quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Capitulo 71 - Dia do casamento.

 Fiquei pensativo e triste, ainda segurando aquele convite em minhas mãos, quando senti braços a minha volta e um beijo no meu rosto, respirei fundo e abracei minha mãe, sentindo o cheiro dos cabelos dela, e tentando não demonstrar que estava mal.

-Que bom que chegou meu filho, estava com tanta saudade-deu outro beijo em meu rosto, e o alisou olhando em meus olhos-não queria que tivesse visto isso-pegou o convite das minhas mãos, e respirou fundo-não precisa mentir pra mim, sei que ficou triste
-O que eu posso fazer mãe? a Rebeca escolheu seguir a vida dela com esse cara, então que ela seja feliz-disse ainda me fazendo de forte, e ela me fez carinho
-Espero que você faça o mesmo meu filho, você não merece sofrer por amor
-Mas eu não estou sofrendo, só lamento porque as coisas tomaram um rumo diferente do que eu queria-suspirei-vou descansar no meu quarto, tô cansado da viagem, mais tarde eu desço e passo o dia com vocês-beijei o rosto dela, e segui para o meu quarto

Me joguei em minha cama, e estava sendo difícil de acreditar que aquele casamento realmente iria acontecer, claro que elaborei mil coisas na minha cabeça para tentar impedir, roubar a noiva, ou até mesmo interromper a cerimônia, e essa era a única forma de me divertir com a situação e com os meus pensamentos, pois na verdade o meu coração estava partido em milhões de pedaços. Fiquei muito mal nos primeiros dias, após receber o convite do casamento da Rebeca na minha casa, claro que para piorar ela convocou minhas irmãs como madrinhas, meus pais, e seria muita sacanagem me incluir nessa lista, mas ainda bem que a Rebeca tem consciência e empatia, porque eu nem quero ir nesse casamento, muito menos ser padrinho. Os dias foram passando, e mesmo em meio aos shows, e a minha vida agitada, era impossível não ver, nem ouvir nada a respeito do casamento de Rebeca, pois a minha família estava feliz por ela, empolgados para o grande dia chegar, empenhados em se arrumarem, comprarem os presentes, e principalmente em verem a minha filha como dama de honra, eu tentava muito ignorar tudo isso, mas ás vezes acabava sendo inevitável não estar por dentro desse acontecimento.

-Oi coisa linda do padrinho, está cada dia mais lindo esse menino-sorri todo feliz ao descer do meu quarto, em um dia que estava de folga em casa, e ver o meu sobrinho barra afilhado brincando na sala
-Lindo, e esperto, não aguento com a inteligência dele maninho-disse Marina toda boba e orgulhosa
-Mas é claro, puxou o tio-ri indo o pegar, pois ele jogava os bracinhos para vir no meu colo-estava com saudades de você garotão, está bem pesado e grande-o peguei e ele já veio puxando meus cabelos
-Cuidado, que agora ele agarra os cabelos de todo mundo-Marina me alertou, e riu vendo ele se divertir ao puxar os meus cabelos
-Percebi isso mesmo-ri tentando o erguer e ele deu uma gargalhada gostosa-você está muito sapeca, coisa linda do tio-o ergui fazendo barulho de avião e ele ria muito
-Oi papai, que bom que acordou-me assustei ouvindo minha filha, e sorri vendo ela vir em minha direção
-Oi princesa, que saudade-coloquei o Gael de volta no chiqueirinho onde ele brincava, e abracei minha filha-não sabia que estava aqui
-Cheguei hoje, eu vim com a mamãe, e fomos direto ver a minha Dinda, e depois viemos pra cá, porque a tia Bru vai fazer o vestido da minha mãe, e ela veio visitar a vovó-Letícia me explicou
-A Beca e a Bruna estão a um tempão no escritório-disse Marina-e a Letícia estava na cozinha ajudando a nossa mãe a fazer bolo
-Nossa, eu só dormi e perdi tudo isso-ri as olhando
-Para você ver o quanto está desinformado maninho-Marina riu, e ouvimos o Gael começar a resmungar-acho que ele sujou a fralda, vou trocar ele-o pegou no colo, e pegou uma bolsa azul para o trocar em um dos quartos-daqui a pouco eu volto limpinho titio-disse Marina falando com voz de criança, e ouvimos Gael soltar um pum alto, e começar a ficar inquieto no colo
-Vai trocar ele logo Mari-ri do desespero dele em querer ser trocado, e Letícia fazia careta tampando o nariz
-Credo, ainda bem que a Dinda foi trocar ele-disse Letícia
-Com coisa que você nunca usou fraldas-ri a olhando
-Mas eu não lembro-se defendeu
-Mesmo assim, ninguém pode julgar o Gael, porque todo mundo um dia passou por isso, mesmo sem lembrar
-Por isso ninguém lembra, é nojento-fez careta
-O que é nojento?-ouvimos Beca entrar na sala e já questionar o que Letícia estava falando
-Trocar fralda de bebê-Letícia respondeu fazendo careta e ela riu
-Filha, você já foi bebê, e já sujou muita fralda
-Acabei de dizer isso a ela-disse me intrometendo-inclusive, oi Rebeca-a cumprimentei
-Oi Luan-sorriu me olhando, e minha irmã vinha logo atrás dela toda feliz com um monte de pastas na mão
-Oi Pi, finalmente acordou-disse Bruna vindo em minha direção-saudades
-Saudades Bubu-a abracei-mal aparece aqui em casa
-Eu tenho marido, tenho trabalho, tenho minha vida, e sempre que posso venho ver nossos pais, você quem não para em casa-riu após nosso abraço
-Isso é verdade, ás vezes esqueço que você não mora mais aqui-a olhei chateado e ela riu
-Supera logo que você é o único filho mimado e que ficou morando com os nossos pais-ela riu apertando minhas bochechas
-A casa na verdade é minha, eu que deixo eles morarem comigo
-Pensei que era do meu avô-disse Letícia se intrometendo-mas falando em casa, você sabia que eu vou morar em uma casa nova papai?-disse toda feliz
-Sério?-me fiz de desentendido-por acaso sua mãe te expulsou?-ri provocando Rebeca
-Claro que não Luan, para de ser idiota-Rebeca respondeu-é porque nós vamos morar em uma casa que eu e o Léo compramos, e estamos reformando
-Eu estou escolhendo tudo do meu quarto, quer ver o projeto papai? ta tudo no celular da mamãe-disse Letícia já indo pegar o celular da mãe
-Adoraria ver-disse pois realmente estava curioso, e mesmo desconfiada, Rebeca deixou a Letícia vir me mostrar o projeto da casa, enquanto ela e Bruna conversavam

Fiquei vendo o projeto com Letícia tagalerando no meu ouvindo, me contando os detalhes que sabia, e vi que Marina voltou para a sala com o Gael já trocado, e Beca já foi logo o pegando no colo. Passamos o resto da tarde conversando na sala, vendo o Gael brincar, dando atenção aos assuntos de Letícia, pois ela sentia ciumes quando não tinha a nossa atenção, e depois fomos comer um café da tarde delícioso preparado pela minha mãe. Eu amava ter minhas irmãs por perto, não era sempre que eu tinha tempo para conversar com elas, ver o meu afilhado, e curtir minha família, juntamente com a minha filha também, é claro que a presença de Rebeca não era ruim, mas estava me incomodando muito, principalmente pelo fato de toda hora o assunto do casamento vir a tona, e ela falar com muita empolgação dos preparativos, da casa que está projetando para eles, e tudo mais, isso me machucava muito, mas eu tentava não demonstrar o quando estava me sentindo afetado com esse assunto. Já era noite, e Letícia quis ficar na minha casa comigo, enquanto que a Beca, obviamente foi para o apartamento da minha irmã Marina, para ficar junto com a amiga, e mimar o nosso afilhado. Minha filha pediu para jogar comigo os meus jogos no play station, depois assistimos filme, e ficamos deitados juntinhos na minha cama, enquanto eu a contava umas histórias malucas que fui inventando na hora, era muito bom ter ela por perto, se eu pudesse voltar no tempo queria ter aproveitado muito mais a minha filha, e vendo o quanto ela é inteligente, esperta e curiosa, me faz ter um orgulho enorme de chamar ela de minha filha.

-Papai, você vai no casamento da minha mãe?-do nada Letícia me fez essa pergunta
-Eu acho que vou estar viajando no dia-disse para dar uma desculpa
-Pensei que você queria ir me ver de daminha-fez uma cara tristinha me olhando
-Se eu pudesse, é claro que iria meu amor, mas eu preciso trabalhar, minha agenda já estava toda planejada, antes de saber a data do casamento da sua mãe
-Que pena, porque o meu vestido vai ser todo lindo-disse empolgada
-Com certeza você vai ficar uma princesa linda, com o seu vestido de daminha-sorri a olhando-Le, você gosta do noivo da sua mãe?-a perguntei
-Sim, o tio Léo é muito legal, ele gosta muito da minha mamãe, e de mim também, faz todas as minhas vontades-riu se sentindo a rainha
-Típico de todo mundo a sua volta dona Letícia, você é muito mimada-ri a olhando-mas você acha que a sua mãe gosta dele?
-Acho que sim-disse dando de ombros-se eles vão se casar, eles se amam, é o que eu aprendi nos filmes que eu assisto
-Então tomara que eles sejam felizes-suspirei pensando alto e ela sorriu concordando
-Mas quando você for nos visitar, lá vai ter um quarto de hospedes e...

