quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Capitulo 6 - Conhecendo a história.

-Que brincadeira é essa meu filho?-disse a que deveria ser minha mãe, se levantando do sofá
-Mãe, não é brincadeira-Luan disse sério-pode parecer loucura, mas é a verdade, a gente fez o exame de DNA para confirmar, a Marina é minha irmã
-Eu não acredito-a mulher caiu sentada no sofá e o homem ao lado dela nos olhava assustado
-Isso é alguma brincadeira Luan?-disse a moça mais nova-por favor, não brinca com essas coisas
-Não é brincadeira-disse os olhando-eu sou filha de vocês-os olhei deixando lágrimas cair-e irmã de vocês dois-segurei a mão de Luan e olhei para Bruna
-Isso é impossível-a mulher chorava me olhando-me diz que isso é ilusão Amarildo?-olhava para ele em meio aos prantos
-Eu não sei Marizete-ele também chorava e não sabia o que fazer
-Mãe, pai, Bruna, ela é da nossa família-disse Luan deixando lágrimas cair e me levando para perto deles-só acreditem em nós
-É muita coisa para podermos entender-Marizete olhou em meu rosto e chorava mais ainda-mas eu sinto algo forte aqui dentro, que me faz acreditar, que você também é parte de mim-me estendeu a mão e eu a peguei-vem me dar um abraço

Eu não pude descrever a emoção, apenas a abracei e me derramei em lágrimas, era um abraço tão confortante, que só a minha falecida mãe tinha um igual, não havia explicação para o que se passava dentro de mim, senti braços a minha volta, e algo molhar as minhas costas, meu braço e até mesmo o meu cabelo, mas eu não me importava, pois me sentia segura, me sentia completa, nos braços da minha família.

-Você é tão linda-disse Marizete, após desfazermos o abraço e olhar em meu rosto-você é mesmo real?-alisava o meu rosto
-Sim-sorri em meio ao choro e segurei a mão dela
-Isso é muito estranho-disse Amarildo se levantando e enxugando as lágrimas que caíam-depois de anos, aparecer alguém dizendo ser a nossa filha, quando o Luan esta no auge da fama, e...
-Pai, não começa colocar a minha carreira, nem o meu dinheiro nessa história, porque a Marina não veio atrás de mim pensando nisso, e agora que você tocou no assunto, vamos começar a contar a história verdadeira, o que de fato aconteceu a anos atrás? porque tem algo de errado e esse algo errado tem a ver com você, não é?
-Pi, isso é tudo verdade?-Bruna olhava perdida para ele
-É sim-a abraçou e beijou a testa dela
-Do que ele esta falando Amarildo?-Marizete o olhou sem entender
-Eu que sei agora? a culpa é minha? de onde surgiu essa garota? o que você sabe sobre nossa família? quem te disse que perdemos uma filha, para você vir cutucar a ferida?-Amarildo me questionava e eu só sabia chorar
-Pai, não culpa ela, pois ela é a que mais sofreu com toda essa história, e querem saber tudo? então tudo bem, faço questão de ler essa carta-vi que Luan estava com a carta que eu o mandei, em mãos
[...]

Depois de Luan ler toda a carta, e eu estar abraçada com Bruna e Marizete o tempo todo, Amarildo não sabia onde colocar a cara.

-Pai, diz que esse homem cruel e nojento não é você-Bruna o olhou magoada e ele apenas negava com a cabeça
-Isso é uma calunia, eu jamais faria isso
-Não faria Amarildo?-Marizete o olhou friamente-ou se esqueceu das vezes que descobri suas traições, quando o Luan e a Bruna eram pequenos?
-Isso não tem nada a ver, Marizete...
-Não quero mais saber de você-ela o olhava com desprezo-por culpa sua, eu perdi a minha filha por anos, e agora entendo porque você disse que ela morreu no parto, sendo que eu estava desacordada, sedada e você viu tudo, queria encobrir seus erros esses anos todos?
-Marizete, você não esta pensando direito, eu nunca...
-Pai, melhor sair daqui-disse Luan o olhando firme e mesmo inconformado, Amarildo saiu da sala
-Me perdoa minha filha-Marizete chorava-me perdoa...
-Você não teve culpa de nada, fizeram mal a todos nós-deixei lágrimas cair
-Mas eu devia ter sido mais forte, segurado por mais tempo aquela gravidez, na época era tão precária a nossa situação, que eu acreditei que você morreu no parto e só o Luan sobreviveu, foi uma gestação complicada, e eu fiquei arrasada demais-disse chorando-ver suas roupinhas, o seu cantinho, tudo preparado para vocês dois, e no final trazer apenas um bebê, foi muito sofrido pra mim, passei os três primeiros anos com depressão, mas tentando aguentar para cuidar do meu filho-disse olhando terna para Luan-quando finalmente engravidei outra vez, de uma menina, meu mundo ganhou mais cor, já era grata a Deus por ter me dado o Luan, e a Bruna veio para completar a minha felicidade, só que eu nunca entendia o porque eu perdi aquele bebê, eu devia ter sido mais forte, e pedido para ver o corpo da criança, que os médicos me disseram que estava morta, sendo que nunca existiu esse corpo, pois ela sempre esteve viva, mas foi tirada de mim-ela chorava muito-então me perdoa, por ter sido fraca
-Você não foi fraca, foi a mais forte de todas-sorri enxugando suas lágrimas-graças a você hoje eu estou aqui, Deus é justo, e fez com que o destino me trouxesse de volta para os seus braços, que era o lugar que eu nunca deveria ter saído
-Nunca mesmo-ela me abraçou forte
-Então, ela é mesmo minha irmã?-Bruna questionou a mãe, que assentiu
-Sim-sorriu me olhando, em meio as lágrimas
-Então, bem vinda a família-disse Bruna me dando um caloroso abraço
-Vocês três, são as mulheres da minha vida-Luan sorriu vindo nos abraçar
-E vocês três, são os meus presentes de Deus-disse Marizete nos olhando
-Só não entendo porque nunca contou pra gente, sobre termos perdido uma irmã-disse Bruna a olhando
-Era algo muito doloroso pra mim, que eu sempre tentei esquecer, então foi melhor nunca contar isso a vocês
-Tudo bem, devo imaginar o quanto foi difícil-disse Bruna compreensiva, abraçando a mãe
-Mas que tal parar de chorar e lamentar? vem conhecer a casa Mari-disse Luan tentando animar o clima
-Faço questão de te acompanhar em tudo-disse Marizete se levantando do sofá e me puxando para si-agora que te tenho de volta, não quero mais me desgrudar de você
-Então vamos todo mundo, fazer um tour pela casa-disse Bruna-porque eu também quero aproveitar a minha irmã, é tão bom saber que agora eu tenho alguém que me entende

Eu me senti muito bem e feliz com os três, que me mostraram cada cantinho da casa, também conheci as empregadas, e Puff, que era um cachorro não tão receptivo como Bruno, mas no colo da minha irmã, ele me deixou alisar um pouco os seus pelos que pareciam de um urso de pelúcia. A casa era enorme, tinha área da piscina, do churrasco, um jardim que minha mãe Marizete ama cultivar plantas, e claro que um cantinho de música do Luan, onde ele compõe, toca e se inspira.

