quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Capitulo 63 - Faz amor comigo, só hoje.

 Estava me arrumando para ir jantar com o Luan, quando Letícia entrou no meu quarto emburrada.

-Mãe, a minha vó não quer deixar eu jogar o meu playstation
-Se ela não deixa, é porque tem motivos-disse a olhando pelo reflexo do meu espelho, enquanto me maquiava
-Porque ta se arrumando?-perguntou vindo para perto de mim curiosa-se for sair me leva junto, não quero ficar mais sozinha com a minha avó, a velha só reclama
-Le, eu vou resolver um assunto de adulto, então não posso te levar
-A minha vó sabe que você vai sair?-perguntou cruzando os braços, como se eu devesse satisfação a elas
-Não, depois aviso ela-disse me perfumando e pegando minha bolsa-agora se comporta, e não discute com a sua vó
-Só se me deixar pedir pizza
-Letícia, hoje não é dia de comer pizza, ainda é quinta feira
-Mas eu quero pizza, você vai sair para comer fora, e eu não quero a comida da minha vó
-Tudo bem, pede pizza Letícia-respirei fundo concordando-só não esquece que eu te avisei, na hora que a sua vó reclamar
-Te amo mamãe-saiu toda feliz indo pegar o telefone, pois ela já sabia o número da nossa pizzaria favorita de cor

Chamei Bruno para sair do meu quarto e fechei a porta, minha mãe estava na cozinha, certamente preparando o jantar, então fui avisá-la que iria sair.

-Mãe, só passei para avisar que eu vou sair e não sei que horas volto
-Vai sair com quem Rebeca?-me olhou desconfiada-reatou com o Léo?
-Sim, vamos sair para jantar-sorri disfarçando, e ela sorriu largo
-Finalmente se acertaram, então pode ir tranquila, e se não voltar para dormir em casa eu sei que vai estar em boas mãos
-Cuida bem da Letícia, e por favor, não briguem-a pedi com o olhar e ela suspirou
-Eu e a minha neta vamos ficar bem, se divirta e manda um beijo para o meu genro
-Tô confiando em vocês, e mando sim

Me despedi da minha mãe, e antes de sair dei um beijo na testa da minha filha, que estava na sala toda feliz brincando com Bruno, me contando o sabor que pediu de pizza e que faria minha mãe pagar, dei risada das armações da Letícia e finalmente saí ao meu encontro decisivo com o Luan. No caminho para o restaurante, o avisei que já havia saído de casa e o mandei a localização, o tempo que eu iria atrasar só era devido o transito, pois o restaurante era bem perto do prédio onde moro. Cheguei primeiro no restaurante, e já reservei uma mesa mais discreta para esperar o Luan, que demorou um pouco para chegar, mas logo me avistou e apontou que iria sentar comigo para um dos garçons, que o acompanhou até a minha mesa, onde eu tomava uma água com gás e ainda decidia o meu pedido.

-Boa noite Luan-o cumprimentei
-Boa noite Beca, desculpa a demora-disse se sentando na cadeira á minha frente
-Imaginei que chegaria um pouco atrasado mesmo, devido a distância do hotel
-Sem contar o tempo que esperei o meu uber chegar-riu de canto-já fez o seu pedido?-perguntou olhando o cardápio na minha mão
-Ainda não pedi nada, se quiser olhar, depois fazemos o pedido juntos
-Ótimo-sorriu pegando o cardápio á frente dele na mesa

Realizamos o nosso pedido, e enquanto esperávamos os nossos pratos, decidimos pedir um vinho, para irmos conversando e bebericando a bebida, para criar um clima amigável entre nós. Nosso jantar não demorou chegar, e enquanto jantávamos não trocamos muitas palavras, estava sendo um pouco constrangedor conversar algo sério com ele naquele ambiente.

-Luan, já estamos na sobremesa, e não chegamos a nenhum assunto sério até agora-comentei com ele, enquanto terminava minha sobremesa
-Quem escolheu vir aqui foi você, lembra?-riu comendo o resto de sua sobremesa
-É porque eu pensei que um ambiente com mais pessoas, evitaria palavras de baixo calão, e discussões
-Mas na verdade está nos deixando constrangidos-confessou colocando o pote de sobremesa vazio sobre a mesa-vou pedir a conta, e acho melhor irmos conversar lá fora, tem um parque aqui perto
-O parque costuma ser bem movimentado, mas é perigoso esses horários-suspirei-que tal no seu hotel?
-Foi onde pensei desde o início, você quem evitou ir me encontrar lá, não sou nenhum bicho papão-fez careta e nós dois rimos
-Para de ser bobo Luan, vamos pagar logo o nosso jantar e depois seguimos para o hotel
-Nada disso, eu pago o jantar, já que vou te usar de uber mesmo-ele riu de canto-é o justo
-Tudo bem, não vou recusar ter um jantar pago-ri o olhando-te espero no carro

Enquanto Luan foi pagar a nossa conta, segui para o estacionamento do restaurante, e fiquei o esperando dentro do meu carro, que logo apareceu batendo no vidro do passageiro, e ainda trouxe umas balinhas de menta que pegou de troco, me dando uma como presente, o que me fez rir. Seguimos até o hotel ouvindo as músicas internacionais que tenho no pendrive do carro, e como eu estava acompanhando o Luan, pude deixar o meu carro estacionado na garagem do hotel.

-Com certeza devem estar achando que eu sou sua peguete-ri comentando com ele no elevador, após passarmos juntos pela recepção do hotel, e as pessoas nos olharem cochichando
-Mal sabem que temos uma filha juntos-ele riu-mas nos hotéis que eu fico, isso é normal acontecer-disse na maior cara de pau
-Todos sabem da sua fama com as mulheres, estranho deve ser quando não tem nenhuma no seu quarto
-É raro, mas acontece, só quando eu tô muito cansado e quebrado, ai durmo sozinho mesmo
-É muito safado e não nega as putarias que faz
-Sou um homem livre, não posso curtir minha liberdade?-me olhou todo sedutor
-Pode curtir á vontade, agora chega desse papo sem futuro, porque chegamos no seu andar

O elevador parou no andar em que ele estava hospedado, e Luan logo passou o cartão na porta do quarto em que estava, e claro que era um quarto de luxo, não esperava menos que isso, pois ele sempre fica nos melhores quartos.