Letícia voltou a tagarelar sobre a casa, e mesmo já cansado desse assunto, tive que ouvir tudo, afinal ela é só uma criança, e não entende o quanto cada palavra dela destróio um pedaço a mais do meu coração. No dia seguinte, acordei com minha filha pulando em cima de mim, e me dando travesseiradas, com muito custo abri o olho, e a olhei brava, a vendo rir da minha cara.

-Me deixa dormir mais um pouco Letícia-virei para o outro lado e cobri o meu rosto
-Papai, acorda logo para passar o dia comigo, você é muito preguiçoso
-Vai atrás da sua avó, e vai tomar café da manhã
-Ta bom, mas acorda logo-disse descendo da minha cama e respirei aliviado, pois sabia que se ela continuasse ali eu não teria sossego

Como estava cansado acabei dormindo mais um pouco, até criar coragem de me levantar da cama, tomar um banho, me arrumar, e me preparar para ver minha família, já era hora do almoço, e a casa estava cheia de gente outra vez, com minhas irmãs, cunhados, sobrinho e alguns amigos, que sempre acabam aparecendo por aqui. O dia estava gostoso, então decidimos ir para a piscina, fazer churrasco, e Letícia era quem mais gostava de tudo isso, ainda mais quando se juntava com a Sophie, que é da mesma idade, as duas botam o terror na casa.

-Só faltou a sua namorada aqui Luan, ela precisa se enturmar mais com a gente-comentou meu tio Max, que me ajudava na churrasqueira
-Ela já viajou comigo essa semana, então quando estou de folga prefiro passar com a minha família, e ela com a dela, sem contar que ela tem que trabalhar, cuidar das coisas dela
-Mas dessa vez está durando esse namoro, estão juntos há bastante tempo, e nós gostamos dela, agora precisa casar Boi-riu batendo em minhas costas-todo mundo aqui já tomou um rumo, só falta você
-Um dia eu caso, no tempo que eu achar que é necessário, agora para de encher o meu saco e vai cortar as carnes-tentei o tirar desse assunto comigo, pois é algo que me incomoda, quando ficam pondo pressão em algo que devo fazer da minha vida

Por diversar vezes eu olhava para Rebeca, era inevitável, ela estava tão linda de biquini, essa mulher tem um corpo tão perfeito, e confesso que fiquei esperando alguma oportunidade em ficar a sós com ela, a seguir quando ela fosse entrar em casa, ou algo assim, mas não aconteceu, e eu tive que me contentar em apenas olhar para ela, e admirar aquilo que eu não posso mais ter.

-Alguém tem um carregador de iPhone para me emprestar?-ouvi a Rebeca perguntar para as meninas, e elas foram olhar as bolsas
-Eu tenho, quer emprestado?-ofereci, mesmo sem ela ter perguntado pra mim
-Letícia, vai lá pegar o carregador do seu pai pra mim-Beca a pediu, e Letícia nem ligou-filha, vai lá fazer esse favor pra mim
-Vem comigo Beca, eu não mordo não-disse a olhando, e ela respirou fundo vestindo uma saída de banho por cima do biquini, para me acompanhar
-Se não for incomodar, pega o seu carregador que eu vou colocar aqui na cozinha mesmo-disse Beca assim que entramos na minha casa
-Ta lá no meu quarto, ta com medo de não resistir a tentação?-ri a olhando e ela revirou os olhos
-Por coisas assim, não entro nem morta no seu quarto, você adora fazer graça com a minha cara-me olhou brava
-Tudo bem, como sou cavalheiro vou lá pegar para você-pisquei para ela
-Agradeço a gentileza

Segui para o meu quarto, e mesmo que eu quisesse muito que ela tivesse me acompanhado, eu realmente sabia que não podia forçar nada, porque ela iria achar ruim, e a melhor coisa que posso fazer no momento, é tentar manter a amizade, e disfarçar o quanto a presença dela me afeta e meche comigo.

-Ta aqui o carregador-a entreguei e ela já conectou com o celular dela, o deixando em uma tomada perto do microondas
-Obrigada Luan, só vou deixar ele carregando um pouco porque a bateria zerou
-Sei como é isso, acontece direto
-Melhor voltarmos-disse saíndo na minha frente, e assenti

Depois de querer tanto uma chance para falar com ela, e ter desperdiçado, comecei a me martirizar, e me sentir um covarde, enchi meu copo de whisky, e me sentei na beirada da piscina pensando que eu perdi a Rebeca por minha própria culpa, e incompetência. O dia passou voando, e agora virou uma roda de música, pois peguei meu violão, e começamos a tocar e cantar, as crianças estavam cansadas, principalmente o Gael e o Zion, que eram os bebês presentes, então as mamães preferiram se recolher, enquanto os homens bebiam e cantavam modas de viola noite á dentro.

[...]

Mais três meses se passaram, e para a minha mais extrema dor, o pior dia da minha vida chegou, era hoje o casamento de Rebeca, com aquele doutor Leonardo, claro que eu não iria, para não sofrer e nem fazer nenhuma besteira, agradeci a Deus por estar com a agenda cheia naquela semana, e com a companhia de Thifany, que por mais que eu me esforce para ama-lá, a tenho apenas como uma válvula de escape, ou estaria enlouquencendo. Naquele dia, eu queria esquecer que existia celular, redes sociais, ou qualquer outra coisa do tipo, pois a todo momento eram postagens sobre o tal casamento, fotos e vídeos do local, minhas irmãs conversando empolgadas no grupo da família, e estava sendo um tormento para mim, que mesmo em meio a minha dor, tive que fingir estar feliz ao ver minha filha me ligando de vídeo chamada, para me mostrar o quanto ela estava linda de dama de honra, e ao fundo eu ouvia a voz de Rebeca, queria muito ver ela de noiva, mas seria muito maior o meu sofrimento, então tive que disfarçar e encerar logo aquela ligação para não chatear a minha filha, que parecia muito feliz com o grande dia da mãe dela.

-Luan, para com isso, você já fumou um maço inteiro hoje, assim eu me sinto uma inutil, em saber que você está desse jeito porque a Rebeca vai se casar-disse Thifany irritada com o meu comportamento
-Me deixa fumar, me deixa beber, só não me enche o saco hoje
-Se te encho o saco porque não termina comigo?-me olhou irritada
-Eu não quero discutir Thifany-respirei fundo a olhando-vai para a academia, para o spa do hotel se distrair, e depois conversamos
-Vou mesmo, porque ficar aqui vendo você se acabar por causa de uma ex, é totalmente estressante-disse saindo irritada do nosso quarto

Me deitei na cama, e fiquei olhando para o teto, pensando se por algum motivo aquilo tudo daria errado, e desejando muito para que antes do sim, a Rebeca se arrependa, me ligue, venha correndo atrás de mim, e se entregue de corpo e alma ao nosso amor, era esse o meu pensamento, e o meu maior desejo naquele dia.

*Rebeca on.

Depois de muito planejar, finalmente o meu grande dia chegou, eu estava muito feliz e ansiosa, mal havia dormido, e ainda não tinha caído a minha ficha, que em menos de 24 horas eu seria uma mulher casada. Eu e o Léo decidimos não ficar esperando muito tempo para nos casarmos, e por isso aconteceu tudo dentro de seis meses, compramos uma casa, reformamos, e graças aos nossos familiares e amigos que nos ajudaram em cada detalhe da festa e da cerimônia, tudo saiu devidamente pronto dentro do prazo, e tudo estava lindo e perfeito como planejamos, era tudo muito simples e simbólico, até porque o Léo já havia sido casado uma vez, e agora seria apenas algo no civil, com uma cerimônia ao ar livre para os nossos convidados e depois uma festa de comemoração.

-Você é a noiva mais linda do mundo-minha mãe me olhava emocionada, após eu já estar pronta
-Obrigada mãe-a olhei emocionada
-Nem acredito que o seu grande dia chegou, estou muito orgulhosa e feliz por ter escolhido o doutor Léo, para ser o seu marido
-Também estou feliz com a minha escolha, ele vai ser um bom marido pra mim-sorri a olhando
-Mamãe, que horas que a gente vai?-Letícia já estava agoniada, pois estava pronta há um tempão, apenas me esperando ficar pronta
-Já estamos indo meu amor, é porque a noiva precisa se atrasar um pouquinho, é tradição-a expliquei
-Que tradição boba-ela riu
-Pelo menos estamos todas prontas-disse minha mãe-agora vamos rumo ao seu grande momento minha filha-sorriu me olhando

O salão que me arrumei estava reservado para nós três, pois é claro que eu queria dividir esse momento com a minha mãe e a minha filha, e um motorista particular foi contratado para nos buscar em uma limousine, mas fiquei surpresa em ver que o meu pai me esperava lá dentro.

