-Amanhã você vai para São Paulo definitivamente, e vai me abandonar mais uma vez-Marina fazia drama enquanto assistíamos um filme em seu apartamento, comendo pipoca e outras besteiras
-Não fica triste Mari, porque eu vou morar pertinho da Beca e eu vou cuidar dela para você-disse Bruna tirando onda com minha amiga
-Até minha irmã, vai ter chances de te ver mais vezes do que eu-Mari dizia inconformada
-Isso é sinal que você tem que se mudar para São Paulo maninha-disse Bruna
-Dessa vez concordo com a Bru, porque nada mais te prende aqui no Rio amiga, a não ser o seu emprego na escola da minha mãe-eu incentivava Mari
-Vocês duas estão de complô para que eu me mude para São Paulo, e pode ter certeza que estão me convencendo-disse Mari rindo
-Nossa intenção é essa-sorri dando um tapa na mão de Bruna, como se estivéssemos de concordância
-Mas falando sério Mari, a minha mãe iria ficar muito feliz se você fosse morar com a gente-disse Bruna a olhando sincera
-Eu não sei-Mari suspirou-vocês são minha família de sangue, mas nunca tive uma convivência com vocês a esse ponto, o máximo é você e o Luan virem passar um tempo comigo, até mesmo a mãe de vocês vem junto, ou eu vou visitar vocês, mas eu já aprendi a conviver sozinha, sem ter ninguém para dar satisfação, eu não quero perder essa liberdade, você me entende?
-Acho que entendo-Bruna suspirou-mas seria muito bom ter você pertinho da gente, sei que a vida foi muita injusta com todos nós, e eu tento compensar o tempo perdido vindo aqui te encher o saco
-Você nunca enche o saco Bru, amo ter você aqui, porque você se tornou uma ótima amiga, e além de tudo é minha irmã-Mari sorriu para ela
-Que momento fraternal lindo-me emocionei com as duas, e por um segundo senti vontade de ter irmãos-mas acho que a campainha esta tocando, e eu não lembro de ter pedido alguma coisa ou estar esperando alguém-disse olhando para elas, que também pareciam não saber de nada
-Vou ver quem é-disse Mari indo abrir a porta-talvez seja a Nati, ela ama vir aqui puxar saco da Bruna
-Nossa, nem me fale, aquela sua prima é bem doidinha Beca-disse Bruna rindo
-Doidinha é pouco-ri concordando
-Luan, que surpresa-disse Mari toda feliz pulando no colo do irmão, e meu sorriso se desfez na hora
-Oi coisa linda, que saudade-ele a abraçou apertado, e depois a deu um beijo na testa
-Entra aqui Luan, a Bru e a Beca estão aqui me fazendo companhia-disse Mari toda feliz o dando espaço, e ele entrou segurando uma mochila, vindo direto dar um abraço em Bruna
-Que bom encontrar cês duas aqui-sorriu após abraçar Bruna e beijar a testa dela, assim como fez com Mari-oi, bom te ver também-sorriu acenando para mim, já que não o dei muita moral, e apenas acenei de volta
-Que surpresa aparecer aqui Pi-disse Bruna com cara de confusa-eu pensei que tinha viajado para a casa da Jaque
-Eu iria, mas aconteceu alguns contratempos, e preferi vir aqui, ver vocês-disse se referindo as irmãs, e ele estava com uma cara nada boa
-Quer um pouco de pipoca?-Mari o ofereceu
-Acho que vou fazer um lanche pra mim, me ajuda nessa Bru?-ele olhou para a irmã e ela concordou
-Sim, vamos na cozinha preparar o seu lanche, podem continuar o filme sem mim meninas-disse Bruna seguindo com Luan para a cozinha
-Mari, foi só eu que achei isso estranho?-não pude me conter, e perguntei a minha amiga
-Não sei Beca, talvez seja que ele brigou com a noiva dele e esteja chateado-disse dando de ombros
-Eu acho que ele aprontou alguma coisa, e foi conversar com a Bruna para contar a merda que fez, os dois parecem ser muito ligados, e o Luan tem cara de que conta tudo para a Bruna, ou quase tudo, para ter uma opinião feminina eu acho
-Acho que ele confia nela, são irmãos e melhores amigos, é normal isso acontecer entre eles, e pela cara que o Luan chegou aqui, tenho certeza que ele só veio porque sabia que a Bruna estava aqui
-Esse seu irmão é muito estranho, mas cada um com os seus problemas-disse dando de ombros e jogando um pouco de pipocas dentro da boca
Confesso que estava intrigada e curiosa para saber o que rolava na cozinha, mas eu não podia espiar a conversa de Luan e Bruna, pois Mari estava ao meu lado, e não aprovaria minha atitude com os irmãos dela.
-O que eu perdi?-Bruna questionou entrando na sala alguns minutos depois
-Do filme?-Mari perguntou
-Sim, já acharam o assassino?
-Ainda não, mas continuo suspeitando daquele cara que a gente comentou-Mari respondeu, pois com certeza era a única que prestava atenção no filme, já que meus pensamentos criavam mil teorias sobre o que teria acontecido na conversa de Bruna e Luan
*Luan on.
Depois de mais uma semana cansativa de shows, eu já tinha me programado para ir na casa da minha noiva, pois ela anda ocupada com a marca que está lançando na sua cidade do Paraná, e eu com a correria de sempre, entre shows, programas de TV, entrevistas, fãs, acabava não tendo tanto tempo com ela, que vem me cobrando muito ultimamente sobre isso, que eu dou atenção a tantas coisas, menos a ela.
-Que milagre Boizera, indo ver a patroa-Tom me zoava enquanto terminava de arrumar minhas coisas no jatinho
-Milagre nada, ela é minha noiva, acho que não a vejo a quase um mês-suspirei lamentando não ter me atentando a isso antes
-Ela sequer quis viajar com você, e depois fica com drama para você ir atrás-disse sincero
-Eu não posso cobrar isso dela cara, a Jaque também tem a vida dela no Paraná, e agora que ela vai lançar uma marca de roupas como sempre quis, sei que isso vai tempo, atenção, porque quando a Bruna foi lançar a marca dela, eu lembro o tanto que minha irmã se desgastou
-Tudo precisa de certa dedicação, então ta certo, vai atrás da sua noiva, porque você sabe que quando ficam muito tempo sem aparecer juntos, já falam que largaram de novo
-Nem me fale-bufei pensando na mídia idiota em torno da minha vida, e principalmente do meu relacionamento-mas valeu cara, agora vou ver se ligo para ela, e como um bom noivo confirmo que vou vê-la, para matar a saudade
-Boa sorte então-disse Tom me dando um toque com a mão-também preciso ir, pegar o busão com o resto da equipe, fazer o que se não sou o patrão, para andar de jatinho
-Fazer o que-ri debochado-agora vaza daqui viado, que só eu sou vip
-Bem humilde também-disse com ironia descendo do meu jatinho
Resolvi ligar para Jaqueline antes de pegar voo, pois sei como ela é imprevisível, e como estou em uma cidade no interior do Paraná, vou gastar meia hora de voo, e não quero chegar no apartamento dela e me deparar com ninguém, como já aconteceu algumas vezes, e por isso não gosto de ficar indo atrás dela, prefiro que ela me acompanhe nos shows, ou venha para a minha casa em São Paulo, mas como eu também tenho que fazer minha parte para esse relacionamento dar certo, preciso de certos sacrifícios.
