Capitulo 30 - Sou mais forte.

O fim de semana chegou, e eu esperava que fosse bem melhor do que a semana que se passou, pois não foi fácil ver Luan cheio de amor com Jaqueline no dia que fui almoçar com Bruna, e depois ficar vendo o tanto de fotos e stories que ele postava com ela, tanto em sua casa, quanto nos dias de shows, coisa que ele nunca fez desde que o conheci, parecia querer exibir sua felicidade e aquilo acabava comigo a cada vez que olhava as redes sociais e todos comentando o quanto eles se amam, mal sabem a farsa que eles vivem, e que Luan estava se fazendo de noivo amoroso com alguma intenção, só esperava que não fosse para me atingir, pois com certeza ele conseguiu.

-Oi amor da minha vida-disse Fábio vindo me abraçar todo sorridente, quando foi me buscar no aeroporto
-Oi meu amor-sorri sentindo seu abraço, e depois dando inicio a um beijo rápido
-Que saudade meu amor-disse selando meus lábios após o beijo
-Tambem senti saudades, e como o prometido, eu tô aqui de novo-sorri o olhando
-E dessa vez quero ficar cada segundo com você, porque já aproveitei meus pais a semana toda-disse rindo enquanto seguíamos para o carro, e ele segurava minha mala

Como um noivo cuidadoso e cavalheiro, Fábio fez questão de colocar minha mala no carro, depois abrir a porta para mim, e quando finalmente estávamos dentro do carro me deu um beijo descente, cheio de amor e de saudade. Dessa vez concordamos em ficar na casa dos meus pais, então iriamos direto para lá, e durante o caminho enquanto ele me contava o que fez com os seus pais, os lugares que visitou no Rio pois estava com saudade, decidi ligar o rádio, em uma estação qualquer, e enquanto prestava atenção na letra, percebi que era a voz de Luan, o que me causou um arrepio diferente, ao ouvir aquela música.

[...]

E quando a rotina te fizer enxergar

Que era bem melhor comigo e quer voltar

Mas não, cê não pensou em mim

Você vai ouvir a nossa música tocar no rádio

Vai querer chorar, mas ele tá do lado

E ainda dar valor no que cê tinha
Eu vou lembrar da gente

Mas a diferença é que eu sou mais forte

E quem olha pra mim agora talvez note

Que eu sempre dei valor no que eu tinha

Quando você era minha...

[...]

-Amor, ouviu o que eu disse?-Fábio me tirou a concentração da música então o olhei
-Oi, sim-sorri o olhando
-Vamos na praia hoje á tarde com a Mari e o Gabriel-ele sorria
-Vai ser ótimo-disfarcei mudando a estação pois Fábio sabia que eu não curtia sertanejo
-Agora sim-sorriu quando começou tocar uma música eletrônica, e fingi animação junto com ele

Mesmo tentando disfarçar, a letra daquela música parecia descrever o que eu estava sentindo, e o pior foi ouvir a voz do Luan em partes da música, principalmente no refrão, então me coloquei a pensar que ele estava sendo o mais forte, porque esbanjava felicidade com Jaqueline, enquanto eu tentava dar o máximo de mim para fazer Fábio feliz, mas ainda pensava muito em Luan, lembrava da gente, e sentia vontade de chorar, mesmo com meu noivo ao meu lado, por não entender a confusão que se encontrava dentro de mim. Chegamos na casa dos meus pais, passamos o resto da manhã com eles, almoçamos juntos, e depois seguimos para a praia, onde Marina combinou de nos encontrar, juntamente com seu namorado.

-Que saudade de vir na praia com vocês, e dessa vez sem segurar vela-dizia Mari rindo, enquanto tomávamos uma cerveja sentados na areia, debaixo do guarda sol
-Agora ela vai ficar jogando toda hora na nossa cara, que desencalhou-disse Fábio rindo
-Claro que vai, ela estava desesperada para sair do encalhamento-disse zoando com minha amiga que me jogou um pouco de areia
-Assim vocês me envergonham, na frente do Gabi-nos olhou sem jeito-ele vai acreditar que eu estava realmente desesperada, pelo modo que vocês ficam falando
-Mas seu desespero acabou amor-Gabriel riu-agora pode se gabar a vontade, por ter um namorado lindo como eu-sorriu a dando um selinho
-Como ele é modesto-disse Fábio me olhando-viu como você teve sorte em fisgar o mais lindo e humilde da família?-riu de canto
-Sim meu amor-ri o dando um selinho
-Vamos parar de agarração, porque viemos nos divertir-disse Marina animada-bora entrar no mar?
-Só se for agora-sorri me levantando junto com minha amiga