-Eu queria ser o primeiro a te ver, está linda minha filha-sorriu emocionado beijando minha testa
-Obrigada pai, gostei da surpresa, de ver que o senhor vai nos acompanhar até o local do meu casamento
-Não iria perder a oportunidade, em casar a minha única filha conforme manda a tradição
-Vamos logo, eu não quero esperar de novo-Letícia estava mais uma vez nos apressando
-Você está linda, uma verdadeira princesa-meu pai a elogiou
-Obrigada vovô, mas vamos logo casar a minha mãe, porque eu já tô pensando nos docinhos da festa-disse Letícia toda sincera, nos fazendo rir

Seguimos para o local do meu casamento, e só agora eu estava parando para pensar no tamanho da importância desse momento, vai ser uma página na minha vida que não irá se desfazer nem ser apagada tão fácil, pois eu estarei me unindo a outra pessoa, me tornando uma só com ele, e depois do sim, eu tenho um voto de amor e fidelidade eterno me unindo a ele, até que a morte nos separe.

-Beca, chegamos, Beca?-minha mãe me chamava, e eu estava pensativa
-Desculpa mãe, tem muita coisa passando pela minha mente agora-suspirei
-Quer desistir por acaso?-perguntou preocupada
-Não-a olhei-só estou pensando que é uma coisa muito séria, é muita responsabilidade me tornar esposa de alguém, de papel passado e tudo
-É um risco minha filha, como tudo nessa vida, se você aceitou se casar e chegou até aqui, não vai desistir agora
-Não mesmo-sorri a olhando

Todos desceram do carro, e por último eu desci com a ajuda do meu pai, que fez questão de segurar a minha mão e me dar apoio para descer do carro.

-Está pronta?-ele perguntou me entragando o seu braço e assenti encaixando meu braço no dele

A cerimonilista veio ver como eu estava, me ajeitar para entrar, e nem vi quando minha mãe e Letícia saíram dali, certamente alguém as posicionou já dentro do local da cerimônia, e agora eu estava aguardando a marcha nupcial, para entrar de braços dados com o meu pai, ao encontro do meu futuro marido. Depois de uns minutos, quando nos posicionamos na entrada da tenda enorme que foi montada, já pude ouvir a marcha nupcial para anunciar a minha entrada, e estava difícil de descrever o que eu sentia ou pensava naquele momento, apenas estava sendo guiada com a ajuda do meu pai, até o altar, onde já vi de longe o meu noivo com os olhos brilhando e marejados, sorri o olhando, ele estava lindo, e enquanto seguia ao encontro dele, vi os convidados, sorri para todos, e quando meu pai finalmente me entregou nas mãos do Léo, eu caí a ficha do que realmente estava acontecendo, era o dia do meu casamento.

-Está linda-Léo sussurrou para mim após beijar minha testa
-Você também-sussurrei o olhando, e entrelaçamos nossas mãos, para ficarmos de frente com a juíza de paz

Por não sermos muito religiosos, apenas uma juíza de paz para celebrar o nosso casamento era o suficiente, claro que ela deu a chance para fazermos nossos votos contando um pouco da nossa história de amor, e o do Léo foi muito lindo, vi muitas pessoas emocionadas com as palavras dele, porém achei o meu tão simples, bem sem graça, mas eu não tinha muito o que falar, então acho que foi o suficiente, pois pelo menos o Léo me agradeceu e ficou feliz com as minhas palavras direcionadas a ele.

-Leonardo Reis, você aceita Rebeca Sanches como sua legítima esposa?-a juíza o perguntou, após termos assinado os papeis, e os padrinhos também, pois mesmo com tudo assinado, ainda era necessário essa declaração falada da nossa parte
-Sim, com certeza eu aceito-sorriu me olhando
-Rebeca Sanches, você aceita Leonardo Rei como seu legítimo esposo?-a juíza me perguntou, e eu estava paralizada, muita coisa se passava pela minha cabeça, e antes que ela me perguntasse de novo, pois estava demorando falar alguma coisa, então a respondi
-Sim-assenti olhando para o Léo, e ele sorriu
-Agora podem trocar as alianças-a juíza disse

Então começou a tocar uma música bem bonita para a entrada das alianças, que a Letícia vinha trazendo toda feliz, e nos entregou a almofadinha com as alianças da forma que ensaiamos.

-Te amo princesa, obrigada-a abracei enquanto Léo desamarrava as alianças
-Bom, vamos aos votos de juramento dos noivos-disse a juíza
-Eu, Leonardo Reis, prometo ser fiel a ti, te amar, e te respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até os últimos dias de nossas vidas-disse Léo colocando a aliança em meu dedo, e beijando minha mão por cima da aliança em seguida
-Eu Rebeca Sanches, prometo ser fiel a ti, te amar, e te respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até os últimos dias de nossas vidas-peguei a aliança dele, coloquei em seu dedo, e também beijei a mão dele, o fazendo me olhar sorrindo
-Pelos poderes concedidos a mim, eu os declaro diante da lei, marido e mulher, podem se beijar-disse a juíza e Léo já me puxou para um beijo


Nos beijamos ouvindo todos aplaudirem e assoviarem, e a partir daquele momento, eu era enfim, uma mulher casada. Depois do casamento realizado, fomos receber as felicitações dos nossos padrinhos, amigos e familiares, tiramos muitas fotos, e enfim seguimos para a festa, onde eu já estava louca para beber, arrancar os meus sapatos, e dançar muito com as minhas amigas na pista de dança, mas tudo isso só após dançar coladinha com o meu marido, uma valsa ensaiada por nós dois.

-Beca, desculpa incomodar, mas tem um probleminha acontecendo-disse Marina em um momento que me sentei para comer um pouco, em que o Léo estava longe, conversando com uns amigos médicos
-O que aconteceu Mari?-a olhei preocupada
-É o Luan, ele está chorando igual criança pelo telefone, e quer falar com você, e...-começou a me falar do Luan e já cortei o assunto
-Mari, avisa ao seu irmão que eu já estou casada, então agora é tarde para ele querer chorar, fazer drama ou falar comigo
-Mas Beca, ele está muito mal, custa conversar com ele?
-No mínimo o Luan está bebâdo, e nem vai se lembrar se falou ou não comigo, não quero estragar a minha festa por causa dele Mari
-Tem razão-ela respirou fundo-vou conversar com ele, e não te envolver nisso, me desculpa amiga
-Você só quis ajudar o seu irmão, mas entende o meu lado, pois é melhor eu não falar com ele

Vi Marina se afastar e ir pegar o celular que estava com o Matheus, que certamente falava com o Luan tentando acalmar o amigo, e senti muita pena dele, por saber que ele tentou ficar comigo um tempo atrás, mas eu já estava tão cansada de sempre ter que perdoar os erros do Luan, que dessa vez eu escolhi seguir a minha vida sem ele, e se um dia eu me arrepender desse casamento, que não seja por culpa do Luan, mas sim por consequência da escolha que eu fiz em ter o Léo como o meu marido. Após esse pequeno incomodo, pude aproveitar muito a festa, e antes que a noite virasse, eu e o meu marido fomos embora da festa, sendo muito zoados, pois iriamos viajar para a nossa lua de mel em Cancún, e então precisavamos descansar um pouco antes da viagem, o que eu tinha certeza que seria em vão, pois já queriamos consumar logo o nosso casamento, e tive uma noite maravilhosa, me entregando mais uma vez para o homem que eu escolhi para ser o meu marido.

*Luan on.

Os primeiros dias após o casamento da Rebeca foram horríveis para mim, pois eu estava me acabando de chorar, fazia os meus shows de óculos escuros, fingindo estar com uma alergia no olho, e até acabei mudando o meu repertório para cantar algumas músicas de sofrência, o que é claro que gerou comentários, devido o casamento da minha ex e mãe da minha filha ter acontecido recentemente, e isso também gerou crise no meu namoro, que para mim já estava uma merda.

-Luan, você precisa superar isso meu filho, se reerguer-minha mãe veio trazer algo para mim comer em meu quarto, pois eu estava de folga em casa, e só queria ficar deitado
-Me deixa no meu canto mãe, a minha vida acabou mesmo-estava muito para baixo e ela me abraçou
-Se te consola, a Marina foi buscar a Letícia lá no Rio, então finge que não está morrendo, pela sua filha
-A Rebeca por acaso ainda está em lua de mel?-perguntei indignado
-Luan, isso não é da sua conta, e se for para descontar qualquer coisa na Letícia, nem vou deixar ela ver você-minha mãe me olhou séria
-A minha filha é a única coisa boa que eu ainda tenho, que me conecta a Rebeca-suspirei
-Essa é uma ligação para o resto da vida, então por ela, você tem que se animar e seguir em frente, refazer a sua vida, assim como a mãe dela fez
-Ainda não consigo mãe-a olhei deprimido-mas eu vou me esforçar para superar tudo isso
-Que tal começar reatando com a sua namorada? ela gosta muito de você
-Pensando bem, acho que vou ligar para a Thifany, para curar a dor de um amor, preciso investir em outro
-Isso mesmo meu filho-minha mãe sorriu-aproveita e come o lanche que fiz-apontou a bandeja em cima do móvel do meu quarto
-Obrigado por cuidar de mim Xum, agora me deixa sozinho, para resolver a minha vida
-Só não faz mais besteiras Luan, e esteja bem para quando a sua filha vier ver você

Minha mãe saiu do quarto, e eu pensei mil vezes antes de pegar o meu celular e ligar para a Thifany me desculpando, claro que ouvi ela me xingar, dizer que estava magoada, mas tentei deixar tudo bem entre a gente, e a prometi que íriamos sair juntos, ter uns encontros bem bacanas de casal, e ela se convenceu. Comi o lanche que a minha mãe preparou, depois tomei um banho, e fiquei pensando no que faria para seguir em frente, pois agora eu tinha certeza de que perdi a Rebeca para sempre, e ficar sofrendo o resto da minha vida por conta de uma mulher era loucura, sendo que tenho aos meus pés quem eu quiser, fora que a minha namorada é muito gostosa, então vou tentar focar em apagar a Rebeca da minha mente e do meu coração, porque só assim eu vou ser feliz, sem estar dependente do amor dela.

