, para com isso, você já fumou um maço inteiro hoje, assim eu me sinto uma inutil, em saber que você está desse jeito porque a Rebeca vai se casar-disse Thifany irritada com o meu comportamento
-Me deixa fumar, me deixa beber, só não me enche o saco hoje
-Se te encho o saco porque não termina comigo?-me olhou irritada
-Eu não quero discutir Thifany-respirei fundo a olhando-vai para a academia, para o spa do hotel se distrair, e depois conversamos
-Vou mesmo, porque ficar aqui vendo você se acabar por causa de uma ex, é totalmente estressante-disse saindo irritada do nosso quarto
Me deitei na cama, e fiquei olhando para o teto, pensando se por algum motivo aquilo tudo daria errado, e desejando muito para que antes do sim, a Rebeca se arrependa, me ligue, venha correndo atrás de mim, e se entregue de corpo e alma ao nosso amor, era esse o meu pensamento, e o meu maior desejo naquele dia.
*Rebeca on.
Depois de muito planejar, finalmente o meu grande dia chegou, eu estava muito feliz e ansiosa, mal havia dormido, e ainda não tinha caído a minha ficha, que em menos de 24 horas eu seria uma mulher casada. Eu e o Léo decidimos não ficar esperando muito tempo para nos casarmos, e por isso aconteceu tudo dentro de seis meses, compramos uma casa, reformamos, e graças aos nossos familiares e amigos que nos ajudaram em cada detalhe da festa e da cerimônia, tudo saiu devidamente pronto dentro do prazo, e tudo estava lindo e perfeito como planejamos, era tudo muito simples e simbólico, até porque o Léo já havia sido casado uma vez, e agora seria apenas algo no civil, com uma cerimônia ao ar livre para os nossos convidados e depois uma festa de comemoração.
-Você é a noiva mais linda do mundo-minha mãe me olhava emocionada, após eu já estar pronta
-Obrigada mãe-a olhei emocionada
-Nem acredito que o seu grande dia chegou, estou muito orgulhosa e feliz por ter escolhido o doutor Léo, para ser o seu marido
-Também estou feliz com a minha escolha, ele vai ser um bom marido pra mim-sorri a olhando
-Mamãe, que horas que a gente vai?-Letícia já estava agoniada, pois estava pronta há um tempão, apenas me esperando ficar pronta
-Já estamos indo meu amor, é porque a noiva precisa se atrasar um pouquinho, é tradição-a expliquei
-Que tradição boba-ela riu
-Pelo menos estamos todas prontas-disse minha mãe-agora vamos rumo ao seu grande momento minha filha-sorriu me olhando
O salão que me arrumei estava reservado para nós três, pois é claro que eu queria dividir esse momento com a minha mãe e a minha filha, e um motorista particular foi contratado para nos buscar em uma limousine, mas fiquei surpresa em ver que o meu pai me esperava lá dentro.
-Eu queria ser o primeiro a te ver, está linda minha filha-sorriu emocionado beijando minha testa
-Obrigada pai, gostei da surpresa, de ver que o senhor vai nos acompanhar até o local do meu casamento
-Não iria perder a oportunidade, em casar a minha única filha conforme manda a tradição
-Vamos logo, eu não quero esperar de novo-Letícia estava mais uma vez nos apressando
-Você está linda, uma verdadeira princesa-meu pai a elogiou
-Obrigada vovô, mas vamos logo casar a minha mãe, porque eu já tô pensando nos docinhos da festa-disse Letícia toda sincera, nos fazendo rir
Seguimos para o local do meu casamento, e só agora eu estava parando para pensar no tamanho da importância desse momento, vai ser uma página na minha vida que não irá se desfazer nem ser apagada tão fácil, pois eu estarei me unindo a outra pessoa, me tornando uma só com ele, e depois do sim, eu tenho um voto de amor e fidelidade eterno me unindo a ele, até que a morte nos separe.
-Beca, chegamos, Beca?-minha mãe me chamava, e eu estava pensativa
-Desculpa mãe, tem muita coisa passando pela minha mente agora-suspirei
-Quer desistir por acaso?-perguntou preocupada
-Não-a olhei-só estou pensando que é uma coisa muito séria, é muita responsabilidade me tornar esposa de alguém, de papel passado e tudo
-É um risco minha filha, como tudo nessa vida, se você aceitou se casar e chegou até aqui, não vai desistir agora
-Não mesmo-sorri a olhando
Todos desceram do carro, e por último eu desci com a ajuda do meu pai, que fez questão de segurar a minha mão e me dar apoio para descer do carro.
