quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Capitulo 45 - A verdade batendo á porta.

Após mais uma consulta de rotina semanal para acompanhar a minha gestação, devido eu estar passando muito mal, estar com dor e contrações de treinamento, já pedi ao meu médico que realizasse minha cesárea o quanto antes, e Fábio que me acompanhava durante a consulta, ficou sem reação, e todo feliz pois nossa filha finalmente iria nascer. Imediatamente me internaram em um quarto do hospital, e como eu não havia levado nada, fiz Fábio ir buscar as minhas coisas e as coisas da minha filha, enquanto eu pensava se essa era a melhor decisão a ser tomada, quando recebi uma mensagem da Bruna, me avisando que ela foi visitar Luan, então aproveitei e a contei tudo, e como ela estava por perto, devido ser o mesmo hospital, mas em alas diferentes, ela não demorou aparecer no meu quarto.

-Não acredito nisso Rebeca, você vai fazer cesárea daqui a pouco e esta na maior tranquilidade do mundo-Bruna veio me visitar imediatamente, pois ela sempre queria estar por perto para qualquer intercorrência comigo
-Decidi de ultima hora Bru-suspirei a olhando-prefiro fazer de uma vez, a bebê está cada vez maior, me deixando sufocada, sem espaço aqui dentro e as contrações são horríveis-fiz careta ao me lembrar da dor
-Se você acha que esse é o momento certo, então só me resta te desejar boa sorte-sorriu se encurvando para me abraçar, já que eu estava deitada na cama do hospital aguardando a enfermeira vir me preparar para o parto-a minha sobrinha vai nascer linda e com muita saúde-sorriu deixando lágrimas cair, e também chorei emocionada, pois não controlava mais nenhuma emoção faz tempo
-Com certeza, vai ser a mais linda de todas-sorri em meio as lágrimas alisando minha barriga-e o Luan?-a perguntei já com lágrimas nos olhos e ela suspirou
-Continua do mesmo jeito-suspirou entristecida-ainda venho visitar ele quando tenho um tempinho, não é a mesma coisa do que ter ele por perto, mas já supre um pouco a saudade
-Sei como é-deixei lágrimas caírem alisando minha barriga-eu pensei muito se teria ou não a minha filha agora, se iria conseguir esperar até ele acordar, mas eu não estou mais aguentando Bru-a olhei em meio as lágrimas-eu sei que ela precisa nascer agora, mesmo que ele não esteja por perto
-Tudo bem Beca, não se culpe e não tente segurar mais se você não aguenta, o importante é ela nascer bem, ser e se sentir amada-sorriu alisando minha barriga-mesmo que o meu irmão esteja inconsciente e impossibilitado de assistir o parto da filha de vocês, eu como sou a única familiar de sangue dele e da bebê presente, vou registrar cada momento, e não te deixar sozinha
-Obrigada Bruna-sorri a olhando emocionada-mas na verdade, eu queria que você me ajudasse em uma coisa, antes que eu vá para a sala de cirurgia

Contei a Bruna o que eu pretendia fazer, e ela ficou feliz e emocionada com a minha atitude, como eu ainda estava sem as roupas apropriadas para o parto, e estava me sentindo um pouco bem e sem dor, consegui autorização para entrar na ala da UTI onde Luan estava, e vê-lo pela última vez antes do parto da nossa filha, com aquela chama de esperança, que talvez ele ainda desperte a tempo de assistir tudo.

-Luan, não sei há quanto tempo não venho aqui te ver, mas saiba que eu ainda espero você acordar, espero você voltar para mim, para a nossa filha-coloquei a mão dele sobre minha barriga, e ela mexia toda exprimida dentro de mim-ela está marcada para nascer ainda hoje-deixei lágrimas rolar enquanto falava com ele-se você está me ouvindo, e entende o que eu estou falando, cria forças Luan, e volta de uma vez, porque eu quero você ao meu lado, no momento que a nossa Letícia vir ao mundo-chorava o olhando-acorda Luan... por favor-apertava a mão dele sobre minha barriga, e ele não demonstrava nenhuma reação-seja forte, e saí dessa logo, por favor...

Permaneci nem sei por quanto tempo ali, esperando ele ter alguma reação, um sinal de vida, de consciência, mas logo tive que sair dali, pois o tempo de visita havia acabado, e eu precisava de descanso e preparação antes do meu parto acontecer. Voltei para o quarto atordoada, chorei muito com Bruna, mas não podíamos fazer mais nada, era somente da vontade de Deus e da força de vontade do próprio Luan, em querer voltar, que o faria reagir. As enfermeiras vieram me preparar para o parto, e finalmente pude sorrir outra vez, pois sabia que a minha filha estava chegando, e vindo de encontro aos meus braços, me troquei com ajuda, e pedi para ir ao banheiro, pois estava fazendo muito xixi, aproveitei para tirar uma última foto sozinha em frente o espelho, e devido a camisola de hospital ser enorme, nem parecia que eu estava grávida e prestes a dar a luz, então acabei fazendo caras e bocas para tirar foto e quando voltei para o quarto, me deitei na cama outra vez com a ajuda de Bruna, onde escolhi uma foto para postar.


@becasanches: Será que estou preparada para uma cesárea? a alegria é evidente, porém o nervosismo e a ansiedade se fazem presentes para conhecer a minha Letícia, que Deus nos abençoe 🙏🤰❤️

-Oi, cheguei meu amor-disse Fábio entrando no quarto, com a malinha que arrumamos com as coisinhas que a minha filha usaria ao nascer
-Até que enfim, que demora para buscar as coisas Fábio
-Eu não tenho culpa se o transito dessa cidade é um caos, e eu ainda preciso de cuidados para dirigir, então pega leve comigo-me olhou ofendido e respirei fundo
-Me desculpa amor, é que estou ansiosa, com as emoções a flor da pele-deixei lágrimas caírem e ele riu se sentando ao meu lado na cama do hospital
-Eu sei amor, mas se acalma, logo vamos estar com a nossa filha nos braços-sorriu todo feliz, e Bruna que estava por perto apenas nos observava
-Sim-assenti me sentindo estranha pela situação, e ele me deu um selinho
-Que bom que veio aqui Bruna-ele a olhou-pois eu sabia que a Beca iria precisar de uma amiga por perto, já que a mãe dela e a minha estão longe, nem deu para avisar a nossa família com antecedência que a Letícia vai nascer hoje
-Pois é, também fiquei surpresa, a Beca me ligou super tranquila, só disse que ela iria realizar a cesárea hoje, então é obvio que eu queria estar por perto
-Rebeca Sanches, a sala de parto está a sua espera-disse uma enfermeira entrando no quarto, e Fábio que estava ao meu lado me abraçou apertado
-Vai dar tudo certo meu amor-sorriu todo feliz e me deu um selinho
-Alguém vai assistir o parto?-a enfermeira perguntou
-Eu sou o pai, então eu vou-Fábio respondeu de imediato
-E eu quero acompanhar para registrar tudo-disse Bruna
-Tudo bem, o máximo permitido são duas pessoas-disse a enfermeira os avisando-logo busco vocês para se equiparem, e explico as regras da sala de parto-os olhou séria e eles assentiram-enquanto você, vem comigo-disse me olhando e respirei fundo
-Calma, quero uma foto antes-disse Fábio posicionando o seu celular para registrar o momento-última foto sozinhos-sorriu todo feliz, e eu o abracei feliz e emocionada, pois sabia que estava prestes a conhecer minha pequena


@fabioedubastos: Vamos conhecer nossa princesa hoje, te amo @becasanches essa é a nossa última foto sozinhos, porque depois seremos eu, você e a nossa Letícia, que Deus abençoe o nosso parto meu amor, porque eu vou estar a cada minuto com você 🙏❤️

Ainda olhei as redes sociais e vi a foto que Fábio postou, minutos antes de tomarem o meu celular, e me colocarem na mesa de cirurgia, eu sempre fui impulsiva, e agora estava prestes a encarrar uma nova fase da minha vida, onde uma vida iria depender totalmente de mim, e eu ainda não sabia se estava preparada, mas estava pensando positivo, para que tudo acabasse bem. A sala de cirurgia era gelada, silenciosa, e eu já estava ficando agoniada sem ter Fábio ou Bruna por perto, pois eles iriam acompanhar o meu parto, até que senti uma mão quente segurar a minha, olhei para cima e era Fábio, todo equipado, e mesmo de máscara podia perceber que ele sorria, beijou minha testa e sussurrou que estaria ali comigo até o fim. Ele morria de medo de ver o corte, mas segurou minha mão no momento da anestesia, e estava me dando forças enquanto eu sentia o ar me faltar, era horrível ficar com aquele pano me impedindo de ver o que acontecia, e não poder sentir nada dos meus seios para baixo me deixava inquieta, eu só movimentava os braços mais ou menos, e estava molenga, olhando para o Fábio, que segurava minha mão com força, e tentava olhar para Bruna, que registrava cada momento da minha cesárea. A agonia de ficar naquela sala era horrível, eu tentava respirar fundo, me acalmar, mas estava muito sufocada, e senti aumentarem o meu oxigênio, pois tive que colocar devido a falta de ar durante o momento que me cortavam. Estava tudo em silêncio, até que ouvi um choro ecoar e sorri deixando lágrimas caírem, vi que Fábio e Bruna também choraram, e ela foi logo registrando tudo, o momento que segurei minha filha em meus braços pela primeira vez, e foi a sensação mais gostosa do mundo, finalmente tê-la em meus braços.

-Oi meu amor, bem vinda minha filha, minha Letícia, eu te amo...


Ainda não sei como descrever o que senti naquele momento, é uma mistura de satisfação, com alegria, com emoção, com amor, um amor que não tem tamanho nem medidas, pois a minha filha era a representação do mais puro amor, e essa era a minha única certeza, assim que a segurei pela primeira vez, e ela abriu os olhos para me olhar, me fazendo cair a ficha que eu me tornei mãe, e agora me sinto completa, pois a Letícia era o que faltava em mim. Depois daquele momento de êxtase ao ver a minha filha pela primeira vez, logo ela foi retirada dos meus braços, pois precisava ser limpa, realizar os primeiros procedimentos de recém nascida, e eu sabia que teria ela de volta, linda como imaginei, com a roupinha que escolhi e pronta para ficar para sempre comigo. Fábio e Bruna se despediram de mim, e os dois estavam felizes e com cara de abobados, após assistirem o nascimento de Letícia, pois agora eu precisava fechar minha cesárea, terminar a minha cirurgia, para depois estar bem e recuperada para amamentar a minha filha pela primeira vez, e tê-la outra vez em meus braços.

*Fábio on.

Hoje me tornei um homem completo, e me sentia o mais feliz do mundo, assisti o nascimento da minha filha, segurando o tempo todo a mão de Rebeca, e não sabia como reagir ao ver aquele coisinha pequena, toda vermelhinha, chorando alto, e olhando assustada para todos a sua volta, meu coração bateu acelerado, e eu só agradecia a Deus em pensamento, por me proporcionar viver tudo isso, ao lado da mulher que eu amo, e que escolhi para formar uma família comigo. Foi linda a cena, onde os médicos colocaram Letícia pela primeira vez nos braços de Rebeca, a conexão das duas foi imediata, pois a pequena parou de chorar, e olhou fixamente para a mãe, eu estava tão anestesiado com o momento, que quando iria reagir para dar um beijo nelas, já vi levarem minha filha para longe, então só me despedi de Rebeca dando um beijo na testa dela, e tive que sair da sala de cirurgia acompanhado de Bruna, que chorava emocionada, e mal conseguia segurar o celular na mão, pois acho que ela fez algumas fotos, e vídeos, mas nessa parte eu já estava despreocupado, pois uma equipe especializada para os primeiros registros da minha filha também estavam presentes, acho que a Rebeca nem percebeu que eu os contratei de última hora, porque eu queria cada momento do nascimento da minha filha registrado da melhor forma possível.

-Parabéns papai-algumas enfermeiras vieram me parabenizar, e eu só sorria feito bobo
-Obrigado, eu que agradeço vocês pelo cuidado com a minha mulher e a minha filha-as agradeci ainda me sentindo anestesiado, e Bruna continuava chorando
-Para onde levaram a bebê?-Bruna se manifestou para perguntar
-Ela está passando por alguns procedimentos que é essencial com todo recém nascido, mas depois vai ser limpa, trocada, e colocada no berçário-uma das enfermeiras a avisou
-Obrigada pela informação-Bruna a agradeceu, e me aproximei dela
-Obrigado por ter acompanhando a gente nessa, a Beca ficou muito feliz com a sua presença
-Eu sei que sim-sorriu de canto, e enxugou algumas lágrimas-vou avisar a Marina, e algumas outras pessoas que a Letícia nasceu, devia fazer o mesmo-disse me olhando e assenti
-Com certeza, preciso ligar para a minha família e a da Beca no Rio, eles não vão acreditar que tudo aconteceu tão de repente

Segui para um canto reservado, onde liguei para os meus familiares e os de Rebeca do Rio de Janeiro, e chorei outra vez ouvindo todos me parabenizando, felizes e ansiosos para conhecerem Letícia, principalmente a minha mãe e a minha sogra, já estavam organizando tudo para chegarem ainda hoje á noite em São Paulo, e conhecerem a nova integrante da família.