*Ligação*
-Oi, Jaque? amor?-perguntei após ela atender
-Oi Luan, o que quer?-atendeu claramente irritada-não, ta errado, pode mudar isso-ouvia ela gritar com alguém do outro lado
-Ta tudo bem?
-Tudo péssimo, os fornecedores atrasaram a entrega de um tecido importado, e eu estou enlouquecendo para tudo ficar pronto até a data de inauguração
-Nossa, não sabia-suspirei-mas enfim, lembra que eu tinha dito que iria te ver e...
-Luan, se quiser aparecer por aqui tudo bem, mas não vou ter tempo para você, tenho muita coisa para resolver, inclusive agora tem uma idiota aqui na minha frente, que é péssima de serviço e eu vou ter que fazer sozinha os croquis-dizia irritada-hoje em dia não existem mais funcionários eficientes
-Calma Jaque, não quero irritar você, só liguei para confirmar se poderia ir, mas já que está ocupada, espero que se lembre de aparecer no meu show no fim de semana em São Paulo, porque...
-Minha presença é essencial, é claro que vou meu amor, estou perto de inaugurar minha marca de roupas, e como sei que esse fim de semana a mídia vai estar em peso no seu show, você vai me dar uma forcinha não é?
-Claro-disse respirando fundo, e não acreditado do que ouvia-então nos vemos no fim de semana mesmo, e boa sorte por ai
-Ta bom amor, bei...-desliguei na cara dela, e nem me importei em ouvir sua despedida
*Ligação*
Mais uma vez me frustrei com Jaqueline, ela parece só pensar em si mesma, no que ela precisa, e não sei porque ainda ficava surpreso com as atitudes dela, mesmo estando juntos a tanto tempo, me surgem duvidas se o que existe entre nós é amor ou conveniência.
-Podemos seguir rumo a Maringá?-meu piloto me perguntou após checar tudo e fechar a porta do jatinho
-Hoje não, vou seguir para o Rio de Janeiro
-Tudo bem, vou só mudar a rota
O piloto não me questionou de nada, e mesmo sabendo que chegaria um pouco tarde, preferi seguir para o Rio, pois sei que Bruna está na casa da nossa irmã, e eu preciso mais uma vez desabafar com ela, antes de chegar em casa e estar com essa cara péssima perto da minha mãe. O voo foi tranquilo, e fui lendo um livro que ganhei de um fã durante a viagem, porém não conseguia me concentrar na história, sabendo que a minha vida está uma droga. Assim que pousamos no aeroporto, pedi um uber pelo aplicativo, e combinei de seguir viagem para São Paulo no dia seguinte com o meu piloto. Não demorou para o carro chegar, e como eu já havia informado o endereço que eu iria descer, evitei conversas dentro do carro, o homem me analisava pelo retrovisor, e com certeza ele sabia quem eu era, mas eu não estava muito afim de distribuir sorrisos e fotos, então quanto menos der abertura melhor. Cheguei no prédio onde Marina mora quase anoitecendo, e como já era conhecido pelo porteiro, peguei o elevador e subi direto para o apartamento da minha irmã.
-Luan, que surpresa-disse Mari toda feliz pulando em meu colo, ao me ver parado na porta
-Oi coisa linda, que saudade-a abracei apertado, e depois a dei um beijo carinhoso na testa
-Entra aqui Luan, a Bru e a Beca estão aqui me fazendo companhia-disse Mari toda feliz me dando espaço, e entrei colocando em qualquer canto minha mochila, pois fui direto dar um abraço em Bruna
-Que bom encontrar cês duas aqui-sorri sincero após abraçar Bruna e beijar a testa dela, assim como fiz com Mari-oi, bom te ver também-sorri acenando para a amiga dela, que apenas acenou de volta
-Que surpresa aparecer aqui Pi-disse Bruna me olhando com cara de confusa-eu pensei que tinha viajado para a casa da Jaque
-Eu iria, mas aconteceu alguns contratempos, e preferi vir aqui, ver vocês-disse me referindo as minhas irmãs
-Quer um pouco de pipoca?-Mari me ofereceu, enquanto comia junto de sua amiga
-Acho que vou fazer um lanche pra mim, me ajuda nessa Bru?-olhei para ela, que de imediato concordou
-Sim, vamos na cozinha preparar o seu lanche, podem continuar o filme sem mim meninas-disse Bruna, me puxando para a cozinha
-Bubu, eu não aguento mais-desabei olhando para minha irmã, quando estávamos a sós na cozinha
-O que aconteceu dessa vez Pi? não estava tudo resolvido com a Jaque?
-Estava, mas eu não sei o que acontece-suspirei-num momento parece que ela sente minha falta, me cobra por isso, fica cheia de ciumes, e depois age sem se importar comigo, desconta toda a irritação dos problemas dela em mim, mas quando eu falo que vou aparecer em algum lugar importante, ela é a primeira a confirmar presença, para se fazer da noiva boazinha e apaixonada
-Luan, eu já cansei de te falar que esse relacionamento é toxico, mas você parece ter medo da Jaqueline, não se impõe, deixa ela mandar e desmandar em você, para com isso meu irmão, você é o Luan Santana, qualquer mulher que você quiser está aos seus pés, então não fica desse jeito por causa daquela ridícula
-Mas é complicado Bruna, agora estamos noivos, a um passo de se casar, porque eu cansei exatamente disso, de ter todas as mulheres aos meus pés, fazendo meus desejos, minhas vontades, me dando prazer, foi bom enquanto durou, e eu queria de verdade seguir minha vida com a Jaqueline, me casar, ter filhos, ser um homem sério, estou quase com 30 anos, então é hora de criar um rumo, mas mesmo que eu tente fazer tudo certo, resistir as tentações, a própria Jaqueline acaba com tudo
-Eu não sei mais o que te dizer-Bruna respirou fundo me olhando-eu já te dei tantos concelhos Luan, e você está se afundando nesse relacionamento porque quer, desde o dia que descobri que vocês ficaram noivos, eu acho que você enlouqueceu
-Tambem penso nisso todos os dias-me sentei na banqueta do balcão totalmente frustrado
-Se quiser eu faço um lanche para você, e depois conversamos melhor, porque por sua culpa estou perdendo o filme com as meninas, e eu sei que se ficar aqui não vou resolver nada, porque você continua no mesmo impasse maninho
-Aceito seu lanche-concordei abaixando a cabeça e me debruçando sobre o balcão
Fiquei quieto naquele canto, enquanto ouvia Bruna preparar o meu lanche, e me dizer várias coisas que já cansei de escutar, mas ainda não sei se estou pronto para seguir.