-Vamos ao que nos interessa Luan, porque não quero chegar tarde em casa, e amanhã eu ainda trabalho-fui direta, assim que entramos no quarto dele
-Eu só quero tentar me reaproximar da Letícia, mas não sei como fazer isso-ele suspirou
-Ela ainda está muito magoada com você, e evita ao máximo saber sobre você
-Será que se eu tentar ver ela, falar com ela, eu vou ser rejeitado?
-A Letícia tem a personalidade forte, e eu te juro que tenho tentado fazer ela voltar a falar com você, mas ela não me dá ouvidos
-Errei feio com ela, não posso esperar que ela me perdoe tão fácil-ele suspirou triste-mas isso está acabando comigo, eu me culpo todos os dias, ela tá me castigando demais Beca, será que eu mereço tanta rejeição?
-Luan, é difícil compreender o que ela sente, o que ela pensa, levei ela na psicóloga, em outros profissionais, mas todos falam que ela precisa de tempo, que temos que ter paciência, que ela vai te perdoar, que ela vai querer ter contato com você
-De quanto tempo a mais ela precisa Beca? eu tô perdendo dia após dia, um pouquinho da minha filha-ele deixou lágrimas caírem-estou perdendo tanta coisa, e o principal de tudo, é o amor dela
-Eu sei que não é fácil para você-fui até ele o consolar-e mesmo com a Letícia te dando esse gelo, você não deixa de mandar o dinheiro da pensão, não deixa nada faltar a ela, você tem feito sua parte, e eu reconheço isso, sua mãe me ligou tantas vezes angustiada, dizendo o quanto você chora quando está sozinho no seu quarto, porque você não está sofrendo sozinho, todos a sua volta estão vendo e sentindo a sua dor, eu tento fazer a nossa filha perdoar você, mas isso não depende só de mim, se eu pudesse fazer alguma coisa a mais para melhorar essa situação entre vocês, eu juro que eu faria-o olhei nos olhos, também deixando lágrimas escorrerem
-Obrigada pelo apoio e compreensão Beca-ele sorriu em meio as lágrimas-pelo menos você não me julga e não me crucifica, acho que se fosse outra mulher no seu lugar, teria ódio de mim e faria a minha filha me odiar mais ainda
-Porque eu faria a Letícia te odiar? eu não iria ganhar nada com isso, e na verdade eu estou enlouquecendo com ela-respirei fundo o olhando-e também preciso de você para me ajudar nisso, eu tento dar a melhor educação a ela, mas ela está terrível, tem dias que eu perco a paciência com ela, mas dar castigo já não adianta mais, Luan, eu preciso de você para me ajudar, porque está sendo complicado lidar com toda a oscilação de humor da nossa filha sozinha
-Soube mesmo que ela tem chateado e estressado você-ele suspirou-a Marina quando aparece lá em casa e eu estou de folga, me conta tudo, mas eu não posso fazer nada, se nem me ver ela quer
-Precisamos mudar essa situação Luan, nós somos os pais da Letícia, precisamos impor limites, e fazer ela parar com essa birra contra você, nós temos que deixar de ser moles com ela, e mostrar que nós mandamos nela, mesmo com malcriação, cara feia, e ela não gostando disso, ela é nossa responsabilidade, e se você quiser ir amanhã lá em casa, eu acho que vai ser bom para a Letícia ter esse choque de realidade
-Nossa, agora senti firmeza-sorriu de canto me olhando-nós só temos que pegar leve Beca, porque eu não quero ela me odiando mais ainda, e nem que comece a odiar você
-Luan, nós já temos pegado leve até agora, a Letícia está crescendo, e precisa entender que ela tem que nos respeitar, e principalmente respeitar você, que mesmo não morando com ela, ainda é o pai dela, e merece participar da vida dela, da educação, do crescimento, e tudo mais
-Sim, mas eu não quero forçar a barra, não nesse momento
-Esse é o momento exato para pegar pesado, ou quer esperar ela chegar na adolescência para darmos uma dura nela? você sabe que é a pior fase para lidar com um filho, porque também tem os hormônios e...
-Entendi Beca, não quero ter esse assunto agora, vamos com uma coisa de cada vez-ele respirou fundo me olhando-vou beber algo, para aliviar a tensão que você criou com essa coisa de adolescência-disse indo até o frigobar
-Prefiro não imaginar a Letícia adolescente, acho que vai nos dar tanta dor de cabeça, que a gente nem calcula-ri imaginando
-Isso não tem graça, quer um pouco de whisky?-me ofereceu com um copo cheio de gelo
-Já tomei vinho no jantar, não quero mais nada de álcool por hoje
-Pois eu quero-disse virando uma dose que colocou no copo-pelo visto vou precisar disso para me distrair e me fazer dormir essa noite
-Boa sorte com a ressaca amanhã-ri o olhando e me levantando da cama dele, onde eu estava sentada-acho que não temos mais nada para falar, então vou indo embora
-Tem certeza que já vai?-me olhou triste-fica mais um pouco, para a gente conversar mais
-Conversar sobre o que Luan? o único assunto que tínhamos para tratar era esse
-Mas eu quero companhia, alguém para conversar-me olhou como um menino carente-custa ficar mais um pouco?
-Não custa nada-respirei fundo-mas não posso ir embora tarde
-Beleza-sorriu me olhando-vamos jogar algo legal então-disse todo feliz mexendo no playstation conectado a TV
-Lá vem você com seus jogos malucos, inclusive a Letícia ama os jogos que você deu a ela, e nem a raiva que ela está de você, faz ela evitar jogar os jogos que você deu a ela
-Adoraria jogar com ela-suspirou pensativo-comprei uns novos bem massa, mas alguns não quero que ela aprenda, são bem violentos
-De violenta já basta ela-ri o olhando, e ele também deu risada

Luan colocou um jogo para jogarmos juntos, e ele é claro que ganhou todas as vezes, pois eu não sabia muito como funcionava o jogo, então ele aproveitava para acabar comigo em todas as rodadas.

-Ganhei mais uma-ele comemorava rindo, enquanto eu estava com a cara fechada, por perder mais uma vez
-Não precisa me humilhar, você ganhou todas, só estou jogando para perder, qual a graça disso?
-É engraçado te ver irritada por perder o jogo-ele riu me olhando
-Sempre que eu estou pegando o jeito, você vai lá e me mata
-É porque você está sem motivação para ganhar o jogo-sorriu me olhando de um jeito sacana-vamos fazer uma aposta agora, se eu ganhar dessa vez, eu tenho a chance de te pedir o que eu quiser e você vai ter que cumprir, mas se você finalmente ganhar, sou eu quem faço o que você quiser
-Você fala isso porque sabe que vai me esculachar de novo no jogo, mas o que eu vou ter que fazer?-o olhei desconfiada e ele riu
-Só depois do jogo você descobre, então você topa?
-Essa é a última vez Luan, mesmo eu perdendo ou ganhando, porque já cansei desse jogo chato

Iniciamos outra vez o jogo, e eu estava confiante, pois quase ganhei nas últimas duas vezes, eu só precisava ser um pouco mais rápida, então prestei muita atenção em cada movimento, e o Luan me olhou arregalado quando viu que eu estava com a pontuação mais alta que a dele, sorri de canto, e estava pronta para comemorar a minha primeira vitória naquele jogo idiota, quando o Luan ativou do nada um modo que fez o jogador dele passar na minha frente e ele ganhar mais uma vez a jogada.

-Você roubou na cara dura, que vitória mais suja-disse indignada ao final do jogo
-Lamento informar Rebeca, mas eu ganhei de novo-comemorou rindo-não tenho culpa se eu sei como alimentar os poderes do meu jogador
-Você é trapaceiro, isso sim
-Minha vitória foi muito justa, e por isso eu vou cobrar a minha parte da nossa aposta-sorriu safado-então, você me deve um beijo
-Só isso?-o olhei com deboche e beijei rápido a bochecha dele-pronto, está pago
-Mas não especifiquei o tipo de beijo-disse olhando na direção da minha boca-quero um de verdade, sentindo seus lábios nos meus-alisou meu lábio inferior com ponta do seu dedo indicador
-Luan, é melhor pararmos com isso-respirei fundo o olhando, e sentindo o toque do dedo dele nos meus lábios
-Ta falando isso por causa do doutor? pensei que vocês tinham terminado, ouvi a Bruna e a Marina comentando sobre isso...
-Então isso fazia parte do seu plano?-o olhei indignada-você acha que eu terminei com o Léo, e por isso eu posso sair te beijando?
-É só um beijo Rebeca, você prometeu que cumpriria se perdesse o jogo pra mim
-Você faz tudo de caso pensado-respirei fundo o encarando-mas tudo bem, é só um beijo mesmo

Me aproximei dele segurando em seu queixo, e fui colando lentamente nossos lábios, até dar um beijo de leve nele, como se fosse um selinho.


-Satisfeito?-disse o olhando após o dar um selinho e ele suspirou
-Isso não é beijo Rebeca, beijo de verdade, é assim-me surpreendi com ele passando a mão por dentro dos meus cabelos e me puxando para um beijo


Ainda surpresa com a atitude dele, correspondi ao beijo, pois ele tinha um beijo viciante, era impossível ter contato com aqueles lábios e querer desgrudar deles, então logo o senti pedindo espaço para introduzir sua língua em minha boca, a tocando na minha, o que nos fez entrelaçar nossa línguas, tornando um simples beijo, em algo quente e delicioso, pois eu sentia os resquícios de whisky na língua dele, entrando em choque com os resquícios da bala de menta, que por coincidência ou não, eu havia acabado de chupar, para melhorar mais ainda o nosso incrível beijo. Quando o folego começou a nos faltar, fomos encerrando suavemente com alguns selinhos, e eu ainda estava extasiada por aquele beijo, quando o encerramos sorrindo um para o outro, com ele fazendo carinho em meu rosto e não me deixando ficar longe de seu hálito quente.

