sábado, 26 de dezembro de 2020

Capitulo 52 - Sumiço do Bruno.

No dia seguinte, acordei com os meus enjoos matinais, como sempre, escovei os dentes como pude, tomei um banho rápido, coloquei um vestidinho bem fresco, sem sutiã mesmo, pois não estava afim de colocar nada que me apertasse, e segui para a sala, onde Marina estava tentando colocar os sapatos em Letícia, que não parava quieta em cima do sofá, e queria sair correndo atrás de Bruno que veio todo feliz, balançando o rabo e latindo me pedir colo.

-Bom dia meninas-dei bom dia para as duas
-Buno mamãe-Letícia nem me deu moral, e apontava o cachorro, que estava no meu colo
-Deixa o Bruno quieto filha-ri vendo que ele queria ficar grudado em mim, para fugir dela
-Bom dia amiga, dormiu bem?-Marina perguntou me olhando, finalmente colocando os sapatos na minha filha
-Acho que sim-suspirei me sentando ao lado dela no sofá, e Bruno desceu correndo do meu colo, antes que Letícia o pegasse
-Mamãe, o Buno-minha filha o apontava
-Sei que ama o Bruno, mas vem me dar bom dia meu amor-a peguei no colo e a enchi de beijos-nem ouvi você acordar, que bom que a sua Dinda está aqui-sorri olhando para minha amiga
-Na verdade acordei com o meu irmão me ligando, que vai levar a Le para passar o dia em uma chácara, com a família e alguns amigos, então fui arrumar a bolsa dela, colocar trocas de roupa a mais, brinquedos...
-Amiga, você é incrível, obrigada por ter feito tudo isso, e ela está a coisa mais linda-sorri vendo como Marina arrumou minha filha
-Tenho bom gosto, e amo enfeitar a Le-disse toda sorridente, e ouvimos a campainha tocar-acho que é o Luan
-Com certeza-suspirei e vi Mari ir toda feliz abrir a porta
-Maninho lindo-minha amiga já pulava no colo do irmão o dando um abraço
-Oi Mari, tudo bem?-ele a perguntou ainda a abraçando
-Tudo sim e você?
-Tô bem, vim buscar a minha princesa, já está pronta?-o ouvi perguntar
-Está sim, entra aqui-o deu passagem, e ele entrou todo sem jeito
-Papaiii-Letícia assim que o viu saiu correndo do meu colo, e foi para o colo dele
-Oi minha princesa-a abraçou apertado e beijou sua bochecha-tava com saudades do papai?
-Sadadi-disse toda dengosa se grudando no pescoço dele
-Bom dia Luan, também tô aqui-disse o cumprimentando, e ele sorriu amarelo me olhando
-Bom dia Rebeca, desculpa, é que ela sempre quer ser o centro das atenções-se referiu a Letícia
-Sei muito bem disso-ri de canto
-As coisas dela estão tudo aqui?-Luan perguntou pegando a bolsa rosa com as coisas da nossa filha, em cima do outro sofá
-Acho que sim Lu, mas a nossa mãe vai junto, então se faltar alguma coisa ela vai saber o que fazer-disse Marina
-Como sempre, a Xum é a melhor mãe e avó do mundo, se não fosse ela, eu não iria nem saber trocar as fraldas da minha filha-disse Luan
-Falando em trocar fraldas, logo vou ter que passar por isso de novo, porque esses enjoos estão foda-fiz careta sentindo um enjoo bater, mesmo sem ter comido nada-tchau minha princesa...-apenas passei correndo por Letícia, a dei um beijo, e logo fui no meu banheiro vomitar

Após vomitar, pouca coisa na verdade, quando voltei para a sala Luan já tinha saído com nossa filha, e Marina estava na cozinha preparando um café da manhã bem leve para mim, amo ter uma amiga que cuida de mim.

-Você me deixa muito mal acostumada amiga, cuida da minha filha, cuida de mim e até do meu cachorro-ri vendo ela dar pedacinhos de bolacha para Bruno, que ficou a olhando todo pidão
-Faço porque amo vocês, e como estou tranquila praticamente o dia inteiro, não custa nada te ajudar, afinal moro aqui de favor
-Para de graça Marina, minha casa é sua casa, na verdade eu pensei em alugar algo maior e melhor para nós-disse pensativa-eu já estou enjoada desse apartamento, a Letícia está crescendo, logo esse bebê nasce e vai ficar apertado para nós
-Realmente Beca, precisamos de uma casa maior, mas agora que você está afastada da empresa, eu ainda não tenho emprego fixo, como vamos fazer?
-Vamos dar um jeito Mari-suspirei a olhando-até porque ficar aqui me lembra o Luan, me lembra o Fábio, e eu não quero ficar carregando certas lembranças comigo
-Beca você devia ter se mudado daqui a tempos, na minha opinião-me olhou sincera-nem a decoração você mudou, está muito desanimada amiga
-Estou sim-suspirei chateada-minha vida parece que nunca vai para frente, eu estou estagnada, e agora veio essa gravidez que me desfocou de tudo, me faz passar mal o dia todo, o Fábio nem se importa se estou bem, ou estou mal, o Luan só aparece aqui para pegar a Letícia, que é claramente mais apegada a ele do que a mim, e só me resta você, para ouvir minhas reclamações e lamentações, e o Bruno para ficar praticamente o dia todo deitado e comendo comigo
-Por isso precisamos de uma casa nova, respirar novos ares, e gravidez não é doença amiga, você já devia ter parado com esses enjoos a semanas, mas o seu psicológico não ajuda
-Valeu Marina, além de gravida, frustrada, e cheia de problemas na vida, eu sou louca também?
-Não me interprete errado Beca, eu só acho que você precisa de uma ajuda profissional, pois sei que levou muitos baques, e você é uma pessoa muito durona, que quer se fazer de forte, e quer demonstrar que aguenta tudo sozinha, mas na verdade está se acabando por dentro
-Mari, você me conhece tão bem-deixei lágrimas caírem-droga de emocional frágil-enxuguei as lágrimas a olhando-só você para me fazer chorar pela manhã, e eu acho que tenho a melhor psicóloga do mundo bem na minha frente, você está na profissão errada amiga
-Eu amo lecionar, dar aulas, e ensinar, no início pensei que não era para mim, mas depois de anos trabalhando com isso, é a profissão da minha vida-disse com brilho nos olhos-e falando em ensinar, tenho algumas aulas particulares agora pela manhã de inglês, a minha irmã e a minha mãe conhece muita gente aqui no condomínio com filhos pequenos, então consegui essas aulas e é o que está dando para o gasto, por enquanto
-Vai lá professora linda-sorri a olhando-o bom é que a Letícia vai ter alguém para ajudar ela com as tarefas, quando ela estiver na escolinha
-E eu vou fazer da minha afilhada, a menina mais inteligente-disse toda feliz-agora vou indo mamãe do ano, amo vocês-passou por mim alisando minha barriga, e foi pegar as coisas dela, enquanto fiquei na cozinha comendo algumas torradas, e conversando com Bruno
-Pois é filho, agora somos só eu e você-senti o bebê dar uma leve mexida e sorri-ou melhor, nós três

Passei a manhã toda sozinha em meu apartamento, pois Marina estava dando algumas aulas particulares de reforço para algumas crianças do condomínio, e eu na maior preguiça, só queria ficar comendo e dormindo, mas como estava ficando muito sedentária, pensei em sair para caminhar com o Bruno, pois precisava me distrair e não ficar nessa fossa eterna, pensando no porque tudo da errado na minha vida. Coloquei uma roupa leve de ginástica, que estava guardada, e me lembrei que eu usava para ir na academia quando engravidei da Letícia, inclusive estava querendo voltar aos meus treinos com o Leandro, mas tudo eu deixava para depois, então iria tentar falar com ele outra vez, e retornar para a academia antes do bebê nascer. Ajeitei Bruno na coleira, que ficava todo alegre, sabendo que iriamos passear, e comecei caminhando perto do prédio onde moro, e depois segui para a pracinha, onde é bem espaçosa, tem várias árvores e ele adora fazer xixi em todas. Estava tranquilo o passeio, até que um gato cruzou a nossa frente, e Bruno por não gostar muito de gatos, quis correr atrás, no momento, eu estava distraída no celular, enviando uma mensagem de voz para a minha mãe, que estava preocupada comigo, pois Marina a contou que ando tendo enjoos além do normal, que nem percebi Bruno se soltar com tudo da minha mão, ainda tentei puxar a guia da coleira outra vez, mas foi tudo tão rápido, que o meu cachorro sumiu da minha vista em questão de segundos.

-BRUNO, VOLTA AQUI, BRUNO...

Eu tentei correr atrás, mas o meu bebê estava inquieto dentro de mim, e eu fiquei com medo de vomitar ali mesmo, então segui ele pelo caminho que vi ele sair correndo, e chamava o nome dele por todo o canto e nada dele aparecer, o que só me deixou mais agoniada, e com medo de ter perdido o meu cachorro para sempre. Sem esperanças dele aparecer, liguei desesperada para a Marina, que logo apareceu para me ajudar, e passamos a manhã toda o procurando pela pracinha, mas não o encontramos.

-Amiga, você precisa comer alguma coisa, logo vamos encontrar o Bruno-Mari insistia para irmos almoçar
-Mas o meu cachorro está perdido Marina, por culpa minha, e se aconteceu alguma coisa com ele?-voltei a chorar pensando coisas ruins, devido ainda não termos encontrado ele
-O Bruno é esperto, ele deve ter seguido o rumo de casa, ou algo assim, vamos ver se ele foi embora, talvez ele já chegou lá no prédio e o porteiro está com ele
-Tomara que seja isso, porque eu vou enlouquecer se não encontrar o Bruno

Voltamos para o prédio onde moramos, e ele não estava lá, o que só aumentou o meu desespero, mas Marina insistia que iriamos encontrá-lo, e que eu precisava me alimentar, mesmo sem vontade nenhuma, então concordei com Marina que eu precisava comer alguma coisa, pois se não, eu iria passar mal devido a minha gravidez. Mal consegui almoçar, pensando em Bruno, o meu bebê peludo estava perdido por aí, com fome, com sede, não sei como está sendo tratado, e tudo isso por um momento que tive de distração, e agora eu me culpava, pois ele era o meu bebê, o meu companheiro, e a minha filha também era muito apegada a ele, então não queria que ela chegasse em casa, e não encontrasse o "Buno". Durante o dia todo espalhamos cartazes, postamos fotos dele nas redes, até fomos em algumas casas perto da pracinha, para ver se a gente o encontrava e nada. Estava quase anoitecendo quando Luan chegou com Letícia em casa, e eu estava triste, chorando pelo desaparecimento do meu cachorro, e desabei mais ainda quando Letícia chegou e começou a chamar por ele.

-Bunooo, Buno... mamãe, o Buno...-Letícia me olhava com cara de dúvida, e eu não sabia o que iria responder
-Vem com a Dinda meu amor, vamos fazer uma coisa bem legal juntas-Marina a pegou no colo, e a levou para o seu quartinho para distrai-la, enquanto eu só sabia chorar
-A Mari me disse o que aconteceu, até voltei mais cedo preocupado com o Bruno-disse Luan me olhando com pesar
-Eu perdi o meu cachorro, ele é só um bebê...
-Calma Beca, nós vamos encontrar o Bruno, também sei o quanto a minha filha é apegada nesse cachorro, então vou madrugada a dentro se precisar, para encontrar o cachorro de vocês
-Obrigada pela ajuda Luan-agradeci o olhando
-Só tenta se acalmar, você não pode se estressar, vou ver com alguns seguranças do condomínio se eles viram ele por acaso
-Eu já vasculhei um monte de lugar Luan, só quero saber se ele está bem...
-Tenho certeza que sim, e se ainda não apareceu, é porque alguém pegou
-Mas porque estão demorando para devolver? eu só quero ele de volta
-Talvez eles não viram que você está procurando por ele, mas fica tranquila Beca, vou dar um jeito de divulgar mais sobre o desaparecimento do Bruno dentro do condomínio
-Mais do que eu já divulguei?-o olhei deixando lágrimas caírem-tenho medo de ter acontecido o pior...
-Não pensa nisso, tenho certeza que ele está com alguém, e sendo muito bem cuidado, então vou sair agora com alguns amigos para procurar ele, e você por favor tenta se acalmar, não faz bem para o bebê-me olhou preocupado
-Sei que no fundo você só vai ajudar por consideração a Letícia-o olhei sincera
-Sim, vou fazer pela minha filha, por você, pela Marina, e pelo próprio Bruno, que eu sei que deve estar com saudades de vocês
-Então vai logo Luan, e qualquer coisa me avisa, independente da hora que for, pois com certeza não vou conseguir dormir essa noite
-Mas precisa Beca, você está gerando um bebê, e isso não faz bem para ele
-Estou tentando não ficar tão mal por ele, mas é inevitável-eu não conseguia controlar o meu choro-o Bruno é muito importante pra mim, só tenta trazer ele de volta para casa Luan
-Eu prometo que vou tentar-me olhou carinhoso, e me surpreendi com ele vindo beijar a minha testa


-Você é incrível demais-o olhei emocionada e ele sorriu fazendo carinho no meu rosto
-Sei que está tentando ser forte, mas está preocupada com o cachorro, preocupada com a Le, preocupada com o seu bebê, então só quero que confie em mim
-Eu confio Luan-o olhei sincera
-Então tenta ficar tranquila, que até amanhã eu prometo trazer o Bruno de volta
-Quero muito acreditar nisso, então vai logo, porque cada minuto conta
-Sim Beca, vou indo e deixa um beijo para a minha princesa, o que eu conseguir saber sobre o seu cachorro, eu te aviso-apenas assenti o olhando, e logo o vi cruzar a porta e ir embora, porém eu senti confiança no que ele me falou, e agora iria tentar ter pensamentos positivos, de que o Luan iria trazer o Bruno de volta pra mim

*Luan on.