Entrei no mar com minha amiga, enquanto Fábio e Gabriel preferiram ficar tomando cerveja e conversando, como eu amava praia, obviamente não iria desperdiçar a chance de entrar no mar, sentir o sol quente em minha pele, e pegar um bronze natural seja no mar ou na areia. Ficamos o resto do dia na praia, e depois seguimos todos para o apartamento de Marina, onde iriamos tomar banho, e encerrar a noite com um jantar especial entre casais, preparado pela minha amiga e com a minha ajuda, só para pegar os ingredientes ou picar as coisas, pois quem arrasa na cozinha é Marina.

-O meu irmão acabou de me mandar mensagem-disse Mari sorrindo enquanto eu terminava de tirar a lasanha do forno, e ela temperava a salada
-Que bom para você-disse baixinho
-Ele disse que amanhã tem uma gravação de programa aqui no Rio, e mais tarde tem show em uma cidade próxima, então me convidou para ir-sorriu me olhando-vamos no show?-me questionou animada
-Mari, o irmão é seu, então não me inclui nessa-fui direta e grossa-até porque eu e o Fábio não curtimos esse tipo de show
-Como você é chata e implicante com o meu irmão-ela revirou os olhos
-Eu apenas sou sincera-a olhei e ela suspirou
-Tudo bem, vou sozinha com o Gabi-me olhou chateada
-Mari, não faz isso-a olhei e ela me evitava-poxa Marina, vai fazer drama porque não quero ir no show do seu irmão?
-Acontece que você nunca quer fazer nada quando envolve ele, você já devia ter aprendido a conviver melhor com o Luan, porque ele vai ser o meu irmão para o resto da vida, e enquanto você viver nessa implicância boba com ele, infelizmente a nossa amizade vai sempre ter essa barreira, porque no dia que eu me cansar dessa sua chatice, sinto muito, mas vai ser tarde para você-disse me olhando séria
-Mari, tenta me entender e...
-Esquece isso Rebeca, vou chamar os meninos para comer-disse saindo da cozinha, e respirei fundo não sabendo como me livrar dessa situação

O nosso jantar foi tranquilo, porém Marina estava tentando me evitar, me dar algumas cutucadas, e isso estava me irritando, porque eu sei o quanto ela ama o irmão dela, mas ela não sabe de tudo o que envolve eu e ele, para querer tanto que eu me dê bem com Luan, e a acompanhe nesse show.

-Amor, amanhã vai ter um show do meu irmão aqui perto-disse Marina olhando para Gabriel-e ele quer ver a gente lá
-Show do meu cunhado, é claro que vamos-disse sorridente-vocês tambem vão?-perguntou nos olhando, e eu me entreolhei com Fábio, que já fechou a cara
-A gente não curte esse tipo de show-disse Fábio
-Eles não gostam do meu irmão, nem do show dele, então nem adianta insistir-disse Marina dando de ombros e tomando seu suco
-Mas acho que seria bom sair um pouco-disse olhando para Fábio, que me encarou-não custa nada acompanhar os nossos amigos, no show do irmão da Mari
-Você deve amar o show desse cara, porque agora vive indo em shows dele-disse Fábio em tom de implicância-mas se quer tanto ver esse show, vamos sim, porque quero saber o que tem de tão interessante para você gostar tanto
-Não tem nada demais Fábio, só vamos curtir um show qualquer com a companhia dos nossos amigos, mas se não quiser ir, eu vou sozinha-o olhei irritada, porque agora ele estava tendo crise de ciumes por qualquer motivo
-Nem morto eu deixo você sozinha no show daquele cara-me encarou
-Então se vocês forem no show, por favor, vão numa boa-disse Marina nos olhando-não tem nada demais assistir ao show do meu irmão, só pensei que seria bom um programa diferenciado entre a gente, somos amigos a tanto tempo
-Sim Mari-sorri de canto a olhando-vamos com vocês-olhei firme para Fábio-mas agora vamos dar um jeito nessa louça, porque precisamos ir embora

Tentei amenizar o clima pegando as louças sujas, e Marina me ajudou a levar tudo para a cozinha, onde organizamos tudo juntas, e ela parecia estar de boa comigo outra vez.