-Rebeca, faz amor comigo-pediu num sussurro, com nossos lábios ainda próximos
-O que?-o olhei ainda ofegante-Luan, já nos beijamos, não acha melhor pararmos por aqui?
-Porque parar por aqui, se a gente pode ir além? se queremos ir além? no nosso beijo eu senti isso-fez carinho em meu rosto enquanto olhava em meus olhos
-Mas Luan, a gente não pode...
-O que nos impede? seu ex namorado?
-Ele não é meu ex namorado, só estamos dando um tempo-respirei fundo tentando desviar do olhar dele
-Dar um tempo, é quase o mesmo que estar solteira, livre e desimpedida-deu um risinho safado me olhando
-Mas nós não podemos Luan, a gente não pode ficar fazendo isso, nos machucando e...
-Se você me negar, tenho certeza que vai doer muito mais em nós dois-suspirou me fazendo carinho-faz amor comigo, só mais uma vez
-É muito arriscado...-o olhei me sentindo tentada
-Faz amor comigo, só hoje, faz amor comigo, só hoje, se ele te ligar cê faz um doce...-começou a cantarolar e eu ri
-Você sempre tentando ganhar suas conquistas com música
-São as armas que tenho para usar, e então, vamos fazer amor mais uma vez?-perguntou me olhando de um jeito sexy e eu respirei fundo
-Só hoje-respondi sorrindo e ele sorriu de volta me puxando para um beijo mais calmo, porém com pegada e muito desejo


Confesso que eu estava brincando com fogo, e sabendo que dessa vez eu sairia queimada, mas eu não podia negar o desejo que tinha por ele, a vontade de mais uma vez estar entregue a ele, de sentir seus beijos, seus toques, de explorar mais uma vez aquele corpo, e de ser explorada por ele, por mais que o tempo passe, e a gente se distancie, o nosso fogo nunca vai se apagar, e sempre vai nos trazer de volta aquela sensação única de estarmos nos amando. Em meio aos beijos Luan nos conduziu até a cama, se deitando sobre mim, que homem gostoso, que homem forte, logo puxei sua camisa para ele se livrar dela, e ele me devorava com seu olhar, me ajudando a despi-lo, depois ele veio arrancando minha blusa, e estava tão cedendo que arrancou logo o meu sutiã para se deliciar com os meus seios, os chupando feito louco, me fazendo delirar enquanto sugava meus bicos já rijos de tanta excitação.


-Gostosa-disse safado passando a língua nos meus seios e depois os apertando
-Continua mais para baixo Luan, vai logo...-o implorava para ele descer, e ele sorriu safado sabendo o que eu queria

Ele iniciou uma trilha de beijos pela minha barriga, e depois foi abaixando a minha calça, a arrancando com pressa, junto com a minha calcinha, que já estava encharcada de tanto tesão.

-Bem molhadinha, que delícia-sorriu safado lambendo seus próprios lábios
-Sei que gosta assim, então aproveita e se lambuza-o olhei safada
-Vou me lambuzar todinho com você

Senti ele me penetrar dois dedos, enquanto me olhava safado, e depois de brincar com seus dedos entrando e saindo de dentro de mim, o senti me invadir com sua língua quente, me fazendo arfar puxando meus cabelos e os dele.


Confesso que nunca fui tão feliz na cama, como eu era nos momentos que eu tinha com o Luan, ele conhecia tão bem os meus pontos de prazer, além de fazer tudo com tanta perfeição, já fingi muito orgasmo para alguns homens, mas com ele o difícil era não gozar logo que ele começava a me tocar. Fechei os olhos sentindo ele se deliciar com minhas pernas abertas só para ele, e me permiti gemer de prazer, enquanto quase arrancava os lençóis a minha volta na cama, e logo senti meu corpo tremer, se entorpecer, e eu queimava por dentro atingindo ao meu ápice, enquanto ele me lançava seu olhar sexy de dever cumprido, lambendo seus próprios lábios.

-Que delícia, você é minha delícia-disse subindo safado sobre mim e me dando um beijo quente

Durante o beijo, senti meu próprio gosto na boca dele, que ele fez questão de me mostrar, com sua língua sugando a minha, e aquilo só me fazia desejar mais ainda ter aquele homem, dar e sentir prazer com ele.

-Agora me deixa retribuir-sussurrei safada e ofegante após o nosso beijo
-Não precisava nem pedir-sorriu safado se deitando ao meu lado e me puxando para ficar em cima dele

Aproveitei para beijar aquele corpo, lamber, arranhar e o deixar cheio de tesão enquanto enrolava para arrancar sua calça e sua cueca, o lancei meu olhar mais penetrante e sexy, enquanto me livrava do resto de sua roupa, o deixando com o pau ereto e exposto na minha frente.

-Vai logo Rebeca, faz o que sabe de melhor-me implorava com voz de tesão
-Ta muito apressado-ri maliciosa-mas como eu estou com um bom coração hoje, não vou te deixar sofrer por tanto tempo-sorri o olhando safada e segurei em seu pau o massageando-gosta assim?-o perguntei e ele assentiu mordendo os próprios lábios
-Continua...-me pedia cheio de tesão

Fiquei o massageando com as mãos, até sentir ele endurecer mais do que já estava, e sem fazer cerimonia o coloquei em minha boca, fazendo Luan soltar um gemido satisfatório, o senti grudar uma das mãos em meus cabelos, enquanto eu o movimentava com a mão e chupava gostoso apenas a pontinha, o que o deixava louco, querendo me empurrar para engolir mais o seu pau.


Como Luan tanto queria, o engoli todo de uma vez, quase engasgando com a força que ele colocou para empurrar o seu pau dentro da minha boca, e ao invés de me olhar preocupado, o safado me olhou com mais tesão enquanto mordia seus próprios lábios, e segurava firme em meus cabelos para continuar o que eu fazia. O chupei até ele gozar, e por pouco não engoli o seu líquido, pois Luan estava muito safado e não me deixava tirar a boca do seu pau enquanto ele gozava.

-Quase me engasgou seu doido, nunca mais faça isso comigo-o olhei brava e ele deu risada
-Desculpa meu amor, é que a sensação de gozar com você me engolindo é sensacional-sorriu safado
-Você ta muito sacana comigo hoje, isso porque estava me implorando para fazer amor contigo, agora imagino se estivesse pedindo só sexo, estaria me tratando igual uma puta-o olhei me sentindo ofendida
-Não quero que se sinta assim, me desculpa-me olhou arrependido-vem cá, prometo que agora só vai ser com carinho
-Não sei se devo confiar em você-me sentei na cama o olhando emburrada
-Beca, vem fazer amor comigo, bem gostosinho, com carinho, com beijinho-disse de forma fofa engatinhando até mim e me abraçando-vamos fazer amor-sussurrou no meu ouvido e foi beijando o meu pescoço, me fazendo suspirar
-Nem sei porque tento negar algo a você-arfei me rendendo a ele, que sorriu safado me abraçando pela cintura e se deitando comigo na cama
-Prometo que não vai se arrepender-sussurrou bem sexy, enquanto encaixava nossos corpos nos deitando na cama, e me envolvia em um beijo quente


Nos entregamos por completo naquele beijo, com nossos corpos colados e suados, queimando de desejo um pelo outro, não tínhamos receio em nos tocarmos, em explorarmos um o corpo do outro, entre beijos, caricias, mordidas, arranhões, a nossa maior vontade era sentir o quanto de prazer um proporcionava ao outro, da forma mais gostosa e intensa possível. Em meio a todo o nosso amasso, senti Luan se posicionando para me penetrar entre as minhas pernas, pois eu já sentia seu pênis pincelando a minha entrada quente, por mais que eu quisesse aquilo, e estava louca para senti-lo mais uma vez, tive que dar ouvidos a voz da razão.