Após passar um dia divertido ao lado da minha família, da minha filha e de alguns amigos, na chácara do meu pai, recebi uma ligação da minha irmã Marina, me avisando que o cachorro da Rebeca sumiu, já fazia algumas horas, e como eu sabia que a minha filha também era muito apegada ao animal, me preocupei, e dei um jeito de voltar mais cedo para a cidade, trazendo minha filha comigo, pois eu sabia que Rebeca iria querer ficar grudada na nossa pequena. Cheguei quando já estava anoitecendo no apartamento que elas moram, e fui recebido pela minha irmã, que logo apontou a amiga com a maior cara de choro no sofá, e minha filha que estava apenas segurando a minha mão, já entrou correndo, e chamando pelo "Buno", aquilo dilacerou o meu coração, e com certeza mais ainda o de Rebeca, que não sabia nem como reagir, e se segurava para não desabar na frente da nossa filha, mas Marina logo contornou a situação levando Letícia para tentar distraí-la, e eu estava comovido, e preocupado com Rebeca, pois ela ainda era a mãe da minha filha, e estava grávida, então queria apenas que ela se tranquilizasse, pois aquilo não estava fazendo bem a ela e nem ao bebê. Tentei conversar com ela a dando esperanças, de que logo encontraríamos o cachorro, e eu me dispus a encontrar ele de qualquer jeito, e sei que ela estava confiando em mim, pois quando ela me olhava, transmitia que depositava fé naquilo que eu a falava. Segui para a minha casa, e coloquei uma roupa mais quente, pois estava fazendo frio, e eu mal parei para jantar, conversei com alguns amigos por celular, e eles se dispuseram a me ajudar, então nos dividimos e fomos andando pelas ruas do condomínio, a fim de procurar pelo Bruno.

-Oi moça, viu um cachorro por aqui... oi moço, viu um cachorro por aqui...-saí perguntando para quem eu via pela rua, e ninguém havia visto ele

Como estava ficando tarde, pedi para os meus amigos irem descansar, pois sei que aquilo estava sendo muito chato e desgastante, e como só olhamos ao redor da pracinha, e do prédio onde a Rebeca mora, decidi percorrer algumas ruas mais distantes, mas fui de carro, e se notasse algo estranho, iria investigar, ou perguntar a quem eu visse na rua. Eu estava andando bem devagar com o meu carro, para ir notando o movimento, e prestando atenção ao redor, quando vi uma moça, com aparência de uns 15 anos, bem magrinha, com os cabelos longos, parecia uma Barbie, passeando com um cachorro, que parecia ser o Bruno, mas estava com uma roupinha vermelha, e aquilo chamou a minha atenção, pois pelo o que eu sabia, o Bruno se perdeu usando somente a coleira.

-Boa noite moça, tudo bem?-perguntei parando o carro ao lado dela, que me olhou assustada, por aborda-la
-Boa noite, no que posso ajudar?-perguntou me olhando desconfiada
-É que sumiu o cachorrinho da minha filha, e ele é bem parecido com esse-disse o olhando melhor e ele começou a latir assim que me viu
-Sério?-me olhou com pesar-poxa, hoje eu achei esse cachorrinho parado em frente a minha casa, ele estava cheirando uns arbustos, e é um pouco arisco, mas o chamei com carinho, e ele logo veio me pedir colo, então peguei ele, o dei água, comida, e como estava fazendo frio, e essa roupinha não serve mais no meu cachorro que é labrador, e só usava ela quando era filhote, coloquei nele, e vim passear para ver se ele me mostrava onde é a casa dele, ou algo assim-disse o pegando no colo e Bruno estava todo elétrico para vir comigo
-Então é ele mesmo, não é Brunão-ri o pegando e ele me lambeu todo
-Ainda bem que o encontrou, espero que a sua filha fique feliz quando ele voltar
-Vai ficar sim, ele é o xodó da minha filha e da mãe dela, muito obrigada moça, por ter cuidado dele
-Imagina, eu amo cachorros, se demorasse encontrar os donos dele, iria ficar para mim-disse alisando o pelo dele
-Meu Deus, a dona dele teria um infarto, ainda bem que você cuidou dele, e estava disposta a devolver
-Sim, porque eu imagino o quanto a sua mulher e a sua filha devem estar desesperadas querendo encontrar ele
-Não tenho mulher não-ri constrangido-só filha mesmo, o cachorro é delas, e eu que me dispus a procurar
-Nossa, desculpa-me olhou toda sem jeito
-Eu quem peço desculpas por abordar você assim, aliás não sei seu nome
-Francielle-disse me estendendo a mão-prazer
-Sou Luan-apertei a mão dela-o prazer é meu
-Luan... o Santana?-me olhou arregalada e comecei a rir
-Sim, eu mesmo, reconheceu agora?
-Nossa, eu sabia que você morava por aqui, mas nunca imaginei que iria falar comigo
-Porque não muié?-ri a olhando toda sem jeito-inclusive, preciso te agradecer por ter cuidado do cachorro da minha filha, que tal tomarmos um sorvete?-a sugeri
-Ta tarde agora, eu só saí para passear com o cachorro mesmo, mas já tenho que voltar para a minha casa
-Então qualquer dia a gente toma esse sorvete, até porque nem sei se a sorveteria está aberta nesse horário-disse pensativo e ela riu
-Porque ao invés de um sorvete, a gente não saí para jantar? meu tio é dono de um restaurante muito famoso, e abriu mais um, esse ainda não fui conhecer, que tal vir comigo?
-Pode ser-sorri de canto concordando, e o Bruno já estava pulando para o outro banco do carro e latindo, pois com certeza ele queria ir embora
-Se vai sair comigo, anota o meu número para combinarmos melhor-disse me olhando toda animada
-Claro-peguei meu celular-pode falar-ela me passou o número dela, e o Bruno outra vez pulou no meu colo-Fran, será que você tira uma foto dele comigo? quero adiantar para a Rebeca, que ele está bem
-Tiro sim-ela pegou o meu celular, tirou a nossa foto e logo me devolveu-então quando tiver disponível, marcamos o nosso jantar
-Amanhã estou tranquilo, pode ser?-a disse e ela sorriu largo
-Com certeza, só me fala o horário pois preciso me arrumar até lá
-Imagino-ri de canto, pois toda mulher demora horas para se produzir-mas obrigada por ter cuidado do Bruno, depois nos falamos Fran
-Ok Luan, eu que agradeço a gentileza

Francielle acenou para mim, e seguiu o rumo de sua casa, enquanto que eu mandava mensagem para Rebeca, mas pensei melhor, e apaguei a mensagem para ela, e mandei a foto para minha irmã Marina. 

-Olha quem encontrei Mari, não conta para a Beca ainda-a mandei por áudio


-Você é a melhor pessoa do mundo, obrigada maninho, a Beca está deitada, só chorando, então eu vou receber vocês, já estão vindo?-ela me respondeu também por áudio, toda feliz
-Sim, daqui a pouco chego aí, beijo

Coloquei Bruno sentado quietinho no banco do carona, mas ele começou latir, e colocou as patinhas na porta para que eu abrisse o vidro, e assim fiz, então ele ficou super tranquilo para voltar para a casa dele comigo.

-Oi meu amor, que saudade-Marina abriu a porta e logo pegou Bruno no colo-sua mãe está tão preocupada com você
-Mas ele já voltou, e ganhou até roupinha-disse rindo
-Tô vendo mesmo-ela riu de canto-vou lá levar ele para fazer a surpresa para a Beca, quer vir junto?-perguntou me olhando
-Melhor não-disse constrangido, pois não sabia como ela estava vestida, e não queria causar nenhum climão perto da minha irmã
-Mas fica aqui, porque com certeza ela vai querer vir perguntar como você o encontrou e tudo mais
-Eu espero, e...
-Mari, que barulheira é essa? tô com dor de cabeça...-ouvimos Rebeca vir do quarto reclamando então Marina soltou Bruno para o chão que foi correndo encontrar ela-BRUNO, MEU AMOR, VOCÊ VOLTOU-o pegou no colo toda emocionada, e ele a dava várias lambidas-que saudades do meu bebê, eu te amo, desculpa ter perdido você-ela o abraçava apertado e chorava muito
-Nem precisou de muito-disse Marina sussurrando para mim, e apenas assenti, assistindo junto com ela a cena do reencontro
-Luan, foi você quem o encontrou?-ela me olhou emocionada ainda com o cachorro no colo, e se aproximando de nós
-Sim, na verdade foi tudo tão coisa de Deus, que nem precisou de muito esforço-sorri me lembrando de como aconteceu
-Obrigada, você cumpriu o que me prometeu-sorriu me olhando emocionada
-Te falei para confiar em mim muié, então cumpri mesmo-sorri de canto
-É tão bom ter o meu filho de volta, nunca mais vou te perder Bruno, nunca mais-Beca agarrava o cachorro com todas as forças, que ele já estava até inquieto querendo sair do colo
-Amiga, ele já matou a saudade pelo visto, você ta esmagando ele, igual a Letícia faz-disse Marina rindo
-Desculpa meu amor-Beca o deu um beijo-vai comer sua ração, tomar água, e depois vamos descansar, e trocar muito carinho-disse o colocando no chão, e ele saiu correndo
-E a Le, já dormiu?-perguntei da minha filha, já que estava tudo em silêncio
-Sim, dormiu na minha cama-disse Marina rindo-ela estava querendo ver o Bruno, a Beca não tinha nem condições de dar atenção a ela, então distraí a Le com filmes, brincadeiras, e ela acabou dormindo na minha cama, enquanto víamos aquela menininha chata da Marcha e o coitado do urso
-Ela assiste direto mesmo-ri me lembrando
-Amanhã ela vai ficar tão feliz em ver que o Buno ta em casa, correndo dela-disse Beca sorrindo-mas me conta como o encontrou Luan, ele estava na onde? e quem colocou aquela roupa nele?

Contei a elas resumidamente como encontrei o cachorro, e Beca estava tão feliz e agradecida, que me abraçou emocionada, sem que eu esperasse.

-Obrigada Luan-sussurrou em meu ouvido


-Só fiz o que qualquer um faria-disse encerrando o nosso abraço e ela suspirou
-Nem todo mundo faria Luan, pode acreditar
-O que importa, é que o Bruno está em casa, e todo mundo está feliz-disse Marina
-Tudo fica bem, quando termina bem-sorri de canto as olhando-mas como está super tarde preciso ir embora, e amanhã tenho alguns compromissos, então se der tempo passo aqui para ver a Letícia, amanhã vai ser bom ela passar o dia com vocês
-Com certeza sim-disse Beca sorrindo-sinto saudades da minha filha no decorrer do dia, mas como a gente combinou dessa forma, que ela passa parte do dia com você, e o resto comigo, eu te agradeço por compreender
-Acho que a gente precisa rever isso, porque depois que eu voltar a fazer shows, o seu bebê nascer, a gente vai ter que encaixar a nossa filha na nossa rotina maluca
-Luan, Beca, ainda tem tempo até lá-disse Marina-independente do que decidirem, a Le sabe que vocês dois se esforçam para cuidar dela, então vida que segue, e obrigada por tudo hoje maninho
-Eu que agradeço a confiança, e tenham uma boa noite meninas-sorri as olhando

Minha irmã me acompanhou até a porta, a dei um beijo na bochecha me despedindo dela, e vi de relance Beca acenar para mim, com Bruno no colo, e pegar a patinha dele também acenando para mim. Voltei para minha casa com sensação de dever cumprido, e eu já havia avisado os meus amigos que me ajudaram na busca pelo cachorro que o encontrei, pois os mandei a foto, e depois explicaria melhor tudo o que aconteceu, mas eu estava cansado, com fome, então tomei um banho quentinho, e fui ver o que tinha de rápido e fácil para comer a essas horas. Fiquei mexendo no celular, enquanto a minha lasanha de micro-ondas esquentava, e me lembrei de Francielle, pelo horário, imaginei que ela já estivesse dormindo, mas a mandei um "oi", para ela salvar o meu número, e ver que eu realmente iria cumprir minha palavra de sair para jantar com ela. Tirei minha lasanha do micro-ondas, peguei um pouco de suco para acompanhar a comida, e logo vejo que ela me respondeu, então acabei engatilhando uma conversa com ela, que nos rendeu um papo até ás três horas da manhã, e ao invés de um jantar, eu propus um almoço, já que eu estaria no meu escritório resolvendo uns assuntos pela manhã, então iria aproveitar e almoçar fora, com a nova amiga que eu fiz. No dia seguinte, era sofrido acordar cedo, mas como eu já estava planejando voltar aos palcos, não podia faltar nas reuniões com a minha equipe, além de que o meu pai fica pegando muito no meu pé, porque eu mal apareço no escritório. Depois de uma longa reunião, avisei ao meu pai que não iria com ele para casa almoçar, e ele não se importou, então segui direto para o endereço que a Fran me mandou do restaurante do tio dela, e cheguei já indo para uma mesa que ela havia reservado para nós dois, porém ela ainda não estava lá.