-Desculpa, sei que fiz drama-disse me olhando enquanto terminávamos de guardar a louça-e sei que você não recusou por mal o convite de ir ao show do Luan, porque depois que eu vi o Fábio se estressar e ficar todo enciumado, sei que você só tentou evitar uma discussão entre vocês
-Eu não tenho nada contra o Luan, mas realmente fica uma situação chata ter que lidar com o Fábio, e com o seu irmão por perto, devido a tudo o que aconteceu antes-suspirei a olhando
-Vocês precisam superar isso Beca, não só você, mas o Fábio também, hoje foi tão divertido passar o dia com vocês e com o Gabi, seria tão bom que vocês se dessem bem com o meu irmão, para um dia quem sabe, sairmos todos juntos-sorria animada com a ideia
-Quem sabe, um dia-sorri amarelo a olhando

Voltamos para a casa dos meus pais, somente para dormir, e Fábio ainda parecia irritado comigo, eu não queria discutir, então entrei na frente dele no quarto, coloquei a minha camisola, e me deitei na cama sem trocar uma palavra sequer com ele, enquanto ele me encarava.

-Rebeca, não acha que temos que conversar?
-Não Fábio-disse me virando de costas para ele-estou com sono, então boa noite
-Tudo bem Rebeca, mas amanhã a gente conversa-o ouvi se ajeitando na cama e nem senti ele me abraçar para dormimos juntos, talvez fosse melhor assim

*Luan on.

Estava tentando ao máximo me dar bem com Jaqueline, pois eu precisava parar de pensar em Rebeca, e no quanto ela brincou comigo. No começo foi meio difícil tentar ser amoroso com minha noiva, mas como qualquer coisinha minima já a deixava feliz e apaixonada, não tive que me esforçar muito para ter uma semana leve com ela, sem brigas, sem dramas, e até postei foto junto com ela, gravei stories, e isso com certeza a deixava mais radiante, vendo que eu demonstrava amor por ela em minhas redes sociais.

-Amor, esta sendo tão bom esses dias com você-sentia Jaqueline me abraçar por trás e beijar minhas costas, enquanto estava na sacada do quarto trocando mensagem com meus amigos e familiares
-Sim amor, mas agora estou conversando algo importante aqui-disse para ela desgrudar um pouco
-Eu ainda quero o meu noivo por inteiro-dizia beijando minhas costas, alisando o meu peitoral, e nem dando moral ao que eu dizia
-Jaque, estou conversando, depois eu te dou atenção-disse tirando discretamente suas mãos de mim
-Tudo bem-bufou me olhando-te espero na cama

Estava conversando com minha irmã Marina, e a convidando para o meu show, pois iria ser perto do Rio de Janeiro, e eu estava com muita saudade da minha metadinha, que logo aceitou o meu convite. No outro dia acordei cedo para viajarmos para o Rio, teria a gravação do programa altas horas, e depois seguiria direto para a cidade do show, queria muito passar o dia com a minha irmã, mas como Jaqueline estava comigo, eu não gostava de a levar junto para visitar Marina, pois ela sempre fica com cara de tédio e me perguntando de minuto a minuto quando vamos embora.

-Como você está lindo meu amor-disse Jaqueline me olhando terminar de me arrumar para seguirmos para o local do show
-Você também ta linda-sorri de canto a olhando, e ela me deu um selinho-vamos logo, porque hoje quero chegar mais cedo para receber a minha irmã
-Vamos

Seguimos para o local do show, e já estava lotado, sorri recebendo o carinho das minhas fãs ainda dentro da van, e assim que entrei em meu camarim, já levei um susto com alguém pulando em minhas costas, pensei ser uma fã que invadiu ali, mas quando reconheci que era Mari, a puxei para um abraço apertado e a ergui no alto, amo tando a minha irmã baixinha, e nem parecemos gêmeos com essa diferença tão grande de altura.