-Luan, cadê a camisinha?-o fiz paralisar na hora e me olhar com interrogação
-Mas a gente não precisa disso, você não toma nenhum contraceptivo?-me perguntou
-Sim, mas eu prefiro que a gente se proteja, entende?-o olhei compreensiva e ele suspirou assentindo
-Sorte que sempre tenho camisinha na mala-sorriu safado piscando para mim, e se levantou indo pegar os preservativos
-Ta ai mais um motivo pelo qual prefiro não arriscar fazer sexo com você sem proteção, é o maior galinha-disse sincera e ele me olhou ofendido
-Não precisa ofender, eu fico com outras mulheres, mas sempre me protejo com elas, também tenho medo de pegar alguma coisa, fica tranquila que não vou te transmitir nada-disse vindo para a cama enquanto colocava um preservativo
-Então não fica com essa cara de emburrado, e se vier me foder contrariado comigo, prefiro que não role mais nada entre a gente-disse me cobrindo com o edredom e ele me olhou como um menino carente
-Poxa Beca, não estou contrariado com você, só não achei legal você expor o que pensa de mim dessa forma, mas vamos voltar ao clima que a gente estava, não judia de mim dessa forma-disse puxando o cobertor de cima de mim e ri o olhando
-Você é muito fácil de manipular quando o assunto é sexo-ri da cara que ele fez-mas chega de conversa, e vamos voltar ao que nos interessa, porque não podemos desperdiçar essa camisinha
-Não vamos desperdiçar mesmo-sorriu safado já vindo para cima de mim e me dando um beijo


Ainda em meio ao beijo, fui pega de surpresa com ele me penetrando, gemi com a surpresa, e abri bem as minhas pernas para ele se encaixar melhor dentro de mim, o que nos fez gemer juntos com nossas bocas quase coladas, um sentindo a respiração ofegante do outro, e ele socando seu pênis de forma lenta e forte dentro de mim.


Mesmo que o momento estivesse sendo intenso e quente, no fundo eu sentia que ele estava cumprindo com o que prometeu, me dando carinho a cada estocada, distribuindo beijos em meu rosto e em minha boca, o que me fazia sentir amada, única e capaz de dar prazer a ele, sem abandonar a nossa boa e velha paixão. Com um jeitinho fofo e carinhoso, ele me pediu para trocarmos de posição, e quando saiu de dentro de mim me beijou de forma apaixonada, nos fazendo sorrir juntos no final, e como eu sabia o que ele iria querer, me deitei de barriga para baixo na cama, logo sentindo ele se deitando sobre minhas costas, distribuindo beijos por minha coluna, até a minha bunda, e a acariciando no final.

-Luan, está cedo para querer anal-o avisei e ele riu
-Só estou te dando carinho, e admirando essa bunda maravilhosa-disse em tom safado
-Me fode logo, vai...-mal terminei de pedir já o sentindo me penetrar, e gemi o sentindo se mover lentamente dentro de mim


-Ta gostoso assim?-perguntou me estocando devagar
-Uma tortura deliciosaaa aaah...-gemi
-Fica de quatro-disse autoritário e sorri safada me posicionando como ele pediu, o sentindo ainda dentro de mim, e quando menos esperava ele começou a dar estocadas mais fortes, e veio beijando meu ombro, o mordendo de leve, enquanto me ouvia gemer de maneira mais satisfatória


Eu gostava muito dessa posição com o Luan, e sabia que era uma das preferidas dele também, para provocá-lo eu empinava cada vez mais minha bunda, e ele me grudava mais em seu corpo quente, e me penetrava cada vez mais forte, até ele começar a me puxar para ficar ajoelhada na cama, com ele ainda se movimentando dentro de mim, nos deixando loucos de prazer, gemendo juntos palavras desconexas, e meu tesão era tanto que comecei a apertar os meus seios, sentindo Luan suando atrás de mim, e ele já arfava, dando sinais que a qualquer momento chegaria no seu ápice.


Não demorou para eu sentir que o Luan gozou, e estava parado recuperando o ar, ainda com nossos corpos colados.

-Que delícia sentir você de novo-sussurrou carinhoso me dando um beijo no pescoço e respirando fundo enquanto me abraçava por trás
-Digo o mesmo-sussurrei de volta e senti ele sair de dentro de mim-já acabou?-o olhei se levantando e indo jogar o preservativo fora
-Espera um pouco-ele puxou o ar e eu dei risada
-Ainda não tô satisfeita, acho que vou ter que fazer isso sozinha-o olhei safada me deitando na cama com as pernas abertas e começando a me tocar
-Não faz isso comigo Rebeca-me olhou mordendo os próprios lábios
-Então só assiste-o olhava safada enquanto me tocava e ele se sentou na minha frente admirando o que eu fazia


-Vai mesmo ficar só olhando?-o instigava
-Você é fogo, e eu já estou todo queimado-sorriu safado vindo sobre mim

Luan veio me dando um beijo quente, e durante o beijo eu ainda me tocava, quando senti ele colocando sua mão sobre a minha, me deixando mais cheia de tesão.


Com a ajuda dele, eu estava me dando prazer, mas eu queria sentir ele dentro de mim, quando o pedi para fazermos um 69, e assim eu iria o estimular de novo, mas nem seria necessário ficarmos muito tempo nessa posição, pois ele logo estava bem animado outra vez, e eu louca para sentar bem gostoso nele.


Dessa vez não ficamos no 69 até gozar, pois quando o vi com o pau ereto, peguei uma camisinha das tantas que o Luan jogou em cima do móvel ao lado da cama, a coloquei nele, e logo o olhei safada, já me sentando em cima dele, e começando a rebolar, em um vai e vem, que nos fez delirar juntos com o meu grau de tesão, e ainda coloquei meus seios no rosto dele, o que ele entendeu que era para chupa-los, enquanto me ajudava no movimento, com as mãos segurando de maneira firme e forte o meu quadril e a minha bunda.


[...]

Nossa noite quente só terminou, quando eu cheguei no meu ápice, mas ainda ficamos na cama trocando beijos, com nossas pernas entrelaçadas, e nossos corpos nus colados embaixo do cobertor.

-Queria saber onde você aprendeu tanta coisa-disse Luan rindo safado enquanto alisava meus cabelos
-Tanta coisa na cama?-o olhei rindo e ele assentiu com cara de safado-sou uma mulher vivida, ou acha que só transei com você e meus ex's?
-Também sou um homem vivido, muito mais do que você, só que você tem um jeito único Rebeca, e eu não sei explicar o porque me sinto tão atraído por você-me olhou nos olhos
-Luan, nós temos uma história juntos-suspirei entrelaçando nossas mãos-e vamos ter para sempre algo que nos une, que é a Letícia, então não fica procurando motivos ou razões, só se permita sentir-fiz carinho no rosto dele e ele sorriu
-Beca, é tarde demais para te pedir para voltar pra mim?-me perguntou enquanto me olhava profundamente
-Sim, por mais que seja bom transarmos, eu não sei se consigo voltar para você-o disse com sinceridade e ele suspirou
-Então me perdoa-disse alisando meu rosto-vamos fazer desse momento a nossa reconciliação, vamos passar uma borracha nos erros do passado, em tudo de ruim que aconteceu, e vamos começar a partir de hoje uma nova história juntos Rebeca-sorriu enquanto me olhava-eu sei que percebi tarde demais que eu te amo, e que a minha vida só tem sentido se eu estiver com você, mas te peço uma última chance, volta pra mim?
-Foi bom enquanto durou Luan, nossa noite foi incrível, mas eu não posso voltar com você-suspirei o olhando e tomei coragem para me levantar da cama
-Beca, me perdoa-o senti me segurar pela cintura, fazendo nossos corpos se colarem outra vez-não vai embora meu amor, fica comigo, não só essa noite, mas o resto da vida, fica-sussurrou carinhoso me puxando para um beijo, que eu logo cortei
-Luan, não começa a confundir as coisas, essa noite foi um erro-suspirei o olhando-eu não devia ter aceitado tão fácil ir para a cama com você, mas já que aconteceu, vamos fazer dessa noite a nossa última noite juntos, pois eu quero voltar com o Léo, é ele quem ficou comigo no meu pior momento, e se hoje ainda estou aqui, é graças a ele, enquanto que você estava pouco se lixando se eu iria morrer ou viver, estava curtindo sua vida, com festas, farra, mulheres, e agora que está sozinho, acha que uma noite de amor é capaz de me fazer voltar para você, sendo que isso só significou que você continua a mesma pessoa vazia Luan, que quer ganhar tudo no sexo, no jeito romântico e dramático, mas a vida não é assim, sinto muito se estou te jogando um balde de água fria após uma transa maravilhosa, mas é isso que esse momento significou pra mim, apenas sexo
-Não foi apenas sexo, Beca, eu sei que você ainda me ama, eu sei que sou um lixo, um canalha, um...
-Por favor, não começa a se humilhar e se rebaixar desse jeito Luan, apenas aceita que entre nós nunca mais vai existir nada, além de uma amizade, e consideração, porque você é o pai da minha filha
-Pelo menos fica comigo o resto da noite-me olhou todo carente-dorme comigo Rebeca, amanhã a gente senta e conversa melhor sobre isso, não estraga o que a gente viveu
-Quem está estragando tudo é você, com esse papo chato de me querer de volta, em momento nenhum eu disse que voltaria pra você Luan, então não começa a romantizar a nossa transa
-Como não vou romantizar se você aceitou fazer amor comigo? eu te disse que queria fazer amor com você, te dar amor Rebeca, porque eu te amo, porra, eu te amo, vê se entende, eu te amo-começou a falar igual um louco desesperado
-Estou ficando com medo de você-o olhei me afastando dele, e ele me soltou-melhor eu colocar minha roupa e ir embora
-Mas está tarde, dorme aqui, vai ser melhor para você
-Eu sei me virar, sei ir embora sozinha, obrigada pela preocupação