-Oi Luan, desculpa o atraso, o transito dessa cidade é horrível, saí do salão ás pressas para vir almoçar com você, e ainda me atrasei, mil desculpas-disse tirando seus óculos escuros do rosto, e se sentando na cadeira á minha frente
-Estou tranquilo Fran-sorri de canto a olhando-sei como é esse transito, cheguei mais cedo porque vim do meu escritório, e encerrei mais cedo a reunião
-Trabalho não para, sei como é-suspirou mexendo no celular, e ajeitando o próprio cabelo em frente a tela
-Mas você é super novinha, já trabalha?-perguntei a olhando indignado, pois ela não tinha mais que 16 ou 17 anos
-Bondade sua-ela riu-já tenho 24 anos, papai do céu que me conservou assim
-Jura?-a olhei espantado-eu jurava que você tinha entre 15 ou 17 anos
-Todo mundo fala isso-ela riu-mas que bom que pareço mais jovem
-Parece sim, nossa, nunca que eu daria mais de 20 anos para você
-Inclusive, minha festa de aniversário é semana que vem, já vou fazer os meus 25 anos
-Meu Deus, então parabéns Fran, esse almoço vai ser o seu presente de aniversário
-Obrigada Luan, mas pode ter certeza, que só de ter a sua companhia, e a sua amizade já é um grande presente para mim
-Que bom ouvir isso minha linda-sorri a olhando sem jeito-então vamos fazer os pedidos?
-Vamos sim meu lindo-sorriu me olhando e fazendo sinal para um dos garçons

Tive um almoço bem tranquilo com a Fran, e ela trabalhava como modelo desde novinha, ela morava com o pai que era advogado, a mãe dela morava em outro estado, e ela tinha irmãos das duas partes, o que me fazia pensar que a Letícia vai se dar bem com o novo irmãozinho, e que um dia ela vai compreender que eu e a Beca a amamos, mesmo não morando juntos. Francielle me contou toda a vida dela, inclusive que estava solteira, e eu falei o básico da minha vida, afinal era a primeira vez que estava me encontrando com ela, como amigos, e eu não me sentia á vontade em falar abertamente da minha vida, pois depois do tempo que fiquei em coma, muitas informações foram apagadas da minha memória, então ela sabendo o meu nome, minha idade, e que a minha filha é tudo pra mim, já é o suficiente.

-Nosso almoço foi ótimo, pois tive uma companhia incrível-disse Fran toda sorridente me olhando-será que posso tirar uma foto com você?
-Claro que pode Franzinha-sorri a olhando, e ela veio toda feliz perto de onde eu estava sentado e posicionou o celular na nossa frente
-Vamos fazer biquinho-riu fazendo bico, e fiz o mesmo-prontinho-disse tirando algumas selfies e depois me mostrando


-Depois te mando nossas fotos Lu, e como você é todo fofo, e um cavalheiro, se ofereceu para pagar o nosso almoço, quero retribuir com um jantar, aceita?-perguntou me olhando
-Não precisa retribuir minha linda, mas já que insiste, a gente pode marcar para jantar algum dia
-Pode ser hoje mesmo-disse toda sorridente-te envio a localização, ou se preferir vamos juntos, já que somos praticamente vizinhos
-Nossa, pensei que fosse marcar daqui uma semana, ou sei lá-ri a olhando constrangido-vou ver certinho Fran, e se estiver tranquilo hoje á noite, eu te aviso e passo para te buscar, porque sei mais ou menos a rua onde você mora, pode ser?
-Claro que sim Lu, vou torcer para dar certo-piscou para mim toda feliz, depois pegou sua bolsa, e colocou seus óculos escuros-tenho compromisso agora meu lindo, então pode ir acertar a nossa conta tranquilo, porque hoje á noite sou eu quem vou pagar
-Tudo certo Fran, qualquer coisa nos falamos-sorri a olhando, e ela veio beijar o meu rosto
-Um beijo, e até á noite Lu
-Até...

Acenei para ela, que logo saiu do restaurante, e fui acertar a nossa conta, ela é bem falante, e gostei da companhia dela, mas senti que de certa forma, ela queria ir além na nossa amizade, pela forma de me olhar, por algumas coisas que falou, e eu ainda não havia me relacionado com ninguém depois que me recuperei, exceto com Rebeca, pois passamos duas noites juntos, o que com certeza foi um erro, mas eu precisava estar aberto a viver novas aventuras, novos amores, e a Francille mesmo parecendo muito novinha, é muito linda, e confesso que me atraiu muito, mas pretendo ir devagar, pois depois de tantos erros que cometi, principalmente com relação as mulheres, dessa vez quero fazer tudo do jeito certo. Saí do restaurante, e ao invés de ir para casa, passei no apartamento de Rebeca, para ver a minha filha, estava com saudades da minha pequena, e pelo o que planejei, esse vai ser o único horário que estou mais tranquilo no meu dia, para ver ela.

-Oi Luan, não avisou que viria-Rebeca abriu a porta para mim, e sorri amarelo a olhando, pois ela estava com uma camisola de decote bem aberto, e os bicos dos seus seios rijos, mostravam que ela não estava com sutiã, o que com certeza encheu os meus olhos, mas eu tentei disfarçar o que vi
-Pois é, hoje esta corrido para mim, então passei para ver a Le um pouquinho, porque já almocei e estou tranquilo por enquanto
-Pode entrar Luan, ela esta no tapete espalhando os brinquedos, e brincando com o Bruno-riu de canto e me deu passagem
-Oi princesa, vem dar um abraço no papai-entrei a chamando, e ela logo que me viu veio correndo me abraçar
-Papaiii
-Fica á vontade Luan, hoje a gente dormiu até um pouquinho mais tarde, a Marina saiu para dar aulas, e eu estou na maior preguiça cuidando desses dois, então estamos de pijama ainda-riu se explicando, e vi que Letícia ainda estava de pijama também
-A casa é de vocês, eu quem aparecei sem avisar, então me desculpa-a olhei constrangido
-Fica um pouquinho com a Le, que vou colocar algo mais decente, apesar que para você tem nada de novidade aqui...-disse rindo e entrando no seu quarto
-Essa sua mãe é maluquinha-ri olhando para minha filha, que também riu, mesmo sem entender o que falei
-Papai, nene-disse minha filha me mostrando uma de suas bonecas
-Já está treinando para ajudar a sua mãe com o bebê?-ri imaginando
-Nene...-disse carregando a boneca, e indo atrás de Rebeca no quarto dela
-E você Bruno, que susto deu na gente ontem, seu malandrinho-ri alisando os pelos dele, que estava todo folgado deitado perto dos brinquedos da minha filha
-Que grude na mamãe-Beca voltou para a sala com nossa filha no colo, e Le estava agarrada na boneca-e nesse seu neném
-Nene...-minha filha repetiu, e Beca a encheu de beijos
-Essa menina ta mais faladeira a cada dia, não aguento-disse Beca a colocando no chão, e logo Letícia veio para perto de mim, e jogando a boneca no meu colo
-Está sim, ela logo vai saber minhas músicas de cor, essa princesa é muito inteligente-sorri a abraçando, e beijando o rostinho dela
-Vou aproveitar que está aqui, e esquentar o nosso almoço, vai comer com a gente?
-Não, já almocei antes de vir
-Então vou fazer só o suficiente para nós duas-apontou Letícia-já que a Marina, sabe se virar depois

Enquanto Rebeca foi preparar o almoço, eu fiquei brincando com a minha filha na sala, que toda hora queria perturbar o Bruno, e logo o cachorro foi atrás de Beca na cozinha, pois sei que ele sofre na mão da Letícia.

-Hora de papar meu amor, depois você brinca mais com o seu pai-disse Beca trazendo a comida da nossa filha toda separadinha no pratinho
-Papa...-disse Le batendo palminhas
-Luan, coloca ela aqui em cima do sofá, para ela ficar quietinha e comer-disse Beca se ajeitando com uma almofada no colo, e segurando o pratinho da nossa filha
-Quer que eu dou para ela?-perguntei a olhando e ela assentiu
-Você é pai, então também sabe cuidar-riu de canto e me entregou o pratinho
-Aproveita e vai comer também muié, esse bebê deve estar cheio de fome-apontei para a barriga dela
-Está sim, mas ele não para quieto-fez careta-essa fase é boa, mas incomoda quando o bebê mexe demais, a Letícia começou mexer muito na reta final da gravidez, no entanto pedi para fazer cesárea antes do previsto por isso
-Imagino-suspirei pensativo-por conhecer esse jeito hiperativo dela, imagino que ai dentro devia te cansar muito-ri de canto
-Não é nem tanto o cansaço, é mais incomodo e dor mesmo, porque conforme o bebê vai crescendo, o espaço aqui dentro fica menor, então eu que aguente o peso, os chutes, e ele se mexendo todo-riu alisando a própria barriga-mas enfim, vou comer o que conseguir, e obrigada por dar o papa da Le
-Sem problemas Beca, já sou acostumado a ajudar ela comer-sorri pegando um pouquinho de comida no pratinho e levando na boca da minha filha
-Mas logo ela vai ter que aprender a comer sozinha, já está ficando uma mocinha
-Nem me fale-suspirei pensando que minha filha estava crescendo, e isso era muito doloroso, pois eu queria para sempre ela sendo minha princesinha, pura e inocente

Ajudei Letícia a comer, mesmo em meio ao falatório que ela aprontava, e a inquietação para descer do sofá, enquanto que Beca também foi comer um pouquinho, mas logo a vi correr para o banheiro, com certeza foi vomitar.

-Ta tudo bem?-perguntei olhando para Beca, que saiu com uma cara nada boa do banheiro
-É só mais um enjoo, não se preocupa que logo passa-suspirou indo se sentar no outro sofá, e Bruno correu para subir no colo dela-e a Le, comeu tudo?-perguntou olhando o pratinho da minha filha, e vendo ela segurar meu celular, pois ela ficou me pedindo para ver desenho, e esqueceu da comida
-Acho que comeu o suficiente-ri de canto
-Então se puder, leva o pratinho dela na cozinha, e trás o suco dela, que eu coloquei na geladeira, já está na mamadeira
-Mas é claro, fica aqui quietinha com o celular do papai-dei um beijo na minha filha, que me esperou sair do sofá, para deitar toda folgada, segurando o meu celular

Levei o pratinho da minha filha para a cozinha, deixei em cima da pia, e mesmo receoso, por não ter muita liberdade no apartamento de Rebeca, fui na geladeira e peguei a mamadeira com o suco da minha filha, e voltei para a sala, onde a ajeitei no meu colo, e deixei ela tomando o suco sozinha, enquanto segurava o celular para ela assistir o desenho que gostava, vida de pai realmente não é fácil, mas cada momento com a minha filha, me faz muito bem.

-Cabo...-disse Letícia me olhando e me entregando a mamadeira
-Mas já meu amor? tomou esse suco igual água-ri vendo que ela tomou tudo rapidinho
-Ela ama suco, bebe mais suco do que água mesmo-disse Beca rindo
-Sei disso, lá em casa minha mãe não deixa faltar mais frutas, porque sabe que a Le ama suco natural
-Ainda bem que ela gosta de suco natural, porque crianças hoje em dia só tomam refrigerante
-Também prefiro evitar, ás vezes ela pede, mas eu evito tomar na frente dela
-Ainda bem Luan, porque a pediatra dela sempre reclama que ela ta ficando gordinha, sendo que eu controlo muito bem a alimentação dela, mas na sua casa não sei como funciona, e eu sei que a sua mãe, a Bruna, e você dão de tudo para ela-me olhou brava e ri de canto
-Criança sente vontade, eu não vou negar nada para a minha filha, vai mesmo querer discutir sobre isso?
-Luan, não estamos discutindo, só estamos conversando, coisa que raramente acontece-suspirou me olhando-desculpa se ás vezes eu fico alterada, melancólica, ou até mesmo fico chorando como uma pessoa depressiva, são os hormônios da gravidez, e eu não consigo controlar
-Tudo bem, sei que está numa fase difícil-suspirei a olhando-a Mari ás vezes comenta que não está sendo fácil para você, aguentar os sintomas da gravidez, ter que cuidar da Letícia, e não receber nenhuma ajuda do seu ex
-Para ele, eu e esse bebê nem existimos-disse chateada-mas enfim, eu quem carrego o bebê na barriga, então ele é meu de qualquer forma, independente se o pai que dei a ele é um chato de galochas-disse alisando a própria barriga, e ri da forma que ela falou
-Nossa, espero que não fale isso de mim, afinal eu só ajudei com a nossa filha, quando ela já estava com quase um ano
-Luan, você e o Fábio não tem nem como comparar, você estava impossibilitado de saber sobre ela, ou de ajudar em alguma coisa, já ele sabe que esse bebê é dele, e pouco se importa se estou bem, se o bebê está bem, ele só foi em uma ultrassom comigo, e ainda ficou reclamando, então se ele não quer saber de nós, também não quero saber dele, diferente de você, outra vez, que assim que soube da existência da nossa filha, sempre fez de tudo por ela
-Que bom que enxerga isso-sorri de canto alisando o rostinho da minha filha-mesmo antes de saber que ela é minha filha, já sentia algo muito forte por ela, acho que essa coisa de coração de pai, nunca falha
-Só com você mesmo-ela disse pensativa-mas enfim, precisamos conversar sobre a festa de 2 anos da Letícia, eu já andei pensando em algumas coisas com a Mari, e queria saber o que você acha...