-Nossa, essa casa é enorme, parece a dos pais da Beca
-Quem é Beca?-perguntou Marizete
-Minha melhor amiga, moramos juntas em um apartamento no Rio de Janeiro
-Mas se os pais dela tem uma casa enorme como você disse, porque ela não mora com eles?-perguntou Bruna curiosa
-É que minha amiga nunca gostou de depender deles, sempre foi muito mimada, e cansou de viver assim, decidiu fazer faculdade, trabalhar, e se sustentar sozinha, e como ela não queria morar sozinha, acabei indo junto com ela, pois minha mãe era empregada na casa dos pais dela, e graças a isso também tive algumas oportunidades na vida
-E falando nessa sua mãe que te criou, ela quem te contou tudo?-indagou Marizete
-Na verdade ela faleceu-disse triste-e mesmo que tenha sido errado o que ela fez, ela foi a minha mãe, cuidou de mim, me criou, me deu amor e no seu leito de morte ela me falou sobre a carta, então só depois que ela faleceu que eu descobri a verdade, em partes na carta, e o resto eu pesquisei e fui atrás sozinha, até que encontrei o Luan-olhei para o meu irmão que sorriu-e hoje estamos todos reunidos aqui
-Tem muita história para contar Xum-disse Luan abraçando a mãe-mas alivia esse coração, porque agora a Mari nunca mais vai se separar da gente
-É o que eu espero-disse Marizete me olhando emocionada

Ficamos conversando durante um bom tempo, e claro que elas queriam saber tudo sobre a minha vida, o que eu fazia, quem eram minhas amizades, se eu tinha namorado, e até mesmo algumas perguntas indiscretas da parte de Bruna, que me deixaram sem jeito na frente do Luan, mas eu entendia que era uma grande surpresa para elas, depois de 26 anos descobrir que eu existo, e que sou parte da família. Almocei com eles em um clima agradável, e até então Amarildo não havia aparecido outra vez, em partes me sentia culpada, e triste por mal conhece-lo e já criar esse clima com todos os outros.

-Mais tarde vem algumas pessoas aqui em casa, que eu quero que você conheça-disse Luan enquanto digitava algo no celular
-Agora aguenta Mari, você não tem ideia de onde foi se meter-disse Bruna rindo
-É tanta gente da família espalhada por aí, precisamos marcar de se reunir para apresentar a Marina-disse Marizete
-Calma gente, vamos fazer uma coisa de cada vez-sorri meio perdida-quero conhecer vocês primeiro, e aos poucos conhecer o resto da família, se para vocês já foi um susto, imagina para as outras pessoas
-Nisso concordo com você-Marizete suspirou-mas não vejo a hora de gritar para o mundo que você é minha filha
-Agora perdi o lugar de filha preferida-disse Bruna
-De segundo plano, passou para terceiro-disse Luan rindo, a implicando
-E você de primeiro passou para segundo, ex-queridinho da mamãe-disse Bruna implicando com ele
-Assim vocês vão assusta-la, Mari querida, eu sei que vai ser um pouco complicado se adaptar a nossa vida, aqui somos humildes, graças a Deus nada nos falta, a vida é um pouco corrida, principalmente a do Luan, mas nos amamos muito e esses dois sempre se implicam quando estão perto-disse Marizete apontando para Bruna e Luan
-Deu para perceber-ri olhando os meus irmãos
-Filho, vai ver se seu pai está bem-disse Marizete olhando para Luan, e ele apenas assentiu saindo dali
-Eu acho que ele não aceitou bem a ideia, que eu seja filha de vocês-olhei receosa para Marizete
-Ele é difícil mesmo-ela suspirou-mas se como você e o Luan afirmaram que já fizeram teste de DNA, não tem o que ele debater
-Meu maior medo era esse, causar essa divisão entre vocês, gerar conflitos, eu não queria isso, só queria conhecer de onde eu vim, saber qual a minha história
-Ninguem aqui vai julgar você Mari-disse Bruna-mas o meu pai é complicado mesmo, ele sempre foi assim, sistemático, não demonstra muito os sentimentos e é cabeça dura
-E não importa o que o Amarildo pense, eu sei que você é a minha filha-disse Marizete me abraçando

Fiquei mais um pouco conversando com as duas, quando Luan apareceu juntamente com Amarildo, ele estava com uma cara péssima, e senti receio em falar ou me aproximar dele.

-Pai, todos estamos esperando uma resposta sua, ninguém vai te julgar, só seja honesto com a gente, somos sua família, é hora de dizer a verdade-disse Luan o olhando firme
-É muita coisa para assimilar-disse Amarildo respirando fundo-mas ao contrário do que vocês pensam, eu não tinha nenhuma amante quando a sua mãe estava grávida, eu sabia do risco da gestação, e de como foi sofrido para nós dois cada noite sem dormir, com medo de que algo acontecesse com os três-ele deixou lágrimas cair-mas eu me sinto culpado, por saber quem era esse homem, ele trabalhava comigo no banco, e foi muita coincidência a gestação das nossas respectivas mulheres serem de gêmeos, eu sabia que ele mantinha um caso fora do casamento, mas não sabia dessa parte da história-suspirou entristecido-e foi uma infeliz situação que nos levou aquele dia ao hospital, onde teve que acontecer o parto ás pressas, eu estava desesperado, só queria ver a minha mulher e os meus filhos bem, entrei com a Marizete na sala de parto, mesmo com ela sedada pela anestesia, eu queria estar ali para ver os meus filhos virem ao mundo-ele deixou lágrimas cair-e depois de algumas horas, eu pude ouvir o primeiro chorinho, e anunciarem que era um menino-olhou para Luan emocionado-cerca de três minutos se passaram, e ouvi outro choro, era a nossa menina-olhou para Marizete, que chorava junto com ele-eu não sabia o que fazer no momento, e depois de olhar os dois nascerem, senti minha pressão cair, então tive que sair da sala de parto, para ser medicado, e foi por esse motivo que não vi o que aconteceu com os nossos filhos depois que nasceram-ele chorava arrependido, e todos naquela sala também não conseguia segurar as lágrimas-somente minutos depois, que eu percebi um burburinho nos corredores, um dos médicos veio conversar comigo, e ele disse que minha pequena menina não havia resistido-abaixou a cabeça negando-eu fui fraco, e não sabia o que falar para Marizete quando ela acordasse, eu devia ter tentado descobrir a fundo essa história, mas estava tão arrasado, que acatei aquilo como verdade, e apenas vi um bebê enrolado em um lençol já sem vida, que eles apontaram como minha filha, não quis olhar como era, não quis me despedir, estava apenas preocupado com o meu filho que estava vivo, e a minha mulher que não sabia do fato triste, que iria nos atormentar pelo resto de nossas vidas

Após ele contar tudo isso, apenas se ouvia o choro de cada um ali presente, e o silêncio era o suficiente para todos compartilharmos do mesmo sentimento.