Me levantei da cama, com o olhar de desapontamento do Luan sobre mim, e comecei a me vestir sob os olhares dele, me sentindo envergonhada pelo o que aconteceu entre nós, e começando a me culpar por ser tão idiota e deixar o meu lado que ainda queima de desejo por ele falar mais alto nessa noite. Antes de ir embora, fui me limpar no banheiro, pois estava cheia de marcas dele pelo meu corpo, e precisava fazer xixi, respirei fundo me olhando no espelho, e arrumei meu cabelo que estava todo bagunçado, ajeitei minha maquiagem, e saí do banheiro o vendo ainda deitado nu sobre a cama, coberto apenas da cintura para baixo, me olhando como um cão arrependido, e com um cigarro aceso.

-Vai mesmo embora?
-Sim Luan, ainda mais agora que você ascendeu isso-disse brava apontando para o cigarro
-Não tenho culpa se é a forma que tenho de me aliviar, de tirar as dores que sinto-disse tragando o cigarro e neguei o olhando
-Luan, você está acabando com si mesmo, para com isso enquanto é tempo
-Vou parar porque? não posso mais fazer o que eu quero, com a minha própria vida?
-Claro que pode, só lamento que você está escolhendo só aquilo que te mata mais cedo
-Minha vida é uma merda mesmo-suspirou tragando mais um pouco daquela fumaça
-Lamento que pense assim, mas se amanhã quiser agir como pai, te espero no meu apartamento para conversarmos com a Letícia
-Vou estar lá-piscou pra mim e assenti-Beca?-me chamou, então o olhei antes de sair-obrigado pela nossa noite-sorriu me olhando e sorri de volta
-Desculpa se ela não terminou como você planejou, mas foi bom enquanto durou

Saí do quarto de hotel em que Luan estava hospedado, e preferi não olhar para trás até entrar no elevador, onde fechei os olhos, e me culpei por ser tão burra, meu pior erro foi ter tido essa noite com o Luan, o enchido de expectativas, e depois tê-lo magoado, jogando a realidade na cara dele. Mas agora eu não podia mais voltar atrás, pois no fundo eu queria ter mais uma vez com ele, sempre me pegava pensando nisso, e imaginando ter o Luan por mais uma única vez, e agora que matei minha vontade, eu torcia para que ele parasse de me procurar, e parasse com essa história de querer voltar comigo, pois eu sofri muito por culpa do Luan, e das frustrações que passei em todas as vezes que nos envolvemos, então não quero voltar a sofrer, e o remédio para curar e limpar todo esse sofrimento, eu sabia exatamente qual era, o meu bom e amável doutor Leonardo, que é o único homem digno do meu amor, respeito e fidelidade.

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Olá amores, capitulo quenteeeee, será que depois de todo esse fogo é o fim oficial entre eles? quem ainda está acompanhando, por favor comente, é muito importante saber quem ainda está aqui acompanhando a história, sei que está sendo demorado os capitulos, mas eu tento ao máximo continuar postando para vocês, então não me abandonem, que logo tem mais, beijos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Capitulo 62 - Dramatizando.

 *Luan on.

Eu estava me sentindo o pior homem da face da terra, o pior pai, o pior ser humano, não conseguia acreditar na tamanha idiotice que fui capaz de fazer, trocar estar com a minha única filha em um dia especial para ela, para conceder uma droga de entrevista internacional, que durou menos de 15 minutos. A raiva só não era maior do que a culpa, pois estraguei minha imagem com a minha família, ganhei sermão da minha mãe e das minhas irmãs, fora os xingamentos, eu estava literalmente enterrando minha vida no lixo, e a minha maior dor era saber que nunca mais a Letícia vai me amar como antes. Não conseguia dormir tranquilo, e nem iria dormir, enquanto não pudesse me desculpar com a minha filha, ou pelo menos tentasse, porque sei que ela não vai querer me ver tão cedo. Voltei para o Brasil na primeira oportunidade que tive, e preferi pousar direto no Rio de Janeiro, pois estava sem condições de ir para casa, para ficar ouvindo todos ali me julgando e condenando, então como já havia reservado um quarto para ficar em um hotel, iria tentar descansar, para no outro dia bem cedo ir atrás da Letícia, pois queria esperar a poeira abaixar antes de procurá-la. A segunda feira amanheceu lentamente para mim, que mal dormi vendo as horas passarem, tentei compor, jogar alguma coisa no celular e na TV, ver um filme ou série, para tirar a culpa da minha cabeça, mas estava difícil, pois era um sentimento pesado demais dentro de mim, e não estava mais aguentando aquilo, quase enlouqueci querendo fazer uma besteira, mas pensei em como seria mil vezes pior para a minha filha, se eu fizesse aquilo, e por ela eu estava tentando não fazer nada para me arrepender depois, mais do que já estou arrependido. Segui até o apartamento onde minha filha mora, com a mãe e a avó materna, e no caminho eu tentava pensar no que iria falar para a minha pequena, pensei em levar presentes, ou coisas que ela gosta, mas nada iria adiantar, pois com certeza iria parecer que eu quero comprar o amor da minha filha, e eu a amo de graça, a amo porque ela é tudo para mim, então quero que ela me ame da mesma forma. Fui recebido por Rebeca, com uma cara nada amigável, e eu implorei por ajuda, pois eu estava perdido, desesperado, então acabei chorando muito na frente dela, me detonando, e era visível o olhar de pena que ela tinha por mim, até que ela me abraçou quando eu já não sabia mais o que falar, e naquele abraço eu desabei, me desarmei e deixei tudo que estava me matando sair, ela era boa demais para mim, me ouviu falar tantas besteiras, tem todos os motivos do mundo para me odiar, pois fui um péssimo pai, péssimo namorado, e mesmo assim, ela só me abraçou e me consolou.


-Quer uma água?-perguntou após nosso longo abraço e o meu incessante choro, começar a cessar
-E se não for pedir muito, traz um analgésico-a pedi num sussurro de voz, pois minha cabeça estava doendo de tanto chorar
-Vou fazer um chá para ver se te acalma, enquanto isso respira um pouco Luan-disse seguindo para a cozinha e assenti me sentando no sofá da sala
-Oi Bruno, você assistiu meu momento de sofrimento, por isso veio me consolar?-disse alisando o cachorro que subiu no sofá ao meu lado e logo quis subir em meu colo-me ajuda a fazer a Letícia não me odiar, sei o quanto ela gosta de você amigão

Fiquei brincando com o cachorro e conversando com ele, até Rebeca voltar com uma xícara de chá, e analgésico, mesmo eu sendo um merda, ela demonstra se preocupar comigo e quer cuidar de mim.