-Come seu lanche, e continua refletindo se vale a pena, tudo o que você vem fazendo-disse Bruna colocando o lanche na minha frente e voltando para a sala
Comi o lanche enquanto refletia, me perguntando o que estou fazendo da minha vida, e vendo o meu estado emocional abalado por conta de uma mulher que ainda não sei se quero passar o resto da minha vida. Decidi sair desse mar de tristeza, e segui para a sala, onde minhas irmãs estavam concentradas vendo o filme, e Rebeca mexendo no celular entediada, como eu estava totalmente por fora do assunto do filme, me sentei perto de Rebeca, que só me olhou de relance e voltou a se concentrar no celular.
-Meninas, foi ótimo passar o dia com vocês, mas preciso ir descansar na casa dos meus pais, conferir se minhas malas estão arrumadas, e cuidar do Bruno que deve estar sentindo minha falta-disse Rebeca
-Eu falei para você trazer ele e as suas coisas para cá, porque assim você iria direto daqui amanhã-disse Mari
-Meus pais já reclamam muito que passo o dia todo fora, e mal aproveito o tempo livre com eles, mas agora vamos nos ver mais vezes amiga, então fica tranquila que logo eu apareço aqui, ou espero por você lá-disse Rebeca rindo
-Pi amanhã a gente volta para São Paulo?-Bruna perguntou me olhando e assenti-então vem com a gente Beca-sugeriu animada-porque eu sei o quanto é horrível transportar cachorro naquela caixinha, o Puff odeia, e por isso eu prefiro viajar com ele no jatinho do meu irmão, porque posso deixar ele mais confortável e perto de mim
-Não sei Bru, prefiro não incomodar vocês-disse nos olhando-já está tudo certo meu voo amanhã, o Bruno da trabalho quando fica na caixinha, mas não é um voo tão longo quanto de Portugal até aqui, então vamos conseguir sobreviver
-E se eu fosse junto, para ajudar a organizar seu novo apê?-sugeriu Marina-amiga, eu sei que você tem um monte de malas para transportar, coisas para organizar, e como o jatinho do meu irmão está a disposição, custa nada aceitar
-Calma meninas, vocês estão me oferecendo viajar no jatinho do irmão de vocês, e ele nem concordou com isso-disse constrangida me olhando
-Pois é, eu só estou observando vocês, dando carona no meu jatinho sem eu ter deixado-disse sério as olhando e elas me encararam por alguns segundos-é brincadeira-comecei a rir-Rebeca, você será muito bem vinda se quiser viajar com a gente
-O Luan não manda em nada mesmo-disse Bruna rindo e me batendo com uma almofada-mas vai lá buscar suas coisas, seu cachorro, e vem dormir aqui, para viajarmos todos juntos amanhã
-Não adianta discordar Rebeca-disse Marina a olhando séria, e as duas se encararam por um tempo, parecendo se comunicar pelo olhar
-Tudo bem, só vou aceitar porque eu sei que vou ter ajuda para organizar meu apê, e por saber que o Bruno vai ficar mais tranquilo viajando perto de mim-disse Rebeca cedendo
-Então assim que o filme acabar vou com você na casa dos seus pais, te ajudar com as malas-disse Marina
-Isso que da me amar demais-disse Rebeca rindo-mas como vou viajar com vocês de favor, não quero ficar aqui incomodando, sei que vocês querem ter um tempo juntos, para fazer coisas de irmãos-nos olhava constrangida
-Para de ser idiota Rebeca, aqui é seu apartamento, sua casa, e você vai dormir aqui e pronto-disse Marina decidida
-Eu quem cheguei para atrapalhar vocês meninas, me desculpem-disse realmente me sentindo culpado, por saber que Rebeca não é muito minha fã-se o problema foi eu ter aparecido sem avisar, fiquem tranquilas, que eu fico em um hotel
-Não começa com drama Pi-disse Bruna me batendo de novo com a almofada-aqui é todo mundo bem vindo, e olha que o apartamento nem é meu, pra mim ficar falando isso-começou a rir
-Ninguem vai embora daqui hoje, e está decidido-disse Marina
-Mas eu realmente preciso ir para a casa dos meus pais, prometi que iria jantar com eles hoje, que é minha ultima noite aqui no Rio, e estou até agora com vocês-disse Rebeca olhando profundamente para Marina, e mais uma vez as duas pareciam se comunicar pelo olhar
-Tudo bem Beca, acho que deve esse jantar aos seus pais-Marina concordou suspirando-mas amanhã cedo não esquece que vamos juntos para São Paulo
-Eu sei, e estou muito agradecida pela carona-disse Rebeca me olhando-e como está ficando tarde, já vou indo embora
-Não gostei dessa desfeita com a gente dona Rebeca-disse Bruna dramática-mas ainda bem que aceitou viajar com a gente, tô tão feliz que vamos morar na mesma cidade-minha irmã estava toda animada
-Eu que não estou gostando disso, minha irmã querendo roubar minha melhor amiga de mim-disse Marina enciumada, e as meninas riram
-Deixa de ser boba Mari, se mesmo comigo morando por 2 anos em Portugal continuamos sendo melhores amigas, agora que vou estar em São Paulo, que é mais perto, nossa amizade não vai morrer nunca-disse Rebeca a abraçando-agora preciso ir de verdade, e nem vou me despedir, porque vamos nos ver cedo amanhã
-Que insensível-Marina riu-mas tudo bem Beca, pode sair pela porta e deixa que depois eu tranco
-Senti que estou sendo expulsa, mas tudo bem-Rebeca riu-tchau gente, até amanhã-disse acenando para todos nós enquanto saia pela porta
-E graças a Rebeca, perdemos o final do filme-disse Marina, assim que a amiga dela saiu
-Outro dia a gente assiste de novo, porque eu não entendi vários momentos mesmo-disse Bruna rindo
-Você é sempre lerda para entender os filmes Bubu-ri olhando para a minha irmã
-Tava calado até agora, e só abriu a boca para me insultar-disse Bruna me batendo de novo com a almofada
-Mari, me defende-olhei para minha outra irmã que ria
-Vocês dois que se entendam, porque eu vou tomar banho-disse Marina rindo e saindo da sala
-Valeu Mari, tenho uma ótima irmã gêmea-fiz sinal de positivo para ela ironicamente, enquanto Bruna ainda me batia com a almofada
-Pi, o que ta acontecendo com você? agora vamos conversar sério-disse Bruna se ajeitando no sofá e jogando a almofada no chão-você é todo brincalhão, falante, e hoje ta calado, com um olhar triste, eu não gosto de te ver assim