-Sua filha já está no berçário-ouvi uma enfermeira me chamando, após encerrar a ligação
-E eu posso ver ela?-perguntei emocionado
-Claro, me acompanhe

Assim que entrei no berçário já vi minha pequena, ainda estava bem vermelhinha, com cara de choro, e era muito parecida com Rebeca, a olhei me sentindo o homem mais feliz do mundo, e não sabia como iria segurar algo tão pequeno e frágil, a enfermeira notou minha insegurança, e me ajudou colocando ela nos meus braços pela primeira vez.

-Oi Letícia, sou seu pai, seu papai meu amor-sorria feito bobo a olhando-amo você minha princesa

Fiquei um pouquinho com ela, mas depois tive que coloca-la de volta na incubadora, ela nasceu com alguns quilos a menos, mas era uma bebê saldável e em questão de dias já estaria liberada para finalmente ir para a nossa casa, completar a minha felicidade e de Rebeca. Depois de sair do berçário, ainda fiquei a admirando pelo vidro, e fui parabenizado outra vez por algumas pessoas que eu mal conhecia, e que estavam ali fora me vendo segurar a minha filha pela primeira vez, a equipe que contratei fez alguns registros do momento, e eu estava tão vidrado em olhar para a minha filha que nem percebi, então agora eu tentava elaborar alguma coisa para postar e mostrar para todo mundo que a minha filha nasceu.


@fabioedubastos: Bem vinda minha filha, eu te amo mais que tudo nesse mundo, obrigado por esse lindo presente @becasanches❤️ a Letícia é a realização dos nossos sonhos, e o maior significado do nosso amor ❤️

-Ela é tão linda-Bruna dizia admirando a minha filha pelo vidro
-Minha princesinha perfeita-sorri largo a olhando
-Ainda bem que ela se parece com a Beca-a ouvi sussurrando e a encarei
-O que disse?
-Nada demais-suspirou olhando a bebê-só estou feliz que ela nasceu

Um silêncio se instalou entre nós, e ela estava agindo de um jeito muito estranho comigo, na verdade eu sempre percebi essa indiferença dela comigo, o que só piorou quando a Rebeca engravidou, não sei se isso é ciúmes de amiga, o que é algo totalmente bobo, porque quem deveria sentir ciúmes é a Marina, que é como uma irmã para a Beca, e por pensar nela, nas poucas vezes que a vi desde que voltei de Portugal, ela também tem agido de forma estranha, talvez porque agora ela namora o meu primo, ou porque não é mais grudada na Beca, mas eu sentia uma indiferença muito grande da parte delas comigo, e nem parabéns pelo nascimento da minha filha Bruna foi capaz de me dar, mas isso não iria diminuir a minha felicidade, pois o amor pela minha filha é maior que tudo isso. Permaneci no berçário por um tempo, até começar a receber milhões de ligações e mensagens, vi que Bruna ficou ali com uma cara de choro, e a deixei sozinha no berçário para ir comer alguma coisa, e responder todo mundo, pois eu queria estar bem e disposto para quando Beca voltar para o quarto e poder receber visitas.

*Rebeca on.

Acordei meio desnorteada, e estava de volta ao quarto, respirei fundo e senti minha barriga vazia, passei a mão e sorri me lembrando que a minha filha nasceu.

-Tudo bem Rebeca? como se sente?-vi uma enfermeira surgir do nada ao meu lado
-Estou bem, eu acho-sorri de canto-e a minha filha?-perguntei tentando me levantar e ela não deixou
-Você não pode se mexer, se levantar, e muito menos erguer a cabeça, por pelo menos 24 horas-me olhou séria e suspirei
-Já fui avisada sobre isso antes da cesárea, mas não achei que realmente fosse necessário
-É necessário sim Rebeca, você acabou de passar por uma cirurgia, e a anestesia ainda está agindo em partes do seu corpo
-Entendi-suspirei tentando me manter calma-mas eu não vou ver a minha filha nesse tempo?
-Vai sim-ela sorriu-só estava te esperando acordar, para ver como iria reagir, e saber se está preparada para dar a amamentação para a sua filha pela primeira vez
-Estou mais que pronta-sorri largo
-Se comporte, e por favor evite se mexer ao máximo-me avisou e assenti

A enfermeira saiu do quarto receosa, e eu estava com saudades da minha filha, vontade de vê-la de novo, pega-la de novo, sentir aquele cheirinho único de bebê outra vez, até que não demorou para a enfermeira voltar, e em seguida sorri largo finalmente vendo que era a minha pequena.

-Como está a mamãe mais linda do mundo?-vi Fábio entrando no quarto com minha filha no colo, e sorri olhando para a minha pequena
-Dolorida, sem poder me mover, mas feliz vendo a obra de arte que eu fiz-sorri enquanto ele a colocava em meu colo, e beijei a testinha dela-oi meu amorzinho, sentiu saudades da mamãe?
-Cuidado Rebeca, sem muito esforço e movimento-a enfermeira me lembrava
-Estou segurando ela com cuidado-disse olhando hipnotizada para a minha filha-agora é o nosso momento meu amor-sussurrei para minha pequena a dando outro beijo
-Soube que ela vai mamar-disse Fábio nos olhando todo feliz-me deixaram ficar um pouquinho com ela, e traze-la para você
-É bom que a criança tenha contato com os pais assim que nasce, por isso quando o bebê é saldável permitimos o contato com o pai e mãe-disse a enfermeira-preparada para amamentar Rebeca?-sorriu me olhando e assenti
-Acho que sim, a parte mais difícil já passou que foi o parto, então agora o que vier é aprendizado

Me posicionei e posicionei Letícia com a ajuda da enfermeira, sob os olhares atentos de Fábio que observava tudo, meus seios estavam muito doloridos, e eu estava com medo de não dar conta de amamentar minha filha, mas a enfermeira era muito paciente, e me orientou em tudo, me ajudou nos posicionamentos para a minha filha fazer a pega correta, e era bem diferente ter alguém sugando o bico do meu seio para mamar, claro que não foi confortável e muito menos um momento incrível como algumas mães relatam, mas pelo menos consegui alimentar a minha filha, e depois faze-la arrotar, aos poucos eu iria me acostumar com isso, mas estava sendo bom adquirir minhas primeiras experiências como mãe. Fui autorizada a ficar por um tempo com Letícia, mas depois ela teria que voltar para o berçário, onde ficaria na incubadora, para adquirir alguns quilos que precisa, pois ela é bem forte e saldável, mas precisa atingir esse peso pois nasceu antes dos nove meses completos, e é preciso atingir o peso ideal para ser liberada do hospital.

-Olha quem veio conhecer essa princesa-disse Bruna entrando no quarto, juntamente com dona Marizete, e vi Fábio revirar os olhos
-Que coisa mais linda, meu Deus-dona Marizete chorava emocionada-ela é tão linda-se aproximou pegando na mãozinha da minha filha que dormia no meu colo
-Muito perfeita a minha filha-sorri beijando a testinha dela e a ninando de leve
-Parabéns querida, ela é muito mais linda do que imaginei-dona Marizete a olhava emocionada, e eu sabia o quanto ela devia estar sentindo falta de Luan nesse momento
-Ela ta dormindo agora, mas se quiser segurar-a ofereci e ela abriu um sorriso, com lágrimas nos olhos
-Posso?-perguntou emocionada e assenti a ajudando segurar a minha filha pela primeira vez
-Beca, ela vai acordar-disse Fábio olhando a cena-ela não pode ter contato com muita gente agora, ela acabou de nascer
-Fábio, vai lá fora passear, não quero me estressar com você-o olhei séria-por favor, não seja implicante
-Só vou sair, porque não quero estressar você-me olhou irritado e saiu do quarto
-Até que enfim ele saiu, não sei como suporta esse mala-disse Bruna-estou me segurando para não falar para ele, que a Letícia é...
-Bruna, por favor-a olhei séria e ela respirou fundo-isso sou eu quem tenho que resolver com ele...
-Mas vai resolver quando Beca? o Fábio é chato, ciumento, mas ele parece amar de verdade a Letícia, e você adiou demais contar a verdade a ele, então agora que ela nasceu não vai ser fácil contar a verdade
-Nem preciso dizer a minha opinião sobre isso-disse dona Marizete me olhando, enquanto ninava minha filha com cuidado-agora que a minha neta nasceu, eu quero ter ela por perto, e que ela tenha o sobrenome do meu filho, porque cansei da sua farsa com aquele moço-se referia a Fábio-ele não vai criar a minha neta como filha dele, porque esse direito é do meu filho
-Vocês duas estão certas, em querer que a Letícia tenha o sobrenome de vocês, mas para mim não está sendo fácil-deixei lágrimas cair-o Luan está a meses em coma, sem nenhuma reação, sem nenhum sinal de vida, e eu perdi toda a minha vontade de viver quando tudo isso aconteceu com ele, mas eu só segui em frente por ela-apontei minha filha-ela não merece ser criada sem pai, e mesmo que eu tenha vivido uma história linda com o Luan, e que tenha gerado a Letícia como fruto da nossa relação, eu nunca vou esquecer nem negar que ele é o pai da minha filha, mas eu preciso seguir em frente com a minha vida, e o Fábio sempre esteve comigo, cuidou de mim durante toda a minha gestação, ajudou em cada detalhe do quartinho dela, e se dispôs a ficar segurando minha mão no momento em que ela vinha ao mundo, ele merece sim ser o pai da minha filha, e no momento certo ele vai saber que ela é biologicamente filha do Luan, mas isso não precisa ser agora, tem coisas demais acontecendo, eu só quero um momento de paz e tranquilidade para mim e principalmente para a minha filha...
-Você é egoísta Rebeca-disse dona Marizete me olhando-mas vou respeitar sua vontade-suspirou olhando para Letícia e a colocou outra vez em meu colo-lamento muito tudo o que aconteceu com o meu filho-lágrimas caíram de seu rosto-e lamento mais ainda ele ter se envolvido com alguém tão sem caráter como você, mas a minha neta não tem culpa de nada, e eu quero ser presente na vida dela como avó, porque é o que eu sou, então pensa bem no que está fazendo da sua vida Rebeca, pela minha boca o Fábio nunca vai saber de nada, a menos que ele desconfie e me pergunte, mas um dia a verdade vai vir a tona, e eu só quero que a minha neta não seja prejudicada, pois se isso acontecer, eu tomo ela de você-me olhou séria-até lá eu não sei o que vai ser do meu filho mesmo-suspirou pensativa-e já que a única herança dele é a Letícia, não quero que ela cresça sem saber quem foi o pai dela
-Ela vai saber sim dona Marizete, mas...
-Sem mais Rebeca, só pensa um pouco no que está fazendo da sua vida, e no que está colocando a sua filha para viver, que Deus livre e guarde a minha neta de crescer e ser como você, é a única coisa que espero daqui para frente-me olhou magoada
-Minha mãe disse tudo-Bruna suspirou me olhando-melhor a gente ir mãe, vamos ver a Letícia com mais tempo depois

As duas saíram do quarto, e eu fiquei arrasada, me sentindo um monstro, e culpada por tudo de ruim que aconteceu com o Luan, chorei com a minha filha em meus braços, e ela acordou assustada, tive que tentar conter meu choro para a acalmar, e agora eu realmente estava em um beco sem saída, pois a verdade estava batendo á porta, e precisava ser dita o quanto antes para Fábio, que não merecia ser enganado dessa forma, e muito menos criar a filha de outro homem, devido as minhas mentiras. Cheguei a conclusão que sou realmente uma pessoa de péssimo caráter, e agora preciso tomar uma posição, e decidir fazer tudo certo pela minha filha, porque ela não merece uma mãe como eu, e o primeiro passo é encarar a verdade, pois ela precisa ser dita, revelada e encarada, como a muito tempo eu tenho temido acontecer.

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Olá amoreees, tô sumida, mas finalmente apareci! Nossa esperada Letícia nasceu e agora a Beca está em um beco sem saída, será que ela vai mesmo encarar a verdade? e o Luan será que vai reagir? sei que é ruim ficar tanto tempo sem capítulo, mas vou tentar postar com mais pressa, e caítulos melhores, então comenteeem bastante, que o próximo capitulo promete, haha... beijos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Capitulo 44 - A cada mês.

Estava sendo muito angustiante permanecer naquela sala de espera do hospital, devido a minha gravidez ser de risco, e eu estar com o emocional abalado, tive que fazer alguns exames, ficar de observação por um tempo, e tomar alguns calmantes, pois eu realmente precisava de algo que me apagasse para que eu não ficasse pensando em Luan, e remoendo o sentimento de culpa por tudo o que aconteceu, ou que estava para acontecer. Acordei atordoada após o calmante ter passado o efeito, Marina estava comigo no quarto, e ela estava com cara de choro, de cansada, mas sorriu ao me ver acordada.