-Que situação deplorável a sua-ela suspirou me olhando, enquanto eu tomava o chá de camomila
-Eu sei que a culpa é minha, então não joga isso na minha cara-suspirei pesado
-Luan, não estou jogando nada na sua cara, se você está sendo capaz de se culpar e reconhecer seus próprios erros, eu não vou ficar te crucificando, você faz isso sozinho
-Acho que eu estou colhendo o que plantei, e nem lembro de ter plantado-respirei fundo fechando os olhos-eu devo ter sido muito ruim para você, antes da Letícia nascer, então me perdoa, por aquilo que eu não lembro que fiz
-Na verdade você era bem melhor antes, virou um babaca depois do acidente, porque esqueceu da nossa história, esqueceu dos nossos sonhos, nossos planos...-suspirou pensativa-mas o destino não quis a gente junto Luan, de nenhuma forma, porque tentamos antes, tentamos depois, mas nunca deu certo, acho que era só para a Letícia ter nascido mesmo
-Pelo menos algo bom nasceu de nós, e até isso eu consegui estragar
-Pelo amor de Deus, não começa com drama de novo Luan-ela revirou os olhos-já ouvi seu choro, seu lamento, então chega de ficar se culpando
-Desculpa Beca, é inevitável, eu só quero que a Letícia me escute e me perdoe, será que consegue me ajudar?
-Eu não vou fazer nada, quem vai fazer é você, se quiser ficar aqui esperando ela chegar da escola, eu não me importo, só que não vou forçar ela a nada, se ela não quiser te ver nem pintado de ouro

Resolvi ficar esperando minha filha chegar da escola, e eu mal tinha assunto com Rebeca, que estava visivelmente incomodada com a minha presença e com a demora da nossa filha.

-Vou pedir meu almoço, vai querer algo?-Beca me perguntou, e neguei, pois já estava me sentindo folgado demais, mas na verdade é que estava sem fome
-Não vou querer nada, obrigado
-Depois não vem falar que ta com vontade e vai querer beliscar minha comida

Fiquei ouvindo Rebeca escolher seu almoço, até que levamos um susto com alguém abrindo a porta, e logo vejo minha filha com um bico enorme cruzando a porta da sala, com a mãe de Rebeca logo atrás dela, já vendo o seu olhar ríspido em minha direção.

-O que ele ta fazendo aqui?-perguntou toda irritada para a mãe dela, sem sequer se aproximar de mim
-Le, o seu pai quer conversar com você-Rebeca a informou
-Não tenho pai nenhum, manda ele embora-disse irritada seguindo para o próprio quarto e batendo a porta, o que me deixou péssimo
-Você ouviu Luan-Rebeca respirou fundo me olhando-é melhor você ir embora
-Na verdade nem sei porque apareceu por aqui, Rebeca, porque deixou esse homem entrar aqui em casa?-disse a mãe dela me olhando ríspida
-Mãe, não começa a dramatizar também, já não basta a Letícia revoltada
-Você que arrumou essa encrenca minha filha, então você que resolva-disse a mãe de Rebeca me olhando feio e seguindo para a cozinha
-Como você percebeu, ninguém quer você aqui Luan-disse Rebeca
-Sou mais odiado do que imaginava-suspirei sentindo meu peito doer-será que ela não vai querer me ver nunca mais mesmo?
-Nunca mais é meio impossível, no máximo só até a raiva dela durar, mas eu te avisei que não seria boa ideia aparecer aqui
-Pelo menos tentei-olhei triste na direção do quarto da minha filha-queria tanto receber um abraço caloroso, um beijo cheio de carinho da minha princesa
-Você magoou ela profundamente Luan-Rebeca suspirou-tem sido muito difícil lidar com ela nesses últimos dias, então para o seu próprio bem, acho melhor você ir embora
-Mas e se eu tentar falar com ela?-olhei na direção do quarto da minha filha-eu já estou aqui Rebeca, sei que vou ouvir coisas absurdas, vou ser xingado, mas eu quero tentar
-Não acho que seja boa ideia Luan, vai ser pior para você e para ela, isso vai fazer mal para vocês dois
-Mais mal do que eu já estou, impossível-suspirei a olhando-então será que posso ir no quarto da Letícia?
-Faça o que quiser, só não esquece que eu te avisei que não foi boa ideia-ela respirou fundo me olhando e deu de ombros

A olhei firme e decidido, e então segui até o quarto da minha filha sozinho, abri a porta com o coração acelerado, e tentei não fazer barulho enquanto entrava, vi que ela estava deitada em sua cama de barriga para baixo, tampando a cabeça com um travesseiro enquanto chorava, pois mesmo com o travesseiro abafando um pouco, ainda era possível ouvir o seu choro. Me senti um monstro tão terrível e abominável, por fazer isso com uma criança, pior ainda por ela ser minha própria filha, Rebeca tinha razão em dizer que estar ali seria muito pior do que antes, pois meu coração estava despedaçado em saber que deixei minha filha mal, a ponto dela chorar porque me viu. Eu estava apreensivo, com medo de assusta-la, ou dela me odiar mais, e também não estava gostado de vê-la chorando daquele jeito, aquilo só fazia minha sensação de culpa aumentar, eu realmente era o pior pai do mundo.

-Letícia?-a chamei em um fio de voz, sem me aproximar muito, pois não sabia qual seria a reação dela
-SAI DAQUI-gritou em meio aos choros abafados pelo travesseiro
-Filha, olha para mim, precisamos conversar...
-EU NÃO QUERO VOCÊ AQUI, SAIII
-Letícia, por favor, olha para mim, vamos conversar e...
-NÃO QUERO VER VOCÊ, SAI DAQUI, EU QUERO A MINHA MÃE, MÃAAE-começou a gritar pela mãe
-Oi filha, estou aqui-logo Rebeca apareceu lá dentro, certamente estava escutando tudo atrás da porta
-Mamãe, fala para ele ir embora-Letícia estava chorando muito e logo se agarrou em Rebeca que foi a abraçar
-Ele já vai-disse Rebeca me olhando, enquanto abraçava Letícia, que só chorava e nem queria me olhar
-Então eu vim aqui atoa?-não estava mais aguentando aquela situação e comecei a chorar também-Letícia, olha para mim, fala olhando para mim, que você não me quer aqui
-Luan, deixa ela quieta, não fica forçando a menina a nada-Rebeca me olhou brava
-Eu também sou pai dela Rebeca, então para de querer controlar a Letícia, e mandar e desmandar nela como se ela fosse só sua-disse irritado
-O que está acontecendo aqui?-a mãe de Rebeca entrou no quarto com uma cara nada boa-quem você pensa que é para exigir alguma coisa da minha filha e da minha neta?-me encarou-faça o favor de ir embora rapaz, não viu o que causou na Letícia?-a apontou chorando no colo da mãe-já não basta ter mentido e ferido o coração uma criança, para agora aparecer querendo dar uma de pai preocupado, achando que a minha neta é algo que pode ser manipulado por você, só porque você engravidou a minha filha, isso não o torna pai da Letícia, pois pai é quem cuida, quem cria, quem está presente, quem se importa, quem sabe respeitar os limites do filho, ao contrário de você, que desde que a Rebeca se envolveu com você, só a fez mal, e agora que você está querendo fazer o mesmo com a minha neta, então eu vou cortar o mal pela raiz e deixar bem claro para você, que se a partir de hoje a Letícia não quiser mais ver você, eu apoio a minha neta, então não força amor, não força carinho, e muito menos força uma relação de pai e filha que na verdade nunca foi grande coisa entre vocês dois, chega de nos amolar, e vai embora daqui rapaz-a velha me encarava e despejava todo o ódio por mim na minha cara
-Mãe, não precisa pegar pesado-Rebeca a olhou, enquanto ainda estava abraçada na nossa filha-não toma uma decisão dessas, isso tem que partir da Letícia, se ela vai querer ou não, ver o pai dela
-Rebeca, não venha a essa altura do campeonato defender esse cara-me apontou-ele só faz mal a você e a Letícia, quanto mais longe dele vocês duas ficarem, melhor vai ser para vocês
-Você é a mais controladora de todas, mãe, não fica pondo pilha na Letícia, e não fica me colocando no meio, porque da minha vida cuido eu-Rebeca a rebateu com um olhar irritado
-Não quero que vocês se desentendam por minha causa, e no fundo a senhora tem razão-olhei para a mãe da Rebeca-eu só causo mal por onde passo, mas eu queria tentar deixar claro para a Letícia que eu a amo-deixei lágrimas caírem-sei que ela está magoada e triste comigo, mas eu nunca faria algo para machuca-la, igual eu infelizmente fui obrigado a fazer-mais lágrimas rolaram-então Letícia, se puder me olhar, nem que seja pela última vez, olha nos meus olhos e fala que nunca mais vai querer me ver, ou saber de mim, que eu prometo te deixar em paz
-Eu nunca mais quero te ver-disse de forma ríspida me olhando de relance, voltando a se agarrar na mãe, e aquilo me fez perder o chão