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Olá amores, dessa vez o capitulo foi pequeno, mas teve muitos acontecimentos, será que esse casamento vai durar muito? será que o Luan vai mesmo esquecer a Rebeca? o que pode acontecer agora? comentem ai, que logo posto mais, beijos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Capitulo 70 - Sem uma última chance.

 *Luan on.

Estava em meu camarim, me preparando para mais um show no nordeste, e já estava vindo cansado de uma gravação que fiz em uma cidade do interior de SP, tinham semanas que eram muito corridas, e mal tinha tempo de olhar minhas redes sociais, pois quem cuidava de tudo na maioria das vezes era minha equipe, e os únicos momentos que eu tinha livre era para descansar, comer, ou ligar para a minha família e a minha filha. Últimamente minha namorada tem se esforçado bastante para me acompanhar de show em show, nessas minhas viagens loucas de cidade em cidade, estado em estado, ou até mesmo em outros países, e tem sido boa nossa relação quando eu estou na correria, pois não temos tempo para discutir, e quando estamos a sós no hotel a gente se entende do nosso jeito.

-Está tão lindo hoje meu amor-Thifany me olhava terminar de me arrumar, para receber minhas fãs, imprensa e tudo mais no camarim
-Sou lindo todo dia-pisquei para ela, que veio até mim e me deu um selinho demorado
-Luan, já está pronto?-ouvi alguém perguntar
-Sim-disse me olhando uma última vez no espelho, para conferir como estava
-Então pode vir se posicionar, que já vão começar a entrar os politicos, jornalistas e digitais influencers

Comecei o atendimento no camarim, e como era antes do show, acontecia tudo de forma muito rápida, principalmente quando era a vez dos meus fãs entrarem, e me dava pena ter apenas alguns minutos para dar um autografo, um abraço e tirar uma foto. Quando terminei de tirar foto com a última fã, já estavam me apressando para trocar de roupa outra vez, pois logo iria começar o meu show, então era aquela correria, até eu me posicionar do lado do palco, e ouvir a introdução da minha primeira música, onde eu já entrava animado, fazendo aquela multidão sentir a mesma energia que sinto no palco. Encerrei o show sentindo que estava com o dever cumprido, feliz, animado, e grato por mais uma vez ter sido recorde de público por onde passo.

-O show mais lindo que eu já vi, parabéns meu amor-Thifany me elogiou animada assim que sai do palco
-Obrigada gata, foi tudo muito incrível mesmo
-Agora continua se hidratando, e seca esse suor-riu ao me ver secar de uma vez a garrafinha de água, e algumas pessoas da equipe a minha volta desconectando os fones, fios, cabos e limpando o meu suor

Voltamos para o meu camarim, e obviamente teriam mais pessoas para me ver, tive só o tempo de trocar de roupa, desaquecer e já tinha gente me esperando, dei atenção a todos, me despedi, e na saída até a van era sempre a mesma histeria e loucura por parte dos meus fãs ao me verem passar, nem sempre eu podia parar, e eu já estava muito cansado para dar atenção a eles, então seguimos direto para o hotel, onde eu só queria descansar.

-Vou tomar banho, quer vir?-perguntei a Thifany assim que entramos no nosso quarto
-Eu tô cansada, acho que já vou dormir-disse tirando os sapatos e se jogando na cama
-Se mudar de ideia, sabe onde eu tô-pisquei para ela de um jeito safado e ela riu mordendo os lábios

Tomei um banho bem demorado e relaxante, saí me sentindo renovado, cheiroso, e ri vendo que a minha namorada realmente dormiu, mas eu sabia que ela estava cansada, afinal ela está nessa rotina maluca comigo a semanas, então a dou esse desconto. Coloquei apenas uma bermuda para dormir, e como estava sem sono, e fazia calor, decidi pegar meu celular e me sentar na sacada do hotel onde estava bem arejado, para olhar o que acontecia nas minhas redes sociais e no mundo, vi que já haviam fotos e vídeos do show de hoje, minha equipe sempre é muito rápida e eficiente, fora os stories, que ás vezes eu nem percebia eles gravando. Como rola muita coisa no meu feed, fiquei atualizando a página, curtindo fotos e vídeos de amigos famosos, minhas irmãs, outros famíliares que sigo, até que eu vi uma foto muito chamativa, da Rebeca mostrando uma aliança, junto com o namorado dela, quando cliquei para ver melhor o que era, quase caí da cadeira, com a legenda que eles estavam noivos. Li e reli aquela legenda, ainda processando aquela notícia, então fui nos comentários, e eu me sentia a pessoa mais alienada do mundo, vendo que ela havia postado há horas atrás, e que minhas irmãs, e muitas outras pessoas já tinham comentado os parabenizando, o que me fez sentir um certo incomodo, por não saber que a mãe da minha filha vai se casar com outro homem, e ninguem nem me avisou. Eu estava sem saber o que fazer, curti a foto sem querer, e retirar o like seria feio, tentei comentar alguma coisa, para parecer um amigo legal, mas achei melhor deixar isso quieto, afinal eu estaria sendo falso se desejasse parabéns, felicidades, ou qualquer outra coisa a eles, sendo que esse tal noivado não me deixou feliz nem um pouco. Graças a essa olhada nas redes sociais, perdi o sono de vez, e como eu precisava saber melhor o que a Rebeca estava fazendo, fui olhar os stories dela, o feed, e vi que ela estava viajando com o tal doutor Leonardo, os dois no maior clima de romance, parecia um casal em lua de mel nos stories que ela postou bem cedo, depois ela estava no spa, e ele fez o pedido na hora do pôr do sol, pelo menos o cara era criativo, e depois disso ela não postou mais nada, e nem ele, pois é claro que fui olhar o instagram dele.

-Amor, ainda ta acordado?-Thifany apareceu de robe na sacada onde eu estava
-Se estou aqui, é porque tô acordado-disse tentando não demostrar que estava estressado
-Vamos dormir meu amor, percebi que a cama estava muito vazia e fria, então vim atrás de você-disse vindo se sentar no meu colo e respirei fundo
-Pode ir dormir Thifany, quando eu sentir sono eu vou deitar
-Então está sem sono?-sorriu safada-sabia que acabei de perder o meu também?-disse começando a beijar o meu pescoço
-Vai dormir, não estou no clima-a cortei logo e ela me olhou sem entender
-Achei que você queria, será que não consigo te fazer mudar de ideia?-disse abrindo o robe e mostrando que estava apenas de calcinha e sem sutiã
-Golpe baixo isso-mordi os lábios a olhando-quer saber, acabei de mudar de ideia-a puxei para um beijo gostoso, já a invadindo com minha língua

Entramos no quarto, e nos livramos das poucas peças de roupas que estávamos, para ter uma noite quente, cheia de prazer, e por um momento me esqueci do meu estresse com o noivado da Rebeca, mas assim que terminou o sexo com a minha namorada, e que ela encostou para dormir no meu peito, eu sentia que estava com um vazio enorme ali dentro, porque a minha cama e os meus braços não estavam com a mulher que eu realmente amo, e infelizmente eu só fui perceber tarde demais a falta que ela me faz. Fechei os olhos por diversas vezes tentando dormir, mas não estava conseguindo, então tive vontade de fumar, era o que aliviava o meu estresse e ansiedade, também enchi um copo de whisky com gelo, que ficam a minha disposição no frigobar do quarto, e nem sei quantos cigarros fumei, e quantos copos bebi sentado naquela sacada, ouvindo uma playlist triste nos fones de ouvido, e sofrendo sozinho, por sentir que vou perder o grande amor da minha vida para outro homem. Só fui dormir quando o dia estava querendo clarear, pois o meu corpo implorava por descanso, então fechei todo o quarto, me enfiei em baixo dos cobertores, e apaguei devido o cansaço físico e mental. Passei o resto do dia na cama, Thifany saiu para aproveitar a academia do hotel, restaurante e tudo mais, enquanto eu quis ficar dormindo, pedi meu almoço no quarto, e só tomei um banho rápido e saí quando era hora de ir para a cidade do próximo show.