-Oi, que bom que conseguiu descansar-suspirou me olhando
-Mari, que horas são?-perguntei ainda sonolenta, e me sentindo meio perdida
-Já está quase anoitecendo
-Eu dormi o dia todo?-a olhei me sentando na cama do hospital
-Praticamente sim-riu de canto-mas foi melhor assim-suspirou-você evitou ver cenas horríveis...
-O que aconteceu? o Luan está bem?-me desesperei
-O meu irmão continua na mesma, mas a família da Jaqueline que veio fazer escândalo no hospital-revirou os olhos-porque eles precisavam reconhecer o corpo, assinar os papéis de óbito, e claro que culparam a minha família e o meu irmão pelo que aconteceu, a Bruna defendeu o nosso irmão cheia de raiva, jogando na cara deles tudo o que a Jaqueline já aprontou, o Gabi e o Amarildo tiveram que intervir, para que o escândalo não fosse pior, sem contar que a notícia do momento é a tragédia da família do Luan Santana-respirou fundo após me passar todas as informações
-Já era de se imaginar, que isso seria uma bomba para todo mundo-suspirei alisando minha barriga-e a minha mãe e o Fábio? eles devem estar preocupados comigo
-Eu liguei para a sua mãe, e disse que você passou mal, claro que inventei uma desculpa para que ela não viesse até aqui, mas a afirmei que assim que você acordasse, iria ligar para ela
-A dona Vera deve estar surtando-respirei fundo-se quiser pode ligar para ela e avisa que estou bem, porque não estou afim de me estressar, nem de ouvir as reclamações da minha mãe
-Melhor você mesma fazer isso Beca, porque ela e o Fábio querem saber se você e a bebê estão bem
-Ou então, é melhor eu voltar para casa-disse pensativa-não sei se ficar aqui vai me fazer bem, vendo vocês super mal pelo estado do Luan, e sequer vou poder entrar para ver ele-deixei lágrimas caírem-vai ser melhor eu ficar quietinha no meu apartamento, cuidando da minha gravidez, eu acho que o Luan iria querer isso-a olhei enxugando minhas lágrimas e ela assentiu segurando em minhas mãos
-Que bom que você entende, que cuidar de vocês é prioridade-disse alisando minha barriga-se quiser pode descansar mais um pouco, e...
-Prefiro ir agora Mari-suspirei a olhando-só me ajuda a sair dessa cama, porque acho que ainda estou um pouco tonta devido a sedação, e sem contar que todo cuidado é pouco, para uma gravida na minha situação

Marina me ajudou a descer da cama, mas como ela ainda estava preocupada comigo, me fez ficar no quarto esperando uma enfermeira para constatar que eu estava bem, tive que medir a pressão, e como aparentemente eu estava bem, fui liberada. Na sala de espera estava um clima de velório, dona Marizete estava acabada de tanto chorar, abraçada com Bruna, que estava na mesma situação, senhor Amarildo estava abatido mas conversava com Gabriel e algumas pessoas que pareciam ser da equipe de Luan, o que me fez chorar angustiada outra vez, vendo o sofrimento da família dele.

-Oi Beca, você deveria estar de repouso-disse dona Marizete me olhando
-Impossível repousar, sabendo de tudo o que aconteceu, e vendo vocês assim-a olhei chorando e ela me envolveu em um abraço
-Está sendo dolorido para todos nós, mas você precisa ficar bem, por ela-alisou minha barriga e enxugou minhas lágrimas
-Eu queria muito ficar aqui dando apoio a vocês, aguardando notícias do Luan, mas eu não sei se vou conseguir...
-Tudo bem, eu te entendo querida, volta para a sua casa, descansa, e tenta ficar tranquila, porque qualquer notícia que tivermos do meu filho, você vai ser a primeira a saber
-Obrigada por me entender dona Marizete...-a dei mais um abraço, e sabia que ela como mãe devia estar sofrendo mais que todos juntos
-Beca, deixa que eu te levo-disse Bruna se prontificando-você não está em condições de dirigir
-Nem você-a olhei sincera e ela riu de canto
-Mas vai ser bom me distrair um pouco, te deixo no seu apartamento com o seu carro, e volto de uber para o hospital, porque preciso pegar algumas coisas na minha casa também
-Tudo bem, vai ser melhor mesmo, porque não estou com cabeça para dirigir

Me despedi de dona Marizete e Marina, as desejando forças, e Bruna como o prometido me deixou em meu apartamento, onde eu não sabia como iria entrar lá, como iria encarar a minha mãe, e principalmente Fábio, pois já fui longe demais mentindo para ele, e agora que o verdadeiro pai da minha filha está em coma, quero me livrar de todo esse peso existente em mim. Entrei em meu apartamento, e como sempre Bruno veio me receber, mal estava conseguindo me abaixar para pega-lo no colo, então entrei com ele se entrelaçando nas minhas pernas, e já dei de cara com a minha mãe na sala, vindo me abraçar.

-Até que enfim Rebeca, graças a Deus você está em casa
-Oi mãe, só consegui vim agora...
-Eu soube o que aconteceu-suspirou me olhando-a Marina me contou a tragédia com o irmão dela, com a cunhada dela, e que você passou mal devido os riscos da sua gravidez, sei o quanto isso foi forte para você, eles eram seus amigos bem próximos, sinto muito...
-Pois é-suspirei a olhando-é a vida
-Amor, que bom que chegou-ouvi Fábio entrando na sala com sua cadeira de rodas-como você está?-perguntou me olhando e me abaixei para o abraçar
-Péssima...-deixei lágrimas caírem outra vez e ele me confortou em seus braços, me abraçando apertado e me colocando em seu colo
-Também fiquei chocado com tudo isso meu amor, mas se acalma-fez carinho em meu rosto
-Eles não mereciam isso Fábio... não mereciam
-Claro que não meu amor-ele suspirou-mas agora vamos torcer para o Luan ficar bem, já que a Jaqueline não teve a mesma sorte
-Eu quero ficar sozinha agora-disse o olhando e ele assentiu
-Tudo bem-beijou minha testa-se precisar de alguma coisa, se sentir alguma coisa, eu e a sua mãe estamos aqui

Apenas assenti e segui para o meu quarto, onde nem deixei Bruno entrar, pois ele quis vir atrás de mim, e no momento eu queria ficar sozinha. Eu estava me sentindo muito mal, e sabia que de certa forma a culpa era toda minha, pois foi algo muito inexplicável, foi questão de momentos após o jantar que o Fábio armou, para anunciar que queria todos os nossos amigos como padrinhos do nosso casamento, onde também tirei um tempo e conversei com Luan a sós, e decidimos colocar um fim nos nossos relacionamentos, foram uma avalanche de coisas acontecendo ao mesmo tempo, que me colocava como culpada em todos os sentidos. Em meio ao choro e a culpa, acabei dormindo, pois meus olhos pesavam e eu precisava desligar a minha mente, para que eu e minha filha pudéssemos descansar, pois ela estava recebendo toda essa carga emocional negativa que eu estava sentindo, e isso não fazia bem a nenhuma de nós duas. No dia seguinte acordei com uma dor de cabeça horrível de tanto chorar, e senti um enjoo assim que saí da cama, então já corri para o banheiro onde vomitei, passei mal, e tomei um banho para me recuperar um pouco.

-Bom dia bebê-saí do banheiro bem desanimada, e vi Bruno vir em minha direção pedindo colo-filho, não estou animada hoje-o olhei entristecida e ele sentou quietinho me olhando-mas se quiser me acompanhar, vou ver o que tem para comer nessa casa

Olhei para a cama e Fábio ainda estava dormindo, ele tinha o sono pesado, o que só aumentou depois que ele começou a tomar os medicamentos após o acidente, segui para a cozinha totalmente desanimada, e minha mãe já estava de pé, preparando uma vitamina, picando frutas, só coisas bem saldáveis.

-Bom dia mãe-a olhei me sentando na mesa, e Bruno estava sempre ao meu lado, interessado no que eu iria fazer
-Bom dia minha filha, dormiu bem querida?-perguntou me olhando e apenas suspirei
-Acho que só dormi um pouco porque a gravidez me deixa sonolenta, mas não consegui descansar, nem relaxar
-Então você precisa se alimentar bem, e depois tentar descansar um pouco-disse colocando algumas coisas sobre a mesa
-Meio difícil-suspirei a olhando-mas preciso fazer alguma coisa para arejar a cabeça, acho que vou na academia
-Tem certeza que isso vai ser bom para você Rebeca?
-Vai sim mãe, porque lá eu consigo me distrair focando nos exercícios, conversando com o Leandro, e vendo o movimento das pessoas
-Só não faça nenhum excesso, e...
-Mãe, o meu personal sabe me orientar bem, relaxa

Tomei o café da manhã conversando com a minha mãe, e tentando não ligar para o que ela dizia de desnecessário, eu estava desanimada, minha vontade era de me deitar em minha cama, e chorar até secar toda a água do meu corpo, mas eu não podia fazer isso, tinha que pensar na minha filha, que estava quietinha desde cedo, á noite ela mal se mexeu, e no fundo eu sabia que ela estava sentindo a mesma angustia que eu, talvez por isso não estivesse animada em se mexer. Conversei com Leandro, e já o avisei que estava indo para a academia, devido os riscos que tive no começo, os exercícios eram bem controlados, e na verdade eu mal estava indo para a academia, mas hoje eu quis ter uma distração, então a academia foi a minha melhor opção.

@becasanches: Dia de treino suave, pega leve comigo @leandroreispersonal 💪🏋️‍♀️

Postei uma foto, onde gerou muitos comentários devido a minha cara abatida, pois eu realmente não estava bem, mas como nunca fui de ligar para o que falam de mim nas redes sociais, preferi ignorar os comentários e demonstrar que mesmo grávida, tenho uma vida saldável.

[...]

Os dias foram passando, as semanas... e Luan continuava no mesmo estado, o coma que de início foi induzido, agora se tornou indeterminado, e todos estavam na mesma angustia, no mesmo sofrimento, os familiares do Luan, os fãs, os amigos, e eu, que carregava um pedacinho dele dentro de mim, estava me fazendo de forte na frente das pessoas, pois não queria passar mal, não queria demonstrar o quanto eu estava morrendo por dentro, a cada dia que se passava e ele ainda não havia acordado, ou dado um sinal de vida. A morte de Jaqueline acabou sendo esquecida, a família do Luan apenas mandou flores e algumas homenagens a ela, por consideração ao tempo que ela e Luan ficaram juntos, mas ninguém quis comparecer ao velório, devido a acusação policial contra ela, que mesmo morta, foi a culpada pelo próprio suicídio, e a tentativa de homicídio contra Luan, mas para a mídia e as pessoas de fora, custou caro para o pai de Luan comprar o silêncio das pessoas, e divulgar uma notícia que deixasse tudo em uma situação mais amenizada, Gabriel ajudou muito durante toda essa fase de especulação da mídia, e para todos de fora a Jaqueline morreu devido uma intoxicação alimentar grave, e o Luan sofreu a mesma coisa, durante um jantar exótico entre eles, mas ele sem querer teve uma queda em casa, onde bateu a cabeça, e foi devido a isso que está em coma, foi muito difícil convencer as pessoas com essa farsa toda, mas foi necessário, e agora a campanha que levantam é a hashtag #ForçaLuan onde os fãs, amigos e familiares do Luan, compartilham todos os dias coisas boas sobre ele e para ele, o que eu também faço quando posso.


@becasanches: Oi pessoas, já usaram a #ForçaLuan hoje? só estou passando para lembrar que mandar boas energias nunca é demais, tenham um bom dia! É o que eu e minha pequena desejamos a vocês... 😘🙏

[...]


@becasanches: Um pouco de vitamina D, e esse clique incrível feito pela titia @brusantanareal só para dizer que o sexto mês da minha princesa chegou 🤰❤️ e que ainda estamos confiantes na recuperação do querido @luansantana #ForçaLuan 🙏

Mesmo nos momentos de descontração, que tentávamos ter, pois tínhamos que seguir em frente, sempre que eu estava na casa da Bruna, ela fazia questão de ficar me fotografando, pois ela queria guardar os registros de tudo para mostrar a Luan, enquanto ele ainda não poderia ver o quanto a minha barriga está crescendo e a nossa filha se desenvolvendo.

[...]

Fábio não gostava nenhum pouco de quando eu postava uma foto de biquíni, ou exibindo demais a minha barriga, e eu não ligava para a opinião dele, que estava voltando a ser um ciumento chato e possessivo, mas como eu gostava de registrar a cada mês as fases da minha gestação, e estava sentindo muito calor devido o clima quente da cidade, ele concordou em tirar uma foto minha de maiô na sacada do meu apartamento, desde que eu não mostrasse demais o meu corpo, o que é totalmente desnecessário, pois quando eu voltar ao meu corpo normal, ele que lute, porque vou exibir o meu corpo sempre que tiver oportunidade.