-Tudo bem Letícia, vou respeitar sua decisão-respirei fundo em meio ao choro-só não esquece que eu te amo, e que eu vou estar te esperando, para quando quiser me procurar e me perdoar
-Ouviu a minha neta, melhor ir embora-disse a mãe de Rebeca quase me arrastando para sair do quarto, mas mesmo com um buraco enorme me engolindo vivo ali naquele chão, criei forças e saí andando com minhas próprias pernas, sem olhar para trás

Enquanto seguia desnorteado, para o rumo da porta de entrada e saída do apartamento, pude ouvir a mãe de Rebeca falando alguma coisa para mim, mas nem dei atenção aquela velha, e saí abrindo a porta e indo embora, com vontade de morrer naquele momento, pois com certeza só a morte aliviaria a minha dor. Entrei no elevador, e chorei feito um louco ali dentro, travei aquela merda para chorar e gritar, sem ninguém por perto, enquanto sentia vontade de arrancar meu coração, só para não sentir aquilo e não sofrer, pois agora é essa minha sina, sofrer longe da minha filha, pois essa foi a decisão dela. Saí desnorteado de dentro daquele prédio, com meus óculos escuro na cara, um moletom de capuz, e boné para tentar disfarçar quem eu sou, não somente por ser o Luan Santana, mas porque eu sentia vergonha em estar naquele estado, e comecei a andar sem rumo pelas ruas, com a cabeça baixa, deixando as lágrimas caírem, e nem me importando se alguém sabia quem eu era, pois com a fama que carrego de ser quem eu sou, em momentos como esse, é mais um castigo do que um privilégio. Andei nem sei quanto tempo, até encontrar uma pequena mercearia, era pouco movimentada, então entrei ali disposto a comprar um cigarro, eu tinha costume de fumar cigarro de palha, narguilé, mas como a minha vida já estava uma merda, um maço de cigarro não me causaria dano nenhum, maior do que eu já carregava dentro de mim. Fiquei do lado de fora daquela mercearia tragando um cigarro, dois, três, enquanto esperava o uber que pedi chegar, pois mesmo que eu estivesse pouco me lixando para a minha vida, eu ainda era uma pessoa pública e não posso ficar andando atoa na rua, então era melhor voltar para o hotel, e lá dentro faço o que bem entender, posso beber, fumar, chorar, gritar, até mesmo ligar para umas prostitutas irem me satisfazer, pois sou o Luan Santana, e aquilo que eu faço e ninguém está vendo, é melhor para mim. Ainda estava no caminho de volta para o hotel, quando vi que Rebeca estava me ligando, resolvi não atender, e ela continuou insistindo, mas eu não queria falar com ninguém, muito menos com ela, então desliguei o celular, e taquei o foda-se para todos que quiserem me ligar ou me procurar, pois agora eu queria um pouco de paz. Quando voltei para o hotel, estava me sentindo muito mal, então liguei para o serviço de quarto, solicitando algumas bebidas, e claro que aquilo me deixaria melhor, mais feliz, então já fui pegando a garrafa de whisky e virando no bico, pois eu estava pagando por aquilo, então iria acabar com o máximo possível daquele álcool todo, pois nada ardia mais na minha garganta, do que dentro do meu coração.


-Um brinde ao pior pai do mundo-ri em meio as lágrimas enquanto brindava com a garrafa no ar e mandava mais um gole para dentro

Nem sei que horas eram, quando ouvi o telefone do hotel tocando, e reclamei de ouvir aquela merda, pois estava bebendo e dançando ouvindo uns rocks internacionais bem massa, atendi aquilo sem entender nada e só concordei para me deixarem em paz, não sei se estava fazendo muito barulho e alguém reclamou, se estava no meu horário de ir embora, ou se era alguma outra coisa que eu não estava nem ligando para o que era, só queria continuar curtindo o meu momento de felicidade.

*Rebeca on.

Foi muito pesado o que aconteceu entre a Letícia e o Luan, da minha filha não querer mais vê-lo, e tudo graças a influencia da minha mãe, que nunca gostou muito do Luan, mas não era necessário ela ter feito aquilo. Tive que acalmar minha filha por um bom tempo, conversar com ela que o pai dela não é um monstro, mesmo ela ainda estando com raiva dele e magoada, não quis me ouvir muito, mas pelo menos se acalmou, e depois de conferir que Letícia estava bem, fui conversar com minha mãe, e claro que discutimos, por coisas assim eu odeio o fato de morarmos juntas, ela sempre quer controlar a minha vida, e agora quer controlar a da minha filha, mas isso eu não vou permitir. Resolvi ligar para o Luan, pois vi que ele saiu muito mal do meu apartamento, e ele não queria me atender, até que por fim desligou o celular e eu não conseguia mais ligar para ele, respirei fundo e iria esperar ele se acalmar também, para tentar conversar com ele outra vez, pois diferente da minha mãe, eu não quero que o Luan se afaste de nós, e ele não me causa mal algum, pelo contrário, ele me faz mais bem do que mal, até porque graças a ele eu sou mãe, e a Letícia é o amor da minha vida.

-O meu irmão ta de plantão, veio aqui me ver?-disse Leandro abrindo a porta do apartamento deles, quando fui atrás do meu cunhado, pois queria alguém para conversar
-Eu sei, mal nos falamos hoje, vida de doutor é bem corrida mesmo, e se estou aqui é óbvio que vim ver meu cunhado preferido-entrei o dando um abraço e ele sorriu largo
-Gosto mesmo quando vem me ver, porque a senhora direto some da academia, quer ficar gostosa para o meu irmão como?
-São os problemas da vida Le-respirei fundo o olhando-essa vida de ser mãe, não é fácil
-A Leticinha ainda está mal pela mancada do pai dela?
-Está péssima, e para piorar o Luan apareceu aqui hoje
-Que coragem a dele
-Mas como o previsto, a minha filha não quis saber dele, e minha mãe já aproveitou para soltar o veneno dela em cima do coitado, que saiu bem mal daqui
-Sua mãe é terrível, sorte do meu irmão que a sogra gosta dele-disse rindo
-Sorte mesmo, porque se ela não gostasse, o namoro nem teria dado certo-revirei os olhos lembrando do quanto minha mãe detestava alguns namoradinhos que tive
-Ainda bem que deu certo, porque você ganhou um cunhado incrível no pacote-disse se gabando e rimos juntos
-Você alegrou o meu dia Le, mas agora preciso falar sério com você e preciso da sua ajuda
-O que posso fazer por você cunha?
-É que eu estou preocupada com o Luan, tentei ligar para ele várias vezes, e acabei pedindo para as irmãs dele ligarem também, mas elas também não conseguiram, então perguntei para a Bruna se ela sabia qual hotel o Luan estava hospedado aqui no Rio, mas ela não sabe qual é, e me deu referências de alguns que ele costuma ficar
-Entendi, mas precisa de mim para que?
-É porque eu vou tentar encontrar o Luan em um desses hotéis, mas se minha mãe souber, nós vamos discutir de novo, e não quero minha filha vendo isso-respirei fundo-já está um caos lá em casa, muita confusão na cabecinha dela, então eu disse que viria aqui ver meu cunhado, mas como eu sei que ela é desconfiada, pode muito bem aparecer aqui, então se por acaso minha mãe vir aqui, fala para ela que saí para comprar algumas coisas, para fazer uma surpresa para o seu irmão, algo assim
-Me quer como cumplice, adoro-sorriu malicioso-mas a surpresa para o meu irmão vai ter que acontecer também, porque ele só trabalha, então precisa de um pouco de diversão
-Claro que vou pensar em algo para o meu amor, mas no momento, só quero saber se o pai da minha filha está bem, faz isso por mim Le?
-Se a sua mãe aparecer aqui, eu falo o que me pediu
-Obrigada Le, amo ter um cunhado que me ajuda, agora preciso ir
-Boa sorte em encontrar o Luan, e juízo, não vai cair em tentação-sorriu malicioso
-Leandro, me respeita, sou fiel ao seu irmão
-Acredito em você Beca, mas eu sei que a tentação é grande-se abanou todo safado
-Se quiser, pergunto ao Luan se ele curte umas aventuras com a mesma fruta-ri o olhando
-Boatos dizem que sim-Leandro riu-mas acho que é só a língua do povo, porque ele tem cara de ser bem macho
-Isso ele é mesmo-disse sem pensar e ele riu-não conta isso para o seu irmão, e para de ficar me colocando em fria com esses assuntos