-É sobre o que falamos aquela hora Bru-suspirei recostando a cabeça no sofá-minha vida ta uma confusão, meu relacionamento está estranho, eu perdi o controle de tudo, e estava me questionando sobre uma coisa, será que realmente amo a Jaqueline? será que ela realmente me ama? ou esse relacionamento virou comodismo para nós? é amor ou conveniência?-olhei perdida para minha irmã, que respirou fundo e alisou meus cabelos
-Luan, se até você está fazendo essa analogia, é porque não existe amor, e sim, na minha visão, isso virou comodismo para vocês, porque por 12 anos vocês levaram esse relacionamento com a barriga, com idas e vindas, e agora que você teve a loucura de querer noivar, você sentiu que isso não é a sua verdadeira vontade, porque foi conveniente para vocês esse noivado, já que depois de tanto tempo juntos vocês não chegaram a lugar nenhum
-Será que joguei 12 anos da minha vida fora desse jeito Bubu?-estava perdido em meus sentimentos e pensamentos
-Luan, o único que pode responder isso, é você mesmo-Bruna me olhou nos olhos-mas como eu sei que é só a Jaqueline ligar, e te ordenar alguma coisa, que você vai igual um cachorrinho atrás dela, fazer as vontades dela, e continuar seguindo com esse relacionamento frustrado, porque não tem coragem suficiente para terminar com ela, e eu sei que ela faz drama, chantagem emocional, e você caí na dela, então tudo o que eu falar você vai acabar fazendo o contrário
-Isso é péssimo-suspirei frustrado-eu não sei o que fazer para salvar o meu relacionamento, ou não sei se deixo afundar de vez
-O único que está se afundando é você Luan, porque está confuso, com uma cara péssima, enquanto sabe Deus o que a sua querida noiva está fazendo
-Acho que vou ligar para ela-suspirei olhando para minha irmã, querendo a opinião dela
-Impressionante Luan-ela respirou fundo-eu disse tantas coisas, e você acabou fazendo o que eu falei, me contrariando
-Desculpas, é que eu realmente tô perdido, tô frustrado, e é uma péssima ideia ligar para a Jaque agora-respirei fundo-mas em compensação, eu estou com a melhor irmã do mundo, que me aconselha, me atura, e ainda por cima não cansa de mim, mesmo eu sendo um chato irritante
-Espero que seja eu-sorriu convencida-e só não deixa a Mari ouvir isso
-Mesmo que ela seja minha gêmea, eu sempre vou estar mais conectado a você, devido tudo o que já passamos juntos Bubuzinha
-Amo tanto quando me chama de Bubuzinha-sorriu fofa apertando minhas bochechas
-É porque você é minha Bubuzinha-abri os braços para ela, que se aconchegou neles e eu a abracei
-Que tal prepararmos alguma coisa para comer? tô com fome-disse Bruna ainda dentro do meu abraço
-Sei que tenho uma irmã que manja na macarronada-ri a olhando
-E um irmão que manja no risoto-riu me encarando
-Acho que a Mari vai ter que decidir essa-disse a olhando entrar na sala, com uma toalha na cabeça
-O que eu perdi?-nos olhou sem entender
-Macarronada ou risoto?-Bruna a questionou-lembrando que risoto é mais gostoso
-Eu prefiro macarronada, me deu uma vontade-disse para não sobrar pra mim cozinhar e Mari começou a rir
-Vocês dois estão apostando alguma coisa, e como eu não quero tomar partido de ninguém, eu escolho panqueca-Mari disse animada e eu e Bruna nos entreolhamos
-O Luan se ofereceu para ajudar-disse Bruna de imediato
-A Bruna falou que lava a louça-ri a encarando
-Não sei o que vocês dois estão aprontando, mas se quiserem comer, os dois vão ajudar-disse Mari nos olhando decidida
-Tudo bem, só vou concordar porque eu juro que ouvi como se fosse a mamãe falando isso-disse Bruna rindo e tive que concordar
-Se dona Mari falou, ta falado-concordei
-Ótimo meus filhos-disse Mari rindo, e eu e Bruna tambem começamos a rir
Foi muito bom passar á noite com as minhas irmãs, fizemos panquecas e nos divertimos juntos, como eu amo essas duas, e mesmo que eu já achava que tinha tudo tendo Bruna como minha única irmã, depois que a Marina chegou, ela veio somente para completar cada um de nós com seu jeito doce, decidido e meio desajeitado como eu, somos tão parecidos, e eu não tinha dúvidas, que o meu melhor presente nos últimos anos, foi ter encontrado a minha irmã gêmea, ou melhor, ela ter me encontrado, porque no fundo eu sempre senti que faltava algo em mim, e agora não restam dúvidas que eu estou completo, pois era ela que faltava na minha vida e da minha família. Depois de comermos muita panqueca, lavar, secar e guardar a louça, ficamos na sala conversando assuntos aleatórios, gravando stories juntos, e por um momento me esqueci de Jaqueline, e de todos os meus problemas, tendo uma noite leve e tranquila com pessoas que amo e me fazem bem. No dia seguinte, acordamos cedo pois iriamos para São Paulo, eu estava morrendo de saudade de casa, dos meus pais, e sabia que eles iriam ficar felizes vendo que Bruna e Marina vão junto comigo.
-Tem certeza que ela está vindo?-perguntei a Mari, que estava impaciente olhando o celular
-A Beca deve ter se atrasado um pouco, mas ela vai com a gente sim-Marina afirmou
-Por mim ta tranquilo Mari, viemos mais cedo para o aeroporto, então temos tempo para viajar, não é tão demorado o voo do Rio a São Paulo-a tranquilizei, pois decidimos vir bem cedo para o aeroporto, e já estávamos no meu jatinho
-Será que ela não se perdeu? porque a pista de voo que o jatinho do Luan fica, é diferente dos aviões comuns-disse Bruna
-Ela sabe que aqui é pista particular, a Beca só é um pouco enrolada mesmo-disse Mari olhando mais uma vez no celular
-Vamos esperar ela chegar Mari, fica tranquila-disse Bruna se sentando ao lado dela-ela deve estar se despedindo dos pais, tranquilizando o cachorro, e pegando as malas, porque ela está de mudança
-Talvez seja isso-Mari suspirou
Depois de meia hora esperando, e Mari surtando com a demora da amiga, Rebeca finalmente apareceu, com um monte de malas, e com o cachorro no colo.