Fiquei conversando um tempo com Rebeca, sobre a festa de 2 anos da nossa filha, e Letícia toda hora nos interrompia, era pedindo colo, ou para mudar de desenho, ou para brincar com ela, sem contar que ela não sabia onde queria ficar, uma hora estava no meu colo, depois descia e se grudava na mãe, ou então se sentava no chão, e ia mexer com o Bruno, que só queria ficar quieto, e acabava fugindo dela, a deixando emburrada, e fazendo eu e Beca rirmos. Marina chegou em casa, e ficou toda feliz vendo que eu estava ali, mas pude ficar pouco tempo conversando com a minha irmã, enquanto Beca tentava brincar com a nossa filha, já que Le cada hora inventava uma coisa, e com muita dor no coração, tive que me despedir da minha pequena, pois eu prometi ajudar o meu pai em algumas questões do meu escritório, e isso iria me consumir pelo resto do dia. Era cansativo, mas era bom estar aos poucos voltando ao ritmo de trabalho, já tinha algumas ideias prontas de como seria minha volta aos palcos, e voltei para casa conversando com o meu pai todo empolgado, onde já contei para minha mãe, minha irmã, e meu cunhado, que sempre estava por lá, o que já estávamos planejando, e claro que todos ficaram imensamente felizes, e já estavam animados para o meu primeiro show, depois dessa fase ruim que passei na minha vida. Como fiquei na sala conversando empolgado com a minha família, fui tomar um banho correndo para jantar com eles, quando resolvi olhar o meu celular e ver as mensagens que eu acabei esquecendo de ver e responder durante o dia, quando vi a mensagem da Francielle, perguntando se eu já estava indo para o restaurante, que ela reservou para nós, e vi que ela tinha me mandado um monte de mensagens, que foram visualizadas nem sei como, só então me lembrei que meu celular estava na mão da minha filha, e pode ser que ela abriu sem querer, e agora a Fran está pensando que eu não quis responde-la, então a liguei, e após o celular cair na caixa postal por duas vezes, decidi ir tomar o meu banho, e mesmo sem saber ao certo onde é o restaurante, eu iria me encontrar com ela, para explicar o mal entendido. Tomei um banho rápido, e fui conferir no meu celular se ela me retornou a ligação, ou mandou mensagem, e nada, suspirei frustrado, pois não gosto de me meter em nenhum mal entendido, me troquei, me perfumei, e iria seguir a localização do tal restaurante, mesmo sem ter confirmado com ela se eu iria, ou sem saber se ela vai estar me esperando.

-O jantar já está sendo servido meu amor, vai sair?-disse minha mãe me olhando descer ás escadas apressado
-Eu tinha marcado um compromisso com um amigo, e me lembrei só agora, bom jantar para vocês-apenas os avisei e saí os jogando beijo

Segui a localização do restaurante, e não era muito longe, cheguei no local, e parecia ser bem luxuoso, então assim que adentrei, procurei pela Fran com o olhar, até que vi uma moça sentada em uma das últimas mesas, e parecia ser ela, tomando um vinho, então segui até lá.

-Oi, desculpa o atraso-disse me aproximando dela, e confirmei que era a Fran, assim que ela me olhou
-Pensei que tinha tomado um bolo, então pedi um vinho para não ter vindo aqui atoa-sorriu de canto me olhando
-Desculpa mesmo, é que meu dia foi corrido, e fui ver só agora á noite suas mensagens, e a localização que me mandou, lindo o lugar-disse olhando em volta, e me sentando na cadeira de frente com ela
-Pensei que estava me ignorando o dia todo, e mandei a localização só para confirmar que estava sendo ignorada-riu de canto
-Foi mal Fran, minha filha estava com o meu celular hoje á tarde, assistindo desenhos, e ela deve ter aberto as mensagens sem querer
-Ou por querer, e me ignorou, pois não quer nenhuma mulher mandando mensagem para o pai dela
-A Le vai fazer 2 aninhos ainda, nem sabe ler-ri imaginando-mas se bobear, daqui uns anos vai ser desse jeito
-Se eu fosse sua filha, também sentiria ciúmes, afinal quem iria querer dividir um pai lindo desses?
-Vamos fazer o nosso pedido?-disse me sentindo sem jeito, e mudando de assunto
-Vamos, e não esquece, que dessa vez o jantar é por minha conta-sorriu de canto e piscou para mim

O nosso jantar foi bem requintado, e claro que não poderia faltar um bom vinho, mas acho que acabamos exagerando na dose, pois logo estávamos rindo atoa, e como eu gostava de algo mais forte, pedi um whisky para mim, de saideira, o que só me deixou mais animado, e eu não conseguia controlar o que falava, então acabei soltando algumas cantadas, e ela do jeito dela, retribuía, o que só esquentou o clima, e me fez desejar ir além com aquela mulher, com cara de menina, mas que pelo o que demonstra, tem tanto fogo quanto eu. Saímos do restaurante rindo abraçados, e ela estava tão irresistível com um vestido bem colado, curto e decotado, que eu acabei a agarrando pela cintura, quando chegamos perto do meu carro, e a dei um beijo.

-Que tal a gente prolongar um pouquinho a nossa noite?-a sugeri com o meu olhar sedutor após o beijo, e ela já estava com os braços em volta do meu pescoço, me olhando cheia de desejo
-Se você não sugerisse, eu iria embora muito frustrada, porque não consegui te seduzir
-Pode ter certeza que conseguiu-sussurrei de um jeito safado no ouvido dela, e ela riu
-Conheço um motel muito bom aqui perto-disse mordendo os próprios lábios
-Vamos em um carro só?-perguntei a encostando melhor no meu carro
-Você quem sabe-disse alisando o meu peitoral-o importante é estar com você
-Então vamos cada um no seu carro-pisquei para ela que assentiu-você vai na frente, que eu te sigo

Combinamos de ir cada um no seu próprio carro, e a segui até o motel, onde realmente parecia ser bem luxuoso, e eu não me lembrava a ultima vez que fui em um motel, de certa forma eu estava receoso, pois não estava transando com frequência, e Rebeca me deixou muito puto com a sacanagem que fez comigo, mas eu precisava parar de ficar remoendo isso, e precisava seguir em frente com a minha vida, Francielle apareceu em um ótimo momento, e já que ela está afim de mim, e eu estou afim dela, não custa nada aproveitar o momento, pois eu quero voltar a ser o Luan de antes, pegador, mas de uma forma mais moderada. Entramos no motel, e nem vi qual quarto Fran escolheu, com certeza foi uma suíte presidencial, mas foda-se isso, porque eu queria ir para a melhor parte, que era transar com ela, sem hora para acabar. Tivemos uma noite/madrugada intensa de muito prazer, e ainda bem que no motel tem camisinhas de ótima qualidade, pois não quero levar o susto de ser pai outra vez, sem estar esperando por isso.

-Hoje você pagou o jantar, mas deixa que eu pago a sobremesa-pisquei para ela, enquanto nos trocávamos e ela riu safada
-Faço tudo de caso pensado bobinho-picou para mim de volta-porque a próxima sobremesa, eu posso pagar, ou a gente divide a conta
-Ainda precisamos conversar sobre isso-ri de canto-vamos mais devagar Fran, foi ótimo a nossa noite, mas eu quero ir com calma, tudo bem?
-Sim Luan-ela suspirou-não quero parecer grudenta, mas sempre que quiser me ver, sabe que estou a sua disposição-disse mordendo os próprios lábios, e assenti fazendo o mesmo

Nos despedimos com um beijo ainda dentro do quarto, e ela saiu primeiro, depois saí e paguei a nossa conta, vi Fran sair com o carro dela, e só saí bem depois, indo para a casa me sentindo satisfeito, como a muito tempo não me sentia. Uma semana se passou, e eu estava falando com a Fran todos os dias, e nos encontrando vez ou outra, fui no aniversário dela no início da semana, a dei um colar lindo de presente, que comprei com a ajuda da minha irmã Bruna, que desconfiou, mas não me questionou nada, e claro que depois da festa, tivemos um momento só nosso, onde a pude dar um presente particular na própria suíte dela, sexo no resto da noite.

-Bom dia lindo-Fran me acordou com vários beijos
-Bom dia coisa linda-a abracei, e bocejei ainda com sono
-Sei que isso é chato, mas você precisa ir embora, meu pai não sabe que você dormiu aqui, então como ele acorda cedo, é melhor você ir antes que ele acorde
-Sério?-a olhei sonolento-já que não quero causar confusão, e ainda temos nada sério, vou indo então-bocejei outra vez
-Desculpa te acordar assim Lu, se pudesse te deixaria dormir comigo o quanto quisesse
-Tranquilo Fran, super te entendo, acho que ontem a gente bebeu um pouco a mais, e nem sei porque viemos para o seu quarto-ri de canto
-Viemos para você me dar o meu presente-sorriu safada gatinhando sobre mim e me dando um selinho
-Gostou do presente?-a olhei safado
-Foi o melhor da noite-sussurrou safada

Me troquei sobre os olhares de Francielle, e me despedi dela com um beijo gostoso de língua, ela me acompanhou até a porta vestida apenas com um robe, e voltei para a minha casa, onde pretendia dormir até o outro dia, pois estava muito cansado e cheio de sono. Cheguei em casa, e subi em silêncio para o meu quarto, onde fechei tudo, liguei meu ar condicionado, e iria dormir o resto do dia, já que estava com o dia livre mesmo. Acordei já se passavam das quatro horas da tarde, então tomei banho cantarolando, coloquei uma roupa fresca, calcei meus chinelos, e desci para a sala vendo minha mãe e Bruna sentadas em frente a maquina de costuras, já que as duas viviam criando e modificando roupas.

-Bom dia minhas lindas-fui as dar um beijo
-Boa noite quase, Pi-disse Bruna rindo
-Pensei que estivesse doente, nunca vi dormir tanto assim meu filho-minha mãe riu de canto
-Não posso mais dormir até tarde não? cadê a minha liberdade nessa casa?
-Estamos brincando com você meu filho, você pode dormir o quanto quiser
-Acho bom mesmo-ri de canto-mas agora vou comer alguma coisa, porque tô cheio de fome

Segui para a cozinha e fui preparar um lanche para mim, e enquanto esquentava o meu lanche no micro-ondas, fui ver as mensagens do meu celular, e tinha várias, mas a primeira que abri foi de Francielle, que tinha acordado um pouco mais cedo que eu, e me mandou uma foto bem tentadora, apenas enrolada nos lençóis, então já a chamei para sairmos hoje, e ela devia estar ocupada pois não estava online no momento, e enquanto esperava Fran me responder fui ver outras mensagens, até que abri a conversa com a minha irmã Marina, e me senti o pior pai do mundo, pois eu havia combinado de ficar com a Letícia hoje, porque Beca tinha algumas consultas de rotina, e a Marina tinha algumas aulas para dar, então ela me mandou um monte de mensagem, me ligou várias vezes, e o que cortou o meu coração foi a foto que ela mandou, da Letícia na cadeirinha do carro, com carinha de emburrada, segurando a boneca que ela gosta, e com a frase "abandonada pelo meu papai".


Na hora me senti um péssimo pai, pois era minha obrigação buscar ela, sei que Bruna ás vezes busca a minha filha pra mim, mas sei que a minha irmã está ocupada trabalhando, e não custaria nada ela buscar Letícia para ficar aqui em casa com a minha mãe, mas hoje era dia da minha mãe ir no mercado, e Bruna ajuda no que pode com as coisas de casa, além de cuidar da sua loja, então se por algum acaso Marina passou aqui para deixar a Letícia, ela provavelmente não encontrou ninguém em casa, pois todos estavam ocupados, e eu estava dormindo, porque me diverti á noite toda com uma mulher, e a única que não merecia pagar o preço pelas minhas noitadas era a minha filha, mas por uma falta de atenção minha, me deixei levar por um rabo de saia, e me esqueci da minha coisa mais preciosa do mundo, o que me fez perder a fome, então liguei desesperado para Marina, que dava o celular como desligado.