-Essa história é muito dolorosa, e prefiro que pare por aí-disse Marizete em meio as lágrimas
-Me perdoem por esconder isso de vocês, a tanto tempo-disse Amarildo olhando para Bruna e Luan-mas é que falar sobre isso, iria doer muito na sua mãe, e foi melhor guardarmos esse sofrimento apenas para nós dois
-Agora sou capaz de entender algumas coisas-disse Luan enxugando as lágrimas que caiam de seu rosto-ás vezes eu sentia minha mãe muito triste em meus aniversários, e ela mal tinha fotos da época que estava grávida de mim, também notava algumas situações e atitudes de vocês que me deixavam com a sensação que vocês escondiam algo, mas eu perdoo vocês, porque devo imaginar que não foi fácil o que sofreram quando eu nasci
-Você nunca teve culpa meu filho-disse Marizete alisando o rosto dele-me perdoa por ter feito você pensar assim
-Acho que eu preciso de um tempo para pensar-disse Bruna enxugando suas lágrimas e se levantando-é muita informação, para digerir de uma vez-saiu da sala, e deve ter ido para o seu quarto
-Eu também queria um tempo para pensar-disse os olhando-Luan, será que tem algum hotel, algum...
-Imagina Mari, essa casa agora é sua também, vem comigo, vou te levar em um dos quartos de hospedes, e lá você descansa-disse Luan me puxando pela mão, e me levando até um dos quartos no andar de cima
-Obrigada-o agradeci ainda chorosa e ele me abraçou
-Fica bem-beijou minha testa-e fica á vontade

Assenti para ele, e fechei a porta do quarto já deixando lágrimas cair, me deitei naquela cama enorme, e tentava entender o sentido da minha vida, era mentira atrás de mentira, e eu não sabia ao certo quem eu era de verdade, qual era o meu lugar no mundo, não sabia se aquela história do Amarildo era verdadeira, ainda tinha tantos questionamentos e porquês que eu jamais iria entender, só fechei os olhos, e pedi para Deus cuidar de mim, e me guiar com sabedoria em meio a toda essa história envolvendo a minha vida. Nem sei por quanto tempo fiquei naquele quarto, chorei, orei, lamentei, e também me odiei, eram tantos sentimentos e emoções que borbulhavam dentro de mim, que acabei dormindo.

-Mari, Mari...-ouvia ao longe alguém me chamar, e podia sentir um gostoso carinho em meus cabelos-Mari...
-Oi-disse abrindo os olhos com dificuldade, os sentindo pesados, devido ter chorado muito e vi que era Luan
-Você ficou aqui um tempão, vim ver se está tudo bem
-Acho que sim-suspirei o olhando e ele também suspirou
-É muita coisa para entender-disse me fazendo carinho-mas vai tomar um banho, alegrar esse rosto, porque alguns amigos meus e familiares estão vindo
-Sério que ainda vai ter aquele churrasco que você falou?-o olhei entediada, pois eu realmente não queria ver mais ninguém hoje, seriam mais pessoas para me julgar, questionar e duvidar de quem eu sou
-Eu sei que não devia ter marcado, porque meus pais também estão mal, a Bruna trancada no quarto, cada um em um canto, e eu marquei esse churrasco, então ficaria feio desfazer em cima da hora
-Você sempre tentando ser positivo, e vendo o lado bom das coisas, por isso marcou esse churrasco, achando que tudo seria lindo
-Em partes-riu de canto-mas vai se arrumar, que eu vou ver se animo o resto do povo dessa casa
-Antes de você sair, queria te dizer obrigada-o olhei sincera-por ter confiado em mim desde o início e não me julgar, achando que fui atrás de você por interesse
-Imagina-ele sorriu-você só me trás coisa boa Mari, e de certa forma eu sinto que somos ligados, mesmo que tenhamos passados anos sem saber um da existência do outro, a nossa ligação foi criada no ventre da nossa mãe, e por isso eu afirmo a você, que a partir de agora, você nunca mais vai estar sozinha
-Obrigada mesmo, por ser o melhor irmão que eu poderia ter-sorri em meio as lágrimas o dando um abraço
-Agora vai se arrumar Mari, mas não muito, porque não quero ninguém de olho na minha irmã
-Que menino bobo-ri dele

Luan saiu do quarto, e só por ter tido esse pequeno momento com ele, eu senti minhas forças serem recarregadas, era inexplicável essa nossa ligação, e como ele mesmo disse, foi traçada desde o ventre da nossa mãe.
[...]

Alguns meses se passaram, e tanta coisa aconteceu, desde o dia que eu fui na casa de Luan, conhecer a nossa família, a minha vida deu um giro total, foi demorado e complicado explicar para as pessoas mais próximas toda a história, para alguns com mais e para outros com menos detalhes, mas depois de tanta confusão, eu já era conhecida digamos que mundialmente, como a irmã do Luan Santana.


*Rebeca on.

Depois de toda polêmica envolvendo a vida da minha amiga, que mais parecia uma novela mexicana, com mistura de senhora do destino, com direto a Nazaré Tedesco, a minha vida e a minha rotina também não foram mais as mesmas. 
Primeiramente, a nova família de Marina logo quis conhecer onde nós duas morávamos, conhecer tudo sobre mim, e de quebra os meus pais, que não eram nenhum pouco discretos, e amaram receber a família do Luan Santana, que agora era da Mari, fizeram questão de contar o quanto ela era querida por eles, que era como uma filha, que ajudaram nos estudos, e toda aquela baboseira entediante de família rica que se preocupa com a filha da empregada, e tratam como se fosse deles. Em meio a toda essa bagunça, meu namoro com Fábio ficou estremecido, pois ele não gostava de Luan, devido o que aconteceu comigo no passado, e nem eu gostava de o tempo todo conviver com aquele cantor que se acha legal, simpático e não é nem um pouco modesto. Eu já estava a ponto de colocar Marina para ir morar com a sua nova família perfeita, pois não aguentava mais toda semana o cantor entrando e saindo da nossa casa como se fosse dele, ainda mais agora que ele tem um programa fixo na TV, e que grava toda semana no Rio de Janeiro.