@becasanches: Registro do papai, para mostrar que chegamos no sétimo mês, falta pouco para te conhecer minha filha, minha Letícia 🤰❤️
PS: #ForçaLuan só para não perder o costume... 🙏❤️

Estou no sétimo mês de gestação, e a minha filha cresce um pouco mais a cada dia dentro de mim, deixando todos ansiosos para a sua chegada, o que tem sido a única alegria para a mãe e as irmãs do Luan, saberem que logo vão conhecer a nossa tão esperada Letícia, sim esse nome eu escolhi após uma conversa que tive com Luan, antes de toda essa tragédia acontecer, onde ele me contou que queria de certa forma homenagear a mãe e a irmã gêmea, que teria esse nome, e dona Marizete se emocionou muito quando a contei o nome da minha filha, pois ela sabia que Luan concordaria e ficaria muito feliz com o nome que escolhi para a nossa filha. Em meio a tudo isso, acabei desistindo de contar a Fábio a verdade, não sei se por medo, ou por querer evitar mais sofrimento, e mais problemas, a minha mãe voltou para o Rio de Janeiro, mas sempre voltava para nos visitar, eu sabia que ela e o meu pai estavam para se separarem, e era evidente a vontade dela em ficar comigo em São Paulo, e deixar o meu pai sozinho no Rio, mas eu fingia não desconfiar de nada, e esperava para que eles tivessem a atitude de me dizerem que estão se separando. Fábio estava todo feliz e ansioso, contando os dias para o nascimento da minha filha, claro que ele não entendeu a forma que escolhi o nome da pequena, mas aceitou de bom grado, dizendo que o próximo ele escolheria, e aos poucos ele estava se recuperando bem, já estava andando com muletas, e confiante que logo voltaria a andar normalmente, eu também torcia para vê-lo bem outra vez, e no fundo eu gostava da companhia dele, e do apoio que ele me dava durante toda a minha gravidez, mesmo sabendo que ele não era o pai da minha filha, ele já se sentia pai, e eu não queria magoa-lo, não agora que estou tão perto de dar a luz, e sabendo que Luan continua na mesma situação, eu na verdade estava deixando tudo confortável para mim, e para a minha filha, pois se em um acaso do destino o pior acontecer, eu quero que ela tenha um pai, nem que seja o Fábio, e um dia quem sabe, eu iria conta-lo a verdade, mas não sei se ele iria me perdoar. Mesmo com o Luan em estado de coma, a família dele na mesma agonia a cada dia, e eu enganando Fábio sobre a paternidade da minha filha, resolvi ter um momento só meu durante um ensaio fotográfico para a marca da Bruna, onde ela desenhou peças exclusivamente para mim, em uma nova coleção para gestantes.


@becasanches : Dia de modelo com a nova coleção da @nuwabrazil, as futuras mamães vão amar o conforto e o estilo de cada peça, em breve vocês verão o ensaio completo, desde já obrigada @brusantanareal amei todas 😍🤰



As fotos ficaram lindas, mas não postei todas, pois quem iria divulgar tudo era a Bruna no site da sua loja, e como fotografei com os looks da Nuwa, acabei ganhando todas as peças de presente, e de quebra o meu ensaio completo de gestante, onde eu podia exibir minha barriga, curtindo muito a minha fase de grávida. Na mesma semana, Bruna deu a ideia de fazermos o chá de bebê da minha filha em sua casa, pois as minhas fotos ficaram lindas, e ficaria um cenário lindo com alguns quadros espalhados com as minhas fotos, fora toda a decoração que a titia babona planejava.

-Que bom que concordou em fazer aqui em casa, o chá da Letícia-disse Bruna toda feliz enquanto terminava de encher as bexigas
-No meu apartamento não tinha nenhum espaço, e como eu não estou em condições físicas de viajar para o Rio, foi melhor fazer aqui mesmo-sorri de canto alisando minha barriga que já estava enorme
-Minha sobrinha vai ter o chá mais lindo do mundo-dizia toda boba se abaixando para beijar minha barriga-a titia está caprichando em tudo para você, minha princesa
-E como-sorri vendo o monte de bexigas rosas e douradas em volta-só você para armar um chá para mim a essa altura
-Mas é claro que não iria passar em branco Beca, fazer o chá de bebê é essencial, você não fez chá revelação, então o chá da Letícia não poderia faltar
-Pelo menos vai ser bom, ter algo para comemorar-suspirei pensativa e ela me olhou
-O meu irmão logo vai estar aqui com a gente Beca-ela suspirou-e enquanto ele não acorda, você deveria parar de enrolar o Fábio, e o contar logo que ele não é pai dela-disse alisando minha barriga, e a minha filha deu um chute
-Bru, não quero falar sobre isso outra vez...
-Mas é necessário Beca, poxa, logo a Letícia vai nascer, e se o meu irmão acordar? ele vai querer a filha no nome dele, e vai querer os direitos dele como pai, e você fica mentindo para o Fábio, achando que ele vai para sempre acreditar que é pai dessa criança, você ta indo longe demais com essa mentira Beca
-Eu sei que é errado, mas eu não quero falar sobre isso, por favor Bruna, vamos focar no chá da minha filha, e esquecer esse assunto, a sua mãe já está estranha comigo o suficiente, não quero você virando a cara comigo também
-Só não virei a cara com você, porque alguém da família precisa estar acompanhando de perto sua gravidez e lembrando essa princesa, que ela é uma Santana-disse Bruna conversando com minha barriga-bebê, não esquece que eu sou sua a tia de verdade, e que o sei pai é o meu lindo irmão
-Bruna, só você mesmo-ri do jeito que ela falava com a bebê
-E não fica dando ouvidos ao tal de Fábio, ele não é seu pai

Ajudei Bruna no que pude para o chá da minha filha, e depois voltei para casa, onde eu iria me arrumar para o chá que seria um pouco mais tarde. Tomei um banho, e estava pensativa, segui para a sacada do meu quarto, apenas de roupão, e fiquei olhando para o nada, com saudades de Luan, pensando se um dia ele acordaria, se ele iria conhecer a nossa filha... até que senti dois braços em volta da minha cintura.

-Que gravidinha linda, que eu tenho-Fábio me abraçou por trás-como eu amo vocês-disse beijando o meu pescoço e alisando minha barriga, enquanto me abraçava
-E você, não está chateado por não ir ao chá?-me virei o olhando e ele suspirou
-Claro que estou, é o chá de bebê da minha filha, não sei que regra idiota é essa que você e suas amigas criaram que só pode ter mulher
-Faz parte amor-ri o olhando-mas se te deixa feliz, vou trazer os docinhos e salgadinhos que sobrar para você
-Pelo menos isso-riu me abraçando e se apoiando em mim
-Você para de jogar seu peso em mim, porque já carrego um serzinho dentro de mim, e o outro folgado fica se escorando achando que sou o que?
-A mulher da minha vida, mãe da minha filha linda-sorriu me dando um selinho-é que eu preciso desapegar daquelas muletas, por isso vou treinando ficar sem
-Você é teimoso, mas é bom se arriscar, desde que não me faça de escoro
-Quero estar andando até o dia que a nossa filha nascer, assim vou te acompanhar no parto como?
-Ainda tem dois meses até lá Fábio-suspirei o olhando-mas agora preciso ir-o dei um selinho-se cuida, e cuida do Bruno...
-Vai de roupão?-riu me olhando, e me lembrei que ainda estava sem me trocar
-Nossa, nem percebi isso-ri percebendo o quanto estava avoada-vou me trocar então-disse com preguiça
-Você está tão linda assim-sorriu alisando o meu rosto e me dando um selinho-vou até fotografar, mas não posta
-Se eu gostar eu posto-ri o desafiando
-Muito desafiadora você, dona Rebeca

Fábio acabou tirando várias fotos minhas, e eu veria como ficaram com mais tempo depois, pois precisava me arrumar para ir no chá de bebê da minha filha.


@fabioedubastos: Amo tanto olhar para você, admirar você, pois você me traz vida, me traz alegria, e com a nossa filha em seu ventre a sua luz é muito mais linda meu amor, amo você @becasanches e nossa pequena Letícia ❤️

Me surpreendi ao ver a notificação do que Fábio postou, e logo o vi entrando no closet todo desajeitado com suas muletas, sorri para ele, que selou meus lábios.

-Que lindo meu amor, você todo romântico, postando foto minha sem eu nem esperar-alisei o rosto dele
-É porque você é linda, e é todinha minha, vocês duas na verdade-riu alisando minha barriga-mas vou te deixar trocar á vontade-me deu mais um selinho e saiu do closet

Sempre que me perfumava, era inevitável me lembrar de Luan, do quanto ele amava os meus perfumes, e de senti-los em minha pele, na verdade tudo me lembrava ele, a todo momento, principalmente a minha filha dentro de mim, que vai ser o lembrete eterno do amor que existiu entre nós.

-Já estou indo meu amor, cuida bem do Bruno, e fica tranquilo que não volto tarde
-Pode deixar, e boa festa para vocês-me deu um selinho e se abaixou beijando a minha barriga-boa festa para você minha filha, tenho certeza que vai ganhar muitos presentes

Segui para a casa dos Santana onde seria o chá da Letícia, e respirava fundo me lembrando de como o Fábio estava apegado a minha filha, e de como ele se sentia pai, mas na verdade era tudo uma ilusão, e eu me sentia mal por ter que mentir para ele. Assim que entrei no local da festa, sorri toda boba vendo a decoração em rosa e dourado, e com ursinhos, como imaginei.


-A mamãe mais linda chegou-disse Marina vindo me abraçar antes de qualquer pessoa-que saudade amiga, como você ta linda
-Também senti saudades Mari-a abracei-que bom que você veio, e toda a galera do Rio também-sorri largo vendo a minha prima, algumas amigas, e a minha mãe, que vieram junto com Marina para o chá da minha filha

O meu chá de bebê foi muito lindo e divertido, e claro que Bruna e as meninas não deixaram de fazer brincadeiras e pegadinhas comigo, para que eu ficasse toda suja e maquiada por elas, mas me diverti muito, minha filha ganhou bastante presentes, o que não era necessário pois o quartinho estava praticamente todo montado, mas foi bom ter um momento de descontração com pessoas que eu amo, e que tenho certeza que amam a mim e a minha filha. Como um chá de bebê não dura muito tempo, logo as minhas amigas e a minha prima que vieram do Rio de Janeiro, quiseram sair para curtir Sampa, e eu as agradeci por terem vindo, pois eu realmente não esperava que todas fossem aparecer. Convidei também as mulheres que trabalham comigo na empresa, inclusive Clara, que tem cuidado mais da empresa do que eu, devido as intercorrências da minha gravidez, e ela ficou maravilhada em conhecer a casa do Luan, e estava imensamente triste por ele ainda não ter reagido, mas ela e as outras colegas minhas de trabalho acabaram indo embora mais cedo, e agora quem ficou iria me ajudar a abrir os presentes e organizar tudo.

-Quanta coisa ela ganhou-me sentei no chão da sala, junto com Bruna, Marina, e minha mãe após a festa ter acabado, enquanto dona Marizete preferiu ficar no sofá apenas nos observando
-Minha neta já tem um look diferente para cada dia-minha mãe dizia toda boba-uma pena a mãe do Fábio não poder ter vindo, pelo menos ela mandou um conjuntinho lindo de presente para a nossa neta
-A outra avó não é de interagir muito com a criança, uma pena-disse Marina-é por isso que a minha mãe vai ser uma avó bem mais presente-disse me alfinetando
-Com certeza, vou mimar muito a minha neta-disse dona Marizete me olhando e suspirei, pois ela não concordava com o que eu estava fazendo, em esconder a verdade de Fábio, o fazendo acreditar que era o pai da minha filha
-Não mais do que eu-disse minha mãe, que se achava a super avó-nada contra a senhora se sentir avó da minha neta, mas nada se compara a uma avó de verdade, a Sueli vai ser uma avó incrível com a pequena, é só ela ter uma oportunidade
-Acho que eu estou com um pouco de falta de ar-disse já começando a passar mal com aquela situação

Com o clima chato que a minha mãe criou, consegui desfazer aquilo graças a minha queda de pressão, agora que os oito meses se aproximavam, e com eles o final da gestação, eu tenho passado muito mal com falta de ar, quedas de pressão, e por isso qualquer coisa que eu sinta que está fora do normal, preciso correr para o médico. Voltei para o meu apartamento, acompanhada da minha mãe, que queria que eu fosse para o hospital, mas como eu sabia que logo iria passar, apenas tomei um banho relaxante, coloquei uma roupa confortável e me deitei em minha cama com os pés para cima, com a companhia de Bruno ao meu lado, que sempre sentia quando eu estava mal, e vinha me vigiar.

-Tudo bem meu amor? está melhor?-Fábio massageava os meus pés cheio de carinho e apenas assenti
-Já estou melhor sim-suspirei o olhando
-Se sentir alguma coisa me avisa, sei que a presença da sua mãe te estressa
-Nem me fale-revirei os olhos-quando ela está aqui, tudo tem que ser do jeito dela, e eu não gosto disso, sei me virar muito bem sem ela
-Orgulhosinha-riu se deitando na cama ao meu lado e me abraçando-você é teimosa demais, por isso acaba se estressando atoa, e isso não faz bem para ela-alisou minha barriga
-Tem razão-respirei fundo-vou tentar dormir, porque o dia foi cansativo, amanhã tenho um monte de presentes da Letícia para guardar
-Eu te ajudo-ele sorriu bobo-ta ficando lindo o quartinho da nossa filha, com um pai engenheiro, e uma mãe arquiteta, não poderia ser menos que isso
-Pois é-suspirei-as vantagens de estar grávida e ser arquiteta, é que posso planejar o quarto da minha filha como eu quiser

No dia seguinte, acordei cedo com a minha filha se mexendo, e espremendo minha bexiga, então me levantei para fazer xixi e já vi Bruno vindo atrás de mim todo sapeca, pois queria atenção.

-Bom dia filho, você sabe que não posso ficar me abaixando para pegar você, seja compreensivo

Fiz minhas higienes matinais com Bruno perto de mim no banheiro, e mesmo morrendo de preguiça segui para a cozinha para preparar qualquer coisa para o café da manhã, acabei encontrando salgadinhos da festa da minha filha, então comi aquilo mesmo, o que me fez passar mal logo cedo, e vomitar tudo. Como ainda era cedo demais, Fábio dormia pesado, e minha mãe provavelmente não iria acordar por agora, decidi me trocar, e ir ao lugar que sempre vou quando tenho um tempo livre, visitar Luan. Eu sabia o horário de visitas, mas preferia ir fora de hora, para evitar que alguém da família dele, da equipe ou qualquer outro curioso me visse por ali, fiz amizade com uma enfermeira que sempre me atendia quando eu passava mal devido a gravidez, e ela me deixava entrar para visitar o Luan, sempre que eu pedia, já que eu alegava ser uma amiga muito próxima, e devido o meu estado emocional, e um pouco de drama, a sensibilizei, então ela deixava eu vê-lo sempre que eu queria.