-Mãe, Bruna, a Mari veio aqui hoje?-corri na sala para as perguntar
-Que eu saiba, não meu filho, hoje fui cedo com a Bruninha no mercado, depois acabamos emendando e passando na loja dela, até almoçamos fora, e achei estranho chegar em casa, e não ver você e a Letícia brincando por aí, então vi que estava dormindo no seu quarto, e imaginei que hoje fosse dia da Letícia ficar com a mãe dela, afinal não sei como está funcionando o combinado de vocês
-E a Mari não me avisou nada, sempre que ela passa aqui em casa, ela me deixa algum recado-disse Bruna me olhando
-Hoje era dia da Le ficar comigo, mas acabei esquecendo-as olhei frustrado, e elas se entreolharam-eu sei que fiz merda, mas vou tentar consertar, afinal a minha filha não merece passar por isso
-Só espero que tenha uma boa desculpa-disse Bruna me olhando, e assenti
-Sei que vou precisar

Nem me importei de comer o meu lanche, e saí de casa com a intenção de ir até o apartamento de Rebeca, pedir desculpas a ela, a Marina, e principalmente a minha filha, pois estou sem ver ela já vai fazer 3 dias, depois que comecei a sair com a Francielle, eu não tenho ligado mais em passar para ver a minha filha, ou perguntado a Rebeca que dia posso busca-la, sei que devia ter pegado minha filha hoje cedo, pois Marina me mandou mensagem ontem á noite, avisando tudo isso, mas eu estava no meio da festa da minha peguete, estava bebendo, a dando atenção, e depois fui para a cama com ela, acabei desligando o celular, pois não gosto de ser incomodado na hora H, e acabei fazendo tudo errado, pois me esqueci da minha filha. Calcei a cara, e estava pensando no que iria dizer a Rebeca, e a minha irmã quando uma delas abrissem a porta, então toquei a campainha, e logo vi alguém abrir a porta, e era Beca, me olhando com uma cara nada boa, o que eu já podia imaginar.

-Oi Beca, vim buscar a Le, desculpa não ter vindo mais cedo, eu...
-Luan, para a sua informação, a Letícia não está aqui, hoje eu e a Marina tivemos que nos virar com ela, até passamos na sua casa, mas não tinha ninguém, então como eu não podia desmarcar o meu médico, a Mari abriu mão das aulas de hoje para passar o dia com a Letícia, que não sei se você se lembra, mas era para passar o dia com você, e ela estava até imaginando isso, pois não parava de chamar pelo papai desde ontem, então se tem vergonha na cara, pode voltar para a sua casa Luan, amanhã quem sabe você vem ver a sua filha, e ela te perdoa-Rebeca despejou tudo de uma vez, sem nem ter me deixado entrar
-Eu posso explicar-suspirei me sentindo culpado-eu estava ocupado ontem, acabei chegando em casa tarde, e foi um descuido meu ter esquecido de vir buscar a Letícia, e...
-Luan, a questão não é que você esqueceu de vir buscar ela, mas sim, é que você nem fez questão de se lembrar-disse Beca me olhando magoada-eu quero muito pensar que tudo isso foi um mal entendido, e que você realmente não fez por mal-disse deixando lágrimas caírem-mas hoje eu tive um dia completamente péssimo, e até preferi que a Marina ficasse fora com a Letícia o dia todo
-Eu sei que agi errado Beca, não precisa chorar-disse tentando fazer ela se acalmar, pois ela realmente parecia péssima
-Luan, eu já vivi muita coisa para perceber quando alguém está mentindo, porque eu já fiz muito isso-suspirou enxugando as próprias lágrimas-então pode fazer o que quiser da sua vida, mas nunca esqueça de colocar a Letícia em primeiro lugar nela, porque é o que eu vou fazer a partir de agora, já que não sei por mais quanto tempo vou poder ter ela perto de mim...-chorava sentida, e aquilo começou a me assustar
-Beca, porque está falando dessa forma, o que está acontecendo?-a olhei sem entender
-Uma hora ou outra, você iria saber mesmo-suspirou enxugando as lágrimas que caíam-quer entrar?
-Você ta me assustando com isso, então me explica direito o que está acontecendo

Entrei para dentro do apartamento, e me sentei no sofá de frente com Beca, e logo Bruno pulou para ficar no colo dela, e ela suspirava o alisando e deixando lágrimas caírem.

-Não sei se percebeu, mas eu tenho passado muito mal durante essa gravidez, tenho vomitado horrores, sem mesmo ter comido nada, e isso parecia normal até o terceiro mês, mas agora eu tenho passado mal de uma forma constante, e mesmo sem ninguém saber, notei que estava tendo sangue quando eu vomitava, por isso a consulta de hoje era muito importante Luan, eu fiz vários exames específicos, além dos rotineiros da gravidez, e por meio de um exame no meu estomago, eles acharam um tumor-ela disse deixando lágrimas caírem e eu não sabia como reagir-então meu dia hoje foi basicamente ouvindo notícias ruins, pois o médico foi claro comigo, ou eu começo o tratamento para diminuir e tirar esse tumor, enquanto está no começo, ou eu tiro... o meu bebê...-ela mal conseguiu terminar de falar, e comecei a chorar junto com ela, pois nem fazia ideia do que ela estava sentindo e passando-porque, eu corro riscos se prosseguir com a gravidez, e o bebê também, então eu vou ter que escolher viver, ou ter esse bebê...-ela chorava com muita dor, e eu estava em prantos, só de ouvir ela falar
-Beca, você vai conseguir as duas coisas, tenho certeza que vai-me sentei ao lado dela e segurei na sua mão a dando forças-eu não vou te deixar desistir assim, porque se você tivesse desistido da Letícia, o que seria de mim hoje? eu só voltei, porque precisava conhecer ela, a minha filha, que você me deu...
-Mas dessa vez é diferente Luan, você não tem poder de opinar em nada, eu tentei falar com o Fábio, mas ele está viajando, está incomunicável, a Marina nem sabe ainda, porque só pedi para ela passar o dia fora com a Le, e eu estou arrasada, porque não quero tirar o meu filho-alisou a própria barriga-mas não quero perder o crescimento da minha outra filha, entende?
-Que situação complicada, meu Deus-deixei lágrimas rolarem a olhando chorar-esse bebezinho não merece isso-coloquei a mão sobre a barriga dela num impulso-muito menos você-a olhei com pesar
-Eu só queria acordar, e ver que tudo isso está sendo um pesadelo-ela fechou os olhos, e colocou a mão dela sobre a minha, que estava em sua barriga, e senti o bebê mexer levemente, o que fez ela chorar mais
-Nós vamos encontrar uma saída Beca, tenha fé...
-Nunca fui de ter muita fé, Luan-me olhou angustiada-e eu sei que vai doer em mim para sempre, sobre a decisão que eu vou tomar, mas se for para salvar uma vida, que seja a minha, porque eu não quero perder o crescimento da Letícia-disse deixando lágrimas caírem, e eu não sabia o que dizer, pois esse bebê não era nada meu, não estava dentro de mim, e eu era contra esse tipo de coisa, mas vendo a situação toda, e por ela ser mãe da minha filha, eu não poderia opinar em nada, pois também não queria que a Letícia perdesse a mãe
-Faz aquilo que o seu coração mandar Beca, e independente do que decidir, eu estou com você-a olhei com firmeza, e ela apenas me abraçou forte
-Obrigada Luan, eu não quero nenhum julgamento, só quero tentar viver e cuidar da nossa filha...
-E vai, porque você não está sozinha, eu nunca vou deixar você sozinha nessa, pode ter certeza-a abracei apertado, e deixei ela chorar em meu ombro, pois sei que ela precisa apenas de um ombro para chorar agora, já que de qualquer forma, ela vai sofrer muito daqui para frente

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Olá amores, quantos acontecimentos, o que acharam de tudo isso? Luan com nova peguete, Beca em meio a mais uma decisão difícil, será que só vai acontecer coisas ruins mesmo? Beca enfrenta uma maré de azar atrás da outra, ou ainda tem muita coisa boa para acontecer? comenteeem bastante, pois não tem nada decidido ainda rsrs, beijos.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Capitulo 51 - Frustrações.

*Rebeca on.

-Luan, me escuta, por favor...-saltei da cama enrolada no lençol e me coloquei na frente dele, o impedindo de sair do quarto
-Saí da minha frente Rebeca, me deixa em paz-dizia irritado terminando de se vestir
-Luan, por favor, não faz isso comigo-deixei lágrimas caírem-eu nunca iria mentir para você sobre isso, por favor, escuta o que eu tenho para falar...
-Não quero saber, você está grávida de outro, e me da nojo saber as coisas que você faz, mesmo com uma criança inocente na barriga-me olhou com desprezo-agora me deixa sair daqui, e quando for deixar a Letícia na minha casa, por favor, evita falar comigo-disse me olhando sério e saindo do quarto sem olhar para trás
-Luan, não saí assim...-me coloquei a chorar, o vendo ir embora

Após dormir por dois dias seguidos com o Luan, e ele descobrir dessa forma repentina que eu estava gravida do Fábio, eu não sabia que rumo a minha vida iria tomar. Eu estava passando muito mal a algumas semanas, e queria não pensar nessa possibilidade de gravidez, pois os meus remédios estavam sempre em dia, mas como a minha vida é corrida, tenho que trabalhar, cuidar da minha filha, fora o estresse que eu passo com o Fábio, eu acho que acabei me esquecendo de verificar se a minha injeção de anticoncepcional estava realmente dentro do prazo, ou se eu precisaria de mais uma dose por esses meses. Foram poucas ás vezes que eu cedi em transar com o Fábio, devido mais brigarmos do que estarmos de bem um com o outro, mas foi o suficiente para acontecer o inesperado, então como eu estava na dúvida, eu fiz o teste na noite em que o Luan sem querer dormiu em meu apartamento, antes mesmo de irmos para a cama juntos, e como fiquei assustada com o resultado, com medo do rumo que a minha vida e a desse bebê teriam, pois a minha relação com o Fábio estava por um fio, então com a cabeça a mil, e o emocional frágil, eu acabei seguindo os meus instintos, os meus desejos, e me entreguei ao Luan, pois eu ainda o amava, e precisava esquecer os meus problemas, fazendo amor com o homem que eu tenho certeza que vou amar pelo resto da minha vida. E agora eu estava perdida, ainda em meio ao choro, ouvi Letícia acordar e chamar por mim, coloquei o meu robe, e fui ver minha pequena, a peguei no colo e a abracei apertado, pelo menos eu sabia que não estaria sozinha independente do que fosse acontecer na minha vida, pois eu sempre teria ela ao meu lado, mesmo com tantas merdas que eu faço na vida, a Letícia com certeza foi o meu melhor acerto.

-Bom dia minha vida, te amo mais que tudo nesse mundo minha filha-a abracei apertado e ela estava manhosa por ter acabado de acordar

Fiquei um tempinho com a minha filha, e depois fui preparar a mamadeira dela, a deixando quietinha assistindo TV com o Bruno, deitados no sofá da sala, e como eu deveria ir para o trabalho, mas estava muito mal para querer sair de casa, então iria ficar o dia todo com Letícia e o meu cachorro, pois eles são minha melhor companhia. Na parte da tarde eu estava deitada no sofá, sentindo um pouco de fraqueza, devido mal ter comido, pois vomitei tudo o que comi durante o dia, quando Fábio finalmente voltou para casa, e Letícia foi toda feliz o pedir colo, pois estava com saudades dele.

-Papaiii
-Oi princesa, o papai chegou, e está cheio de saudades-Fábio por mais que seja um chato comigo, com a minha filha ele tem uma boa relação-e trouxe presentes dos seus avós, para você meu amor-disse a mostrando um pacote de presente e ela sorriu
-Pesentiii-Letícia bateu palminhas
-Sim, presente para a minha princesa

Fábio a entregou o presente e a minha filha veio toda feliz, carregando a caixa com dificuldade, para abri-la em meu colo, só então que o Fábio me olhou, e veio me dar um beijo carinhoso, que eu mal pude retribuir pois estava enjoada demais.

-Oi meu amor, tudo certo por aqui?
-Na medida do possível-suspirei o olhando-e como estão as coisas da empresa? sua família? meu pai?
-Tudo muito bem-sorriu me olhando-agora vou só me trocar, e correr para a empresa, achei que você estaria lá
-Não estou me sentindo bem hoje, então fiquei em casa com a Le
-Melhoras-beijou minha testa-agora preciso sair daqui voando meu amor, ainda bem que deu tempo de ver você e a Le

Fábio mal deixou as coisas em casa, e só se trocou, saindo ás pressas para a empresa, o que acabou deixando Letícia com um bico enorme, pois ela queria a atenção dele, e foi difícil fazê-la se distrair com outra coisa, pois ela se apegou ao presente que ele trouxe, e chorava sentida porque ele não ficou em casa para brincar com ela.