-Mari, você já falou com o Luan sobre ele ficar vindo dormir aqui? porque a conta da energia e da água aumentou, devido os banhos demorados dele, e ele deixar o ar condicionado ligado mesmo quando não está no quarto de visitas, tudo bem que ele é seu irmão, mas isso ta ficando chato, porque está tirando minha liberdade com o meu namorado e aumentando os nossos gastos-dizia a Mari em pleno café da manhã, após analisar as contas, desde quando Luan começou a vir mais vezes para o nosso apartamento

-Ele vai pagar Beca, o Luan só fica aqui porque quer estar perto de mim, e nem é sempre que ele vem dormir aqui, quando a Jaque esta junto, ele fica no hotel e vem apenas visitar
-Ainda bem que fica no hotel com ela né, porque seria o cúmulo seu irmão ficar se instalando aqui e ainda trazendo a namorada, ai já íamos poder cobrar a diária como motel
-Nossa Rebeca, como você ta ficando chata-disse Mari se levantando após comer sua torrada-eu sei que você nunca gostou do Luan, mas pelo menos disfarça, ele sequer se lembra que um dia dormiu com você, supera isso logo, você tem o Fábio, tem seus pais, seu cachorro, e eu tenho ninguém, agora que eu tenho o Luan que quer estar sempre perto de mim, você fica com essa implicância boba, por uma coisa que aconteceu a tanto tempo
-Agora é implicância boba Marina? então se não está feliz, é simples, se muda daqui, e aluga um apartamento para você e seu irmão, ou melhor, vai para São Paulo morar com ele e a sua família, e me deixa em paz
-Ótimo Rebeca, eu sinceramente já estava pensando nessa possibilidade, porque ultimamente conviver com você está sendo impossível
-Ótimo Marina, problema resolvido, mas enquanto você não acha um apartamento, eu vou ficar na casa do Fábio, e o Bruno vai comigo-disse pegando meu cachorro no colo, que estava em baixo da mesa brincando com um mordedor e nos olhava sem entender
-Melhor ainda, que não vai ter ninguém para bagunçar o apartamento

Preferi virar as costas e não falar mais nada, peguei uma mala e coloquei algumas coisas, eu precisava me afastar um pouco dela se não iria surtar, já tinha noção que Luan chegaria daqui alguns dias, então para evitar explodir na frente do querido irmãozinho de Marina, a melhor coisa a se fazer era sair dali. Fui para a casa do meu namorado sem nem me despedir de Marina, resolvi não avisar nada para Fábio e ele não entendeu nada quando cheguei com uma mala, e o meu cachorro no colo.


-Nós viemos ficar alguns dias aqui, tudo bem para você?-o perguntei enquanto colocava minhas coisas no quarto dele, e Bruno já brincava em cima da cama

-Claro que sim amor-sorriu me olhando
-Seus pais vão entender né? e fica tranquilo que eu sei cuidar das coisas do meu cachorro
-Eles amam você, e amam cachorros, você pode ficar o tempo que quiser com a gente amor
-Obrigada vida-sorri selando os lábios dele-desculpa pelas discussões bobas, e se ando estressada
-Eu também tenho que pedir desculpas, sei que você não está confortável com o que vem acontecendo-me olhou nos olhos e eu sabia que ele se referia a Luan
-Por isso resolvi vim ficar com você-me sentei no colo dele-assim eu fico mais tranquila-selei os lábios dele-calminha-dei outro selinho-sem estresse-dei mais um selinho
-E eu gosto da minha namorada carinhosa, desse jeitinho-alisou meu rosto e me puxou para um beijo

Eu realmente precisava relaxar, e tirar todo o estresse acumulado, fomos prolongando o beijo, e eu o empurrei para deitarmos na cama, ficando por cima dele, o clima estava esquentando, quando sinto lambidas nas minhas costas, seguidas de latidos em meu ouvido, me fazendo rir e parar de beijar o meu namorado na hora.


-Filho, isso não é hora de querer atenção-ria olhando para o meu cachorro que me mostrava seu brinquedo

-Poxa Bruno, porque quer brincar agora?-disse Fábio o olhando frustrado
-Tadinho, ele não tem culpa
-Mas agora estragou o clima-disse Fábio revirando os olhos, me fazendo rir
-Amor, ele é como uma criança, acha que quando tivermos filho vai ser como?
-Isso vai demorar né?
-Por mim vai sim, fica tranquilo-ri da cara que ele fez
-Mas falando em tempo, filhos, eu estou me segurando para não te contar uma coisa, mas não vai ter jeito-disse Fábio me olhando todo feliz, e nos sentamos na cama-você sabe o quanto eu me dedico na construtora do seu pai, e o quanto fiquei feliz com o aumento que venho recebendo, mas já faz alguns dias que recebi uma proposta, que é quase certa, e eu estava esperando confirmação para te contar, mas como você já está aqui, e eu não consigo esconder nada de você, acho que já posso contar-disse todo feliz
-Nossa, pela sua cara deve ser algo muito bom-o olhei animada
-Você sabe que seu pai fecha parceria com várias empresas no Brasil, e até mesmo em outros países, e dessa vez, ele está negociando um grande empreendimento em Portugal, é algo muito grande mesmo amor, estrondoso, e vai precisar dos melhores engenheiros, por isso, seu pai me adiantou, que um dos que ele quer colocar para pegar esse empreendimento sou eu, e de quebra, se você topar, você entra com a parte da arquitetura na empresa associada a construtora, o que acha?-disse empolgado e eu ainda não compreendia muito o que ele estava dizendo
-Como assim amor, Portugal? empreendimento? incluir eu e você? isso é obra do meu pai, eu tenho certeza, mas isso é certo mesmo?
-Beca, eu sei que estou te passando tudo meio por cima, mas se tudo ficar certo, eu queria saber desde já, se você toparia ir para Portugal comigo, seria um salto enorme na nossa vida profissional amor
-Espera ai, deixa eu entender Fábio, você está sugerindo que a gente vá morar em Portugal?
-Sim, só enquanto durar a construção, o seu pai já tem alguns apartamentos á vista para a gente morar e...
-Fábio-o olhei respirando fundo-eu sei que o meu pai encheu a sua cabeça com isso, te ofereceu coisas muito tentadoras, e com certeza me incluiu no pacote para ir morar com você, fazermos nossa vida por lá, enfim, pois eu conheço o senhor Sérgio-suspirei-e mesmo eu não querendo nada vindo dele, de mão beijada, se for para dar certo, eu aceito ir com você para Portugal-disse o olhando sincera e ele sorriu sem acreditar
-Sério? eu jurava que você iria arranjar mil argumentos contra, iria dizer que já tem o seu próprio apartamento e...
-Eu cansei daqui Fábio, e mesmo sabendo que estou indo para fazer o gosto do meu pai de me ver morando com você, e quem sabe os dando netos em breve, nos sonhos deles, eu aceito entrar de cabeça nesse projeto com você, porque eu amo arquitetura, e sei o quanto vai ser enriquecedor para a minha vida profissional, sem contar que vou ficar longe da superproteção dos meus pais e vou estar com a melhor companhia do mundo, que é você
-Você me faz o homem mais feliz do mundo, sabia?-ele disse sorrindo-amo ver a Beca madura, cabeça feita, e com o olhar no futuro, e claro que pensando em nós, por isso eu amo você
-Tambem amo você-sorri o dando um beijo

Parecia loucura essa proposta, e mais loucura ainda aceitar, mas eu precisava viver algo novo, me proporcionar novos ares, novos horizontes, e mesmo vendo manipulação total do meu pai nessa história, pela primeira vez eu estava feliz, e certa de que isso era o melhor a se fazer.


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Olá amores, quanta coisa aconteceu, alguns eventos e cenas passaram rápido, mas é porque o melhor ainda está por vir, e essa mudança será que vai ocorrer? será que vai ser boa? aguardem. Comenta ai quem esta gostando, acompanhando, e deixem sugestões, opiniões, pois essa história quem faz também é vocês, beijos.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Capítulo 5 - Nova Família.

*Marina on.