-Oi meu amor-lágrimas desciam ao vê-lo-estou aqui mais uma vez-toquei na mão dele, fria e imóvel como da última vez-ontem foi o chá de bebê da nossa filha, ela ganhou tantos presentes, mas o melhor presente seria ter você ali-suspirei enquanto falava baixinho perto do ouvido dele-Luan, acorda logo, por favor, ela precisa de você-levei a mão dele na minha barriga, e minha filha chutou, ela sempre tinha essa reação quando estava perto dele, parecia sentir que ele era o pai dela-volta meu amor, nós precisamos de você...

A cada visita, eu conversava menos com ele, e tinha menos esperança de que ele voltaria, pois ele não tinha nenhuma reação, eu até esperava um tempo para ver se ele iria mexer a mão, o pé, abrir os olhos, ou falar o meu nome, mas a vida não é um conto de fadas, um filme de romance, onde milagrosamente as coisas acontecem dessa forma, ali ele estava apenas respirando por aparelhos, vegetando na verdade, e eu tinha medo que ele não tivesse mais forças para voltar, e que tudo fosse desligado para sempre. Saí do hospital em prantos, e segui para o apartamento dele, eu sabia onde ficava a chave reserva, e devido tudo que aconteceu com o Luan, agora ali era um refugio para mim, ás vezes eu deixava cartas para ele, me permitia chorar, gritar, e sofrer sozinha, naquele lugar onde ele já foi tão meu, e que agora é só um cômodo vazio, de um alguém que esta com o destino incerto. Voltei para o meu apartamento após me recuperar do choro, e para disfarçar comprei comida em um restaurante, fazia isso quase todos os dias, por preguiça de cozinhar, e pela praticidade, além de me servir como desculpas, e claro que minha mãe foi me questionando onde eu estava, mas eu fingia não me importar com os interrogatórios dela, e comi minha comida sem a dar importância. As semanas se passaram e entrei no oitavo mês, estava sendo mais sofrido do que imaginei, sentia muitas dores, e as contrações começaram a aparecer, estava sendo internada direto, e cansada dessa incerteza decidi pedir para o meu médico realizar a minha cesárea após mais uma noite entre dor, contração, dor, contração... e a ansiedade de conhecer a minha filha, a minha Letícia.

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Olá amores, dessa vez demorei postar porque eu precisei fazer as montagens, e elaborar esse capitulo todo, porque estava sem ideias real kkkk, mas enfim, espero que estejam gostando, comenteeeem o que estão achando, que assim que der posto mais, beijos.

domingo, 11 de outubro de 2020

Capitulo 43 - Dias turbulentos.

*Bruna on.

As coisas entre o meu irmão e a Rebeca sempre foram muito bagunçadas, e agora que ela está grávida dele, eu não estava mais aguentando guardar toda a verdade, todos os segredos, e ver os dois fingirem elaborar um casamento perfeito com a Jaqueline e o Fábio, era insano, coisa de louco, mas se os dois que estão nessa situação não tomam nenhuma atitude, não sou eu quem vou tomar. E as coisas só pioravam mais e mais a cada dia, pois do nada o noivo da Rebeca convocou um jantar entre amigos para anunciar que eles finalmente iriam se casar, convidou todos para serem padrinhos, e eu tentei disfarçar ao máximo o quanto estava desconfortável com toda aquela situação, pois já passou do cúmulo do ridículo o Luan e a Beca continuarem fingindo que nada acontece entre eles, que eles não vão ter uma filha, ou uma nova responsabilidade juntos, e eu só fingia costume para não gerar nenhuma confusão, pois a vontade de expor os dois e acabar com o fogo de palha era grande, principalmente agora que tem a minha sobrinha no meio, pois ela nem nasceu e mal sabe que está no meio de um fogo cruzado, de uma história toda errada e maluca.

-Amor, você está bem? ficou toda estranha durante o jantar, e ainda está estranha-disse Raphael me olhando, enquanto tentava me beijar, e eu mal o dava atenção, com os meus pensamentos longe
-Coisas de mulher-suspirei o olhando e o dei um selinho-desculpa, não quero descontar nada em você
-Quer conversar?-perguntou todo fofo entrelaçando nossas mãos e sorri negando
-Sei que você está disposto a me ouvir, mas são apenas besteiras, então não se preocupe
-Como você é muito reservada, e ainda não é de se abrir comigo, vou respeitar o seu espaço-sorriu me dando um selinho e assenti
-Obrigada por compreender, te amo muito sabia?
-Eu amo mais-disse me puxando para um beijo cheio de amor e carinho

Fiquei aproveitando um pouquinho o tempo com o meu namorado, mas logo ele teve que ir embora, pois ele teria treino de manhã, e jogador precisa evitar algumas coisas nessa fase de jogos incluindo sexo, então tento o compreender, e ele prefere ir dormir na casa dele, também demonstrando o quanto ele me respeita. Acompanhei o meu namorado até a parte de fora da minha casa, me despedi dele, e voltei para dentro disposta a deitar e dormir, pois o dia foi cansativo. Estava seguindo para o meu quarto, quando ouvi o barulho de algo caindo no chão no quarto do meu irmão, e aquilo me pareceu estranho, pensei em deixar quieto pois ele estava com a Jaqueline, e sei que ela odeia que alguém invada a privacidade deles, mas eu sentia de alguma forma que precisava ver se o Luan estava bem, então bati algumas vezes na porta do quarto dele, não obtive resposta, e mesmo sabendo que era errado, abri a porta para ver se eles estavam bem.

-Pi, desculpa abrir, mas estou entrando...-anunciei enquanto abria a porta e me assustei ao ver o meu irmão caído no chão, com uma espuma branca saindo pela boca-Luan, você está bem? Luan?-o sacudia desesperada não o vendo reagir, então comecei a chorar e ao olhar em cima da cama, vi Jaqueline caída e totalmente imóvel e espumando como ele, o que me deixou apavorada-SOCORRO, MÃE, PAI, SOCORRO...-comecei a chorar e a gritar desesperada até os meus pais aparecerem no quarto do meu irmão
-O que foi Bruna?-meu pai apareceu todo assustado juntamente com minha mãe, que já entrou chorando desesperada ao me ver ajoelhada no chão abraçando o meu irmão
-Luan, meu amor, filho... ai meu Deus, de novo não-minha mãe só chorava o sacudindo-LUAN, ME RESPONDE
-O que aconteceu aqui?-meu pai olhava para os lados procurando uma resposta e viu Jaqueline sobre a cama, tentou a sacudir e nada-o que eles fizeram meu Deus?-meu pai era um homem muito duro, sistemático, e eu raramente o via chorar, mas dessa vez ele chorou
-Meu filho não... porque?-minha mãe chorava abraçando o meu irmão e eu também só conseguia chorar, sem entender nada
-O que aconteceu aqui Bruna? pelo amor de Deus, você viu ou ouviu alguma coisa?-meu pai perguntou desesperado
-Eu não sei... ouvi algo caindo, parecia uma pessoa caindo no chão, e então vim ver o que aconteceu, ninguém me respondeu, então entrei e encontrei eles assim...-deixei lágrimas cair
-Liga para a emergência Amarildo, por favor...-minha mãe o implorou em meio ao choro, e meu pai também estava perdido em meio a toda essa situação
-Cadê o Raphael ou alguém para fazer isso? não estou com cabeça para pensar em nada-meu pai me olhava perdido
-Vou tentar ligar-disse me levantando do chão, tentando me recompor, e ser forte pelos meus pais, pois nunca os vi tão perdidos e desolados

Com muito custo consegui ligar para a emergência, e claro que eu nem me toquei na gravidade que isso iria causar, devido o meu irmão ser o famoso Luan Santana, no momento eu só queria pensar em salvar o meu irmão, mesmo com medo de ser em vão, por vê-lo totalmente desfalecido, sem reação e com a aparência pálida. Por sorte logo a equipe de emergência chegou, e foi um caos total na minha casa, primeiro eles foram ver os sinais vitais do meu irmão e da Jaqueline, nos fizeram milhões de perguntas que nenhum de nós soube responder, e pela expressão do rosto deles, parecia que já era tarde demais. Todos seguimos para o hospital, e ficamos aguardando por notícias dos médicos, mas antes de algum médico, enfermeiro, ou alguém do hospital aparecer para nos dar uma resposta, apareceu uma equipe policial, o que nos fez gelar, vendo que a proporção disso seria muito, muito, muito maior e mais grave.

-Boa noite família, será que vocês poderiam nos relatar como era a relação do casal?-perguntou um policial com posição de investigador, e minha mãe só chorava abraçada ao meu pai, então mais uma vez eu teria que ser a porta voz da família
-Bom, eles se davam bem-disse enxugando minhas lágrimas e tentando prestar atenção nas perguntas
-Estão juntos há muito tempo pelo o que já soube-disse o policial
-Sim, até de casamento marcado-suspirei me lembrando da burrice do meu irmão
-E eles estavam enfrentando algum problema na relação?-me encarava o tempo todo, e seria difícil mentir para alguém como ele
-Acredito que como todo casal, eles tinham alguns desentendimentos
-Mas sabe o nível dos desentendimentos?-me encarou-algo a ponto de um querer envenenar o outro?-disse me mostrando um frasco de veneno dentro de um saco plástico e fiquei imóvel, totalmente sem acreditar na crueldade que tiveram
-Não sei dizer...-realmente estava em choque, enquanto o policial me encarava
-Uma equipe ainda está investigando indícios de possível homicídio, seguido de suicídio na sua residência-me informou como se fosse super natural uma equipe policial investigando e vasculhando a minha casa-e assim que recebemos a informação da equipe do hospital sobre o possível envenenamento, não foi difícil encontrar esse frasco embaixo da cama do quarto do suspeito e...
-O meu irmão nunca iria fazer isso-o defendi-se tem alguém suspeito nessa história é a louca da Jaqueline, que já tentou várias vezes se matar, sempre ameaçou o meu irmão com isso, fazendo chantagem emocional e...
-Ótimo, era o que eu precisava ouvir-disse o policial ainda sério digitando algo em seu celular-vamos continuar com a investigação, e depois todos irão prestar depoimentos-olhou sério para mim e apontou meus pais, que nem devem ter prestado atenção na conversa, pois estavam afundados em sua tristeza particular
-Eu odeio aquela vaca-disse deixando lágrimas cair ao entender tudo o que aconteceu

Passou meia hora desde que chegamos no hospital, e que o policial falou comigo, quando apareceu um médico para conversar com a família em particular, e minha mãe já estava sem forças de tanto chorar, esperando pelo pior.

-Não sei como dar essa notícia, mas preciso ser direto e franco com vocês-o médico nos encarou sério-a mulher que deu entrada aqui no hospital, infelizmente faleceu-suspirou esperando nossa reação e minha mãe apenas o olhava perdida, enquanto eu e meu pai paralizamos-ela ingeriu uma quantidade muito grande de um veneno altamente tóxico, que a levou a uma crise convulsiva e uma parada cardiorrespiratória, então não tivemos o que fazer, por isso viemos comunicar a família, pois o corpo vai para autopsia-ele dizia tudo de forma fria, e com certeza para ter essa profissão tem que ter sangue frio-já o homem, também foi constatado veneno em seu organismo, mas em uma quantidade mínima, que o levou apenas a uma convulsão, mas devido o impacto que ele sofreu ao cair no chão, houve uma fratura no crânio, e como o tempo para chegar até o hospital foi essencial para o salvar, conseguimos o colocar em um coma induzido-disse nos olhando e minha mãe chorava aliviada, porém preocupada
-Meu filho... está em coma?-minha mãe o olhava perdida
-Sim, foi o máximo que conseguimos fazer por ele-o médico suspirou-conseguimos conter a perda de sangue, ele ainda irá passar por uma cirurgia na cabeça para evitar complicações, alguns exames de toxidade, ressonância, e vamos mantê-lo nos aparelhos até o organismo dele liberar para fora o veneno ingerido, ou ele começar a reagir, mas lamento a morte da jovem, meus pêsames-disse o médico acenando para nós com a cabeça e voltando para dentro de onde saiu
-O meu filho em coma-minha mãe chorava sem acreditar-como isso foi acontecer meu Deus?-olhava para o alto
-Mãe, pelo menos o meu irmão ainda está vivo-sorri em meio as lágrimas-mas a Jaqueline não teve a mesma sorte, e de certa forma foi o melhor-suspirei pensativa
-Precisamos comunicar a família dela-disse meu pai-logo isso vai vazar e sair na impressa, e nos sites de fofoca comunicando o que aconteceu, que o Luan está em coma, que a noiva dele morreu, tudo tão perto do casamento-meu pai já estava ficando pilhado
-Pai, não vamos pensar nisso agora, a gente já tinha noção que uma hora ou outra a bomba iria explodir para a imprensa, mas vamos focar na saúde do meu irmão, na recuperação dele, porque a equipe do Luan é muito bem treinada para esse tipo de situação, eles sabem lidar com a maldade dessa imprensa maldita
-Meu filho acabou de afundar a própria carreira, depois disso tudo...-meu pai pensava alto, e estava frustrado
-Amarildo, para de pensar em fama, em carreira, é a vida do nosso filho que está em risco, ele está em coma agora, você sabe a gravidade disso?-minha mãe o encarou deixando lágrimas descer e ele suspirou a abraçando
-Me desculpa-ele a abraçou e beijou a testa dela-é que eu sou pai, e empresário do Luan, tenho que lidar com as duas coisas de uma vez
-Não está sendo fácil para ninguém, mas por favor, vamos manter a calma, vamos rezar pela vida do meu irmão, que o resto vai vir como consequência mesmo-suspirei os olhando
-Precisamos avisar a Marina-disse minha mãe-ela precisa saber o que aconteceu, quero a minha filha perto de mim-minha mãe voltou a chorar e respirei fundo
-Mãe, eu vou ligar para a Mari, mas tenta se acalmar, toma uma água e fica sentada com o meu pai em algum canto

Deixei os meus pais sentados na sala de espera que estava totalmente reservada para nós, e fui em um canto qualquer ligar para Marina, mas também pensando em Rebeca, pois a minha irmã está no apartamento da nossa amiga, que está grávida do meu irmão, e eu não sei como ela vai receber a notícia que o pai da filha dela está em coma.