-Desculpa se atrasei o voo de vocês-disse nos olhando constrangida-é que o Bruno não queria tomar o comprimido, acabou fazendo sujeira em mim quando estava entrando no carro do meu pai para vir para cá, e pegar um voo suja não dá, então tive que tomar banho e me trocar, mas agora ele ta tranquilo-disse alisando o cachorro, que estava sonolento em uma caminha azul
-Imagina Beca, sei como é esses nossos filhos peludos-disse Bruna rindo
-Ainda bem que veio, porque eu já estava achando que você tinha pegado um avião e iria me avisar que já estava em São Paulo, enquanto eu fiquei surtando aqui-disse Marina
-Não sou cruel a esse ponto-Rebeca riu-só demorei mesmo devido o imprevisto com o Bruno
-Agora que está tudo certo, posso avisar o piloto para erguer voo?-perguntei cortando o assunto delas, pois sei que quando começam a conversar não param
-Pode sim Luan, e mais uma vez desculpa ter feito vocês esperarem tanto tempo-disse Rebeca me olhando feito uma menininha arrependida e foi impossível não sorrir para ela
-Imagina muié, imprevistos acontecem, agora se ajeita ai, e vê um lugar confortável para colocar o seu bebê-ri apontando o cachorro
-Coloca ele no banco á sua frente, e prende a caminha com o cinto-disse Bruna a ajudando-pode ter certeza que já fiz isso muitas vezes com o Puff
-Me sinto menos incomodada, sabendo que vocês gostam de cachorros-disse Beca sorrindo e mais uma vez apreciei aquele sorriso
-Boizera, pode ir-avisei meu piloto
-Ok, rota Rio de Janeiro a São Paulo, confirmado-disse meu piloto
O voo não era demorado, e enquanto as meninas conversavam animadas, e comiam minhas guloseimas que Bruna as ofereciam, preferi ficar em meu canto lendo um livro, e uma frase me marcou muito, vindo de encontro com aquilo que eu estava em questionamento, [...] "mantenha-se firme apenas se for conveniente; caso contrário, satisfaça a vontade do outro a fim de facilitar a sua vida." Emily Giffin, Questões do coração.
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Olá amores, cadê meus leitores? comentem aqui se estiverem acompanhando, gostando da história, ou se tem sugestões para melhora-lá, pois como eu sempre digo, quem faz a história também são vocês, então por favor comentem sobre o decorrer da história até aqui. Beijos e espero saber a opinião de vocês.
Depois de mais uma semana cansativa de shows, eu já tinha me programado para ir na casa da minha noiva, pois ela anda ocupada com a marca que está lançando na sua cidade do Paraná, e eu com a correria de sempre, entre shows, programas de TV, entrevistas, fãs, acabava não tendo tanto tempo com ela, que vem me cobrando muito ultimamente sobre isso, que eu dou atenção a tantas coisas, menos a ela.
-Que milagre Boizera, indo ver a patroa-Tom me zoava enquanto terminava de arrumar minhas coisas no jatinho
-Milagre nada, ela é minha noiva, acho que não a vejo a quase um mês-suspirei lamentando não ter me atentando a isso antes
-Ela sequer quis viajar com você, e depois fica com drama para você ir atrás-disse sincero
-Eu não posso cobrar isso dela cara, a Jaque também tem a vida dela no Paraná, e agora que ela vai lançar uma marca de roupas como sempre quis, sei que isso vai tempo, atenção, porque quando a Bruna foi lançar a marca dela, eu lembro o tanto que minha irmã se desgastou
-Tudo precisa de certa dedicação, então ta certo, vai atrás da sua noiva, porque você sabe que quando ficam muito tempo sem aparecer juntos, já falam que largaram de novo
-Nem me fale-bufei pensando na mídia idiota em torno da minha vida, e principalmente do meu relacionamento-mas valeu cara, agora vou ver se ligo para ela, e como um bom noivo confirmo que vou vê-la, para matar a saudade
-Boa sorte então-disse Tom me dando um toque com a mão-também preciso ir, pegar o busão com o resto da equipe, fazer o que se não sou o patrão, para andar de jatinho
-Fazer o que-ri debochado-agora vaza daqui viado, que só eu sou vip
-Bem humilde também-disse com ironia descendo do meu jatinho
Resolvi ligar para Jaqueline antes de pegar voo, pois sei como ela é imprevisível, e como estou em uma cidade no interior do Paraná, vou gastar meia hora de voo, e não quero chegar no apartamento dela e me deparar com ninguém, como já aconteceu algumas vezes, e por isso não gosto de ficar indo atrás dela, prefiro que ela me acompanhe nos shows, ou venha para a minha casa em São Paulo, mas como eu também tenho que fazer minha parte para esse relacionamento dar certo, preciso de certos sacrifícios.
*Ligação*
-Oi, Jaque? amor?-perguntei após ela atender
-Oi Luan, o que quer?-atendeu claramente irritada-não, ta errado, pode mudar isso-ouvia ela gritar com alguém do outro lado
-Ta tudo bem?
-Tudo péssimo, os fornecedores atrasaram a entrega de um tecido importado, e eu estou enlouquecendo para tudo ficar pronto até a data de inauguração
-Nossa, não sabia-suspirei-mas enfim, lembra que eu tinha dito que iria te ver e...
-Luan, se quiser aparecer por aqui tudo bem, mas não vou ter tempo para você, tenho muita coisa para resolver, inclusive agora tem uma idiota aqui na minha frente, que é péssima de serviço e eu vou ter que fazer sozinha os croquis-dizia irritada-hoje em dia não existem mais funcionários eficientes
-Calma Jaque, não quero irritar você, só liguei para confirmar se poderia ir, mas já que está ocupada, espero que se lembre de aparecer no meu show no fim de semana em São Paulo, porque...
-Minha presença é essencial, é claro que vou meu amor, estou perto de inaugurar minha marca de roupas, e como sei que esse fim de semana a mídia vai estar em peso no seu show, você vai me dar uma forcinha não é?
-Claro-disse respirando fundo, e não acreditado do que ouvia-então nos vemos no fim de semana mesmo, e boa sorte por ai
-Ta bom amor, bei...-desliguei na cara dela, e nem me importei em ouvir sua despedida
*Ligação*
Mais uma vez me frustrei com Jaqueline, ela parece só pensar em si mesma, no que ela precisa, e não sei porque ainda ficava surpreso com as atitudes dela, mesmo estando juntos a tanto tempo, me surgem duvidas se o que existe entre nós é amor ou conveniência.