Ao ouvir o resultado, eu não sabia como reagir, ainda apertava forte a mão de minha amiga, mas meu único impulso foi saltar daquele sofá e correr para os braços do meu irmão.

-Eu sabia-sussurrei para Luan em meio as lágrimas, enquanto ele me abraçava
-No fundo, eu também sabia-disse emocionado olhando em meus olhos, e me dando um beijo na testa em seguida
-Parabéns Mari, encontrou sua família-disse Beca que estava logo atrás de mim, e eu a abracei apertado
-Obrigada por sempre me apoiar, mas minha família de verdade vai sempre ser você-sussurrei para minha amiga
-Agora vai aproveitar o seu irmão-Beca sorriu me olhando e enxugando as lágrimas que caiam do meu rosto-vou preparar algo para nós

Minha amiga saiu da sala, e as outras pessoas que estavam ali também nos parabenizaram, Luan sorria largo e me puxava para um abraço caloroso de segundo a segundo, como era boa essa sensação, de saber que minha vida tem sentido, que tenho uma história, que agora será descoberta e contada da maneira certa.

-Mari, agora precisamos conversar-disse Luan de uma forma mais séria, após pedir para as outras pessoas que o acompanhava nos deixarem a sós
-Sim-assenti respirando fundo-eu sei que não vai ser fácil Luan, eu não quero assustar ninguém com essa história, sei que vai ser muito louco chegar para os seus pais e dizer que você me descobriu
-Na verdade quem me descobriu foi você-ele riu de canto-eu só contei para quem eu confio essa possibilidade de ter uma irmã, tive que inventar algumas desculpas esfarrapadas para os meus pais, minha namorada, e até para alguns amigos próximos, quando percebiam que eu estava agindo estranho, porque eu não sou uma pessoa muito boa em guardar segredo, muito menos em disfarçar alguma coisa
-O que importa é que deu tudo certo, e que agora eu posso te chamar de maninho-sorri pulando no pescoço dele e ele me ergueu
-O engraçado é que tudo indica que somos gêmeos, mas eu sou quase um poste e você uma quina de um móvel-ele riu
-Que maneira discreta de dizer que sou baixinha-comecei a rir dele, e logo ouvimos latidos vindos da cozinha, e minha amiga aparecer ali com uma cara sem entender nada
-Cadê aquele povo todo?-perguntou olhando em volta
-Eu dispensei, porque precisava de um momento a sós com a minha irmãzinha-disse Luan todo fofo
-Nossa, e eu gastei todo o pó de café pensando que iriam aceitar um cafézinho
-Não seja por isso, eu tomo com vocês-disse Luan e Bruno latiu
-Entendi, você também quer o café da mamãe-ela disse olhando para o cachorro
-Que lindo-disse Luan se abaixando-oi garotão-chamou o cachorro que veio correndo todo sapeca até ele-qual o nome dele?
-Bruno-minha amiga respondeu e ele começou a rir-porque todo mundo ri do nome que eu coloquei? super normal cachorro ter nome de gente
-Claro que sim muié-ele continuou rindo-é que o nome da minha irmã é Bruna, minha outra irmã, quero dizer-me olhou e eu entendi
-Amiga relaxa, o Luan só achou graça nessa coincidência-disse a olhando e ela veio pegar Bruno no colo, que estava brincando com Luan
-Não gosto quando zoam o meu filho-disse seguindo com o cachorro para cozinha
-Eu não falei nada demais-Luan me olhou sem entender
-Ela é meio maluquinha mesmo, mas vamos lá tomar café, porque ela não gosta que façam desfeita com o que ela prepara-ri puxando meu irmão para a cozinha
-Qual o nome dela mesmo?-ele perguntou baixinho, antes de entrarmos
-Rebeca, mas todo mundo chama de Beca

Nos sentamos de frente com minha amiga que tomava sua xícara enorme de café, enquanto mexia no celular e dava pedacinhos de torrada para o cachorro, peguei duas xícaras e servi a mim e ao meu irmão.

-Quer algo para comer?-o perguntei
-Só o café esta bom, comi no meu jatinho antes de vir
-Que chique-disse Beca meio baixo mas deu para ouvir
-Chique nada muié-Luan a respondeu e ela o olhou-comi numa correria, quase derrubando tudo em cima de mim, para chegar logo aqui no Rio
-E eu nem comi nada praticamente, desde que fizemos o exame
-Bem que cê tem cara de ser ansiosa, igual eu
-Sério?-o olhei surpresa-você parece ser tão tranquilo
-Sou tranquilo nada Mari, olha isso-me mostrou seus dedos da mão e ri de ver suas unhas todas comidas-quando fico ansioso demais eu como unha, e chega até sangrar ás vezes
-Que aflição ver essas unhas
-Minha namorada também fica brava com isso-ele riu
-Vamos Bruno-disse Beca terminando de comer-acho que estamos sobrando aqui
-Para de ser boba-fui até ela e a abracei-fica aqui com a gente, e interage
-Eu realmente tenho que organizar umas coisas e resolver outras-disse mexendo no celular, e pela cara com certeza era com Fábio
-Tudo bem-a olhei e ela assentiu-depois conversamos
-Fique á vontade Luan-disse para parecer simpática e saiu da cozinha levando o seu cachorro
-Impressão minha ou a sua amiga não gosta muito de mim?-Luan a olhou sair
-É que ela também tem seus próprios problemas para resolver, então não liga pra ela

Luan ficou mais um pouco comigo, e após conversarmos muito, decidimos como iria ser o meu encontro com a nossa família, confesso que estava tensa, ansiosa, e não sabia o que esperar, mas Luan me aliviou muito, e me fez ter confiança, de que assim como com ele deu tudo certo, com a nossa família seria melhor ainda.

-Tudo bem?-perguntei a Beca, entrando em seu quarto e a vendo deitada com cara de choro, abraçada ao travesseiro, e Bruno dormindo ao seu lado
-Não sei Mari, eu acho que o Fábio me odeia
-Ele ama você, e é louco por você
-Mas ainda ta chateado comigo e não quer me responder
-Deixa ele pensar um pouco, mas tenho certeza que logo ele vai te ligar, ou aparecer aqui em casa com aquela cara de bobo, te dar vários beijinhos e ser todo meloso-sorri a olhando e ela sorriu de canto
-Acho que ficar aqui é pior-me olhou pensativa-e se eu ligar para a Nati e termos um dia entre amigas?
-Ta demorando demais para fazer isso-concordei animada

Acabei conseguindo animar a minha amiga, e depois de combinarmos de nos encontrar com a prima dela, seguimos para o shopping, o melhor lugar para se esquecer dos problemas, dar várias risadas, comer besteiras e gastar com roupas e sapatos.