*Marina on.

Como eu ainda estava de férias, mas elas já estavam no fim, ouvi Fábio ligando para o meu namorado Gabriel, e sei que os dois além de primos, se tornaram muito amigos, então soube que o Fábio queria a nossa presença em São Paulo, e de imediato meu namorado aceitou, pois ele sabia que eu já estava querendo viajar para sampa para ver a minha amiga e a minha família. Chegamos de surpresa em São Paulo, e entramos no apartamento da Rebeca após ela ter tomado banho, a pegando de surpresa, claro que a abracei apertado, e fiquei toda feliz vendo como ela estava linda grávida, a barriga crescendo, e a minha sobrinha barra afilhada se desenvolvendo bem e saudável. Em meio as conversas com os nossos amigos, e a mãe de Beca que estava ali preparando o jantar para nós, ouvimos a campainha tocar, e foi uma surpresa ver que eram os meus irmãos, chegando com Jaqueline e Raphael de companhia, me fazendo ter certeza que aquilo não iria acabar bem. Antes do jantar Fábio anunciou o motivo de ter chamado todo mundo, e a notícia não poderia ser menos bombástica do que eu esperava, pois ele queria todos como padrinhos de casamento, incluindo o meu irmão e a noiva dele, sem fazerem ideia de tudo o que rola entre ele e a Beca, e muito menos que a filha da minha amiga é do meu irmão. Mesmo vendo que o clima pesou entre Beca e Luan, após os dois terem uma conversa a sós na cozinha, que eu e Bruna garantimos, enquanto enrolávamos os outros, á noite por fim, acabou bem.

-Estou completamente apaixonada nas roupinhas e no enxoval da minha sobrinha-estava babando ao ver tudo o que a Beca comprou e ganhou, junto com ela e a sua mãe
-Eu também Mari, são muito fofos-disse Beca segurando uma mantinha de carneirinho e a abraçando-minha filha com certeza vai ficar linda com tudo isso
-E estilosa também, com os laços que a vovó comprou-disse a mãe da Beca fazendo questão de mostrar os laços que comprou para a neta
-Mãe, não vou colocar esses laços exagerados na minha filha, ela ainda nem nasceu e a senhora já quer deixar ela fantasiada para o carnaval-disse Beca rindo
-Filha, não desfaça dos laços que eu dei para a minha neta, porque quando eu estiver com ela, vou fazer questão de colocar-disse dona Vera
-Ainda bem que eu sempre vou estar por perto-Beca riu de canto-ta ouvindo filha, a sua vó está querendo te deixar igual o carro alegórico do laço
-Que exagero amiga-ri da forma de Beca falar-eu acho lindo bebês com laços
-Então quando tiver os seus, você enche de laço, aproveita e embrulha como presente para a dinda aqui-riu apontando para si-porque se você for madrinha da minha filha, eu vou ser da sua, que ainda nem nasceu
-Claro que vai, ser tia barra madrinha não é fácil, mas é tudo de bom-sorri alisando a barriga dela-titia já ama tanto essa bonequinha
-A vovó ama muito mais-disse dona Vera alisando e beijando a barriga da minha amiga que revirava os olhos, pois reclamava do grude da mãe dela quando estava por perto
-Sei que as duas amam interagir com a minha filha, que ainda nem nasceu, mas eu ainda carrego ela e preciso descansar-disse Beca bocejando-hoje o meu dia foi cansativo, então preciso dormir
-Boa noite amiga, descansa-me despedi dela
-Boa noite para vocês, porque eu já vou dormir-bocejou de novo-avisa para o Fábio que já estou deitada-alisou a própria barriga entrando em seu quarto, enquanto eu e a mãe dela seguimos para a sala, onde o meu namorado e Fábio estavam conversando
-A Beca já foi dormir, e mandou te avisar-disse olhando para o noivo dela
-Ela está dormindo cedo mesmo-ele riu-coisas de grávida

Ficamos mais um pouco conversando, até dona Vera ir dormir, e depois Fábio, pois ele tomou remédio para dor nas pernas, e logo sentiu sono após a medicação. Mesmo querendo aproveitar o momento a sós com o meu namorado no sofá da minha amiga, seguimos para o quarto de hospedes e fomos dormir, ou tentar, pois eu estava com um pressentimento ruim, algo pesado dentro do meu peito, um aperto forte, e eu só conseguia pensar no meu irmão, sem saber o porque. Vi Gabriel dormir tranquilo, mas eu estava me sentindo muito mal, sem sono, então me levantei e fui na cozinha preparar um chá para tentar dormir, e me assustei com Bruno aparecendo na cozinha, ele é muito esperto, e mesmo estando dormindo com Rebeca, ao ouvir barulho na cozinha ele já corre para ver o que é. Tomei o meu chá com a companhia de Bruno, que ganhou umas bolachinhas por estar comportado, e assustei ouvindo o meu celular tocar, ao ver que era a Bruna, minha irmã, fez aquela sensação voltar com tudo mais uma vez, e por achar que era urgente a atendi.

*Ligação.

-Oi Bru, tudo...
-Tudo péssimo Mari-disse Bruna chorando do outro lado, e meu coração acelerou
-O que aconteceu?
-O Luan está em coma-disse chorando muito e eu não podia acreditar
-O meu irmão em coma? como assim?
-Não sei muito bem Mari, só precisava te avisar, porque a nossa mãe está desolada, e querendo sua companhia
-Posso imaginar-suspirei-vocês estão onde? em um hospital?
-Sim, se puder vir...
-Agora não sei se posso-respirei fundo-mas vou dar um jeito de ir ver vocês, ficar com a nossa mãe...-suspirava com o coração na mão
-Vem logo Mari, por favor-a ouvi chorando baixinho-precisamos de você aqui, pois você é parte da nossa família...
-Eu sei Bru, me passa certinho o endereço, que vou dar um jeito de ir até ai...

*Ligação.

Mesmo atordoada, nervosa e preocupada com tudo o que soube, Bruna me passou o endereço do hospital, e eu precisava ir imediatamente para lá, apenas me troquei, me certifiquei que Gabriel e todos os outros estavam dormindo, e saí do apartamento com o máximo de silêncio possível, mesmo sabendo que logo a notícia vai correr e apavorar todo mundo, principalmente Rebeca, que está grávida, e precisamos elaborar uma forma mais tranquila para contar tudo a ela. Por ser altas horas da madrugada, foi difícil conseguir um uber que me levasse até o hospital, por sorte o transito naquele horário era mais tranquilo, então não demorei chegar, e fui direto encontrar a minha família, estavam todos chorando muito, principalmente a minha mãe, que chorou mais ainda ao me ver.

-Minha filha, não sabe o quanto me alivia ter você aqui-disse me abraçando apertado enquanto deixava lágrimas cair
-Sei que sim-disse também deixando lágrimas rolar, dentro daquele abraço
-Mari, que bom que está aqui-disse Bruna me olhando aliviada, com o rosto inchado de tanto chorar
-Eu não podia deixar vocês sozinhas nesse momento, o Luan é a minha outra metade, como ele mesmo diz...-comecei a chorar me lembrando dele-como isso foi acontecer Bru? ele que é tão forte e saldável, o que...
-A Jaqueline o envenenou-disse com ódio-é o que tudo indica-respirou fundo-e para piorar, ela se matou em seguida, então foi uma catástrofe atrás da outra
-A Jaqueline está...-disse perplexa
-Morta-Bruna completou suspirando-pelo menos assim ela nunca mais envenena o meu irmão, foi tarde aquela bruxa...-dizia cheia de raiva e nossa mãe a cortou
-Bruna, não é momento para rancor e ódio minha filha, é horrível o que aconteceu com ela, e com o seu irmão-disse serenamente, com lágrimas no olhar-se foi ela quem fez tudo isso, Deus vai mostrar, porque eu sei que o meu filho jamais faria esse tipo de coisa
-O Luan é a pessoa mais bondosa desse mundo, não merecia isso-disse indignada-se essa Jaqueline tentou acabar com ele, a única que se prejudicou foi ela mesma, que agora está morta, e nem vai poder se defender, ou inventar história-suspirei pensativa
-O Amarildo está tentando ligar para os familiares dela-disse minha mãe o apontando em um canto isolado do corredor, falando sério ao telefone-vamos passar por momentos turbulentos e por muita dor de cabeça-suspirou alto-mas o que eu preciso para estar forte durante essa tempestade que se aproxima, está bem aqui-sorriu em meio as lágrimas olhando para mim e para Bruna-vamos orar pelo irmão de vocês, porque eu não quero sentir a perda de um filho mais uma vez...-voltou a chorar e eu e Bruna a abraçamos
-Prometo para a senhora, que você nunca mais vai perder ninguém mãezinha-disse Bruna toda carinhosa com ela-eu e a Mari vamos cuidar da senhora, e te fortalecer, até o nosso irmão acordar
-Conta com a gente, estamos com você nessa dona Marizete-a olhei sincera e enxuguei as lágrimas dela-ou melhor... mãe-me arrisquei em chama-la de mãe pela primeira vez e ela me olhava sem acreditar
-Esperei tanto por esse momento minha filha-chorou de emoção-meus filhos são tudo para mim-puxou eu e Bruna para mais um abraço, e ali dentro eu sabia que estava no lugar certo

Foi uma madrugada horrível, passamos em claro, aguardando notícias sobre o estado do meu irmão, e sobre a autopsia do corpo de Jaqueline, além de já ter pessoas da imprensa na porta do hospital especulando o que aconteceu, devido a nota que o Luan estava no hospital, da investigação policial na casa dos Santana, e uma possível briga entre ele e a noiva, que até então tentávamos evitar soltar a nota que ela havia falecido. Era por volta das sete horas da manhã, e eu estava sentada no sofá da sala de espera, escorada no ombro da minha mãe, que cochilava devido o cansaço, quando o meu celular começou a tocar e vi que era Gabriel, respirei fundo, e mesmo receosa sabendo que ele era do meio jornalístico e da imprensa, mas ele também era o meu namorado, e ele precisava saber o que estava acontecendo, sem contar que eu queria muito estar abraçada com ele, para ele me dar forças.

-É o Gabi-suspirei apontando para o celular, vendo que Bruna me olhava pois também tentava cochilar escorada no senhor Amarildo, em um outro sofá
-Melhor atender-Bruna suspirou-uma hora ou outra todos vão saber
-Só não quero causar tumulto aqui dentro
-Pede para ele vir sozinho, e ser discreto, vai ser melhor contar a ele pessoalmente-Bruna me orientou e assenti

Como a ligação havia caído, resolvi retornar a ligação do meu namorado, indo para um canto afastado da minha família, e ele atendeu de imediato.

*Ligação.

-Oi Gabi, eu...
-Marina aonde você está? pelo amor de Deus, você sumiu, nem me avisou nada e...
-Calma amor-respirei fundo tentando o tranquilizar-desculpa não te avisar nada, é que foi algo urgente com a minha família-suspirei
-Com a sua família? está na casa deles?
-Não Gabi, tô em um hospital-respirei fundo-e antes de me questionar qualquer coisa, vou te mandar a localização, tenta vir discretamente, e por favor, se a Beca estiver acordada, não fala nada para ela
-Marina quer me matar do coração? está em um hospital? e você me pede calma e descrição?
-Por isso mesmo Gabriel-respirei fundo-não fica me questionando amor, vem para cá, e te explico tudo
-Amor, você está bem?
-Eu estou sim, na medida do possível-respirei fundo-mas vem para cá agora, porque de certa forma, vamos precisar de você...-suspirei olhando para o senhor Amarildo, que não teve descanso, com o celular tocando toda hora com pessoas da imprensa e da equipe do Luan o ligando
-Tudo bem, estou indo, e vou tentar sair daqui sem ninguém me questionar nada
-Obrigada meu amor, e por favor, não conta nada para a Rebeca, se ela perguntar de mim, ou onde você está indo, fala que estou na casa da minha família e desconversa qualquer coisa
-Não estou entendendo nada-ele começou a rir-mas se a sua amiga estiver acordada, vou tentar enrolar ela, e sair discretamente, como você pediu
-Agradeço profundamente se fizer isso, mas agora precisam de mim-suspirei vendo minha mãe acordar-beijos...