-Podemos seguir rumo a Maringá?-meu piloto me perguntou após checar tudo e fechar a porta do jatinho
-Hoje não, vou seguir para o Rio de Janeiro
-Tudo bem, vou só mudar a rota
O piloto não me questionou de nada, e mesmo sabendo que chegaria um pouco tarde, preferi seguir para o Rio, pois sei que Bruna está na casa da nossa irmã, e eu preciso mais uma vez desabafar com ela, antes de chegar em casa e estar com essa cara péssima perto da minha mãe. O voo foi tranquilo, e fui lendo um livro que ganhei de um fã durante a viagem, porém não conseguia me concentrar na história, sabendo que a minha vida está uma droga. Assim que pousamos no aeroporto, pedi um uber pelo aplicativo, e combinei de seguir viagem para São Paulo no dia seguinte com o meu piloto. Não demorou para o carro chegar, e como eu já havia informado o endereço que eu iria descer, evitei conversas dentro do carro, o homem me analisava pelo retrovisor, e com certeza ele sabia quem eu era, mas eu não estava muito afim de distribuir sorrisos e fotos, então quanto menos der abertura melhor. Cheguei no prédio onde Marina mora quase anoitecendo, e como já era conhecido pelo porteiro, peguei o elevador e subi direto para o apartamento da minha irmã.
-Luan, que surpresa-disse Mari toda feliz pulando em meu colo, ao me ver parado na porta
-Oi coisa linda, que saudade-a abracei apertado, e depois a dei um beijo carinhoso na testa
-Entra aqui Luan, a Bru e a Beca estão aqui me fazendo companhia-disse Mari toda feliz me dando espaço, e entrei colocando em qualquer canto minha mochila, pois fui direto dar um abraço em Bruna
-Que bom encontrar cês duas aqui-sorri sincero após abraçar Bruna e beijar a testa dela, assim como fiz com Mari-oi, bom te ver também-sorri acenando para a amiga dela, que apenas acenou de volta
-Que surpresa aparecer aqui Pi-disse Bruna me olhando com cara de confusa-eu pensei que tinha viajado para a casa da Jaque
-Eu iria, mas aconteceu alguns contratempos, e preferi vir aqui, ver vocês-disse me referindo as minhas irmãs
-Quer um pouco de pipoca?-Mari me ofereceu, enquanto comia junto de sua amiga
-Acho que vou fazer um lanche pra mim, me ajuda nessa Bru?-olhei para ela, que de imediato concordou
-Sim, vamos na cozinha preparar o seu lanche, podem continuar o filme sem mim meninas-disse Bruna, me puxando para a cozinha
-Bubu, eu não aguento mais-desabei olhando para minha irmã, quando estávamos a sós na cozinha
-O que aconteceu dessa vez Pi? não estava tudo resolvido com a Jaque?
-Estava, mas eu não sei o que acontece-suspirei-num momento parece que ela sente minha falta, me cobra por isso, fica cheia de ciumes, e depois age sem se importar comigo, desconta toda a irritação dos problemas dela em mim, mas quando eu falo que vou aparecer em algum lugar importante, ela é a primeira a confirmar presença, para se fazer da noiva boazinha e apaixonada
-Luan, eu já cansei de te falar que esse relacionamento é toxico, mas você parece ter medo da Jaqueline, não se impõe, deixa ela mandar e desmandar em você, para com isso meu irmão, você é o Luan Santana, qualquer mulher que você quiser está aos seus pés, então não fica desse jeito por causa daquela ridícula
-Mas é complicado Bruna, agora estamos noivos, a um passo de se casar, porque eu cansei exatamente disso, de ter todas as mulheres aos meus pés, fazendo meus desejos, minhas vontades, me dando prazer, foi bom enquanto durou, e eu queria de verdade seguir minha vida com a Jaqueline, me casar, ter filhos, ser um homem sério, estou quase com 30 anos, então é hora de criar um rumo, mas mesmo que eu tente fazer tudo certo, resistir as tentações, a própria Jaqueline acaba com tudo
-Eu não sei mais o que te dizer-Bruna respirou fundo me olhando-eu já te dei tantos concelhos Luan, e você está se afundando nesse relacionamento porque quer, desde o dia que descobri que vocês ficaram noivos, eu acho que você enlouqueceu
-Tambem penso nisso todos os dias-me sentei na banqueta do balcão totalmente frustrado
-Se quiser eu faço um lanche para você, e depois conversamos melhor, porque por sua culpa estou perdendo o filme com as meninas, e eu sei que se ficar aqui não vou resolver nada, porque você continua no mesmo impasse maninho
-Aceito seu lanche-concordei abaixando a cabeça e me debruçando sobre o balcão
Fiquei quieto naquele canto, enquanto ouvia Bruna preparar o meu lanche, e me dizer várias coisas que já cansei de escutar, mas ainda não sei se estou pronto para seguir.
-Come seu lanche, e continua refletindo se vale a pena, tudo o que você vem fazendo-disse Bruna colocando o lanche na minha frente e voltando para a sala
Comi o lanche enquanto refletia, me perguntando o que estou fazendo da minha vida, e vendo o meu estado emocional abalado por conta de uma mulher que ainda não sei se quero passar o resto da minha vida. Decidi sair desse mar de tristeza, e segui para a sala, onde minhas irmãs estavam concentradas vendo o filme, e Rebeca mexendo no celular entediada, como eu estava totalmente por fora do assunto do filme, me sentei perto de Rebeca, que só me olhou de relance e voltou a se concentrar no celular.