-Então é sério? você é irmã do Luan Santana?-Nati comemorava nada discreta no meio da praça de alimentação
-Fala baixo Nati-a repreendia com o olhar e Beca ria
-Vai se acostumando com a vida de estrela Mari-ela estava toda empolgada-ser irmã de um artista famoso como ele, é para poucas, só para você e a Bruna Santana
-Nati, fala mais baixo, ou vou socar esse milk-shake na sua garganta-realmente estava ficando constrangida
-Desculpa-ela riu olhando em volta-mas você já conheceu ela? sua irmã também é maravilhosa, sigo ela nas redes sociais e quase pirei quando ela me seguiu de volta, acho que foi influencia daquela namorada do seu irmão
-Eu só tenho contato com o Luan por enquanto, mas já vi foto de todos, e Luan também me disse como cada um é, acho que vou me dar bem com ela-sorri imaginando
-Olhando bem, acho que ela é mais parecida com você do que com ele-disse Beca mexendo no celular, e vendo as fotos de Bruna no instagram
-Só o rosto, porque esse corpinho ta longe de ser igual o da Mari-disse Nati toda sincera e eu a taquei a tampinha do meu milk-shake
-Falou a barbie-ri a olhando
-Vocês duas estão me fazendo passar vergonha-disse Beca olhando em volta
-Sua prima que fica fazendo bullying comigo, só porque sou gordinha
-Eu também sou gordinha amore-Nati riu-mas estamos em processo fitness
-Super fitness, comendo um monte de batata frita e depois tomando sorvete-disse Beca
-Ela só fala isso, porque não engorda igual nós-disse Nati
-Graças a Deus-disse Beca erguendo as mãos para o céu

O dia passava voando quando estávamos juntas, e era muito legal andar com Natália, pois tudo ela postava, nos marcava, era parada em algumas lojas, e ela adorava fazer isso, pois era espontânea e com certeza nasceu para ser blogueira. Após nos despedirmos no shopping, Beca estava bem humorada, e acabou indo visitar seus pais, eu sempre era muito bem recebida por eles, mas ela era o centro da atenção e mesmo com os dois insistindo para jantarmos com eles, acabamos voltando para o nosso apartamento, e eu imaginei que minha amiga quis vir embora para tentar falar outra vez com Fábio, pois sei o quanto ela gosta dele, e odeia quando ficam brigados.

-Vamos pedir pizza? japa? fazer miojo?-perguntei a minha amiga após tomar banho, e a ver jogada no sofá da sala
-Não sei Mari, mas faz qualquer coisa pra você, o Fábio está vindo aqui-me olhou triste e eu a abracei
-Tudo bem, entendi o recado, qualquer coisa é só me chamar

Resolvi fazer pipoca de micro-ondas e abri uma lata de refrigerante, levei tudo para o meu quarto e fiquei escolhendo um filme ou série para assistir, quando escutei Fábio chegar, eu só torcia para que tudo ficasse bem entre os meus amigos. Passaram cerca de quarenta minutos, até que ouvi batidas na porta, e antes que eu respondesse, Beca abriu a porta com um enorme sorriso e veio entrando em meu quarto.

-Deu tudo certo, e pedimos japa para o jantar, depois vem comer com a gente
-Estava torcendo muito para ouvir essa frase-sorri olhando minha amiga, que logo saiu do quarto

[...]

Alguns dias se passaram, e tudo corria bem, porém hoje era o dia em que eu viajaria para São Paulo, e iria conhecer a família de Luan, que também era a minha família, ou seja, a minha nova família. Combinei tudo com Luan, e ele fez questão de pagar minha passagem aérea, e quando eu cheguei em São Paulo, mandou alguém de confiança ir me buscar no aeroporto, pois ele estava em sua casa e iria fazer surpresa para todos, com um churrasco em família. Eu estava tão nervosa, ansiosa, confusa, e mal prestava atenção no que o motorista amigo do meu irmão me perguntava, até quando chegamos em um condomínio enorme e minha barriga começou a gelar, parecia ter borboletas dançando em meu estomago, e ao mesmo tempo eu não sentia minhas pernas, meus braços, nenhuma parte de meu corpo, e até esqueci qual era o meu nome.

-Oi Mari, tudo bem?-Luan me recebeu na porta de sua casa, após eu descer do carro e ainda estar totalmente desnorteada
-Oi-disse olhando em volta, e mal me dando conta do abraço que eu recebia
-Ta tudo bem?-me olhou rindo e apenas assenti-você esta com uma carinha igual das minhas fãs, quando me vê no camarim-riu apertando minhas bochechas-e eu sei que esta sem fazer ideia de como vai ser a reação deles, pois eu também estou na mesma situação que você
-Só quero acabar logo com essa agonia Luan-o olhei sincera
-Eu também, então vamos entrar, porque é hora da verdade-disse me abraçando pela cintura

Entramos juntos na enorme casa, e parecia cena de filme ou de novela, ver todos os olhares em minha direção, o assunto que rolava entre todos ser encerrado, e aquele clima de suspense ser pairado no ar.

-Família, o motivo de nos reunirmos aqui hoje, é porque precisava dar uma notícia a vocês-disse Luan os olhando e eu estava paralisada no lugar-gostaria de apresentar a vocês a Marina, minha irmã gêmea e parte de nossa família
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O que vai rolar depois desse anuncio do Luan?... festa? confusão? barraco? alegria? são muitas as possibilidades, pois envolve a vida de muita gente. Espero que estejam gostando, e quem esta acompanhando comenta ai, beijos.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Capitulo 4 - Irmãos?

Pensei em alguma forma de sair do meu trabalho e ir até a escola onde Marina trabalha, e só conseguia pensar em uma pessoa para me ajudar, minha mãe.

-Carla, avisa ao senhor Torres que precisei sair mais cedo
-Mas você acabou de chegar
-Depois me resolvo com ele

Segui rumo ao elevador sem nem dar muita moral a essa secretária antipática e puxa saco, eu nunca tive problemas com o meu chefe, até porque a empresa é associada a construtora do meu pai, e eu tenho alguns privilégios devido a isso, mas não gosto de usar isso ao meu favor, somente em casos de extrema necessidade, como o de hoje. Enquanto seguia até a escola, pensava em como seria a minha conversa com minha mãe, ela é a dona da escola, e graças a ela, Marina se formou em pedagogia e conseguiu trabalhar ali, porém minha amiga nunca teve nenhum privilégio, mesmo morando comigo e sendo como uma irmã pra mim, para a minha mãe ela é apenas a filha da empregada, que ela ajudou a criar e sustentar, no fundo eu sei que ela ajudou por bondade, mas ás vezes penso que ela só fez para me agradar, pois desde quando Marina chegou naquela casa, eu tive uma amiga, uma irmã, que ela nunca pode me dar.

-Bom dia, minha mãe está?-perguntei a uma das funcionárias da escola que encontrei na entrada do estacionamento
-Bom dia, ela está em reunião com a diretora-me respondeu a funcionária toda simpática
-Tudo bem, tenho algo rápido para falar com ela

Eu conhecia muito bem aquela escola, e todos os funcionários também me conheciam, era muito bem recebida por todos, e mesmo sem anunciar nada, fui entrando na sala da diretora, onde ela e minha mãe tomavam um café, enquanto conversavam em frente seus notebooks.