*Ligação.

Nem esperei ele me responder e desliguei, voltando a me sentar com minha mãe, que estava com uma aparência abatida e péssima.

-Quer tomar uma água? um café?-a perguntei
-Acho que só uma água-suspirou olhando para o nada
-Eu pego para a senhora

Peguei água para a minha mãe, e ela bebeu só um pouco, pois com certeza estava sem ânimo até para se alimentar, ou tomar uma simples água. Meu namorado demorou cerca de duas horas para chegar no hospital, me garantindo que saiu antes de Rebeca acordar, e que avisou dona Vera, que foi a única a acordar cedo, que eu e ele estávamos na casa da minha família. Tirei um tempo para conversar com ele e explicar a situação, o deixando chocado, senhor Amarildo estava com a cabeça cheia de problemas, muito pilhado, e Gabriel se ofereceu para ajudar a cuidar da imprensa, o que com certeza aliviaria as notícias e a forma que sairiam nos sites de fofocas, jornais e internet.

*Rebeca on.

Estava tentando disfarçar o meu mal estar, após o jantar que o Fábio organizou sem me comunicar, tentei ao máximo mostrar que estava tudo bem comigo na frente dele, da minha mãe, e dos nossos hospedes, já que Marina e Gabriel preferiram ficar no meu apartamento, não reclamei pois gosto da presença da minha amiga, mas era um pouco incomodo, pois eu gostava de ter a minha privacidade, sem contar que ali era pequeno demais, comparado a casa da família da Mari, e ela poderia muito bem ter ido para lá com o namorado dela, que é todo folgado e espaçoso, pois fica bebendo, jogando vídeo game e conversando alto com o Fábio. Fui dormir mais cedo, sentindo minha filha mexer, espremer minha bexiga, e me deixar extremamente cansada, mas ao deitar na cama eu não conseguia dormir, pensava em Luan, sem entender o porque, e a minha filha estava mais inquieta que o normal, mas devido todo o cansaço da gravidez e o estresse diário, tomei um calmante natural que o meu médico receitou, pois me ajuda a dormir melhor, e apaguei, mesmo sentindo que algo ruim aconteceria.

-Bom dia filho-acordei com as lambidas de Bruno e vendo a cara gorda dele em cima de mim-e filha-sorri sentindo minha pequena já se mexendo toda-vocês dois parecem ter combinado, de me acordarem agora
-Acho que isso faz parte-levei um susto com Fábio acordado, e sorrindo para mim-bom dia amor-rolou com dificuldade sobre a cama e veio me dar um selinho
-Bom dia-sorri de canto o olhando-dormiu bem?
-Sim, depois que tomo os meus analgésicos eu apago
-Digo o mesmo, com aquele calmante da folha de maracujá que o meu médico receitou, não sei se depois que a bebê nascer vou poder tomar, porque corro o risco de nem escutar ela chorando-ri com os meus pensamentos e senti ela me dar um chute-tô brincando meu amor, não precisa chutar forte
-Essa menina já é toda decidida e mandona, igual você-ele riu se abaixando-bom dia amorzinho do papai-beijou minha barriga e suspirei, pois não era legal ele ficar se iludindo dessa forma, precisava o contar a verdade logo-minha princesinha, eu te amo mais que tudo nesse mundo-ele enchia a minha barriga de beijos, e eu sentia a minha filha se mexer
-Sei que ela é amada, mas preciso levantar-disse me espreguiçando e ele riu me abraçando, e colando nossos corpos
-Também preciso levantar, e de uma ajudinha no banho-sorriu safado beijando meu pescoço-vamos?-respirei fundo sentindo ele cheio de carinho comigo
-Vamos-respondi o olhando e ele sorriu-mas você precisa aprender a se virar sozinho Fábio, não vou poder ficar te ajudando sempre, olha o tamanho da minha barriga, não estou aguentando nem eu mesma
-Isso é por pouco tempo amor, logo estarei recuperado, tenho certeza-sorriu confiante

Eu estava ajudando Fábio praticamente todos os dias, a tomar banho, se vestir, e em algumas coisas básicas que ele não conseguia realizar sozinho, e sempre que eu tomava banho com ele, sabia que ele queria ir além, mas como eu não estava me sentindo atraída por ele, minha barriga estava me deixando gorda e desconfortável, e como a cadeira de banho dele ocupava quase todo o box, não tinha tempo para rolar nada, nem se ele quisesse. Após o nosso banho, Fábio se vestiu primeiro e seguiu para a sala, enquanto eu ainda fiquei olhando para o meu closet, vendo o que me caberia, quando senti uma fisgada em minha barriga, tive que respirar fundo, me sentar, e do nada me veio uma angustia, um sentimento ruim, e eu pensei em Luan, isso não estava certo, pois eu e a minha filha sentíamos a mesma coisa, devido a inquietação dela dentro de mim. Esperei um tempo para me recuperar, afinal eu tinha medo de sentir qualquer coisa, desde que tive aquele sangramento, sei que a minha gravidez tem um certo risco, por isso tenho tentado evitar esforços e estresse ao máximo, até quando acontecem de forma inevitável, e é esse um dos motivos que tomo calmante para dormir, pois não posso passar estresse.

-Bom dia, que bom que a senhora faz o que eu gosto-disse entrando na cozinha e já sentindo o cheiro de muffins
-Realmente a minha sogrinha tem me surpreendido-disse Fábio tomando um gole de café-nunca imaginei que a senhora era boa na cozinha
-Sei fazer uma coisa ou outra, e não tem nada que a internet não ensine para a gente hoje em dia-disse minha mãe jogando mel em cima dos meus muffins
-Dona Vera sabe cozinhar, e cozinha quando quer, é a realidade-ri a olhando-mas não precisa ficar me mimando desse jeito mãe, assim eu me acostumo em ter a senhora aqui
-Iria adorar ficar-disse minha mãe toda feliz
-Mas a senhora tem o meu pai no Rio, sua escola, suas amigas...-comecei a enumerar e ela suspirou
-Você sempre me lembrando que tenho a minha vida no Rio, assim penso que não me quer aqui, minha filha-me olhou chateada e suspirei
-Mãe, não me interprete errado, é que a senhora tem as suas responsabilidades e a sua vida por lá, claro que tem sido bom esses dias com a senhora aqui, mas isso não vai ser para sempre-disse a realidade-então não fica chateada, pois estou certa
-Que a sua filha não seja ingrata como você-suspirou me olhando-mesmo não sendo a melhor mãe do mundo, sempre fiz de tudo por você Rebeca, e agora que quero estar perto de você nesse momento importante, que você vai ser mãe, sou sempre ignorada, vista como exagerada...
-Mãe, não é isso-respirei fundo a interrompendo-Fábio, me da uma ajuda-o implorei com o olhar, e ele estava todo perdido
-Não vou dar razão a nenhuma das duas, mas vocês são mãe e filha, precisam se entenderem melhor-disse nos olhando
-Tem sido ótimo a companhia da senhora, me desculpa-suspirei a olhando, pois eu não queria causar uma briga com a minha mãe logo cedo
-Sei que os hormônios tem falado por você, e me desculpa se tenho sufocado você de alguma forma-ela me olhou e sorriu de canto-as duas estão erradas, mas pelo menos reconhecemos isso, certo?
-Certo dona Vera-sorri comendo um pedaço do meu muffin-aliás, eu amei isso-comi mais um pouco-nem acredito que foi a senhora quem fez, quem te viu e quem te vê-ri de canto a olhando
-Decidi me dedicar mais ao meu lado mãe, e acho que devia ter feito isso antes, inclusive ter pegado mais no seu pé para aprender a cozinhar, porque sei que você vive de comida congelada, besteiras, comida rápida...-disse minha mãe, outra vez implicando comigo e revirei os olhos
-Mas comigo aqui ela tem se alimentado melhor, até porque eu não deixo ela comer qualquer coisa, agora que ela carrega um pedacinho nosso-disse Fábio me olhando todo bobo
-Por isso amo esse meu genro lindo-disse minha mãe toda feliz indo o dar um abraço e beijando o rosto dele-cuida mesmo da minha filha e da minha neta, porque quando se casarem elas vão ser responsabilidade sua
-Sempre cuidei sogrinha-disse Fábio-e pode ter certeza que eu vou cuidar muito bem da Beca, da nossa filha, e dos outros filhos que a gente tiver juntos-ele me olhava apaixonado, enquanto eu sorria amarelo, ouvindo os dois falando sobre mim
-Sei que sou amada, e cuidada por vocês, mas cadê a Marina e o Gabriel? ainda não acordaram?-perguntei me lembrando dos nossos amigos
-Eles saíram bem cedo minha filha, foram na casa da família da Marina-disse minha mãe-na verdade ela foi primeiro, e depois o Gabriel, porque quando acordei o vi se arrumando para sair e ele me avisou
-Pensei que eles ficariam aqui, pelo menos para tomar o café da manhã com a gente, e a vaca da Marina sequer me avisou que sairia cedo daqui
-Ela deve ter ficado com receio de te acordar cedo minha filha, então não se preocupe com isso
-Mas ela quis dormir aqui no meu apartamento, então não custava nada me avisar que iria para a casa da família dela, a Marina vacilou feio comigo-disse chateada com a minha amiga
-Relaxa meu amor, quando é assim, deve ser porque eles logo vão voltar, então não fica chateada com isso-disse Fábio me olhando, enquanto eu fazia bico
-Eu vou ligar para ela, para saber o porque ela saiu sem me avisar, a Mari sempre me avisava tudo, até se fosse na esquina
-Mas o tempo passou, as coisas mudaram, e ela agora é independente, não mora mais com você, então acho que ela não se sente na obrigação de te avisar aonde vai, até porque é a família dela, então de certa forma você iria saber que ela está lá-disse minha mãe
-Mesmo assim mãe, a partir do momento que ela escolheu dormir no meu apartamento, como minha hospede e minha amiga, não é certo ela fazer isso comigo-disse me levantando da mesa-vou conversar com ela, espero que ela tenha uma boa explicação
-Amor, pelo menos o Gabriel nos avisou, ou melhor, avisou a sua mãe-disse Fábio me olhando-porque está fazendo essa tempestade toda?
-Porque eu gosto das coisas certas, e bem explicadas

Segui para o meu quarto, decidida a ligar para Marina, porém estava com uma sensação estranha, e não sabia o porque tinha essa necessidade em ligar para ela, o meu sexto sentido dizia que tinha algo muito estranho acontecendo, começando pela forma que a minha amiga e o namorado dela sumiram, sem me comunicarem nada. Liguei para a minha amiga, e o meu coração estava com um aperto inexplicável, a minha filha estava inquieta, então me acomodei em minha cama, com travesseiros em volta, aguardando a minha amiga me atender, até que a ligação caiu, e eu só sentia esse aperto em meu peito ficar cada vez maior. Com um pequeno desespero se instalando em mim, comecei a ligar várias vezes para a Marina, até a ligação cair em todas elas, e eu não estava entendendo o que acontecia, então resolvi ligar para a Bruna, e a ligação foi cortada propositalmente, me deixando desconfiada de alguma coisa ruim. Como as duas estavam incomunicáveis, resolvi ligar para Luan, e o meu coração só ficou mais angustiado, vendo que o celular dele caiu na caixa postal direto, então cansada dessa palhaçada, esperei a moça com voz irritante da caixa postal me solicitar para enviar alguma mensagem, e resolvi falar:

-Luan, o que está acontecendo? está tudo bem? por favor, me responde, eu e a nossa filha estamos angustiadas sem notícias de vocês...-disse mais baixo olhando para a porta, com medo de minha mãe ou Fábio aparecerem-meu amor, assim que ouvir esse recado, me liga, porque só vou me aliviar ouvindo a sua voz, te amo Lu...-encerrei ao ouvir alguém abrindo a porta, e vi que era Bruno vindo todo sapeca e pulando em cima da cama, pois a porta ficou encostada, então ele a abriu sozinho

Respirei fundo pensando o que poderia estar acontecendo, e a minha filha estava muito inquieta dentro de mim, em sinal que ela também sentia que algo não estava bem, abracei o meu cachorro, e ele lambeu meu rosto, Bruno me olhava com uma expressão como se quisesse me acalmar, e deixei lágrimas cair, pois ele sempre ficava perto de mim quando eu não estava bem, ou algo não estava bem, ele era o primeiro a sentir e vir me consolar, e agora não estava sendo diferente, porque ele estava bem quietinho no meu colo, disposto apenas a me dar carinho, e dessa vez eu tinha a minha filha dentro de mim, que compartilhava do mesmo sentimento que eu, então eu precisava colocar a minha cabeça no lugar, respirar fundo, tentar aquietar o meu coração, para que eu e ela ficássemos bem.