-Você chegou primeiro que eu-ri a olhando após o nosso abraço
-Sim, a gente veio mais cedo-disse apontando as pessoas que a acompanhavam, e imaginei que seria só o namorado dela, mas meu sorriso se desfez ao ver Rebeca e Fábio junto com eles
-E ai cunhado-disse Gabriel me cumprimentando com um aperto de mão e um toque nas costas
-Esta cuidando certinho da minha irmã?-disse o olhando e ele assentiu
-Sempre-disse Marina o abraçando
-Oi-disse acenando para Rebeca e o corno ao lado dela
-Oi-os dois acenaram de volta
-Amor, olha os presentes que recebi-disse Jaqueline entrando bem depois, pois ela acabou sendo abordada por algumas fãs, e raramente ela era gentil com elas, mas como ela estava de bom humor fez questão de ir falar com elas
-Que coisa linda-sorri a abraçando-hoje temos visitas no show meu amor-disse apontando os outros
-Oi gente-ela apenas acenou para eles-vou guardar os presentes-sorriu me olhando
-Sua noiva deve ser muito querida por seus fãs-disse Gabriel olhando admirado para os presentes
-Acho que sim-disse dando de ombros-mas fiquem á vontade, que eu vou me ajeitar

Deixei todos á vontade no meu camarim, ou quase todos, pois era visível o quanto Rebeca estava deslocada, ao lado do noivo chifrudo que me encarava sério, a cada vez que o meu olhar cruzava com o dele sem querer. Mal os dei atenção, pois precisava atender a imprensa, os fãs, os políticos e as pessoas influentes da cidade, então todos seguiram para o camarote, enquanto eu teria que cumprir a minha parte no camarim, antes de fazer o show. Após terminar o atendimento, me aqueci, e não demorou para que eu subisse no palco todo feliz, vendo a animação dos meus fãs, sentindo a energia boa que era estar naquele palco. Em um momento do show, após minha troca de roupa, eu soube que o Wesley Safadão estava ali, pois ele teve um show por perto, e acabou chegando no meu show um pouco atrasado. Sempre que eu recebo um amigo, não penso duas vezes em convidar para cantar comigo, e como temos uma música gravada juntos, decidimos canta-la, e enquanto interagia no palco com o meu amigo, percebi no camarote Rebeca incomodada, e a letra da canção falava um pouco o que eu estava sentindo, pois não era fácil ver ela com Fábio, mas eu estava me fazendo de forte, mesmo sofrendo com as lembranças de tudo o que aconteceu entre a gente, e do tempo que eu poderia dizer que ela era só minha. Encerrei o show, e como sempre tivemos uma breve social no meu camarim, que foi muito especial com a presença do Wesley, da minha irmã e dos outros que a acompanhavam.

-É o último docinho-ri enquanto fui pegar o doce e Rebeca fez o mesmo
-Nossa, desculpa, ele é todo seu-me deu espaço para pegar o doce
-Imagina, você é minha convidada, então pode comer-a entreguei o doce e ela me olhava receosa
-Se nenhum dos dois quiser, eu quero-disse Marina pegando o doce e comendo, só então percebi que ela estava por perto
-Gostei da atitude-ri a olhando
-Vocês ficaram de bobeira, então eu peguei para mim-riu após comer o doce-e o show foi lindo Lu-sorriu me abraçando-queria muito acompanhar mais os seus shows
-Quando quiser me acompanhar, eu vou ficar feliz em ter você comigo
-Nas minhas férias quem sabe-sorriu de canto me olhando

A social durou pouco, pois todos precisavam ir embora, mas aquela noite foi especial, por receber pessoas que amo, e nem as presenças desnecessárias me incomodaram, pois eu estava feliz com todo o amor que recebo, daqueles que realmente me querem bem. No dia seguinte, era segunda feira, e como era minha folga, pensei em ir para o Rio de Janeiro que era pertinho, e passar o dia com a minha irmã, eu sabia que ela trabalhava na parte da manhã, então descansei no hotel, almocei com Jaqueline, e me despedi dela no aeroporto, pois ela precisava pegar o voo para o Paraná e cuidar de suas coisas por lá, enquanto eu iria fazer essa pequena surpresa a Marina. Como eu imaginei que minha irmã estaria em casa no horário que cheguei no Rio, segui direto para o apartamento dela, a minha entrada foi liberada, e então bati em sua porta, sendo recebido com uma cara de surpresa pela minha irmã.

-Luan, que surpresa boa, não imaginei que viria aqui-sorriu me abraçando
-Pois é, hoje quis aproveitar minha folga com a minha metadinha-a apertei no abraço-tudo bem eu ficar aqui?
-Tudo sim-sorriu de canto-mas é que hoje a Beca esta um pouco mal, e veio ficar aqui comigo-disse após abrir a porta me dando passagem, então vi Rebeca sentada no sofá com cara de choro, e me olhando espantada enquanto tentava disfarçar
-Nossa, desculpa atrapalhar-olhei sem jeito para a minha irmã
-Você nunca atrapalha Lu-sorriu para mim-pode deixar as suas coisas no quarto de hospedes

Me senti receoso vendo Rebeca aqui, plena segunda feira, e isso me pareceu estranho, mas como eu cheguei sem sequer avisar Marina, agora teria que ficar um pouco com minha irmã, mesmo sabendo que eu devo ter atrapalhado ela e Rebeca, que por algum motivo veio desabafar com ela, e sequer viajou para São Paulo onde tem sua vida e rotina.