-Vai atender as fãs do aeroporto hoje?-Diguinho perguntou quando paramos a van no aeroporto, e tinha várias fãs gritando
-Não, e nem em lugar nenhum, hoje não tô afim de atender ninguem, se a cidade do show tiver muita gente no camarim, reduz-disse curto e grosso, e percebi todos se entreolharem
-Hoje ele está um saco-Thifany falou para alguém da equipe e nem liguei, afinal eu estava mesmo

Passei mais três dias fazendo show, e com o humor péssimo, eu tentava não ficar parecendo chato o tempo todo, mas era inevitável, pois eu olhava nas redes sociais de Rebeca, ela e o noivo no maior grude, cheio de amor pra lá e pra cá, e isso estava acabando comigo, por sorte Thifany se tocou que eu não estava bem humorado, e só ficou mais um dia comigo, então finalizei os shows sem ela na minha cola, o que já me aliviou um pouco. Finalmente eu teria folga, e poderia ir para o Rio de Janeiro, claro que eu também queria ver minha filha, pois conversei pouco com ela por celular, e por alto ela me contou que estava passando uns dias com a avó, porque a mãe estava viajando, muita irresponsabilidade, mas eu não iria descontar minha raiva na minha filha, então não prolongava o assunto, apenas dizia que iria ver ela na minha folga e que estava morrendo de saudades, o que de fato era verdade, pois em meio a todo o caos da minha vida, a melhor coisa que eu fiz e que me aconteceu foi a Letícia.

-Papaaai, que saudade-já fui recebido com um abraço que quase me derrubou, assim que cheguei no apartamento que a minha filha mora, e a abracei forte, a ergui no colo, e ela estava cada vez maior e mais pesada
-Muita saudade meu amor, muita, muita, muita-a dei um monte de beijos e ela riu
-Achei que não iria mais vir me ver-disse fazendo drama e ri
-Eu estava trabalhando muito meu amor, mas lembra que eu te prometi que assim que tivesse folga iria vir correndo ver você?
-Ainda bem que cumpriu dessa vez-disse debochada, e ela sempre que podia jogava na minha cara quando esqueci do aniversário dela
-Letícia, isso não são modos com o seu pai-ouvi a avó dela dizendo, enquanto segurava o cachorro que estava latindo agitado ao me ver-oi Luan, tudo bem?
-Oi dona Vera, estou bem, e vocês como estão?
-Estamos ótimas-sorriu soltando o cachorro que veio correndo me lamber
-O Bruno também sentiu saudades de você papai-disse Letícia o pegando no colo e sorri o fazendo carinho
-Sim, ele sempre gostou de mim, já está ficando velhinho, com os pelos brancos-ri o acariciando
-A mamãe não gosta quando alguém fala isso-alertou Letícia
-Imagino mesmo, ela sempre foi apegada ao Bruno-ri me lembrando-mas e cadê a sua mãe? já voltou de viagem?-perguntei como quem não quer nada
-Não sei-disse Letícia dando de ombros e olhando para a avó-a mamãe já chegou?
-Acho que ela chegou ontem á noite, e deve ter ficado para dormir no apartamento do Léo, parece que ele daria plantão hoje no hospital-disse dona Vera
-Então logo a mamãe está em casa-disse Letícia toda feliz, e no mesmo momento ouvimos um barulho na porta, Bruno se aproximou da porta latindo e abanando o rabo-ela chegou-Letícia disse animada e correu para abraçar a mãe, que acabou de abrir a porta-oi mamãe
-Oi Le, que saudades de você minha pequena-disse Beca a abraçando-e Bruno-riu pegando de lado o cachorro, que também queria atenção
-Mamãe, trouxe presentes pra mim?-Letícia já foi logo perguntando animada e Beca riu
-Calma, nem entrei em casa e já está me cobrando presentes mocinha?-a olhou indignada-eu preciso de ajuda com as malas que deixei no corredor-avisou e finalmente me olhou-oi Luan, não sabia que estava aqui
-Oi Beca, vim ver a Letícia-sorri amarelo a olhando-se quiser, te ajudo com suas malas
-Se me ajudar, te agradeço

Letícia segurou Bruno no colo enquanto fui ajudar a Rebeca a pegar as malas dela que estavam no corredor, e colocar para dentro do apartamento.

-Obrigada Luan-sorriu agradecida
-Não foi nada-sorri amarelo, e me sentei no sofá apenas ouvindo o que elas falavam
-E como foi a viagem minha filha? quero saber de tudo-disse dona Vera vindo abraçar a filha
-Foi incrível mãe-Beca disse toda feliz
-E esse anel? estava louca para ver pessoalmente, que lindo-dona Vera já foi logo olhando o anel no dedo da Rebeca
-Mãe, como a senhora é curiosa-Rebeca riu-e a Letícia se comportou durante esses dias?-perguntou olhando para a nossa filha, que veio se sentar em meu colo no sofá
-Mas é claro mamãe, eu já sou uma mocinha crescida-disse Letícia
-Nós sabemos cuidar uma da outra-disse dona Vera-ás vezes tem uma implicância ou outra, mas eu amo cuidar da minha neta
-É impossível conviver com a senhora e não ter nenhuma implicância-disse Rebeca dando risada
-Sei que vocês falam mal de mim, mas me amam-disse dona Vera-e como hoje provavelmente a senhorita Letícia não vai querer ir para a escola, eu vou sozinha, porque aquilo não funciona sem mim
-Vai trabalhar e cuidar da sua escola mãe, agora eu me viro com a Letícia, e o pai dela também-disse Rebeca me apontando e assenti
-Mais tarde conversamos melhor minha filha, mas que bom que está em casa, aproveita para descansar um pouco-disse dona Vera a dando um beijo na testa
-Pode deixar-Beca assentiu
-Tchau anjinho da vovó, se comporta com os seus pais, e não fica me caluniando-disse dona Vera para Letícia, que riu e jogou beijos para a avó, que logo saiu
-Porque você iria caluniar a sua avó?-perguntei curioso
-Porque ela me obriga a comer a comida péssima que ela faz-disse Letícia fazendo careta, o que fez eu e Beca darmos risada
-Pelo menos da sua vó Marizete você nunca vai reclamar, com relação a isso-disse me lembrando da comida da minha mãe
-Tô com saudades da comida da vó Xum, é a melhor do mundo-disse Letícia
-Nisso eu também concordo, a sua avó Marizete cozinha super bem, e acho que é de família, porque também amo comer as invenções na cozinha da sua tia Marina-disse Rebeca
-Eu e a Bubu também manjamos muito, meu churrasco é o melhor do mundo, e a Bruna é ótima fazendo sobremesa-disse me lembrando das especialidades de cada um
-Então agora que estamos falando de comida, eu quero muito comer pizza, salgada e doce, aproveitar que tô longe da minha vó-disse Letícia
-Filha, ainda é cedo para pedir pizza, mais tarde a gente pede-disse Rebeca-e como eu sei que vocês devem estar querendo um momento juntos, vou tomar um banho e descansar, se precisarem de alguma coisa, é só bater no meu quarto
-Ta bom mamãe-disse Letícia
-Vem Bruno, me fazer companhia-disse Beca seguindo para o quarto dela, e o cachorro a seguindo todo feliz
-Finalmente a sós com minha filhota-a apertei em um abraço e ela riu
-Vamos jogar play station papai?-ela sugeriu
-Bora, tô aqui ao seu dispor, senhorita Letícia

Passei a manhã toda ao lado da minha filha, brincando com os jogos que ela queria, também a ouvindo falar da sua escola, das atividades que faz, das amiguinhas, até Rebeca aparecer para se juntar a nós, dizendo estar entediada sozinha no quarto, pois ela também estava com saudades da nossa filha, e queria mima-la de toda forma, a mostrando os presentes que comprou para ela, e depois pedindo o almoço que ela queria, hoje nós dois tiramos o dia para ficar grudados na nossa filha. Depois do almoço, Letícia quis assistir uma série nova de aventura, que envolvia bruxas, coisas de contos de fadas, e como também gosto desse universo, é claro que me interessei na série, então nos deitamos no imenso sofá da sala que virava uma cama, enquanto Rebeca foi fazer pipoca e pegar refrigerante, para se juntar a nós no sofá, e assistir a série.

-Queria que todo dia fosse assim-disse Letícia, que estava deitada no nosso meio no sofá
-Assim como meu amor? sem aula, só brincando e com a gente fazendo as suas vontades?-perguntou Rebeca
-Sim-ela riu-mas eu também queria passar todos os dias com vocês-disse olhando de mim para Rebeca, e de Rebeca para mim
-Le, você sabe que eu trabalho, o seu pai trabalha viajando, e que é dificil termos disponibilidade para ficar o tempo todo com você, claro que nos esforçamos ao máximo para isso, e hoje coincidiu de estarmos juntos, então vamos aproveitar hoje, ta bom-Beca a explicou com carinho e ela suspirou assentindo
-Eu sei mamãe, mas não é só porque vocês trabalham, é que todos os meus coleguinhas da escola moram junto com os pais, ou pelo menos moram na mesma cidade, mas eu só tenho você e a minha avó aqui, queria que a gente morasse mais perto do papai, pelo menos isso-disse toda tristinha
-Filha, assim você acaba comigo-disse a olhando-eu sei que moro longe, que eu vivo viajando de um lugar para o outro, e que tenho poucas chances de ver você, então me desculpa, eu juro que me esforço ao máximo para poder estar aqui com você
-Eu sei papai, não fica chateado-me abraçou toda carinhosa
-Eu te amo mais que tudo nessa vida, desculpa pela minha ausência-beijei a testa dela e ela ficou grudada em mim naquele abraço
-Também te amo papai-sussurrou pra mim
-Só para deixar claro, eu te amo muito mocinha-disse Beca a abraçando também
-Também te amo mamãe-disse Letícia nos unindo naquele abraço-eu amo vocês dois
-E pode ter certeza que amamos você, nossa princesa-disse Beca a fazendo carinho e beijando o rosto da nossa filha

Acabamos ficando juntinhos naquele abraço, com a Letícia no nosso meio, até voltarmos a atenção para a série, que estava bem interessante. Percebi que a Letícia acabou dormindo, pois senti ela pesar sobre o meu braço, e Beca percebeu o mesmo, pois olhamos ao mesmo tempo para o rosto da nossa filha, e acabamos rindo baixinho, para ela não acordar.