[...]

A semana passou voando, e eu mal estava tendo tempo para conversar com o Fábio sobre a minha gravidez, pois ele só pensava em trabalho, parecia o meu pai, e isso me fazia entender porque o casamento dos meus pais não deu certo, pois isso desgasta a relação, e acaba não sobrando tempo para ter um dialogo entre o casal, tudo é assunto de trabalho, ou tem a desculpa que está cansado demais do trabalho para conversar sobre outros assuntos. Devido o meu mal estar, peguei um atestado durante toda a semana, o que me deu tempo de correr atrás de várias coisas da minha gravidez, passar um maior tempo com a minha filha e o Bruno, mas como eu já estava cansada de ficar em casa, e ainda precisava contar ao Fábio que vamos ter um filho, decidi fazer uma surpresa para ele. Como eu não gostava de ficar levando a Letícia no shopping, pois ela ainda é pequena e me da trabalho querendo tudo o que vê, a deixei na casa do pai dela, pois ele não a viu durante esses dias que fiquei em casa, então combinei com a Bruna dela me receber, já que o Luan não queria nem olhar na minha cara, e deixai a minha filha com ela, pois sei que Letícia também sente a falta do pai, dos avós, da tia, e de todos que a tratam como princesa naquela casa. Andei um pouco pelo shopping, e achei um body de bebê escrito: Adivinha quem vai ser papai?


Era algo simples, mas como o meu noivo precisava saber que seria pai, achei aquela uma forma fofa de contar a ele sobre a gravidez, mesmo tendo alguns desentendimentos entre nós ultimamente, e eu querendo muito me separar dele até alguns dias atrás, ele era o pai do meu filho, e eu precisava me acertar com ele de uma vez. Cheguei na empresa, e segui direto para a minha sala, onde quando eu não estou, é ocupada por ele, ou pela Clara, que é a minha representante após anos de confiança
trabalhando como minha secretária. Para mim era normal ver a sala fechada, e sei que a Clara vive indo atrás de tudo na empresa, então raramente fica sentada na recepção em frente á minha sala, onde eu iria pedir a ela que não avisasse ao Fábio que eu vim vê-lo, mas como ela não estava ali, fui abrindo a porta de uma vez, pensando em dar o presente a Fábio, que com certeza está atolado de trabalho, quando me deparo com a cena, onde Fábio estava beijando o pescoço de uma mulher, a agarrando, e para a minha decepção não era ninguém menos que a Clara.


-Você esta me traindo?-disse indignada olhando os dois caras de pau, que se soltaram arregalados-nunca esperei isso de você Fábio
-A gente pode explicar Beca...-Clara foi tentar argumentar, mas Fábio não deixou
-Como você viu Rebeca, chumbo trocado não dói-me disse com o olhar frio
-Melhor eu sair daqui-disse Clara vendo que o clima pesou entre nós
-Está fugindo porque sua falsa?-a olhei indignada, e ela saiu da sala como se não tivesse me escutado
-Deixa ela em paz Rebeca, o assunto é entre eu e você-Fábio me encarou-porque você pode me trair á vontade, até faz filho com outro, e eu tenho que sempre estar disponível para você? ser fiel? ser seu cachorrinho? eu cansei de ser idiota...
-Eu pensei que você estivesse comigo porque me ama, porque ama a minha filha-deixei lágrimas caírem-mas uma traição, com a minha amiga e secretária, é baixo demais...
-Não tão baixo quanto você, que ainda vive colada no seu ex amante-me olhou cheio de raiva
-Ele é pai da minha filha, queria que eu não tivesse contato com ele como?
-Pensasse nisso, antes de ficar me traindo com ele-disse com ironia-mas agora que descobriu que eu não sou mais seu capacho, acho que vai ser melhor colocarmos um fim no nosso relacionamento Receba, esta tudo terminado entre nós e...
-Eu estou grávida-o disse na lata-vai mesmo querer terminar?-o olhei indignada, deixando lágrimas caírem
-O que? grávida de novo?-me olhou arregalado-esse filho é de quem? porque você vive colada no cantorzinho, pode muito bem ter engravidado dele outra vez, e até que você prove que esse filho é meu, eu não tenho mais nada com você
-Fábio, para de ser ridículo-estava sem acreditar que ele estava me tratando dessa forma-eu estou só com você desde que a Letícia nasceu, porque não acredita em mim? esse filho é seu...
-Sinto muito, mas é difícil de acreditar em você Rebeca, você mentiu para mim até depois que a Letícia nasceu, foi me contar a verdade quando eu já estava apegado na menina, sendo que eu já tinha certas desconfianças que ela não era minha
-Eu sei que errei, mas aconteceram tantas coisas na gravidez da Letícia, que eu só não queria deixar ela sem um pai-as lágrimas desciam sem permissão, devido os hormônios alterados e a decepção-mas Fábio, eu prometi a você que nunca mais iria te enganar, então acredita em mim, esse filho é seu
-Desculpa, mas não consigo acreditar-me olhou negando-e desde quando você descobriu isso? porque não me contou antes Rebeca?
-E você está tendo tempo de conversar comigo por acaso? só pensa nessa droga de trabalho, que agora eu sei que é na sua amante na verdade
-Não vem querer me julgar a essa altura do campeonato, você quem me traiu primeiro, enquanto eu estava igual um idiota em Portugal, resistindo a várias mulheres, convites de festinhas intimas, porque eu pensava que você estaria me esperando, mas você estragou tudo Rebeca, estragou nossa relação, até mesmo nossa amizade, eu nem sei mais o que existe entre nós dois
-Nem eu sei-chorava sem saber o porque, enquanto o olhava-eu queria te dizer que eu sinto muito por tudo isso, porque você é alguém que eu gosto muito, e que eu sempre pensei que seria o meu futuro marido, pai dos meus filhos, o meu melhor amigo...
-Eu queria ser tudo isso e muito mais para você, mas eu não sei o que mudou-ele suspirou-cansei dessa incerteza de sentimentos que há entre nós, e quis me arriscar com algo novo, conhecer outras mulheres, até que me aproximei da Clara, e as coisas foram acontecendo...
-Não precisa se justificar, porque eu sei que fiz por merecer-respirei fundo enxugando minhas lágrimas-se quer terminar, ótimo, porque eu também estava sufocada nessa relação, mas e o bebê...-alisei minha barriga o olhando e ele suspirou-ele não tem culpa dessa nossa vida bagunçada Fábio
-Belo momento para engravidar Rebeca-ele sentou sobre a mesa pensativo-você não toma anticoncepcionais?
-Sim, mas eu tinha optado pela injeção, e com tantas coisas na cabeça, a correria do dia a dia, acabei nem me dando conta que eu precisava de uma nova dose
-Que situação-ele estava pensativo
-Fábio, eu sei que não é o momento, mas eu tinha comprado isso para você-o entreguei o embrulho com a roupinha, e ele abriu me olhando sem jeito
-E eu estraguei a sua surpresa, me desculpa-suspirou me olhando
-Não precisa se desculpar, você não sabia que eu viria aqui, então...
-Estamos agindo como dois idiotas-me encarou sério e assenti-Beca, um filho é uma coisa muito séria, sei disso porque a nossa vida, e a nossa rotina mudaram totalmente desde que a Letícia nasceu, e agora que vem mais uma criança, sem a gente ter planejado, precisamos pensar muito bem que rumo a nossa vida vai tomar
-Com certeza-suspirei o olhando-eu só sei fazer merda nessa vida-me sentei ao lado dele na mesa, e ele me encarou
-Não chama o nosso filho de merda
-Agora é nosso filho?-o encarei-ainda quer o exame de DNA?
-Se achar que a gente precisa fazer, isso vai partir de você e da sua consciência, se você transou com outros por aí...
-Você é muito ridículo, não quero perder minha paciência com você-desci da mesa o encarando-vamos pensar bem, sobre como vai ficar o nosso relacionamento, e depois a gente conversa sobre o bebê
-Tudo bem, temos nove meses para decidir, e até lá pensa nos caras que podem ser o pai dessa criança
-Como você é chato, se duvida tanto da paternidade, a gente marca para fazer o DNA e acaba com essa desconfiança boba
-Por mim tudo bem, eu não quero ser feito de trouxa mais uma vez Rebeca-me olhou sério-mesmo que eu queira muito acreditar que esse filho é meu, melhor fazermos o DNA para não termos dúvidas
-Ótimo Fábio, obrigada por demonstrar o quando você não confia em mim, mas como eu não quero atrapalhar o seu trabalho, prefiro ir embora

Saí daquela sala me sentindo humilhada, e tentava me segurar ao máximo para não chorar, pelo menos até entrar em meu carro, o que foi em vão, pois assim que pisei no elevador as lágrimas rolaram, e segui chorando até o meu carro, onde eu me debrucei no volante, tentando entender o que eu fiz de tão errado nessa vida, para tudo sempre dar errado. Voltei para o meu apartamento me sentindo péssima, e fui consolada por Bruno, o abracei deitada em minha cama, e eu não queria trazer mais um filho para esse mundo, sendo que eu não sei nem cuidar da minha própria vida, usar a droga de uma camisinha, ou verificar o anticoncepcional, coisas tão simples, mas que me geraram dois filhos com dois homens diferentes. Fiquei alisando minha barriga, e me sentia um pouco arrependida pelos meus pensamentos, pois a Letícia foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, e com certeza esse bebê também seria.

-Oi meu amor, tudo bem aí?-comecei a conversar com minha barriga-eu sei que sou uma pessoa muito complicada, difícil de lidar, mas se você ta aí dentro, saiba que eu já te amo muito, e mesmo que o seu pai seja um chato, ele também já deve te amar-deixei lágrimas caírem me lembrando da desconfiança de Fábio-a nossa família é bem complicada, mas tem muita gente que vai amar conhecer você, tem o Bruno-sorri olhando o meu cachorro-que é um ótimo companheiro, tem a Letícia que é sua irmãzinha, ela vai brincar muito com você...

Fiquei conversando com o meu bebê, e consegui me acalmar, me distrair, então acabei dormindo, pois eu precisava de descanso. Acordei com alguém me ligando, e como estava com preguiça de atender, fui ver só depois que era a Marina, então ela iria saber esperar eu retornar a ligação, o que eu iria fazer só depois de tomar banho, e comer alguma coisa, pois gravida sente muita fome, e eu estava sem comer o dia todo. Tomei um banho relaxante, e liguei para Marina após pedir um lanche bem completo e recheado que me deu vontade, e soube que a minha amiga estava vindo para São Paulo, o que me animou bastante, pois eu sentia falta dela, e precisava muito do colo dela, porque ela é quem ouve minhas loucuras, me aconselha, e me da apoio sempre que eu preciso.

-Olha quem chegou, vem me falar oi-Marina viu Fábio passar por trás de mim, atrás do sofá, pois ele havia acabado de chegar e estava distraído mexendo no celular
-Oi, nem vi que estava falando com a Beca-ele acenou para ela
-Estamos fofocando a tarde toda-ela riu-inclusive, parabéns papai
-Obrigado Mari-ele sorriu amarelo-agora com licença, que preciso de um banho e de descanso
-Vai lá papai do ano-Marina ria do outro lado
-Amiga, como você é discreta, espero que não fique espalhando por aí que eu estou grávida-falei brava com a Marina, após Fábio ter entrado no quarto
-Fica tranquila que eu sei guardar segredo, só o dei parabéns porque ele já sabe
-Pois é, sabe mas não acredita que é dele-suspirei chateada
-Beca, ele está fazendo drama, mas ele com certeza sabe que é o pai do seu bebê, porque você nem tempo para ver outro cara está tendo-riu do outro lado me olhando, e me lembrei das noites que passei com Luan-ou teria? Beca?
-Não Mari, esse bebê é do Fábio mesmo-suspirei-preciso desligar porque já conversamos demais, e o meu lanche deve estar quase chegando
-Tudo bem amiga, vai comer o seu lanche, aproveita que nessa fase da gravidez você pode comer tudo
-Comer sem culpa e sem limites-ri a olhando-tô brincando, eu sei que não dou conta de exageros, vomito até
-Dessa parte não quero saber-ela riu-então boa noite mamãe do ano, amo você, a Le e esse bebezinho que ainda não conheço
-Boa noite titia do ano, pode ter certeza que amamos você

Desliguei a chamada de vídeo com Marina, e logo a campainha tocou, então a abri toda feliz pois era o meu lanche. Me sentei no sofá, com Bruno todo interesseiro ao meu lado, e comi com vontade o meu lanche, até sentir bater um enjoo forte, então corri para vomitar em meu banheiro, vendo Fábio sair enrolado na toalha, e me olhar todo assustado.

-Tudo bem?-ele perguntou após eu vomitar
-Coisas típicas de uma gravidez-me sentei sobre o vaso com a tampa fechada após dar descarga e suspirei
-Ainda bem que não sei o que é isso-riu saindo do banheiro e revirei os olhos
-Sorte sua ser homem-murmurei após ele sair

Me recuperei do meu mal estar, lavei a boca, e saí do banheiro vendo Fábio já trocado, começando a pegar umas coisas dele e colocar em uma mala.