-Não estou atrapalhando mesmo?-perguntei me sentando no sofá de frente para elas, e Rebeca mal me olhava, para esconder a cara de choro
-Claro que não Lu, já almoçou?-Mari me perguntou
-Almocei no hotel da outra cidade com a Jaque, antes dela voltar para o Paraná, e como eu devia um tempo com você, decidi vir para o Rio, ao invés de voltar para a casa
-Devia mesmo-riu de canto
-Como sei que vocês precisam passar um tempo juntos, vou terminar de arrumar as minhas coisas e dormir um pouco, para voltar para São Paulo mais tarde-disse Rebeca
-Vai descansar amiga-Mari sorriu de canto a olhando, e Beca foi para um dos quartos
-Ta tudo bem com ela?-perguntei após ela sair
-Não sei-Mari suspirou-ontem ela brigou feio com o Fábio, acabou vindo dormir aqui comigo, e hoje ficou o dia todo no meu apartamento, preferiu não voltar para São Paulo ainda pois estava de cabeça quente, e eu acabei nem indo trabalhar para a dar atenção, porque sabia que ela precisava de um ombro amigo

-Tomara que ela fique bem-disse com pesar-mas a briga deles, tem alguma coisa a ver com o meu show?-perguntei jogando um verde
-Claro que não-Mari disse de imediato-esquece a Beca e os problemas dela, porque agora eu quero aproveitar o meu irmão-disse vindo se sentar ao meu lado e eu a abracei

-Eu também quero aproveitar bastante, a minha metadinha

Minha tarde foi ótima ao lado de Marina, conversamos bastante, assistimos filme, comemos besteiras, e eu me sentia leve ao lado dela, queria tanto ter passado mais tempo com ela antes, mas o pouco que eu podia estar ao lado dela eu aproveitava.

-Oi princesa da disney-disse Mari olhando para Rebeca que apareceu na sala, com cara de choro e sono

-Mari, vou pegar voo daqui a pouco, e estou com muita dor de estomago-disse Rebeca a olhando com uma carinha de dar dó

-Não tenho nenhum remédio de estomago aqui amiga-disse Mari a olhando-Lu, você tem algum?-me perguntou

-Acho que não, geralmente só carrego remédio para dor de cabeça

-Então deixa-disse Rebeca respirando fundo-daqui a pouco vou embora, então tomara que passe até lá

-Você ainda quer ir embora nesse estado Beca?-disse Mari a olhando-fica aqui mais um dia, se quiser eu vou na farmácia comprar o seu remédio

-Eu não posso me dar ao luxo de faltar dois dias seguidos do meu trabalho, só porque eu sou a gerente

-Poder, você sabe que pode-Mari riu de canto-mas você está certa, em zelar pelo seu emprego, e como eu sei que a sua gastrite nervosa esta atacando, vou na farmácia comprar o seu remédio, porque não vou deixar você ir embora passando mal

-Nem sei o que seria de mim, sem você-disse Beca sorrindo para Mari

-Eu te conheço desde que você nasceu-minha irmã sorriu a olhando-tudo bem se eu sair um pouquinho?-me perguntou

-Vai buscar o remédio da sua amiga, e fica tranquila que eu tô de boa-disse me ajeitando no sofá

-Então vou agora, e você vai comer alguma coisa-olhou séria para Rebeca-sua alimentação é péssima, e você mal comeu hoje

-Meu estomago ta fraco, se eu comer vou colocar tudo para fora-disse Rebeca com cara de enjoo

-Credo amiga, se eu não soubesse que o Fábio estava em outro País, jurava que você está grávida-disse Marina rindo e Rebeca pegou uma almofada do sofá a jogando

-Para de ser boba, e busca logo o meu remédio, é só minha gastrite atacando, você sabe

-Sim-Marina ainda ria-se eu não soubesse das suas crises de gastrite, iria achar que seria titia...