-Não sei o que seria de mim sem você meu amor-abracei Bruno e ele me olhava concentrado-você é meu melhor companheiro, de todas as horas, e agora até a sua irmã sente o quanto você é especial para mim-sorri alisando minha barriga, e o colocando sobre ela-meus dois bebês-senti minha filha chutar, e Bruno latiu se assustando, pois estava deitado sobre mim-calma meu amor, é a sua irmã
-Filha, cuidado, você não pode colocar peso em cima da barriga-me assustei com a minha mãe entrando em meu quarto, e Bruno latiu
-Ele não é peso nenhum mãe, desde que engravidei ele sobe na minha barriga
-Mas não pode ficar deixando Beca, sei que ama o seu cachorro, mas todo o cuidado é pouco
-Ta bom mãe-revirei os olhos-mas não implica com ele-coloquei Bruno ao meu lado, e ele sentou colocando as patinhas sobre a minha perna
-E você tem que tomar cuidado para quando a bebê nascer, não pode deixar ele perto-minha mãe reclamava outra vez
-Mãe, o cachorro é meu, a filha é minha, será que não consegue me deixar em paz um segundo sem dar um palpite ou opinião?-a encarei-estou tentando ao máximo lidar com a senhora aqui a todo o momento no meu pé, porque você é grudenta, acha que tudo tem que ser da sua maneira, mas eu sei cuidar muito bem de mim sozinha, sei cuidar da minha gravidez, então que essa seja a última vez que a senhora me fala essas coisas, porque o Bruno é como um filho para mim, e a minha filha vai ser criada com ele, como irmãos, satisfeita ou não, eu não quero saber o que a senhora acha, que saco-disse começando a me irritar e ela apenas respirou fundo me encarando
-Desculpa Rebeca, não vou mais me intrometer na sua forma de criar o seu cachorro, de lidar com a sua gravidez, nem de fazer o que quiser com a sua vida, só tento fazer o meu melhor como mãe e...
-Então faça o seu melhor ficando quieta, e me deixando em paz
-Como quiser-suspirou me olhando e saindo do meu quarto
-Velha intrometida, mandona e grudenta, tomara que eu nunca seja assim com você minha filha, porque sei que é um saco-revirei os olhos conversando com minha filha, e senti ela dar um chute, o que fez Bruno latir outra vez, pois ele deve achar isso estranho-você também mocinho, não liga para o que aquela velha fala sobre você-disse o pegando no colo, enquanto ele estava todo sapeca balançando o rabo e me lambendo

Brinquei um pouco com o meu cachorro, conversei com a minha filha, e aquele sentimento ruim outra vez me invadiu, então resolvi ligar outra vez para a Marina, e após chamar várias vezes, ela finalmente me atendeu.

*Ligação.

-Oi Beca, desc...
-Oi Marina, finalmente me atendeu-disse irritada a interrompendo-espero que tenha uma boa desculpa, para ter ignorado as minhas ligações, e sequer ter me avisado que iria sair do meu apartamento
-Beca, juro que não tive intenção em te deixar irritada ou te assustar-falava de um jeito estranho, mas tentando parecer calma
-Está tudo bem?-perguntei desconfiada, e meu coração começou a acelerar, esperando pelo pior
-Ta... tudo sobre controle-a ouvi suspirar-mas e você como está? dormiu bem? e a bebê?
-Marina, não tenta desconversar-sentia ela estranha demais-por favor, me conta agora o que está acontecendo... Marina?-a chamei pois ela ficou muda do outro lado
-Oi Beca, é a Bruna, tudo bem?-ouvi Bruna no telefone, e ela estava tão estranha quanto a Marina
-Bruna, você e a Marina estão estranhas demais, primeiro as duas ignoraram todas as minhas ligações, e agora estão me enrolando nessa ligação porque?
-Porque nós estávamos resolvendo umas coisas...-disse parecendo pensar em algo
-Que tipo de coisas? é algo familiar? porque também tentei ligar para o Luan, e caiu direto na caixa postal dele e...
-Sim, é familiar-ela me interrompeu de uma forma brusca e estranha-mas Beca, se quiser conversar melhor com a gente, que tal tomarmos um suco? te mando a localização de onde vamos estar
-Ótimo-concordei de imediato-porque preciso saber o que vocês estão escondendo de mim
-Você vai vir sozinha?
-Sim, porque minha mãe está um saco, e não gosto de ficar carregando o Fábio, que só reclama por ter que usar a cadeira de rodas-revirei os olhos
-Melhor assim-a ouvi suspirar-então vou te mandar a localização, e pode vir tranquila, sem pressa
-Meio difícil, com todo esse mistérios de vocês, mas vou com calma, porque os meus pés estão me matando para dirigir-ri vendo os meus pés inchados
-Tudo bem, vamos estar esperando você Beca...

*Ligação.

Encerrei a ligação e fui me arrumar para encontrar as meninas, mas sentindo um aperto forte em meu peito, o coração angustiado, e a minha filha estava muito inquieta, sem contar que eu estava sentindo vontade de vomitar todo o meu café da manhã, devido a agitação da bebê dentro de mim, e de toda essa carga emocional estranha que eu sentia sem saber o porque.

-Vou sair com a Bruna e a Marina, não sei se volto para almoçar-disse avisando a minha mãe e Fábio que estavam na sala assistindo TV
-Pode ir tranquila minha filha, só me avisa se não vier almoçar mesmo-disse minha mãe
-Aviso sim-sorri colocando Bruno no colo de Fábio, pois ele estava no meu colo, querendo sair comigo, achando que eu iria passear com ele-cuida dele
-Como sempre cuidei-disse Fábio o segurando-e você se cuida, e tenha cuidado com a nossa princesa-se encurvou beijando minha barriga-amo vocês

Me despedi deles, e saí do meu apartamento seguindo a localização da cafeteria que as meninas me mandaram, mas achei estranho o endereço ser perto de um hospital, um dos mais renomados da cidade inclusive, e aquela sensação estranha, de que algo ruim acontecia só ficava mais forte, conforme eu chegava mais perto do local em que veria as minhas amigas. Estava tudo muito estranho, um movimento perto do hospital, pareciam ter câmeras, repórteres, sites e emissoras de TV na frente do hospital, pois passei ali em frente procurando um local para estacionar. Cheguei na cafeteria, e logo avistei Bruna e Marina sentadas em uma mesa mais afastada, estavam bem no fundo, com uma cara abatida, de choro, e de quem passou a noite em claro, assim que me viram forçaram um sorriso, mas notei que elas estavam fingindo algo na minha frente, então eu queria ser direta com elas, e que elas fossem sinceras comigo, porque eu tinha certeza que algo ruim aconteceu, e que de certa forma isso envolvia o Luan.

-Bom dia Beca, que bom que veio, como está você e a minha sobrinha?-disse Bruna se levantando para me dar um abraço, e alisar minha barriga
-Estamos bem-sorri de canto-mas nós duas estamos sentindo que vocês não estão nada bem-olhei para ela, e para Marina que permaneceu sentada
-Melhor sentar aqui, porque é algo sério-disse Marina me olhando, pois ela não iria conseguir esconder nada de mim, muito menos disfarçar
-Quer um chá? um café? uma água?-Bruna me perguntou
-Pelo o que estou sentindo, vou precisar de uma água com açúcar-suspirei a olhando
-Vou pedir um suco de maracujá para todas nós, porque também quero algo para acalmar-disse Bruna suspirando e indo até uma das moças para fazer o pedido
-Marina, por favor, seja direta comigo, a Bruna está tentando me enrolar, e disfarçar, mas você não consegue esconder nada de mim, então seja direta-pedi a olhando, e coloquei minhas mãos em minha barriga, para que a minha filha pudesse me dar forças, pois eu sentia que iria precisar
-Eu não queria te deixar assustada, nem preocupada, me desculpa Beca, mas não sei a melhor forma de te contar isso...-ela me olhou nos olhos e segurou uma de minhas mãos, entrelaçando com a dela em sinal de apoio
-Só seja sincera Mari-a olhei tentando parecer forte, mas lágrimas insistiam em cair, sem eu conseguir me controlar-é algo com o Luan, não é?
-É sim...-ela tentou disfarçar, mas também deixou lágrimas caírem
-Ele sofreu algum acidente, ou algo assim? porque está cheio de jornalistas, de pessoas da imprensa em frente aquele hospital, e vocês duas aqui nesse estado, só me fazem pensar que algo aconteceu com ele, sem contar que ela também está sentindo que o pai dela não está bem...-chorei baixinho sentindo minha filha mexer, alisando minha barriga, e sentindo Marina segurar forte em minha mão
-Trouxe nosso suco-disse Bruna se sentando ao meu lado, e colocando dois copos de suco de maracujá sobre a mesa-já contou a ela?-perguntou olhando para Mari, que negou com a cabeça
-Essa agonia só está sendo pior para mim-as encarei-me falem de uma vez o que aconteceu, por favor...-as implorei com o olhar, e elas se entreolharam suspirando
-Beca, o meu irmão está em coma-disse Bruna me olhando séria-desculpa te falar assim, mas você precisava saber-ela deixou lágrimas cair e colocou sua mão sobre a minha, que alisava a minha barriga
-O Luan... em coma?-as olhei paralisada
-Sim...-Mari me abraçou pelos ombros encostando sua cadeira na minha-está sendo difícil para todos nós, mas ele está em coma agora
-Porque?-disse olhando para o nada, e senti as duas me abraçando, encostando suas cabeças cada uma em um ombro, e alisando minha barriga
-A Jaqueline o envenenou-disse Bruna sussurrando perto do meu ouvido, como se fosse um segredo, com ódio em sua voz-aquela mulher maldita, fez isso com o meu irmão...-ela chorava sentida-mas graças a Deus, a justiça foi feita...
-Ela está presa?-perguntei tentando entender a situação
-Não, cadeia seria pouco para ela-disse Bruna tentando se recompor, e se sentando na cadeira para me olhar-ela envenenou o meu irmão, e em seguida se matou
-Meu Deus...-eu não sabia o que dizer, o que pensar, estava chocada com todas essas notícias
-Mas agora o que importa, é a gente torcer para o meu irmão acordar-disse Marina me olhando, e enxugando as próprias lágrimas
-E desculpa se a gente não te atendeu, não te falou nada antes, porque foi difícil elaborar uma forma para te contar tudo isso de uma forma mais tranquila, sabendo que a sua gravidez é de risco-disse Bruna me olhando, e apenas assenti, deixando lágrimas cair, pois ainda estava impactada com tudo o que ouvi
-Toma o seu suco, você está bem?-Marina perguntou me olhando, enquanto tentava se recompor do seu choro
-Não sei o que dizer...-disse olhando para o nada-só sei sentir...-deixei lágrimas rolarem enquanto fechei os olhos, e abracei a minha barriga-não quero perder ele... nem que ela o perca... sem nem ter conhecido ele...
-Beca, se acalme-disse Bruna-toma o seu suco, e depois vamos para o hospital, porque você precisa medir sua pressão, e ver como está a bebê
-Você não está sozinha, então fica calma por ela-disse Marina alisando minha barriga-estamos todos juntos nessa Beca, mas vocês duas precisam estar bem, para mandar boas energias para ele, porque eu sei que ele ama vocês e logo vai se recuperar, porque o amor sempre vence
-A vida não é uma novela, para usar essas frases de que o amor sempre vence, o amor é mais forte, isso é vida real Marina-chorei a olhando-o Luan está em coma agora, tem noção do que isso significa? ele pode demorar dias, semanas, meses...
-Beca, tenta manter a calma, a gente sabe que isso é vida real, mas vamos tentar manter a descrição, pelo menos aqui-disse Bruna olhando em volta, pois estávamos começando a atrair atenção das poucas pessoas da cafeteria
-Péssima ideia de vocês, escolherem um lugar público para me darem essa notícia-me levantei as olhando irritada-quero entrar naquele hospital agora, e saber como está o pai da minha filha, porque ficar aqui lamentando e ouvindo vocês duas, é perda de tempo
-Beca, espera a gente, por favor, se controla...-disse Marina vindo atrás de mim, pois saí apressada daquela mesa, em direção a porta de saída
-Só vou esperar, porque não sei como entrar naquele hospital-suspirei a olhando, e tive que esperar Bruna pagar a conta, para finalmente sairmos daquela cafeteria

Estava complicado demais conseguir entrar no hospital, mas como Bruna e Marina eram irmãs de Luan, e estavam ali desde que tudo aconteceu, elas já tinham um esquema para entrar e sair do hospital sem serem notadas pela imprensa. Chegamos na sala de espera reservada para a família, e fui logo abraçar dona Marizete que estava com uma cara péssima, e chorou muito me abraçando, principalmente ao tocar minha barriga e sentir a minha filha se mexendo, eu sabia o quanto isso estava sendo significativo para ela.

-Que bom que está aqui, tenho certeza que o meu filho iria querer vocês por perto-disse me olhando emocionada, enquanto alisava minha barriga
-Também sinto que sim-sorri em meio as lágrimas, colocando minha mão sobre a dela

Naquele momento palavras não eram necessárias, apenas a presença da família, o carinho dentro do abraço e as mãos dadas, eram o sinal de força, que cada um precisava, pois estávamos ali unicamente pelo Luan, e agora só dependeria dele criar forças para acordar, e para tudo finalmente ficar bem, ou não... pois muitas coisas ainda precisam ser resolvidas, esclarecidas, dias turbulentos estavam para chegar e eu não conseguia pensar em mais nada, a não ser no momento em que ouviria a voz dele, veria aquele sorriso lindo, e veria aqueles olhos negros se abrindo outra vez.
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Olá amoreees, o tempo está corrido, mas quando tenho uma folga apareço para postar para vocês, até porque gosto de fazer um capitulo caprichado, e espero que estejam gostando, então comeeeentem bastante, o que estão achando de tudo isso? assim que der, posto maaais, beijoos.