-Quer que eu coloque ela na cama?-perguntei para a Beca em um sussurro
-Deixa ela aqui, se colocar ela na cama, ela vai acordar
-Mas ela vai ficar mais confortável
-Ela já está confortável aqui-disse Beca a dando um beijo na testa

Nos ajeitamos no sofá para a Letícia ficar confortavél, e um tempo depois vi Beca se levantar e seguir para o seu quarto, eu fiquei pensativo, não seria certo ir atrás dela, mas eu ainda queria ter uma conversa com ela, e esse era o momento. Segui para o quarto da Beca, e ouvi ela dando descarga no banheiro, então me sentei na cama dela para a esperar, e ela levou um susto assim que abriu a porta do banheiro e me viu ali.

-O que faz aqui Luan? eu só vim fazer xixi, não precisava me seguir
-É que eu quero conversar com você Beca
-Conversar sobre o que?-perguntou se sentando na cama e ficando de frente comigo
-Sobre esse seu noivado, você realmente quer fazer isso?
-Quero fazer o que Luan? não estou entendendo-me olhou sem entender
-Você quer mesmo se casar com esse cara?
-Sim-disse me olhando diretamente-qual o problema nisso?
-O problema é que eu não acho certo você se casar com alguém, sendo que ama outra pessoa
-Luan, se eu aceitei me casar com o Léo, é porque eu o amo
-Ama mesmo? então diz olhando nos meus olhos-a encarei e ela respirou fundo me olhando
-Luan, aonde você quer chegar com isso?
-Só quero te fazer enxergar a realidade
-Mas eu sei bem qual a realidade, já você...
-Eu também sei qual a realidade-a interrompi-e a minha realidade, é que eu ainda sou louco por você, e te amo com todas as minhas forças, então não casa com aquele cara Beca, volta pra mim, eu te imploro-disse me aproximando dela, e segurando em suas mãos, enquanto olhava em seus olhos
-Luan, você ainda deve estar mal da cabeça, eu já cansei de falar para você que não temos mais volta
-Porque quer negar esse sentimento que ainda existe entre nós Beca?-disse fazendo carinho no rosto dela-deixa eu provar que ainda te amo, deixa...-disse num sussurro aproximando meus lábios dos dela e a envolvendo em um beijo calmo, leve, onde eu queria demonstrar todo o meu amor
-Luan, não faz isso comigo-disse Beca cortando o beijo, com os nossos lábios ainda próximos
-Não fala nada agora, apenas sente o meu amor, o nosso amor...-a beijei de novo, e por mais que Rebeca quisesse se mostrar resistente, aos poucos ela estava cedendo

Trocamos um beijo intenso, onde pra mim ficou claro que ela ainda me ama, e eu queria a demonstrar o quanto eu a amava, aos poucos fui a fazendo se deitar sobre a cama, e logo nossos corpos se encaixaram, enquanto nossos lábios se chocavam, nunca senti tanto amor como nesse momento, estávamos tão conectados um com o outro, que não queriamos que aquele beijo tivesse fim. Quando o folego nos faltou, encerramos o beijo com troca de selinhos, mas ainda com os lábios colados, rosto a rosto, um sentindo a respiração ofegante do outro, e eu queria tanto aquela mulher mais uma vez pra mim, que não me contentava apenas em beijar aquela boca, eu queria mais, muito mais dela, então movi os meus lábios em uma trilha de beijos para o seu pescoço a ouvindo arfar, e senti suas mãos se entrelaçando em meus cabelos, enquanto eu beijava e sugava aquele pescoço, sentindo o perfume único que só ela tem.

-Faz amor comigo?-sussurrei no ouvido dela e dei mordidas em sua orelha
-Luan... eu já não estou em condições de te negar nada-ela sussurrou ofegante

Voltei a beijar sua boca, e nossas línguas se entrelaçavam de uma maneira incrívelmente deliciosa, nenhum outro beijo tinha o gosto maravilhoso que tem o dessa mulher, e eu já estava enlouquecendo de desejo, de vontade, e de saudade de senti-lá outra vez, que fui tirando sua blusa, e ela arrancando minha camisa, na mesma urgência que eu, de nos entregarmos logo um para o outro, e a cada beijo, a cada toque, tudo estava tão intenso, tão gostoso, que eu já segui beijando o seu corpo, mordendo seus seios ainda cobertos pelo sutiã, e desci os meus beijos pela sua barriga, já vendo o quanto ela estava arrepiada com meus beijos ali. Abri o botão do seu short e ela mordeu os lábios me puxando para voltar a beija-lá na boca, subi com pressa para atacar mais um vez aquela boca gostosa, e enquanto nos beijavamos, fui colocando uma de minhas mãos dentro do seu short e da sua calcinha, já sentindo o quanto ela estava molhada pra mim, e a ouvi gemer entre o beijo quando a penetrei dois dedos, que vontade de estar dentro dela, mordi o lábio dela com vontade, e ela arranhou minhas costas, pois sentiu mais uma vez meu dedo penetra-la.

-Porque não vamos logo ao que interessa?-disse cheia de tesão
-Porque primeiro estamos matando a vontade, de atiçar um ao outro-sussurrei safado e a penetrei mais um dedo a vendo fazer caras e bocas
-Você vai se arrepender, por estar fazendo isso comigo...-gemeu sentindo mais uma vez meus dedos
-Quero ver-a olhei safado e ela me puxou para mais um beijo

O clima estava quente, e eu já estava me preparando para arrancar aquele short e a calcinha dela de uma vez, ainda durante o nosso beijo, quando ouvimos um barulho na porta do quarto, e na hora só tive o reflexo de tirar minha mão de dentro dela, pois não deu tempo de mais nada, e Letícia entrou no quarto nos olhando sem entender o que acontecia.