-Vai logo Marina-Rebeca a jogou outra almofada-menina sem graça

Marina saiu para ir comprar o remédio de Rebeca, e ela seguiu para a cozinha, sem sequer me olhar, apenas estava escutando as implicâncias da minha irmã com a amiga, e quando ela disse da possibilidade de gravidez, eu gelei, porque mesmo tendo certeza que nós sempre nos protegemos, eu tinha muito medo de um dia dar errado e a gente não perceber, então mesmo não querendo ir atrás, ou demonstrar preocupação com Rebeca, fui até a cozinha, e a vi fazendo um lanche.

-Rebeca, você esta bem?-perguntei quando ela me olhou

-Sim-disse apenas assentindo

-Não é o que parece-me aproximei dela-me fala só uma coisa, você não esta gravida, não?-a olhei receoso e ela começou a rir

-Luan, não põe na cabeça as loucuras da Marina, e fica despreocupado que não estou grávida, nunca me descuidei, e só estou com o estomago doendo porque minha gastrite atacou

-Você nunca me disse que tinha gastrite, mas quer saber...-a olhei pensativo-isso não me interessa-disse virando as costas e voltando para a sala, pois ela não merecia a minha preocupação e sequer a minha atenção

*Rebeca on.

Concordei em ir naquele show de Luan, só para tentar agradar Marina, mas no fundo, eu fui porque queria vê-lo outra vez, o que foi péssima ideia, pois Fábio passou o dia todo bicudo comigo, e reclamando por qualquer coisa minima que eu falasse ou fizesse, o que me fez prever que até na hora do show uma tempestade iria cair sobre nós. Estava sendo uma tortura ver Luan e não poder falar com ele a sós, me lembrando de cada momento único que passamos juntos, e durante o show, ele cantou a bendita música que ouvi no rádio a dias atrás, me fazendo lembrar novamente de nós, quando olhei para o meu noivo ao lado, que estava sério o tempo todo, e quando vi Luan no palco cantando e olhando em minha direção, eu sabia que ele estava cantando aquilo para mim, para me mostrar que entre nós dois ele era o mais forte. Após o show, e a social com Luan e a equipe dele, Fábio começou a jogar indiretas quando estávamos voltando para casa, querendo dar inicio a uma discussão, e não demorou para nós dois brigarmos feio na frente de Marina e Gabriel, que estavam na frente do carro, apenas nos observando calados pelo retrovisor. Devido toda a minha raiva, preferi ir ficar com Marina no apartamento dela, aproveitei que minhas malas estavam no carro, pois eu pretendia pegar voo na madrugada, e até os meus planos de irem embora foram cancelados, pois eu só queria chorar e lamentar, por estar sofrendo tanto, graças a esse meu confuso coração. A segunda feira amanheceu péssima para mim, chorei o dia todo no colo de Marina, que acabou dando uma desculpa para não ir trabalhar e ficar comigo, e devido todo o meu estresse, irritação, tristeza e misturas de sentimentos, minha gastrite nervosa atacou, o que só me deixou pior quando vi Luan aparecer de surpresa no apartamento da minha amiga.

-Ele não devia estar aqui, não agora, porque ele foi aparecer?-dizia para mim mesma enquanto chorava no meu quarto, após ter deixado Luan e Marina a sós na sala

Passei a tarde chorando, e dormindo muito pouco, acordei com meu estomago pegando fogo, e ainda precisava ir embora, pois a minha vida não pode parar por causa de homem. Tomei coragem, e fui até a sala perguntar a minha amiga se ela tinha remédio para estomago, o que a fez zoar comigo que eu poderia estar gravida, e mesmo cheia das gracinhas ela se ofereceu para ir comprar o meu remédio, não achei ruim ela ter saído pois realmente precisava aliviar essa dor infernal, e mesmo não sabendo se conseguiria comer alguma coisa, fui preparar um lanche leve na cozinha, até que vejo Luan chegar ali e ficar me olhando.

-Rebeca, você esta bem?-perguntou assim que o olhei

-Sim-disse apenas assentindo, pois não queria dar moral a ele

-Não é o que parece-se aproximou de mim, o que me fez arrepiar-me fala só uma coisa, você não esta gravida, não?-me olhou receoso e tive que rir

-Luan, não põe na cabeça as loucuras da Marina, e fica despreocupado que não estou grávida, nunca me descuidei, e só estou com o estomago doendo porque minha gastrite atacou-o expliquei

-Você nunca me disse que tinha gastrite, mas quer saber...-me olhou pensativo-isso não me interessa-disse virando as costas para mim e voltando para a sala

-Que cara maluco-ri desacreditada

Terminei o meu lanche, e fiquei na cozinha o comendo aos poucos, pois não queria passar mal, ainda mais com Luan por perto, e eu realmente esperava que ele não colocasse a brincadeira idiota de Marina na cabeça, pois eu tinha certeza que não estava grávida, e se dependesse da minha vontade, esse dia iria demorar muito para acontecer.