-Vai viajar?-perguntei me sentando na cama, vendo a mala dele aberta
-Na verdade, vou ficar por um tempo em um apartamento que aluguei
-E me avisa isso só agora?
-Eu já estava planejando sair daqui a algum tempo Rebeca, o apartamento já está alugado, então não quero discutir sobre isso
-Não estou discutindo Fábio, só pensei que você poderia ser mais honesto comigo, e me contar que iria embora daqui
-Eu não iria contar-me olhou sincero-mas eu não sabia que você estava gravida, então não sei quanto tempo vou ficar fora e...
-Fábio, a vida é sua, você faz o que quiser dela, só te digo uma coisa-o encarei séria-se você sair desse apartamento, eu não te quero aqui outra vez, porque cansei dessa sua mania de sair daqui, e voltar tempos depois, achando que eu vou te receber de braços abertos
-Mas e o bebê? quer que eu fique longe dele?
-Fábio, eu já crio a Letícia sem morar com o pai dela, vou saber lidar com isso com você também
-Se for mesmo meu filho, não é...
-Não quero discutir sobre isso, que cara chato-me levantei da cama e saí do quarto

Preferi ficar na sala com o meu cachorro, enquanto Fábio arrumava as malas dele para ir embora, aproveitei que já mal usava a nossa aliança de noivado, e a tirei do dedo, fiquei esperando Fábio sair do quarto com as malas, e me olhar com cara de cachorro sem dono, sem rumo, para o entregar a aliança.

-Fábio, acho que é aqui que terminamos-o entreguei a aliança e ele suspirou a pegando
-Sim, pelo menos tudo acabou com os dois entrando em comum acordo
-Espero que seja feliz, e que encontre alguém para amar
-Obrigado, e depois precisamos conversar sobre o bebê...
-Não se preocupe com isso, temos nove meses ainda-sorri de canto alisando minha barriga-tenha um bom recomeço sozinho
-Você também-sorriu amarelo, e abriu a porta
-Só te peço para deixar a chave reserva
-Tudo bem

Não fiz questão de acompanha-lo, e deixei ele sair sozinho, para depois trancar a porta, eu finalmente estava livre, sozinha, longe do Fábio, mas me sentia infeliz, pois eu não queria criar sozinha o meu filho, nem passar os momentos da gravidez sem alguém por perto, então comecei a chorar do nada, e estava chorando quando Bruna me ligou perguntando se a Letícia poderia dormir por lá, apenas concordei, desligando em seguida, e chorando mais ainda, pois eu me sentia totalmente perdida a partir de agora. Alguns dias se passaram e Marina veio para São Paulo, onde eu finalmente pude ter alguém para desabafar, eu sentia muita falta da minha amiga, e quando ela aparecia para me visitar eu aproveitava ao máximo a presença dela.

-Agora para de choro Beca, sei que você vai conseguir cuidar do bebê, da Letícia e seguir a sua vida sem o Fábio, porque você sabe que a relação de vocês já estava desgastada faz tempo
-Sim Mari-suspirei enxugando minhas lágrimas-mas é que agora está muito difícil para mim, ter que conviver com ele e a Clara no trabalho, fora que eu estou passando muito mal da gravidez e ele nem se importa
-Beca, o jeito é ter que tentar ignorar os dois no trabalho, e com relação a essa fase da gravidez, só indo no médico para você ficar melhor
-Eu já fui, mas não adiantou muito, tenho que me acostumar com os enjoos matinais, a oscilação de humor, e tudo mais-respirei fundo e alisei minha barriga, a fazendo rir
-Quem diria que você fosse gostar dessa coisa de ser mãe-riu colocando a mão dela sobre a minha-fez logo dois filhos seguidos
-Não é por querer Mari, acha que é legal ter engravidado de dois homens diferentes, e não estar com nenhum?-a olhei me sentindo deprimida
-Realmente a sua situação é péssima, mas o meu irmão é um pai incrível para a Letícia, fora que ele sempre da de tudo para ela, paga pensão, então você não pode reclamar de ter engravidado do Luan Santana
-Jamais vou reclamar, o Luan é um pai maravilhoso demais para a Le-sorri me lembrando dele-o Fábio também começou sendo um pai incrível, mas um pouco antes de descobrir a minha segunda gravidez, ele já não estava mais ligando muito com a minha filha, e eu espero que ele não seja assim com o nosso filho
-Beca, tenho certeza que ele vai ser um bom pai para esse bebê, fica tranquila, é que vocês passaram por muitas coisas, então deixa ele ter esse tempo longe, e você não fica se preocupando com os outros, sendo que tem que pensar em você, e nesse bebezinho lindo-alisou minha barriga
-É o que eu mais penso, desde quando acordo, até quando vou dormir, esse bebê e a Letícia são tudo para mim-ouvi Bruno latir nos assustando-e o Bruno também, esse ciumento-ri o pegando
-Você e seus três filhos, quem diria-ela riu me olhando
-Pois é, e sem marido
-Homem só da dor de cabeça-ela revirou os olhos
-Não pretende voltar com o Gabriel?
-Não mesmo, ele e o Fábio não são primos atoa, são farinha do mesmo saco, no começo são os melhores namorados do mundo, depois fica com uma ciumeira boba, chato para caramba, e ainda bem que terminei antes de me apegar mais a ele, ou ter um filho
-Nossa Marina, valeu pela parte que me toca-a olhei ofendida e ela riu
-Desculpa Beca, é que eu só namorei com ele, a gente não chegou a noivar, morar junto, nem ter filho como você e o Fábio
-E você terminou a tempo, ainda bem, porque depois que você mora junto, ou fica noiva, eles se acham no direito de mandar na gente, o que eu nunca permiti, e isso desgasta a relação, sem contar na chatice e nos ciúmes, é o que mais acabava comigo
-Posso imaginar, porque a gente quer alguém que seja nosso parceiro, amigo, não que queira nos prender
-Então se a solução para não ter um relacionamento tóxico é ficar sozinha, a vida de solteira que nos aguarde-ri olhando minha amiga, que também deu risada
-Só não esquece que você é mãe, então se segura um pouco
-Como você é chata Marina, ta parecendo minha mãe-revirei os olhos
-Falando na sua mãe, eu preciso voltar para o Rio logo, a escolinha agora está funcionando em tempo integral e...
-Mari, porque você não vem para São Paulo morar comigo?-a sugeri do nada e ela me olhou surpresa, depois riu
-Beca, não posso largar o Rio desse jeito, minha vida toda está lá
-Você trabalha a anos na escola da minha mãe e nunca evoluiu na vida, você não tem namorado lá, nem família, então o que te impede de vir para São Paulo? aqui você teria oportunidades melhores, sem contar que eu estou aqui, a sua família também, porque não tenta?
-É de se pensar-me olhou pensativa-eu já estava a algum tempo procurando um lugar melhor para trabalhar, para morar também, e depois que eu terminei com o Gabriel, o Rio ficou muito sem graça pra mim
-Então vem para São Paulo Mari, porque eu preciso de companhia-a olhei carente-e você é a melhor pessoa para lidar comigo, minhas oscilações de humor, e até mesmo os meus choros nessa gravidez
-Na verdade você me quer aqui para não ficar sozinha, porque grávida fica muito carente, te conheço muito bem dona Rebeca-riu me olhando
-Você vai recusar morar com a sua melhor amiga, e a sua afilhada? se eu falar isso para a Bruna, ela vai querer te convencer a morar com eles, e eu não quero ter que ficar indo na casa dos Santana para fofocar com você
-Quanto ciúmes da minha família-riu me olhando-então para de me pressionar, que eu vou analisar isso, e realmente acho que seria uma boa decisão, vir para São Paulo
-Vai ser a melhor de todas Mari-a olhei empolgada-pensa com carinho, porque você vai ser muito bem recebida aqui
-Tenho certeza que sim-sorriu me olhando, e ouvimos Letícia acordando pela babá eletrônica
-Mamãeee-ela já acorda me chamando
-Mari, a afilhada é sua, então busca ela lá pra mim-a olhei cheia de preguiça e ela riu
-Nem estou morando aqui, e já me coloca para cuidar da sua filha, só vou pegar a minha afilhada, porque eu amo ela-disse se levantando do sofá e indo buscar Letícia que estava tirando o seu soninho da tarde, mas já havia acordado

Marina voltou para a sala com Letícia no colo, e ela já acordava toda sapeca, indo brincar com Bruno, que estava comigo no sofá, depois subindo no meu colo, depois descendo para o tapete, e espalhando os brinquedos, ela sempre estava ligada nos 220 W, e ela era a minha maior alegria todos os dias. Durante á noite, Marina iria para um churrasco na casa da família dela, e como eu fui convidada, e já estava salivando só de ouvir falar em churrasco, não recusei o convite, mas eu ainda estava em um clima estranho com o Luan, que não quis falar comigo desde o dia que descobriu a minha gravidez, ou sequer me deu abertura para conversar com ele, e isso estava me deixando muito magoada, porque eu queria ficar numa boa com ele, mesmo se for para nunca mais existir nada entre nós, pois temos uma filha juntos, e não podemos passar o resto da vida nessa situação. O churrasco estava rolando tranquilamente, mas Luan evitava falar comigo, só me cumprimentou de longe, e na primeira oportunidade que teve, sumiu com Letícia no colo, enquanto eu fiquei conversando com as irmãs dele e dona Marizete, e o pai dele cuidava das carnes na churrasqueira. Eu estava tendo vontade de tudo, e como dona Marizete falou que tinha pão feito no dia, me deu vontade de comer com carne, então fui para a cozinha pegar um pedaço de pão, e iria aproveitar para dar um pedaço para minha filha, que mal comeu carne, pois Luan sumiu com ela, e então encontrei os dois na sala, pareciam bater o maior papo e se divertirem juntos.

-Achei você-ri olhando Letícia sentada no sofá da sala com um violão no colo, e Luan ao lado dela


-Mamãe, vilãolão-Letícia me mostrava o violão, e dei risada da forma que ela falou
-Que linda, já está aprendendo tocar violão?-perguntei a olhando
-Ela ta afinando, ou desafinando-disse Luan mexendo junto com ela na parte que afina o violão
-Eu xei-Letícia estava brava com ele, que colocou a mão-não papai
-Deixa o papai afinar certinho meu amor, cê desafinou tudo-ele riu tentando afinar e ela não queria deixar
-Le, violão não enche barriga, vem comer carninha com a mamãe-a chamei e ela nem me deu moral
-Toca igal papai-disse começando a bater as mãozinhas na corda do violão, e Luan a olhava todo bobo
-Coisa linda do papai, depois a gente toca umas moda, mas vamos comer agora-disse Luan com todo carinho tirando o violão do colo dela
-Meu...-ela não queria deixar
-Le, vem com a mamãe, depois você toca violão com o seu pai-a peguei no colo forçadamente e ela começou a chorar e fazer birra
-Papaiiii-olhava sentida para Luan que guardou o violão
-Leticinha, o papai não gosta de te ver fazendo birra
-Telo...-apontava o violão com um bico enorme
-A gente vai comer carninha, você gosta Le-tentava conversar com ela que estava bicuda
-Quer o colo do papai?-Luan a perguntou e ela se jogou para ir com ele-depois o papai brinca com você, toca violão, faz o que quiser, mas vamos comer primeiro-ele a explicava todo compreensivo
-Incrível como você obedece o seu pai, e comigo é só birra
-Papai meu-ela se agarrava toda no pescoço dele
-O colinho do papai é mais gostoso-Luan se gabava

Voltamos para onde todos estavam no churrasco, e tudo prosseguiu bem, Luan depois trouxe o violão para tocar "junto" com Letícia, que amava ver o pai cantar, e mesmo ele não me dando muita abertura, consegui passar a noite em um clima agradável na casa do Luan.

[...]

Alguns meses se passaram, e Marina enfim decidiu vir embora para São Paulo, claro que a família dela ficou feliz com a notícia, e criaram expectativa para que ela finalmente fosse morar com eles depois de tantos anos, mas como Mari era desapegada a essa rotina de conviver com uma família, ela obviamente veio morar comigo, pois cuidar de criança, cachorro, trabalhar e estar grávida não tem sido fácil. Mesmo com Fábio me tratando com certa indiferença, ele enfim aceitou o fato de ser o pai do meu bebê, e até demonstrava estar mais feliz agora com a notícia, porém eu queria manter distância dele, que assumiu um namoro com a Clara, mesmo eu pensando que aquilo não daria em nada, os dois estavam um grude só, e como eu não estava mais contente com o meu trabalho, decidi pegar um afastamento com tempo indeterminado, com desculpa que estava passando mal da gravidez, pois eu só queria ficar longe de mais estresse, e cuidar da minha saúde física e mental.