-O que vocês estão fazendo?-nos olhava e nós estavamos sem reação-vocês estavam se beijando?-perguntou surpresa
-Filha, não foi nada demais-disse Beca se sentando na cama e me empurrando para sair de cima dela
-Então porque vieram ficar aqui?-nos questionou-vocês voltaram a namorar?
-Não-disse Beca-e Letícia, se puder nos dar licença, eu preciso conversar com o seu pai
-Muito estranha essa conversa de vocês-nos olhou rindo-só espero que se resolvam-disse saindo do quarto e fechando a porta novamente
-O que será que ela viu?-Rebeca me olhou preocupada
-Sei lá, acho que viu a gente se beijando-disse tentando pensar
-Luan, você nem para trancar a porta-Rebeca me olhou irritada arrumando sua roupa e colocando a blusa-mas ainda bem que não estavamos sem roupa, porque eu não saberia o que dizer a ela
-Nem eu-me preocupei em pensar na possíbilidade-mas e então, vamos falar a ela que estamos namorando?-a olhei com esperanças
-Se toca Luan, o que quase rolou aqui foi um erro, ainda bem que a Letícia apareceu para interromper, porque mais uma vez eu iria trair alguém que não merece
-Mas de certa forma você traiu-a olhei-só não fomos até o fim, mas você bem que queria
-Luan, eu não posso ficar em um lugar como esse sozinha com você, eu estou noiva, de um cara que realmente me ama, e não merece nenhuma canalhice da minha parte
-Eu também namoro e não tô me martirizando
-Você é sempre despreocupado em trair suas namoradinhas, inclusive quando tava comigo também transava com outras, e é por esses motivos que eu tenho que me lembrar que eu e você não vamos dar certo
-Beca, agora a situação é diferente, quando eu e você estavamos juntos da primeira vez, eu te juro que não fiquei com nenhuma mulher além de você...
-Da primeira vez, quando eramos amantes, que modo mais bonito de ficar juntos-disse irritada-nós já cometemos erros demais Luan, tanto com as outras pessoas que nos relacionamos, e entre a gente também, e agora eu estou feliz com o Léo, então não quero mais cair no seu papo furado, porque o resultado a gente já sabe, é vivermos nessa bola de neve sem fim, e eu não quero ter o azar de engravidar de novo de você
-Calma Beca, nem fizemos nada, e qual o problema termos outro filho juntos? a Letícia iria amar ter um irmão legitimo, do mesmo pai e da mesma mãe-fiquei feliz com a ideia
-Para a criança ser criada da mesma forma? com os pais separados? um em cada cidade? vendo o pai uma vez por mês, ou nem isso? sabe Luan, não existe futuro entre nós, porque não adianta termos uma quimica enorme na cama, se fora dela a gente não se entende, já é difícil demais nos entendermos como amigos, como pais da Letícia, e como casal não duramos um ano, porque eu te conheço o suficiente para não confiar em você, e eu não quero isso para a minha vida, eu quero um homem para casar, para ser único na minha vida até os últimos dias das nossas vidas, um homem que apoie meus sonhos, meus projetos, que possa viajar comigo nas férias, que possa cuidar da Letícia, e dos filhos que tivermos juntos, eu nunca vou excluir você totalmente da minha vida, porque temos uma filha juntos, mas eu não quero você para ficar comigo, desculpa Luan, mas ainda bem que quebramos esse ciclo de erros, segue a sua vida, com a sua namorada, ou namoradas, e deixa eu seguir a minha vida com o Léo
-Beca, para de toda vez querer trazer o passado a tona, parece que você só vive relembrando o que aconteceu de ruim entre nós, mas e as coisas boas? e todo o nosso amor? você também quer apagar isso para sempre? a Letícia não foi um simples acaso, um simples descuido, ou um erro no percurso, ela foi feita com amor, com muito amor, pois caso você não se lembre, iriamos largar essa vida errada de amantes, para assumirmos o nosso amor, a nossa filha, e ficarmos juntos-deixei lágrimas caírem ao me lembrar da pior tragédia da minha vida-mas infelizmente o pior aconteceu, demorou tempo demais para que eu me recuperasse do trauma, e agora que tenho boas lembraças de nós, que quero tentar consertar os meus erros, você simplesmente decide ficar noiva de outro cara, e continuar ignorando os sentimentos que ainda tem por mim, pois eu sei que você queria estar fazendo amor comigo agora, se não tivessemos sido interrompidos pela nossa filha
-Não vamos chegar a lugar nenhum com isso Luan-ela respirou fundo me olhando-me desculpa se as minhas palavras foram duras, mas realmente seria um erro se eu tivesse transado com você
-Você só me define como um erro na sua vida Beca, isso me machuca demais-a olhei sincero
-Luan, não faz drama, nem se coloca como o homem mais injustiçado do mundo, porque você tem uma namorada super linda e gostosa, e ta perdendo o seu tempo correndo atrás de mim, sendo que eu não quero ficar com você, então vamos fingir que nada disso aconteceu aqui hoje, tentar convencer a nossa filha que ela imaginou coisas, e voltar a ter um bom convivio por ela, e por todos que amamos em comum
-É difícil aceitar isso, mas se não tenho escolha-respirei fundo, e ela sorriu me olhando
-Ainda quero ser sua amiga Luan, então não força a barra, e por favor não tenta estragar a minha felicidade

Saímos do quarto da Rebeca, e eu estava frustrado, com tesão, e sem acreditar que estive a um passo de ter mais uma vez a mulher que eu amo em meus braços.

-Ta gostando da série, o que perdemos?-disse Rebeca se sentando ao lado da nossa filha, e fingindo que nada aconteceu
-Acho que dormi mamãe, não lembro-riu nos olhando-mas eu vi vocês se beijando, igual o casal da série-nos olhava toda sapeca
-Filha, você dormiu e deve ter sonhado com isso, eu e seu pai estávamos apenas conversando-disse Rebeca tentando disfarçar
-Eu sei o que eu vi mamãe, vocês estão namorando?-Letícia insistia
-Não Letícia, eu namoro o Léo, e o seu pai a Thifany, então você está imaginando coisas mocinha-disse Beca tentando convence-lá
-Papai, porque você não pede a minha mãe em namoro e resolve isso?-disse Letícia me olhando, e Beca me fuzilava, certamente com medo do que eu iria falar
-Porque eu já tenho namorada, a Thifany, você não gosta dela?-sorri amarelo e a minha filha revirou os olhos
-Mas você beijou a minha mãe, a Thifany vai gostar de saber isso?-disse rindo e eu e Beca nos apavoramos
-Filha, pelo amor de Deus, não conta isso pra ninguem, nem para a sua avó, isso é coisa séria-Beca a olhou brava
-Então porque vocês estavam se beijando?-nos questionou e nós nos entreolhamos
-Você viu errado Le, então não fica falando o que não sabe-disse Rebeca claramente nervosa com a situação
-Ta bom, vou fingir que não sei de nada-Letícia riu-mas vocês vão ter que comprar um presente pra mim-disse pensativa-ou melhor, me levar para comprar o que eu quiser-nos olhou sapeca
-Que coisa feia, agindo com interesse e ameaçando os próprios pais, não te ensinei isso mocinha-Beca a olhou surpresa
-Não custa nada agradarmos a nossa filhota-disse a puxando para se sentar em meu colo-o que você quiser o papai te da
-Por isso te amo papai-disse Letícia toda feliz e Rebeca revirou os olhos
-Eu mereço-Beca reclamou-mas se te fazer feliz, então vamos nos arrumar para ir onde a senhorita quiser, satisfeita?
-Sim-disse Letícia dando um pulo do meu colo toda animada-mamãe me ajuda a me arrumar-saiu puxando a mãe para o quarto, e ri da cara de Rebeca, que sussurrou pra mim "você me paga"

Esperei as duas se arrumarem, e fomos para o shopping, onde a Letícia estava afim de nos levar a falência, em troca de um segredo que só a Rebeca quer que ela não espalhe, mas estava sendo divertido tudo isso, pois nos proporcionou passarmos um momento único, juntos com a nossa filha. Andamos por várias lojas, brincamos nos brinquedos, nos jogos, e claro que fomos comer onde a Letícia tinha vontade, voltando já jantados para o apartamento que elas moram, e com a bateria totalmente esgotada por tentar acompanhar o pique da nossa filha, que não desliga nenhum segundo.

-Que bom que chegaram, o jantar está pronto-disse dona Vera assim que chegamos
-Eu tô com dor de barriga vovó, comi muita coisa no shopping-disse Letícia indo toda dengosa para o colo da avó que nos olhou brava
-Mãe, não me olha assim, que a culpa é toda dela, por ser gulosa, e do Luan por fazer as vontades dela-Rebeca me apontou
-Quer que a vovó faça um cházinho meu amor?-dona Vera a perguntou
-Chá é ruim-Letícia fez careta
-Mas o chá te ajuda a melhorar Le, minha Xum sempre faz quando eu não tô bem-a expliquei e ela riu
-A vó Xum tem uma horta cheia de planta, então deve ter chá de todo tipo-disse Letícia
-Pior que sim, tem uns até importados, que eu trouxe sementes para plantar, quando viajei para outros países
-Não sou sua vó Xum, que coleciona plantas, mas aqui tem hortelã, que eu sei que você gosta-disse dona Vera
-Mãe, vai lá fazer o chá pra ela, que vou ajudar essa folgada a levar as coisas que ela comprou para o quarto dela-disse Rebeca
-Essa menina é muito mimada-disse dona Vera rindo e indo para a cozinha
-Luan, vem ajudar também, afinal você quem quis comprar tudo isso pra ela-Rebeca me chamava para ajudar a carregar as sacolas

Deixamos mais ou menos organizadas as coisas no quarto da Letícia, que realmente estava reclamando de dor de barriga, então Beca a colocou para tomar banho, e para deixar as duas tranquilas voltei para a sala e fiquei mexendo no celular, e alisando a barriga de Bruno com o meu pé, pois ele estava deitado de barriga para cima me pedindo carinho. Vi que a minha filha tomou banho, e veio toda dengosa me pedir colo, enquanto tomava o chá que a avó dela fez para melhorar a dor na barriga.

-Logo passa a dor de barriga, agora fica quietinha, que daqui a pouco passa-a fiz carinho e beijei seu rosto a colocando confortável em meu colo
-Arrumei o quarto de hóspedes pra você Luan-disse dona Vera
-Obrigado, não precisava dona Vera, eu iria me instalar em algum hotel-disse para ser educado
-Até parece, veio de mala e tudo pra cá-Rebeca riu me olhando-mas é melhor ficar por aqui, já que a Letícia não vai querer ficar longe de você
-Nem eu longe dela, ta dodoizinha tadinha-a dei um beijo na testa, e ela estava quase dormindo aconchegada no meu colo
-Melhor colocar ela na cama, você vai ficar cheio de dor com esse tamanho de criança no seu colo, ainda mais se ela dormir, ai que vai pesar-disse Rebeca
-Quer ir para sua caminha Le?-a perguntei, e ela já estava sonolenta, mas assentiu

Mesmo já estando grande, e pesada para ser carregada no colo, levei a Letícia para o quarto dela, e me deitei junto com ela em sua cama, a abracei e ela se aconchegou em meus braços quase me derrubando da cama, quando escutei uma risada, e vi que era Rebeca nos observando.