-Está pronta?-ele perguntou me entragando o seu braço e assenti encaixando meu braço no dele
A cerimonilista veio ver como eu estava, me ajeitar para entrar, e nem vi quando minha mãe e Letícia saíram dali, certamente alguém as posicionou já dentro do local da cerimônia, e agora eu estava aguardando a marcha nupcial, para entrar de braços dados com o meu pai, ao encontro do meu futuro marido. Depois de uns minutos, quando nos posicionamos na entrada da tenda enorme que foi montada, já pude ouvir a marcha nupcial para anunciar a minha entrada, e estava difícil de descrever o que eu sentia ou pensava naquele momento, apenas estava sendo guiada com a ajuda do meu pai, até o altar, onde já vi de longe o meu noivo com os olhos brilhando e marejados, sorri o olhando, ele estava lindo, e enquanto seguia ao encontro dele, vi os convidados, sorri para todos, e quando meu pai finalmente me entregou nas mãos do Léo, eu caí a ficha do que realmente estava acontecendo, era o dia do meu casamento.
-Está linda-Léo sussurrou para mim após beijar minha testa
-Você também-sussurrei o olhando, e entrelaçamos nossas mãos, para ficarmos de frente com a juíza de paz
Por não sermos muito religiosos, apenas uma juíza de paz para celebrar o nosso casamento era o suficiente, claro que ela deu a chance para fazermos nossos votos contando um pouco da nossa história de amor, e o do Léo foi muito lindo, vi muitas pessoas emocionadas com as palavras dele, porém achei o meu tão simples, bem sem graça, mas eu não tinha muito o que falar, então acho que foi o suficiente, pois pelo menos o Léo me agradeceu e ficou feliz com as minhas palavras direcionadas a ele.
-Leonardo Reis, você aceita Rebeca Sanches como sua legítima esposa?-a juíza o perguntou, após termos assinado os papeis, e os padrinhos também, pois mesmo com tudo assinado, ainda era necessário essa declaração falada da nossa parte
-Sim, com certeza eu aceito-sorriu me olhando
-Rebeca Sanches, você aceita Leonardo Rei como seu legítimo esposo?-a juíza me perguntou, e eu estava paralizada, muita coisa se passava pela minha cabeça, e antes que ela me perguntasse de novo, pois estava demorando falar alguma coisa, então a respondi
-Sim-assenti olhando para o Léo, e ele sorriu
-Agora podem trocar as alianças-a juíza disse
Então começou a tocar uma música bem bonita para a entrada das alianças, que a Letícia vinha trazendo toda feliz, e nos entregou a almofadinha com as alianças da forma que ensaiamos.
-Te amo princesa, obrigada-a abracei enquanto Léo desamarrava as alianças
-Bom, vamos aos votos de juramento dos noivos-disse a juíza
-Eu, Leonardo Reis, prometo ser fiel a ti, te amar, e te respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até os últimos dias de nossas vidas-disse Léo colocando a aliança em meu dedo, e beijando minha mão por cima da aliança em seguida
-Eu Rebeca Sanches, prometo ser fiel a ti, te amar, e te respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até os últimos dias de nossas vidas-peguei a aliança dele, coloquei em seu dedo, e também beijei a mão dele, o fazendo me olhar sorrindo
-Pelos poderes concedidos a mim, eu os declaro diante da lei, marido e mulher, podem se beijar-disse a juíza e Léo já me puxou para um beijo
Nos beijamos ouvindo todos aplaudirem e assoviarem, e a partir daquele momento, eu era enfim, uma mulher casada. Depois do casamento realizado, fomos receber as felicitações dos nossos padrinhos, amigos e familiares, tiramos muitas fotos, e enfim seguimos para a festa, onde eu já estava louca para beber, arrancar os meus sapatos, e dançar muito com as minhas amigas na pista de dança, mas tudo isso só após dançar coladinha com o meu marido, uma valsa ensaiada por nós dois.
-Beca, desculpa incomodar, mas tem um probleminha acontecendo-disse Marina em um momento que me sentei para comer um pouco, em que o Léo estava longe, conversando com uns amigos médicos
-O que aconteceu Mari?-a olhei preocupada
-É o Luan, ele está chorando igual criança pelo telefone, e quer falar com você, e...-começou a me falar do Luan e já cortei o assunto
-Mari, avisa ao seu irmão que eu já estou casada, então agora é tarde para ele querer chorar, fazer drama ou falar comigo
-Mas Beca, ele está muito mal, custa conversar com ele?