-A Mari ainda não chegou?-perguntei a Luan que estava todo folgado deitado no sofá

-Se não estiver vendo ela aqui, é porque ela não esta-disse sem nem me olhar

-Grosso-disse alto para ele ouvir e voltei para o quarto

Minhas malas já estavam prontas, e eu ainda não havia comprado minha passagem aérea, como estava muito em cima da hora, eu teria que pagar bem mais caro, e torcia para que houvesse algum horário livre por agora, porque eu queria ficar longe de Luan o mais rápido possível.

-Cheguei amiga, agora toma o seu remédio-disse Mari entrando no quarto e me entregando a sacola da farmácia

-Obrigada amiga-sorri para ela-vou tomar agora

Segui para a cozinha para tomar o meu remédio, e não demorou para que começasse a sentir alivio, fui até a sala, onde Marina estava sentada no sofá com a cabeça do folgado do Luan em seu colo, e os dois riam de alguma coisa.

-Mari, eu te amo amiga, obrigada pelo remédio

-Sei que sou incrível-ela riu de canto-já esta melhor?

-Sim, aos poucos esta aliviando-sorri para ela-mas agora vou fazer o pedido da minha passagem, vi que tem um voo daqui uma hora, então já vou pedir um uber também, porque você sabe como demora até chegar no aeroporto

-Tem certeza que quer ir embora Beca? porque não fica até amanhã, e aproveita para ir com o Luan-disse olhando para o irmão que a encarou

-Ir comigo? já ta me expulsando maninha?-a olhou dramático

-Claro que não Lu, é que eu achei que você fosse embora amanhã, então poderia dar uma carona a Beca

-Até porque, o seu irmão me deve uma carona-disse rindo de canto e o olhando

-Devo nada não-disse Luan se sentando no sofá-na verdade estamos quites, porque eu quem dei carona para ela primeiro, aquela vez que ela foi se mudar para São Paulo, e ela só retribuiu aquele dia que choveu porque você pediu-olhou para Marina-então esta tudo certo e eu não devo nada a ela-me apontou

-Estava só brincando com você Luan, sei que não me deve nada, e fica tranquilo que vou embora hoje mesmo, então não vou precisar ficar te devendo nenhum favor

-Desculpa causar essa confusão entres vocês-disse Marina nos olhando, antes que a situação piorasse-mas o que custa para vocês, contribuir para se darem bem? eu juro que não faço ou falo mais nada

-Mari, sei que a sua intenção é boa, mas eu realmente não quero amizade com a Rebeca-disse Luan olhando sério para a irmã

-Tudo certo Mari, porque eu também não quero amizade com o seu irmão-o encarei e Marina respirava fundo

-Vocês dois tem um problema sério de convivência, mas a vida é de vocês, então se odeiem á vontade, porque eu cansei de tentar amenizar a situação, mas vocês não colaboram-disse Marina se levantando do sofá, e seguindo para o seu quarto

-Luan, custa ser gentil comigo na frente da sua irmã?-disse após um tempo em silêncio

-Eu que tenho que ser gentil Rebeca?

-Sim-o olhei respirando fundo-eu também não estou confortável com essa situação, mas se for para deixar a minha amiga feliz, eu fico mais um dia aqui, e espero que você tenha a boa vontade de me dar uma carona até São Paulo

-Por mim, eu não te levaria nem na esquina-me olhou de um jeito frio-mas se é pela Marina, o que custa...-disse dando de ombros

Concordei em ficar mais uma noite no apartamento de Marina, e Luan concordou que eu viajaria com ele para São Paulo no dia seguinte, então para agradar minha amiga, jantamos todos juntos, e finalizamos a noite vendo uma série super chata que Luan escolheu, na verdade eu fui dormir na metade da série e deixei os dois assistindo sozinhos, estava cansada, esgotada, e esperava que o dia seguinte fosse bem melhor que o dia de hoje. Durante a noite, confesso que pensei que Luan iria aparecer para dormir comigo, e acabei passando uma parte da madrugada acordada, me arrisquei a sair do quarto, olhei em direção a porta do quarto que ele estava, e movida pelo desejo fui abrir a porta para vê-lo, mas me frustei com a porta estando trancada, então tive que me convencer que não seria dessa vez que teria Luan de novo.