-Meninas, foi ótimo passar o dia com vocês, mas preciso ir descansar na casa dos meus pais, conferir se minhas malas estão arrumadas, e cuidar do Bruno que deve estar sentindo minha falta-disse Rebeca
-Eu falei para você trazer ele e as suas coisas para cá, porque assim você iria direto daqui amanhã-disse Mari
-Meus pais já reclamam muito que passo o dia todo fora, e mal aproveito o tempo livre com eles, mas agora vamos nos ver mais vezes amiga, então fica tranquila que logo eu apareço aqui, ou espero por você lá-disse Rebeca rindo
-Pi amanhã a gente volta para São Paulo?-Bruna perguntou me olhando e assenti-então vem com a gente Beca-sugeriu animada-porque eu sei o quanto é horrível transportar cachorro naquela caixinha, o Puff odeia, e por isso eu prefiro viajar com ele no jatinho do meu irmão, porque posso deixar ele mais confortável e perto de mim
-Não sei Bru, prefiro não incomodar vocês-disse nos olhando-já está tudo certo meu voo amanhã, o Bruno da trabalho quando fica na caixinha, mas não é um voo tão longo quanto de Portugal até aqui, então vamos conseguir sobreviver
-E se eu fosse junto, para ajudar a organizar seu novo apê?-sugeriu Marina-amiga, eu sei que você tem um monte de malas para transportar, coisas para organizar, e como o jatinho do meu irmão está a disposição, custa nada aceitar
-Calma meninas, vocês estão me oferecendo viajar no jatinho do irmão de vocês, e ele nem concordou com isso-disse constrangida me olhando
-Pois é, eu só estou observando vocês, dando carona no meu jatinho sem eu ter deixado-disse sério as olhando e elas me encararam por alguns segundos-é brincadeira-comecei a rir-Rebeca, você será muito bem vinda se quiser viajar com a gente
-O Luan não manda em nada mesmo-disse Bruna rindo e me batendo com uma almofada-mas vai lá buscar suas coisas, seu cachorro, e vem dormir aqui, para viajarmos todos juntos amanhã
-Não adianta discordar Rebeca-disse Marina a olhando séria, e as duas se encararam por um tempo, parecendo se comunicar pelo olhar
-Tudo bem, só vou aceitar porque eu sei que vou ter ajuda para organizar meu apê, e por saber que o Bruno vai ficar mais tranquilo viajando perto de mim-disse Rebeca cedendo
-Então assim que o filme acabar vou com você na casa dos seus pais, te ajudar com as malas-disse Marina
-Isso que da me amar demais-disse Rebeca rindo-mas como vou viajar com vocês de favor, não quero ficar aqui incomodando, sei que vocês querem ter um tempo juntos, para fazer coisas de irmãos-nos olhava constrangida
-Para de ser idiota Rebeca, aqui é seu apartamento, sua casa, e você vai dormir aqui e pronto-disse Marina decidida
-Eu quem cheguei para atrapalhar vocês meninas, me desculpem-disse realmente me sentindo culpado, por saber que Rebeca não é muito minha fã-se o problema foi eu ter aparecido sem avisar, fiquem tranquilas, que eu fico em um hotel
-Não começa com drama Pi-disse Bruna me batendo de novo com a almofada-aqui é todo mundo bem vindo, e olha que o apartamento nem é meu, pra mim ficar falando isso-começou a rir
-Ninguem vai embora daqui hoje, e está decidido-disse Marina
-Mas eu realmente preciso ir para a casa dos meus pais, prometi que iria jantar com eles hoje, que é minha ultima noite aqui no Rio, e estou até agora com vocês-disse Rebeca olhando profundamente para Marina, e mais uma vez as duas pareciam se comunicar pelo olhar
-Tudo bem Beca, acho que deve esse jantar aos seus pais-Marina concordou suspirando-mas amanhã cedo não esquece que vamos juntos para São Paulo
-Eu sei, e estou muito agradecida pela carona-disse Rebeca me olhando-e como está ficando tarde, já vou indo embora
-Não gostei dessa desfeita com a gente dona Rebeca-disse Bruna dramática-mas ainda bem que aceitou viajar com a gente, tô tão feliz que vamos morar na mesma cidade-minha irmã estava toda animada
-Eu que não estou gostando disso, minha irmã querendo roubar minha melhor amiga de mim-disse Marina enciumada, e as meninas riram
-Deixa de ser boba Mari, se mesmo comigo morando por 2 anos em Portugal continuamos sendo melhores amigas, agora que vou estar em São Paulo, que é mais perto, nossa amizade não vai morrer nunca-disse Rebeca a abraçando-agora preciso ir de verdade, e nem vou me despedir, porque vamos nos ver cedo amanhã
-Que insensível-Marina riu-mas tudo bem Beca, pode sair pela porta e deixa que depois eu tranco
-Senti que estou sendo expulsa, mas tudo bem-Rebeca riu-tchau gente, até amanhã-disse acenando para todos nós enquanto saia pela porta
-E graças a Rebeca, perdemos o final do filme-disse Marina, assim que a amiga dela saiu
-Outro dia a gente assiste de novo, porque eu não entendi vários momentos mesmo-disse Bruna rindo
-Você é sempre lerda para entender os filmes Bubu-ri olhando para a minha irmã
-Tava calado até agora, e só abriu a boca para me insultar-disse Bruna me batendo de novo com a almofada
-Mari, me defende-olhei para minha outra irmã que ria
-Vocês dois que se entendam, porque eu vou tomar banho-disse Marina rindo e saindo da sala
-Valeu Mari, tenho uma ótima irmã gêmea-fiz sinal de positivo para ela ironicamente, enquanto Bruna ainda me batia com a almofada
-Pi, o que ta acontecendo com você? agora vamos conversar sério-disse Bruna se ajeitando no sofá e jogando a almofada no chão-você é todo brincalhão, falante, e hoje ta calado, com um olhar triste, eu não gosto de te ver assim
-É sobre o que falamos aquela hora Bru-suspirei recostando a cabeça no sofá-minha vida ta uma confusão, meu relacionamento está estranho, eu perdi o controle de tudo, e estava me questionando sobre uma coisa, será que realmente amo a Jaqueline? será que ela realmente me ama? ou esse relacionamento virou comodismo para nós? é amor ou conveniência?-olhei perdida para minha irmã, que respirou fundo e alisou meus cabelos
-Luan, se até você está fazendo essa analogia, é porque não existe amor, e sim, na minha visão, isso virou comodismo para vocês, porque por 12 anos vocês levaram esse relacionamento com a barriga, com idas e vindas, e agora que você teve a loucura de querer noivar, você sentiu que isso não é a sua verdadeira vontade, porque foi conveniente para vocês esse noivado, já que depois de tanto tempo juntos vocês não chegaram a lugar nenhum
-Será que joguei 12 anos da minha vida fora desse jeito Bubu?-estava perdido em meus sentimentos e pensamentos
-Luan, o único que pode responder isso, é você mesmo-Bruna me olhou nos olhos-mas como eu sei que é só a Jaqueline ligar, e te ordenar alguma coisa, que você vai igual um cachorrinho atrás dela, fazer as vontades dela, e continuar seguindo com esse relacionamento frustrado, porque não tem coragem suficiente para terminar com ela, e eu sei que ela faz drama, chantagem emocional, e você caí na dela, então tudo o que eu falar você vai acabar fazendo o contrário
-Isso é péssimo-suspirei frustrado-eu não sei o que fazer para salvar o meu relacionamento, ou não sei se deixo afundar de vez