-Beca, para de ser sem graça, você não fez chá revelação da Letícia, então dessa vez tem que fazer-Marina insistia
-Por isso mesmo Mari, eu não fiz da Letícia, porque faria agora? logo descubro o sexo do bebê e pronto, para de encher meu saco-estava irritada com ela, pois ela queria organizar um chá revelação para o meu bebê, mas eu não estava com animo para isso
-Você é muito sem graça, parece até que não está feliz-Mari me olhava, enquanto eu comia um pote de sorvete em frente a TV
-É claro que estou feliz-sorri alisando minha barriga, que já estava começando a aparecer com os meus quatro meses de gestação-mas é que eu não tenho animo para nada, quero passar minha gestação em paz, sem preocupações, porque eu sei que depois vou ter que procurar um emprego melhor, já que eu não quero conviver com o Fábio, muito menos com aquela cobra da Clara
-Beca, para de ficar remoendo isso, parece que não supera o fim de vocês-Marina me olhou séria-você ainda gosta do Fábio?
-Não é questão de gostar-suspirei pensativa-é que poxa, eu estou grávida dele, tivemos um relacionamento que durou muito tempo, e acabou de uma forma que eu não esperava, mas que eu sei que foi o melhor para nós dois
-Se foi assim que decidiram, então segue sua vida amiga, mas siga consciente que vocês ainda vão ter que conviverem juntos, porque o bebê não tem culpa dos erros de vocês
-Eu vou saber lidar com isso-suspirei alisando minha barriga-não é o primeiro filho que eu tenho que criar sozinha, longe do pai, e a Letícia não é infeliz por viver com os pais cada um em uma casa, então esse bebê vai ser a mesma coisa
-Até porque você não está totalmente sozinha, tô aqui te aturando com as oscilações de humor, então também mereço os créditos na criação dessas crianças
-Você é tia, e dinda, então tem que ajudar mesmo, principalmente com a Letícia, que ta ficando muito birrenta, e isso só acontece depois que ela fica dias com o seu irmão, que só sabe mimar ela
-Luan é um pai muito liberal-ela riu-mas vou falar sobre isso com o meu irmão, porque eu não sei o que acontece entre vocês dois, que não sabem ter um dialogo sobre a Letícia
-Eu não sei o que o Luan pensa a meu respeito-suspirei pensativa-porque do nada ele descobre que tem uma filha comigo, agora me vê gravida de outro cara, e levando a vida de solteira, seu irmão deve me achar uma pessoa péssima, e se perguntar todos os dias como teve alguma coisa comigo
-Talvez sim, talvez não, o Luan é uma incógnita-disse pensativa-depois que ele voltou do coma, ele nunca mais foi o mesmo, mas você tem que compreender ele, que ele não lembra o que viveu com você, então você é alguém desconhecida para ele
-O que é péssimo ao meu favor-respirei frustrada e deixei o pote de sorvete em cima do sofá-acho que vou vomitar, comer demais e ficar estressada me da enjoo
-Ou isso é porque ainda sente algo pelo meu irmão?-me olhou curiosa-ou é pelo Fábio?
-Nenhum-disse me levantando do sofá-amo só os meus filhos e o meu cachorro, homem nenhum merece meu amor...

Mal consegui falar, e tive que correr para vomitar, essa gravidez tem me deixado com muitos enjoos, mais do que na primeira. Depois de me recuperar do enjoo, fui me deitar em minha cama, abracei meu travesseiro, e me lembrei da última vez que Luan esteve ali comigo, como eu sentia falta dele, lágrimas começaram a correr sem que eu pudesse controlar, e me pus a chorar, sem saber o porque, essa coisa de hormônios e emoções a flor da pele, me descontrolam muito. Estava em meio ao choro, quando a porta do meu quarto foi aberta por alguém, e logo vi Letícia entrar correndo e querer pular em cima da minha cama.

-Mamãeeee
-Oi meu amor-enxuguei minhas lágrimas-quem trouxe você?-a peguei no colo, e a coloquei em cima da cama
-Papai meu
-O seu pai te trouxe aqui?
-Tim-assentiu com a cabeça, pois ela estava na casa do Luan durante todo o dia, e eu não sabia que horas ela viria embora
-Estava mesmo com saudades da minha princesa-a abracei-já viu a Dinda?
-Tim, abacei a Didi
-Que bom que abraçou ela, seu pai já foi?-perguntei curiosa, pois Luan não é de vir no meu apartamento buscar e nem trazer Letícia
-Papai meu-disse pensativa e ri da carinha que ela fez
-Vamos ver se seu pai já foi, ou ficou batendo papo com a sua Dinda, afinal os dois são gêmeos, sabia?-conversava com Letícia, que me olhava concentrada

Segui para a sala com Letícia em meu colo, e fiquei surpresa em ver Luan sentado no sofá conversando com Marina, e o folgado do Bruno no colo dele, sei o quanto o meu cachorro gosta do Luan, desde a época que a gente se envolvia.

-Temos visita, nem me avisou Mari-disse a olhando, e Luan finalmente me olhou-oi Luan, tudo bem?
-Tô bem sim muié, mas e você? é doida em segurar esse peso, você ta grávida-me olhou todo preocupado pois eu estava segurando Letícia no colo
-Já sou acostumada, minha pequena não é peso nenhum-beijei o rostinho da minha filha, que logo quis descer do meu colo, para ir mexer com o Bruno que estava no colo do Luan
-Bunooo-Letícia descia correndo, e tentava pular em cima do sofá
-Filha, cuidado, o papai pega você-Luan a pegou com cuidado, e a colocou no sofá, onde ela já foi abraçando o cachorro
-Bunooo-ela o agarrava e ele ás vezes ficava incomodado com ela, se mexendo todo
-Tadinho dele filha-Luan riu-tem que fazer só carinho, assim-Luan fez carinho no pelo dele, que correu para deitar no colo do Luan
-Bunooo, binca-ela queria o pegar, e descer com ele do sofá
-Le, deixa o Bruno quieto, coitado do meu bebê-ri o tirando de perto dela, pois ele já estava ficando agoniado
-Mamãeee, Bunooo-o apontava
-O Bruno vai dormir-o coloquei no chão, e ele correu para dentro do meu quarto, onde costumava dormir
-Acabou a paz do Bruno-Marina ria vendo a situação-Le ta virando a Felícia com ele
-Tadinha-Luan riu a abraçando, pois ela ficou bicuda vendo o Bruno correr dela-ela só quer brincar com ele
-Mas ele não gosta das brincadeiras que ela quer, ele é sossegadão, gosta de comer e dormir, e brinca só quando está afim
-Bunooo-Letícia ficou o chamando
-Deixa o cachorro quieto Le-Marina ria-que tal vir com a Dinda fazer alguma coisa para comer?-disse a pegando no colo e Letícia estava emburrada
-Didi, o Buno-Letícia apontava na direção que ele foi, e Marina riu-vamos ajudar a Dinda a fazer bolo, quer bolo?-Marina sabia a convencer, e logo minha filha deu um sorriso sapeca no colo dela
-Agora ela esquece o Bruno, e o meu filho fica em paz-ri vendo Marina seguir com a Letícia para a cozinha
-Qual filho?-Luan perguntou me olhando
-O Bruno, qual mais seria?
-Sei lá, você tem tantos-ele riu de canto
-Nossa Luan, que ofensa, só tenho a Le, o Bruno, e esse bebê-alisei minha barriga, onde ele estava olhando fixamente
-Está crescendo
-Sim, cresce que a gente nem se da conta, um dia a Le também foi assim-sorri me lembrando da minha primeira gravidez
-Imagino-ele suspirou-queria muito ter visto, ou me lembrar se eu vi, sei lá-ficou perdido em pensamentos
-Tomara que se lembre um dia-suspirei o olhando com pesar-pois você acompanhou um pouco a minha gravidez, da nossa filha
-Uma pena-suspirou triste-mas pelo menos te olhando agora, posso imaginar um pouco como foi que a Le cresceu aí dentro-sorriu de canto
-Nenhuma gestação é igual, mas acho que para você, vai ser tudo novidade, e me desculpa pelo transtorno que causei entre nós-o olhei sincera-eu jamais enganaria você Luan, estando grávida do meu ex
-Beca, isso já passou, não vamos ficar relembrando isso-disse constrangido-você tinha uma vida com o cara, então uma hora iria acontecer
-Na verdade já tinha acontecido, e eu demorei para aceitar a verdade, e fazer o teste, então me desculpa mesmo, pois não sei como ficou o seu pensamento ao meu respeito
-Você é mãe da minha filha, isso basta, porque a sua vida com outro cara, ou outros caras, não me interessa-me olhou sério-e acho que já fiquei tempo demais aqui, só vim trazer a Letícia, mas entrei porque a Mari insistiu, e como as duas estão distraídas, melhor ir embora agora, avisa as duas que eu deixei um beijo
-Aviso sim-suspirei triste, vendo que Luan não iria mesmo me dar uma chance de conversar com ele
-Então tchau, amanhã venho buscar a Le cedo
-Tudo bem-assenti e senti um chute-AII-gritei de leve e alisei minha barriga
-Ta tudo bem?-me olhou assustado
-Desculpa pelo grito-ri de canto-é que eu senti ele chutar pela primeira vez-sorri alisando minha barriga


-Ele? é menino?-Luan perguntou curioso
-Não sei ainda, mas ele me refiro ao bebê-ri de canto-nossa, agora ele resolveu mexer-disse sentindo mais chutes
-Deve ser bacana sentir-sorriu de canto me olhando
-É sim, quer sentir?-perguntei o olhando e ele estava receoso-ele ta aqui-peguei na mão de Luan e a coloquei sobre minha barriga, segurando com a minha mão por cima da dele-sentiu?
-Acho que sim-ele sorriu de canto-é bem de leve, mas é gostosa a sensação
-Sim, quando a Letícia começou a mexer eu queria muito você por perto-o olhei com sinceridade, ainda mantendo a mão dele sobre minha barriga-perdemos tantas coisas juntos Luan...
-Mas que nunca mais vão ter volta Rebeca-disse tirando a mão dele da minha barriga-é muito bom sentir o seu bebê, mas ele não é nada meu, então prefiro ir embora
-Te entendo-suspirei-depois nos falamos sobre a Letícia e...
-Depois eu combino com a Marina um horário para ver minha filha amanhã, até mais Rebeca-disse todo sério, e logo saiu do meu apartamento
-Eu só faço besteira...-comecei a chorar após ver ele partir
-O que rolou aqui?-Marina apareceu na sala com Leticia no colo, e minha filha lambia uma espátula cheia de chocolate
-Seu irmão me odeia...-eu chorava descontrolada
-Meu Deus, vai começar de novo a implicância boba entre vocês?
-Não estou implicando com ele Marina, é ele quem me odeia
-Agora me fala a verdade Rebeca-ela me olhou séria-já estou a um tempo percebendo que alguma coisa aconteceu entre vocês dois, para sempre se evitarem, eu não sou boba, mas estava esperando você me contar, e como isso não vai acontecer, eu quero saber a verdade
-Você me conhece mesmo-respirei fundo enxugando minhas lágrimas e a olhando-e como também tô cansada de carregar isso sozinha, vai ser bom contar a alguém-a olhei nos olhos-eu e o Luan transamos, e em seguida ele descobriu que eu estava grávida do Fábio
-Nossa, olha como fala perto dela-disse tampando os ouvidos da minha filha, que estava interessada em lamber a espátula-você e o meu irmão tem um fogo-ela riu-mas porque você tinha que ter estragado tudo Rebeca? era para esse bebê ser meu sobrinho tambem e...
-Mas Mari, você não está entendendo-respirei fundo-eu fui para a cama com o seu irmão, e já estava grávida do Fábio, eu fiz o teste minutos antes de rolar alguma coisa entre nós, e acabou que o Luan viu o teste no dia seguinte, por isso estamos nesse clima chato
-Então ta explicado, você foi sacana com ele, mas que fogo é esse amiga, mesmo sabendo que estava grávida de outro, fez as coisas com o meu irmão
-Não é fogo, é saudade-suspirei me lembrando dele-eu estava com muita saudade dele, e valeu a pena cada segundo...
-Me poupe dos detalhes, ele é meu irmão, gêmeo ainda por cima, então não precisa especificar as coisas
-Desculpa, mas é que eu faço tudo errado, o Fábio me odeia, o Luan também, e para piorar tenho um filho com cada
-Sua situação é péssima, mas para de pensar nisso, enxuga essas lágrimas, e vem ajudar eu e a Le a fazer bolo, ta gostoso o bolo da Dinda?-Mari perguntou olhando para Letícia
-Todoso-disse com a boca cheia de chocolate, nos fazendo rir

Para tentar livrar os meus pensamentos das minhas frustrações fui ajudar Marina com o bolo, e Letícia queria experimentar um pouquinho de cada coisa, o que me distraiu mais ainda, pois a minha filha era tudo para mim, ou melhor, os meus filhos sempre serão tudo pra mim.

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Olá amoreees, ta sendo difícil ter tempo para escrever, mas tenham paciência, que eu não vou abandonar a história, comenteeem bastante, e deixem a opinião de vcs sobre o rumo que a fic esta tomando, beijos.