-Bom dia-disse assim que entrei
-Bom dia minha filha-ela deu um largo sorriso ao me ver-o que te trás aqui? achei que estava no trabalho
-Sim, eu deveria estar trabalhando, mas aconteceu um imprevisto, e por isso vim aqui visitar você e de quebra levar a Marina comigo
-Mas a Marina está em horário de aula-disse a diretora se intrometendo
-É algo urgente-olhei para a minha mãe-eu sei que você pode dar um jeito nisso
-Talvez a gente possa juntar o segundo e o terceiro ano hoje-disse minha mãe olhando para a diretora, que não fez uma cara nada boa
-Isso fere as normas do nosso colégio Vera, e...
-Mas eu quem decido-disse minha mãe a interrompendo-vamos querida-veio até mim-vou com você até a sala da Marina, e ver o que posso fazer para os alunos dela não ficarem dispersos
-Obrigada mãe-sorri para ela, que me abraçou pela cintura

Ás vezes sinto que sou um pouco injusta com os meus pais, e o pouco que os vejo sinto o carinho que sentem por mim, mas estou feliz seguindo a minha vida com as minhas próprias pernas, e sei que posso contar com eles para tudo o que eu precisar, como agora, que cheguei na sala da minha amiga, e ela não entendeu nada quando minha mãe disse que ela estava liberada.

-Sua mãe me liberou só hoje né?-Marina me perguntava pela milésima vez enquanto seguíamos até o endereço da clínica, que o suposto irmão dela a mandou
-Sim sua boba, você não foi demitida, relaxa-ria de minha amiga paranoica
-Só você para conseguir fazer isso por mim Beca-me olhou toda feliz-nem acredito que vou chegar a tempo de fazer o exame
-Pode me agradecer mesmo, porque você sabe que eu odeio faltar no trabalho, e mais ainda aguentar minha mãe me mimando
-Não reclama da sua mãe Beca, ela é ótima com você
-Eu sei-respirei fundo-acho que depois de hoje ela merece um jantar, mas eu ainda vou pensar melhor nisso
-Ela e seu pai vão amar jantar com você
-Comigo, você e o Fábio-incluí os dois e ela riu
-Você não quer mesmo um momento a sós com eles
-Prefiro evitar eles ficarem me enchendo, pelo menos o Fábio só sabe puxar o saco do meu pai e falar da construtora, e você é a minha companhia para ir ao banheiro quando a minha mãe começa a dar pitacos sobre a minha vida
-Não esquece de levar o Bruno, ele ama o gato persa da sua mãe-disse rindo
-Dessa vez vou deixar meu filho em casa, não quero ele em contato com aquele felino mal humorado

Minha amizade com Marina era assim, sempre cheias de assuntos paralelos, e uma conhecendo tão bem a vida da outra, que poderiam passar os anos que iriamos continuar assim. Chegamos na clínica, e senti minha amiga ficar tensa, eu não iria descer do carro, para evitar ver aquele cantor outra vez, mas minha maldita intuição e ligação com Mari, não iriam deixar que eu fizesse isso com a minha amiga, então decidi que a acompanharia.

-Oi Luan-Mari foi logo o dando um abraço e sorrindo largo ao vê-lo
-Oi Mari-ele a deu um abraço carinhoso e um beijo na testa
-Desculpa a demora, é que eu estava no trabalho, e tive uma ajudinha para chegar até aqui á tempo-me apontou e eu sorri amarelo
-Oi-apenas acenei para ele, e as pessoas que ali estavam
-Beca, vem aqui cumprimentar o Luan-Mari me puxou
-Oi muié, tudo bem?-me deu dois beijinhos no rosto e me olhou como se nunca tivesse me visto
-Sim-sorri amarelo novamente, e graças a Deus o médico apareceu para interromper aquele momento constrangedor
-Essa é a moça que vai fazer o exame de DNA?-perguntou olhando para Luan
-Sim doutor-ele confirmou-pronta para o vamos ver?-encarou minha amiga que sorria
-Eu já sinto qual será o resultado, e estou super pronta-disse Mari
-Então vamos coletar o material, será uma amostra de saliva...

O médico começou a explicar todo o procedimento, e eu estava super entediada ouvindo tudo isso, acabei me sentando na sala de espera, ao lado de algumas pessoas com camisa escrito Luan Santana, deviam ser parte da equipe dele, e com certeza estavam na mesma situação que eu, apenas para acompanhar uma das partes do exame e testemunhar todo o processo. Após o material ser colhido, Luan e Mari ainda tiveram de assinar alguns papéis, acho que era sobre sigilo, ou algo do tipo.

-Eu vou viajar, e como o exame demora alguns dias para ficar pronto, quando eu voltar de viagem e tiver a resposta que ficou pronto, eu entro em contato com você-Luan conversava com minha amiga
-Tudo bem, eu quero muito esse resultado, mas vou saber esperar-disse Mari super ansiosa
-Então por favor, não tenha nenhuma crise de ansiedade e desconte em doces, porque eu tô tentando ser fitness amiga-disse a dando um toque
-Mas cê já é magrinha muié-disse Luan se intrometendo e me olhando de cima a baixo
-Magrinha por fora, mas come igual pedreiro-disse Mari rindo e eu a cutuquei
-Para de falar de mim para desconhecidos Marina
-Ele é meu irmão amiga, então vai se acostumando com ele-disse Mari rindo e Luan também riu
-É essa a amiga que mora com você Mari?-ele a perguntou, e era incrível como ele já sabia disso
-É sim, a minha irmã postiça-me abraçou
-Que legal-ele sorriu-espero que a sua irmã postiça também me aceite na família-riu me olhando
-Quando voltar aqui no Rio, faço questão que você vá jantar no nosso apartamento-disse Marina o convidando, sem o meu consentimento
-Ta marcado então-ele sorriu largo-depois que o exame ficar pronto, já sei onde vamos comemorar o resultado
-Agora meu apartamento virou casa de festa Marina?-a olhei séria e ela foi abraçar o suposto irmão
-Não liga pra ela Luan, no fundo ela é legal
-Eu sei, porque se você é amiga dela, ela deve ser legal com você
-Se despede do seu irmãozinho, que te espero no carro Marina

Saí dali e deixei eles conversando, não acredito que Marina esta me fazendo passar por isso, mas minha maior revolta é olhar para aquela cara de sínico outra vez, e ele agir como se nunca tivesse me conhecido, é decepcionante ter que conviver com alguém assim. Depois de um tempo Marina entrou no carro, e ficou o caminho todo tagarelando sobre Luan, ela estava toda feliz e confiante, e eu não sabia se era errado, mas eu desejava que ele não fosse irmão dela coisa nenhuma, sumisse da vida dela, e principalmente da minha vida para sempre.
[...]

Duas semanas se passaram, e eu não aguentava mais ouvir Marina falando sobre esse tal Luan, o pior de tudo é que os dois estavam muito amiguinhos, era chamada de voz, chamada de vídeo, troca de áudio, e eu só observando tudo isso, quanto mais demorava essa viagem do cantor, mais insuportável era aguentar esses dois esperando o resultado do exame de DNA. Acabei indo jantar um dia desses com os meus pais, e somente Fábio foi comigo, pois Marina tinha prova de seus alunos para corrigir, e iria aguardar a ligação de Luan, que já tinha virado rotina antes ou depois dele fazer show, e eu estava tão esgotada da minha amiga, que acabei ficando na casa dos meus pais por algumas noites.