-O único que está se afundando é você Luan, porque está confuso, com uma cara péssima, enquanto sabe Deus o que a sua querida noiva está fazendo
-Acho que vou ligar para ela-suspirei olhando para minha irmã, querendo a opinião dela
-Impressionante Luan-ela respirou fundo-eu disse tantas coisas, e você acabou fazendo o que eu falei, me contrariando
-Desculpas, é que eu realmente tô perdido, tô frustrado, e é uma péssima ideia ligar para a Jaque agora-respirei fundo-mas em compensação, eu estou com a melhor irmã do mundo, que me aconselha, me atura, e ainda por cima não cansa de mim, mesmo eu sendo um chato irritante
-Espero que seja eu-sorriu convencida-e só não deixa a Mari ouvir isso
-Mesmo que ela seja minha gêmea, eu sempre vou estar mais conectado a você, devido tudo o que já passamos juntos Bubuzinha
-Amo tanto quando me chama de Bubuzinha-sorriu fofa apertando minhas bochechas
-É porque você é minha Bubuzinha-abri os braços para ela, que se aconchegou neles e eu a abracei
-Que tal prepararmos alguma coisa para comer? tô com fome-disse Bruna ainda dentro do meu abraço
-Sei que tenho uma irmã que manja na macarronada-ri a olhando
-E um irmão que manja no risoto-riu me encarando
-Acho que a Mari vai ter que decidir essa-disse a olhando entrar na sala, com uma toalha na cabeça
-O que eu perdi?-nos olhou sem entender
-Macarronada ou risoto?-Bruna a questionou-lembrando que risoto é mais gostoso
-Eu prefiro macarronada, me deu uma vontade-disse para não sobrar pra mim cozinhar e Mari começou a rir
-Vocês dois estão apostando alguma coisa, e como eu não quero tomar partido de ninguém, eu escolho panqueca-Mari disse animada e eu e Bruna nos entreolhamos
-O Luan se ofereceu para ajudar-disse Bruna de imediato
-A Bruna falou que lava a louça-ri a encarando
-Não sei o que vocês dois estão aprontando, mas se quiserem comer, os dois vão ajudar-disse Mari nos olhando decidida
-Tudo bem, só vou concordar porque eu juro que ouvi como se fosse a mamãe falando isso-disse Bruna rindo e tive que concordar
-Se dona Mari falou, ta falado-concordei
-Ótimo meus filhos-disse Mari rindo, e eu e Bruna tambem começamos a rir
Foi muito bom passar á noite com as minhas irmãs, fizemos panquecas e nos divertimos juntos, como eu amo essas duas, e mesmo que eu já achava que tinha tudo tendo Bruna como minha única irmã, depois que a Marina chegou, ela veio somente para completar cada um de nós com seu jeito doce, decidido e meio desajeitado como eu, somos tão parecidos, e eu não tinha dúvidas, que o meu melhor presente nos últimos anos, foi ter encontrado a minha irmã gêmea, ou melhor, ela ter me encontrado, porque no fundo eu sempre senti que faltava algo em mim, e agora não restam dúvidas que eu estou completo, pois era ela que faltava na minha vida e da minha família. Depois de comermos muita panqueca, lavar, secar e guardar a louça, ficamos na sala conversando assuntos aleatórios, gravando stories juntos, e por um momento me esqueci de Jaqueline, e de todos os meus problemas, tendo uma noite leve e tranquila com pessoas que amo e me fazem bem. No dia seguinte, acordamos cedo pois iriamos para São Paulo, eu estava morrendo de saudade de casa, dos meus pais, e sabia que eles iriam ficar felizes vendo que Bruna e Marina vão junto comigo.
-Tem certeza que ela está vindo?-perguntei a Mari, que estava impaciente olhando o celular
-A Beca deve ter se atrasado um pouco, mas ela vai com a gente sim-Marina afirmou
-Por mim ta tranquilo Mari, viemos mais cedo para o aeroporto, então temos tempo para viajar, não é tão demorado o voo do Rio a São Paulo-a tranquilizei, pois decidimos vir bem cedo para o aeroporto, e já estávamos no meu jatinho
-Será que ela não se perdeu? porque a pista de voo que o jatinho do Luan fica, é diferente dos aviões comuns-disse Bruna
-Ela sabe que aqui é pista particular, a Beca só é um pouco enrolada mesmo-disse Mari olhando mais uma vez no celular
-Vamos esperar ela chegar Mari, fica tranquila-disse Bruna se sentando ao lado dela-ela deve estar se despedindo dos pais, tranquilizando o cachorro, e pegando as malas, porque ela está de mudança
-Talvez seja isso-Mari suspirou
Depois de meia hora esperando, e Mari surtando com a demora da amiga, Rebeca finalmente apareceu, com um monte de malas, e com o cachorro no colo.
-Desculpa se atrasei o voo de vocês-disse nos olhando constrangida-é que o Bruno não queria tomar o comprimido, acabou fazendo sujeira em mim quando estava entrando no carro do meu pai para vir para cá, e pegar um voo suja não dá, então tive que tomar banho e me trocar, mas agora ele ta tranquilo-disse alisando o cachorro, que estava sonolento em uma caminha azul
-Imagina Beca, sei como é esses nossos filhos peludos-disse Bruna rindo
-Ainda bem que veio, porque eu já estava achando que você tinha pegado um avião e iria me avisar que já estava em São Paulo, enquanto eu fiquei surtando aqui-disse Marina
-Não sou cruel a esse ponto-Rebeca riu-só demorei mesmo devido o imprevisto com o Bruno
-Agora que está tudo certo, posso avisar o piloto para erguer voo?-perguntei cortando o assunto delas, pois sei que quando começam a conversar não param
-Pode sim Luan, e mais uma vez desculpa ter feito vocês esperarem tanto tempo-disse Rebeca me olhando feito uma menininha arrependida e foi impossível não sorrir para ela
-Imagina muié, imprevistos acontecem, agora se ajeita ai, e vê um lugar confortável para colocar o seu bebê-ri apontando o cachorro
-Coloca ele no banco á sua frente, e prende a caminha com o cinto-disse Bruna a ajudando-pode ter certeza que já fiz isso muitas vezes com o Puff
-Me sinto menos incomodada, sabendo que vocês gostam de cachorros-disse Beca sorrindo e mais uma vez apreciei aquele sorriso
-Boizera, pode ir-avisei meu piloto
-Ok, rota Rio de Janeiro a São Paulo, confirmado-disse meu piloto
O voo não era demorado, e enquanto as meninas conversavam animadas, e comiam minhas guloseimas que Bruna as ofereciam, preferi ficar em meu canto lendo um livro, e uma frase me marcou muito, vindo de encontro com aquilo que eu estava em questionamento, [...] "mantenha-se firme apenas se for conveniente; caso contrário, satisfaça a vontade do outro a fim de facilitar a sua vida." Emily Giffin, Questões do coração.
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Olá amores, cadê meus leitores? comentem aqui se estiverem acompanhando, gostando da história, ou se tem sugestões para melhora-lá, pois como eu sempre digo, quem faz a história também são vocês, então por favor comentem sobre o decorrer da história até aqui. Beijos e espero saber a opinião de vocês.
Estou gostando bastante e já quero a beca e o Luan se acertando ❤
ResponderExcluirAmando a fic só não vejo a hora de eles conversarem sobre a noite que eles tiveram no passado 😂😂
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