-No mínimo o Luan está bebâdo, e nem vai se lembrar se falou ou não comigo, não quero estragar a minha festa por causa dele Mari
-Tem razão-ela respirou fundo-vou conversar com ele, e não te envolver nisso, me desculpa amiga
-Você só quis ajudar o seu irmão, mas entende o meu lado, pois é melhor eu não falar com ele
Vi Marina se afastar e ir pegar o celular que estava com o Matheus, que certamente falava com o Luan tentando acalmar o amigo, e senti muita pena dele, por saber que ele tentou ficar comigo um tempo atrás, mas eu já estava tão cansada de sempre ter que perdoar os erros do Luan, que dessa vez eu escolhi seguir a minha vida sem ele, e se um dia eu me arrepender desse casamento, que não seja por culpa do Luan, mas sim por consequência da escolha que eu fiz em ter o Léo como o meu marido. Após esse pequeno incomodo, pude aproveitar muito a festa, e antes que a noite virasse, eu e o meu marido fomos embora da festa, sendo muito zoados, pois iriamos viajar para a nossa lua de mel em Cancún, e então precisavamos descansar um pouco antes da viagem, o que eu tinha certeza que seria em vão, pois já queriamos consumar logo o nosso casamento, e tive uma noite maravilhosa, me entregando mais uma vez para o homem que eu escolhi para ser o meu marido.
*Luan on.
Os primeiros dias após o casamento da Rebeca foram horríveis para mim, pois eu estava me acabando de chorar, fazia os meus shows de óculos escuros, fingindo estar com uma alergia no olho, e até acabei mudando o meu repertório para cantar algumas músicas de sofrência, o que é claro que gerou comentários, devido o casamento da minha ex e mãe da minha filha ter acontecido recentemente, e isso também gerou crise no meu namoro, que para mim já estava uma merda.
-Luan, você precisa superar isso meu filho, se reerguer-minha mãe veio trazer algo para mim comer em meu quarto, pois eu estava de folga em casa, e só queria ficar deitado
-Me deixa no meu canto mãe, a minha vida acabou mesmo-estava muito para baixo e ela me abraçou
-Se te consola, a Marina foi buscar a Letícia lá no Rio, então finge que não está morrendo, pela sua filha
-A Rebeca por acaso ainda está em lua de mel?-perguntei indignado
-Luan, isso não é da sua conta, e se for para descontar qualquer coisa na Letícia, nem vou deixar ela ver você-minha mãe me olhou séria
-A minha filha é a única coisa boa que eu ainda tenho, que me conecta a Rebeca-suspirei
-Essa é uma ligação para o resto da vida, então por ela, você tem que se animar e seguir em frente, refazer a sua vida, assim como a mãe dela fez
-Ainda não consigo mãe-a olhei deprimido-mas eu vou me esforçar para superar tudo isso
-Que tal começar reatando com a sua namorada? ela gosta muito de você
-Pensando bem, acho que vou ligar para a Thifany, para curar a dor de um amor, preciso investir em outro
-Isso mesmo meu filho-minha mãe sorriu-aproveita e come o lanche que fiz-apontou a bandeja em cima do móvel do meu quarto
-Obrigado por cuidar de mim Xum, agora me deixa sozinho, para resolver a minha vida
-Só não faz mais besteiras Luan, e esteja bem para quando a sua filha vier ver você
Minha mãe saiu do quarto, e eu pensei mil vezes antes de pegar o meu celular e ligar para a Thifany me desculpando, claro que ouvi ela me xingar, dizer que estava magoada, mas tentei deixar tudo bem entre a gente, e a prometi que íriamos sair juntos, ter uns encontros bem bacanas de casal, e ela se convenceu. Comi o lanche que a minha mãe preparou, depois tomei um banho, e fiquei pensando no que faria para seguir em frente, pois agora eu tinha certeza de que perdi a Rebeca para sempre, e ficar sofrendo o resto da minha vida por conta de uma mulher era loucura, sendo que tenho aos meus pés quem eu quiser, fora que a minha namorada é muito gostosa, então vou tentar focar em apagar a Rebeca da minha mente e do meu coração, porque só assim eu vou ser feliz, sem estar dependente do amor dela.
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Olá amores, dessa vez o capitulo foi pequeno, mas teve muitos acontecimentos, será que esse casamento vai durar muito? será que o Luan vai mesmo esquecer a Rebeca? o que pode acontecer agora? comentem ai, que logo posto mais, beijos.