-Vim dar um beijo de boa noite na minha princesa-disse Beca se sentando na beirada da cama e beijando a testa da nossa filha-boa noite meu amor
-O principe não ganha beijo?-perguntei rindo e ela me mostrou o dedo do meio
-Idiota-revirou os olhos e saiu do quarto
-Na verdade é o principe que beija a princesa-disse Letícia rindo
-Você gosta muito de filmes assim, ta sabendo demais
-Sim, é sempre o principe que beija a princesa, igual você beijando a minha mãe-sussurrou como se fosse um segredo, e nós dois rimos
-Pensei que estava com sono
-Mas eu tô-ela bocejou
-Então é hora de dormir, porque amanhã a senhorita volta a rotina normal
-Que chato-fez bico me olhando-você vai embora papai?
-Preciso voltar para São Paulo, ver minha família, mas logo volto para te visitar, e fica tranquila que amanhã ainda vou estar aqui para tomar café da manhã com você
-Eu não posso ir junto? tô com saudades de todos eles
-Se sua mãe concordar, te busco no final de semana, pode ser?
-Pode-sorriu animada-obrigada papai
-Depois você me agradece, agora chega de papo furado, e dorme para a dor de barriga passar
-Já está passando
-Que bom, agora vem aqui pertinho do papai, que vou cantar para você dormir-sorri a abraçando mais uma vez

Fiquei cantando algumas músicas aleatórias que me vinham na cabeça, até ver que a Letícia pegou no sono, a dei um beijo leve na testa, a cobri, e saí de fininho do seu quarto, com o meu coração transbordando de amor, pois era muito raro esse momento, e essa chance de colocar a minha filha para dormir. Ouvi a TV da sala ligada, e vi Rebeca deitada no sofá com o cachorro do lado, assistindo uma série policial, me aproximei dela e deitei ao seu lado no sofá, a vendo me encarar.

-A Letícia dormiu?
-Sim, igual um anjo-sorri falando da nossa filha
-Que bom, porque vou indo também, e você devia fazer o mesmo-disse desligando a TV e descendo do sofá
-Nossa, nem posso ficar assistindo TV?-perguntei
-O controle ta aí Luan, fica á vontade-deu de ombros e seguiu para o seu quarto

Respirei fundo, olhando para o teto, e depois de um tempo criei coragem para finalmente me levantar, e ir tomar um banho para dormir, já que não me resta nenhuma outra opção. Tomei banho, coloquei uma bermuda e uma camisa, calcei meus chinelos e fui procurar algo para comer pois senti fome, fucei nos armários e na geladeira para montar um lanche, e após comer voltei para o quarto que estou hospedado, mas estava me sentindo entediado, até que ouvi um barulho vindo do quarto da Rebeca, então obviamente fui lá ver o que era, movido pela minha curiosidade, e percebi que ela estava assistindo TV em seu quarto, com certeza não ficou na sala para me evitar, e mesmo que eu quisesse ser alguem racional, nesse momento me guiei pelos meus instinstos e entrei no quarto dela, a fazendo me olhar de cara feia.

-O que quer aqui Luan?
-Te fazer companhia-sorri como quem não quer nada-tô entediado Beca, posso assistir TV com você? prometo me comportar
-Se ficar no seu canto, e depois for dormir no seu quarto, por mim está tudo bem

Ela estava vendo a mesma série, que agora parecia ter um teor mais pesado, com cenas de violência, sexo, e aquilo estava me deixando maluco, vendo ela tão perto, e assistindo toda aquela cena quente rolando na tela, que eu estava quase explodindo de vontade dela, o que já era bem notável na minha ereção, que eu fiz questão de tirar o cobertor de cima de mim para ela notar.

-Nossa, ta calor aqui-disse erguendo de leve minha camisa para me abanar, o que fez ela me olhar, e com certeza perceber a minha ereção
-Luan, se quiser usar o banheiro, é só ir ali-riu apontando o seu banheiro
-Queria algo melhor, mas se não me restar outra opção, vou ter que ir no banheiro mesmo-a olhei safado, e fiz questão de coçar em cima da minha ereção para ela olhar
-Quer uma ajudinha?-riu apontando minha ereção e sorri
-Adoraria sua ajuda-disse safado
-Só tomar um banho gelado que passa, vai ajudar rapidinho
-Beca, não se faz de desentedida, você sabe o que eu tô falando
-E você sabe que eu já deixei bem claro, que não vai rolar nada entre a gente Luan, se está com o pau duro, vai tomar um banho gelado, se aliviar com a mão, ou sei lá, mas não fica aqui pensando que eu vou te satisfazer
-Você é muito maldosa comigo Rebeca-a olhei como um cachorro sem dono-vai mesmo resistir?-cocei mais uma vez em cima da minha ereção e ela riu
-Sério, você precisa de tratamento, se quer tanto fazer sexo, procura uma prostituta por aí, porque comigo não vai rolar nada
-Não precisa apelar, era só fazer amor comigo para apagar o nosso fogo, porque eu sei que você também quer, ou acha que não tô vendo esses bicos piscando?-mordi os lábios olhando os bicos rijos dos seios dela, por baixo do tecido fino da camisola
-Você é muito atrevido-disse se cobrindo até o pescoço e eu ri
-Agora é você quem precisa de ajuda, e eu estou disposto a ajudar-a olhei safado
-Não vou cair nas suas provocações, melhor sair daqui Luan, vamos dormir, esquecer esse papo que não vai nos levar a lugar nenhum e tchau
-Pena que eu não quero dormir agora-a olhei safado
-Para de me olhar assim-me bateu com a almofada
-Se te incomoda tanto a minha presença, as minhas investidas, e as minhas provocações, porque ainda não me expulsou do seu quarto?
-Porque eu sou educada, e queria ver até onde vai a sua cara de pau-ela respirou fundo-agora estou falando sério Luan, saí do meu quarto
-Quer mesmo que eu saía?-a olhei nos olhos e ela estava quase cedendo, eu sentia isso
-Com certeza, é melhor você sair daqui logo
-Se quer tanto me evitar, é porque tem vontade de mim-sorri safado-Beca, vamos parar de se enganar, estamos tão perto um do outro, sem nenhum impedimento, o que custa ceder e me amar?
-Custa a minha dignidade Luan, a minha fidelidade a alguém que eu amo e que me ama-disse abraçando a aliança de noivado-não quero cometer o mesmo erro de novo, de destruir um relacionamento certo, um futuro casamento, por causa de você, dessa vez eu estou decidida, não vamos mais fazer isso Luan, chega desse tipo de intimidade entre nós
-Então não merecemos nem uma última vez?
-Luan, nós já tivemos tantas últimas vezes, que é melhor parar por aqui
-Mas eu ainda estou te pedindo Beca, me da uma última chance?-a olhei com sinceridade e ela suspirou pensativa
-Sua última chance já acabou faz tempo, e não adianta insistir, o que você vai ter de mim é só amizade, ficou claro para você agora?-me olhou nos olhos, e pela primeira vez vi que ela teve coragem em me falar algo, que com certeza estava doendo muito nela
-Mais claro impossível-assenti respirando fundo e me levantei da cama dela-só espero que você seja feliz
-Te desejo o mesmo

Saí do quarto dela sem olhar para trás, e meu coração estava dilacerado, eu estava com tanta esperança de conseguir fazer ela desistir desse tal noivado, desse cara e desse casamento, que agora percebi que eu realmente a perdi, e já não tem mais nada que eu possa fazer, a não ser me conformar. Passei aquela noite em claro, fumando, compondo, e chorando, mas no dia seguinte tentei fingir que estava bem, afinal minha filha não merecia ver minha tristeza, muito menos a Rebeca, e depois de tomar um café da manhã bem gostoso na companhia delas e da dona Vera, peguei um uber para o aeroporto, pois eu voltaria para São Paulo, e agora eu precisava pensar no que iria fazer da minha vida, já que com certeza a Beca não faria mais parte dela.

[...]

Três meses se passaram, e eu segui com a minha vida, me desculpei com a Thifany, pois ela era alguém que me fazia feliz, então iria continuar com ela ao meu lado, com a minha família, amigos e fãs, assim como sempre segui, só vendo minha carreira crescer, músicas novas sendo sucesso, e todos que eu amo me admirando e tendo orgulho das minhas conquistas. Estava chegando em casa após mais uma semana de shows, doido para abraçar minha família, quando vejo em cima do móvel da sala um convite bonito, com letras douradas, um laço branco, e claro que me bateu a curiosidade para ver o que era, quando peguei o convite, meu mundo veio ao chão, pois nele estava a data do casamento, e o nome dos noivos "Rebeca Sanches e Leonardo Reis", foi quando na hora me lembrei de uma música antiga, mas que já regravei e sempre canto em meus shows, o que me fez ascender uma esperança de que ela deixou um bilhete ali para mim, mas me frustrei, em ver que em nenhum pedacinho daquele convite havia uma parte dizendo que ela estava se casando com ele, mas que ela ainda me amava.

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Olá amores, tudo bem com vocês? sei que ando sumida, que a história está parada, mas estou tentando dar o meu melhor para ainda continuar aqui, e dar um desfecho para essa história que vocês embarcaram comigo, então quem ainda está acompanhando comenta ai, pois é muito importante para a escritora saber quem vai acompanhar até o fim, beijos.