-Bom dia-disse a Luan, o vendo tomar café sozinho na cozinha, pois certamente Marina saiu para trabalhar, e não quis me avisar, pois eu precisava descansar

-Bom dia-disse sem me olhar, tomando seu café e mexendo no celular

-Luan, vamos almoçar com a Mari, e depois voltamos para São Paulo?-o perguntei para puxar assunto

-Sim-disse ainda sem me dar atenção

-É porque eu preciso ir para o meu trabalho, já faltei ontem e hoje de manhã, então preciso aparecer ao menos na parte da tarde

-Sim-concordou ainda indiferente

Tentei puxar alguns assuntos com Luan, que mal me deu atenção, e após tomar o seu café, ele saiu da mesa sem dizer nenhuma palavra, voltando a se trancar no quarto, o que me fez ficar a manhã toda sozinha assistindo TV, mexendo no celular e vendo as horas passarem, até que Marina chegasse, para finalmente ter alguém para interagir.

-É tão bom ficar aqui com você, mas preciso ir, porque infelizmente a minha vida agora é em São Paulo-dizia com pesar, enquanto terminava de organizar a louça com Marina, após termos almoçado

-Eu sei Beca, mas não vai demorar para nos vermos de novo, tenho certeza-sorriu de canto

Segui conversando com minha amiga até a sala, onde Luan estava todo despreocupado deitado no sofá, e mexendo no celular, ele tinha ficado de pedir o uber que nos levaria até o aeroporto, mas sequer havia se arrumado.

-Luan, já chamou o uber?-o perguntei

-Chamei sim, deve chegar daqui uns 15 minutos

-Então já vou deixar minhas coisas aqui na sala, porque não quero demorar-disse o olhando, e ele estava distraído com o celular

-Beca, o seu uber está chegando-disse Luan me avisando e eu o olhei

-Porque meu uber? não vai comigo?-o olhei sem entender

-Pensei melhor, e vou ficar aqui no Rio a semana toda, depois pego meu jatinho para cumprir minha agenda, e volto para casa na próxima semana-disse despreocupado

-Eu pensei que você voltaria comigo para São Paulo-o olhei sem acreditar-porque me disse que estava tudo certo então?

-Porque está Rebeca, seu uber chegou, e fica tranquila que o meu jatinho esta te esperando, conversei com o piloto e...

-Foda-se, você, e seu jatinho-o olhei irritada-esta vendo porque eu nunca vou ser amiga do seu irmão Marina?-a encarei-seu irmão é um mentiroso argiloso

-Não envolve a Marina-disse Luan me olhando-eu apenas decidi ficar aqui no Rio, e ta tudo certo para você voltar para São Paulo, então não faz uma tempestade em copo d'água Rebeca

-Marina, viu como seu irmão age?-a encarei, e ela apenas nos observava

-Eu não sei de nada que acontece entre vocês dois-suspirou nos olhando-mas pelo menos o Luan cumpriu a palavra de te levar para São Paulo

-Cumpriu onde Marina?-a encarei sem acreditar-mas tudo bem, não vou falar nada, porque sei que você vai defender o seu irmãozinho

-Beca, eu estou sem saída, quer que eu fale o que?-Marina nos encarava-pelo menos o Luan está sendo gentil em te ceder o jatinho dele, e...

-Eu não preciso de caridade, porque eu pensei que ele viria comigo-o olhei profundamente magoada-mas melhor ir sozinha, do que na companhia de gente como ele

Mal me despedi de Marina, e peguei o uber que já me esperava a minutos rumo ao aeroporto, me segurei ao máximo para não chorar, e mesmo que eu fosse orgulhosa e tentasse ir para São Paulo da minha própria maneira, o jatinho de Luan era o que estava disponível no momento, então segui para São Paulo naquele jatinho vazio, e deixei que as lágrimas pudessem cair, me fazendo questionar aonde errei, mas me fazendo perceber o quanto tudo isso estava me tornando mais forte, pois um dia as feridas cicatrizam, e se tornam apenas lembranças, de que não doem mais.

__________________________________________________________________________

Olá amores, cadê meus leitores? o que estão achando da história? será que agora Luan vai dar esse gelo em Rebeca por muito tempo? comenteeeem aqui o que estão achando, que em breve terá mais capítulos, beijos.