-É impressão minha ou você e a Mari estão se estranhando?-Fábio me questionou após assistirmos um filme agarradinhos em meu quarto
-Impressão sua
-Eu conheço você Beca-alisou meu rosto-sinto que tem algo acontecendo e que você não quer me contar
-Não é nada meu amor, que tal dormimos um pouco?-disse carinhosa alisando os cabelos dele
-Quer dormir mesmo?-me olhou erguendo as sobrancelhas e eu ri
-Pensando bem, não estou com sono agora-sorri subindo em cima dele
-Muito menos eu-me olhou sorrindo safado e me puxando para um beijo

Acabamos indo dormir tarde, pois tivemos uma noite muito prazerosa juntos, e em meio a latidos do meu cachorro e batidas na porta do meu quarto, eu acabei acordando.

-Beca?-Mari batia na porta-ta acordada?-batia de novo-Beca?

Olhei para o lado e meu namorado ainda dormia, meio sonolenta me levantei, e coloquei meu robe, para ir abrir a porta.

-Oi-disse sonolenta a olhando e Bruno entrou com tudo no meu quarto, pulando em cima da cama
-Beca, o Luan está vindo-disse eufórica
-Até que enfim-disse bocejando-então boa sorte amiga-disse indo voltar para a cama
-Beca, você não entendeu, o Luan está vindo aqui
-Aqui onde? aqui em casa?-a olhei finalmente despertando e ela assentiu-ficou maluca?-disse fechando a porta do meu quarto-o Fábio ta aqui, e não sabe dessa história toda de vocês dois serem irmãos
-Eu não pude fazer nada Beca, ele apenas avisou que iria vim aqui para descobrirmos o resultado juntos e...
-Marina-respirei fundo após interrompe-la, pois não sabia o que dizer
-Acho melhor contar a verdade para ele Beca, eu sei que ele vai entender-disse me olhando e eu respirei fundo ouvindo Fábio me chamar, pois com certeza Bruno o acordou com latidos e lambidas pelo rosto
-Isso é uma coisa sua Marina, não acho certo eu ter que contar sobre os seus assuntos para o meu namorado

Entrei em meu quarto fechando a porta na cara dela, e já vi Bruno em cima do meu travesseiro, e meu namorado com cara de sono alisando o meu cachorro.

-Bom dia amor-sorriu se sentando na cama e colocando seu óculos
-Bom dia-sorri me sentando ao lado dele-Fábio, preciso te contar uma coisa
-Você ta gravida?-me olhou sério e eu comecei a rir
-Claro que não, meu anticoncepcional ta em dia
-É que você nunca falou sério assim, e eu pensei que sua menstruação estava atrasada
-Eu que suspendo minha menstruação ás vezes, e isso não vem ao caso
-Fico mais aliviado-ele riu me olhando
-Mas eu preciso te contar uma coisa séria sim, mas é em relação a Marina-disse isso e ouvi a campainha tocar, fazendo minha barriga gelar
-Ela ta grávida?-me olhava sério e sem entender nada
-Fábio, ninguém esta grávida, que saco-disse já irritada-e antes que comece a criar paranoia com assuntos paralelos, só queria te informar que a Mari pode ser irmã do Luan Santana, e antes que me pergunte, sim, é aquele cantor babaca que transou comigo naquela festa e me abandonou sozinha no hotel, no dia que nós dois brigamos
-Quanta informação-me olhou sério, e logo escutamos vozes na sala-impressão minha ou você me contou isso só agora, porque esse mesmo cara, esta aqui na sala nesse instante?
-Desculpa-o olhei sincera-mas isso não é culpa minha, só não te contei antes porque a Mari queria segredo, e...
-Tudo bem Rebeca-ele se levantou sem me olhar e foi colocando suas roupas
-Amor, não age assim comigo
-Eu não culpo você por nada, eu culpo a mim, por sempre acreditar que você é sincera comigo, por ser esse bobo apaixonado por você, ceder as suas vontades e esperar por anos para conseguir apenas um beijo seu, depois de você já ter se cansado dos caras babacas e com status, e olhar pra mim como uma opção de não ficar sozinha
-Fábio, não fala assim, você sempre foi alguém importante e especial pra mim, desculpa se eu demorei perceber que a nossa amizade era algo a mais para você
-Ta tudo bem Rebeca-disse pegando suas coisas e ajeitando seu óculos após se trocar-melhor eu ir embora, esfriar a cabeça, e depois a gente conversa
-Só não esquece que meu namorado é você-disse o olhando magoada e ele saiu do quarto-eu faço tudo errado-deixei lágrimas cair e senti Bruno subir em meu colo-o que eu faço agora Bruno?-olhei para o meu cachorro que apenas lambeu o meu rosto em sinal de carinho

Depois dessa pequena discussão com o meu namorado, eu não queria sair do quarto e saber o que rolava lá fora, tomei um banho rápido, coloquei uma roupa mais confortável e comportada, peguei meu cachorro no colo, e quando tomei coragem de ir para a sala, vejo Luan, Mari, Fábio e umas pessoas que não conheço sentadas em meu sofá conversando.

-Finalmente apareceu-Luan soltou assim que me viu, e vi que Fábio não gostou
-Oi gente-acenei para todos e fui me sentar ao lado do meu namorado
-Foi um prazer conhecer vocês, mas já estou indo-disse Fábio se levantando
-Te acompanho até lá fora amor
-Não precisa Beca, eu já sou de casa-disse saindo do apartamento e me deixando com cara de taxo na frente daquelas pessoas estranhas
-Então, agora que a sua amiga apareceu, está pronta para saber o resultado?-disse Luan olhando para Mari, e eu olhei para a minha amiga sem entender nada
-Eu esperei por dias esse resultado, então está mais do que na hora de saber-disse Mari vindo se sentar ao meu lado e segurando em minha mão-Beca, meu apoio sempre foi você-sussurrou pra mim
-Vai dar tudo certo-sorri a olhando, porém não entendendo nada que acontecia ali

Pelo o que entendi, Luan e algumas pessoas responsáveis pelo exame vieram até aqui para ser um ambiente mais confortável para Mari em descobrir o resultado do DNA, e mesmo não sendo algo relacionado a mim, eu podia sentir meu coração acelerar ao ver abrirem aquele envelope lacrado, e minha amiga apertava tão forte minha mão, que mesmo não gostando de Luan, eu desejava a ela que aquele resultado fosse positivo, pois ela merecia a felicidade de encontrar sua família.

-E então?-Mari perguntou ao ver um homem analisar o resultado
-E então?-Luan também questionou, e o homem finalmente os olhou
-O resultado do exame de DNA afirma que... há 99,9% de chances de Luan Rafael Domingos Santana e Marina Vitória Lima serem irmãos, sendo assim, teste positivo

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Finalmente o resultado saiu, e agora o que virá pela frente? comentem ai quem está acompanhando a história, beijos.