Me despedi de Leandro, e saí pensando em qual hotel iria primeiro a procura de Luan, afinal aquele maluco está sozinho por aí, e não atende ninguém, preciso vê-lo para ter certeza que ele está bem, e também para poder mandar notícias para a família dele, já que nem eles o Luan tem atendido. Decidi começar pelo mais próximo, só não sabia o que iria dizer na recepção do hotel, pois com certeza iriam achar que sou alguma fã louca, que quer perturba-lo, mas talvez com sorte eles percebam que eu não sou assim, e confiem que eu realmente conheço o Luan.

-Boa tarde-disse educadamente para a moça da recepção
-Boa tarde, em que posso ajudar? já se hospedou no nosso hotel?-começou com toda aquela formalidade de hotel
-Não, eu moro no Rio, mas já ouvi falar muito bem da hospedagem do hotel-disse para puxar um pouco de saco-e na verdade, eu vim visitar um amigo que está hospedado aqui, mas ele não me avisou qual o andar que ele está
-Me fala o nome dele, que puxo no sistema-disse simpática
-É Luan
-Luan do que?
-Santana-disse tentando não parecer uma fã, mas a moça me olhou desconfiada e riu
-Lamento, mas o Luan Santana não está hospedado aqui-disse com ar de riso, certamente pensando que eu era uma fã
-Moça, eu não sou uma fã do Luan Santana como você está pensando, nós realmente somos amigos, e se quiser provar, liga para o quarto dele e confirma-a disse firme
-Acontece que ele não está hospedado aqui moça, sinto muito
-Quer que eu prove de alguma forma que eu estou falando a verdade?-a encarei
-Ele não está aqui, se quiser eu chamo o meu gerente para te confirmar-disse fazendo um sinal com a mão para alguém que estava na parte de dentro da recepção
-Não precisa disso-respirei fundo-pelo visto ele não está mesmo aqui, desculpa o incomodo moça

Após passar essa vergonha no primeiro hotel, segui para o próximo, que era perto da praia, acho que esse sim é mais a cara do Luan, e mesmo sabendo o quanto é difícil as pessoas confiarem em mim, que eu não estou atrás dele por ser uma fã qualquer do Luan Santana, eu torcia para encontra-lo, e pudesse descobrir que ele estava bem. Dessa vez, assim que entrei no hotel, acho que a sorte sorriu para mim, logo na entrada vi minha prima Natália, gravando stories e postando tudo como sempre, e assim que me viu ela veio me abraçar.

-O que minha prima preferida está fazendo por aqui?-perguntou toda espontânea como sempre
-Oi Naty, quanto tempo, graças a Deus te encontrei por aqui, vou precisar que me ajude-já fui a pedindo desesperada
-Claro que te ajudo meu amor-sorriu animada
-Então prima, é que eu acho que o Luan está hospedado aqui e...
-Já entendi tudo Beca-sorriu maliciosa-mas você não está namorando aquele médico?-perguntou confusa
-Estou muito bem com o Léo, só vim atrás do Luan para conversarmos sobre a Letícia
-Sobre ele não ter ido no aniversário dela? fiquei chocada com aquilo
-É um assunto nosso, de pais, então se puder me ajudar a saber qual quarto ele está
-Então ele não sabe que você veio?-perguntou confusa-Beca, o que está aprontando?
-Não estou aprontando nada Naty, só me ajuda a descobrir o quarto do Luan
-Deixa comigo prima

Graças a minha prima blogueira famosa e escandalosa, pois saiu desfilando abraçada comigo pelo hotel, dizendo que eu era prima dela, logo consegui a informação que eu queria, que era descobrir que Luan realmente estava ali, mas como ele não avisou que estaria esperando ninguém, ligaram para o quarto dele para permitir minha entrada, e pelo o que entendi ele logo autorizou, então me informaram o número do andar e o quarto, e assim segui até lá. Eu estava realmente preocupada com aquele maluco, mas pelo menos sabendo que ele liberou a minha entrada, talvez ele não estivesse tão mal, então apertei a campainha do quarto dele, e depois de muito tempo ele finalmente abriu a porta todo feliz, bebendo e dançando feito um louco.


-Veio para a festa?-deu uma risada, enquanto terminava de secar uma garrafa de whisky no bico e eu estava sem acreditar no que eu via na minha frente
-Que loucura é essa Luan? você está bêbado
-Eu estou feliz, porque eu amo isso daqui-se referia a garrafa, a abraçando e eu não sabia se dava risada ou ficava preocupada com ele naquele estado
-Meu Deus, o que eu vim fazer aqui?-respirei fundo olhando para o alto-mas já que eu vim, vou te colocar debaixo do chuveiro gelado, para ver se você melhora

Entrei no quarto já catando o que eu via espalhado pelo chão, Luan ainda dançava e bebia rindo feito um bobo alegre, e eu fui arrancando aquela garrafa da mão dele, pois ele já estava tão bêbado que nem percebeu que a garrafa já estava vazia.

-Chega Luan, agora larga essa garrafa, que eu vou te dar um banho gelado
-Safada, quer tomar um banho comigo pelado-sorriu safado me olhando-vamos começar aqui então-disse terminando de arrancar sua camisa que já estava toda aberta, e indo tirar sua calça


-Luan, melhor parar com isso-respirei fundo o impedindo de terminar de tirar a calça-não confunde as coisas, você vai entrar com roupa e tudo, porque não está bem
-Com roupa não tem graça-riu sarcástico totalmente alterado pela bebida-você quem vai estar perdendo gata-disse dando de ombros todo debochado


-Luan, melhor se vestir, você não está bem, e para evitar qualquer constrangimento, ou arrependimento entre a gente, coloca de novo sua camisa-o entreguei a camisa que ele jogou no chão e ele bufou a pegando da minha mão
-Nem transar hoje eu vou conseguir, que droga de vida-reclamou vestindo sua camisa e eu respirava fundo, com essa oscilação de humor dele, que ainda fazia cara sexy se vestindo
-Olha o que ta perdendo hoje gata


-Cala a boca, e só se veste, inclusive vou desligar isso, porque ta insuportável-disse indo desligar o som alto que ele estava ouvindo
-Como você é chata mulher, deixa minhas músicas-foi na minha frente mexer no aparelho, que acabou mudando para uma música mais suave e romântica internacional-cadê os rock pesadão?-perguntava olhando para a playlist na TV, e eu comecei a rir dele que não sabia nem o que estava fazendo
-Luan, você não está nada bem, melhor não mexer em nada
-Tô bem sim, consigo até dançar, quer ver?-me puxou pela cintura me agarrando a ele, e me mexendo toda
-A música é lenta, não é forró-ri do seu jeito desajeitado
-Então vamos assim-pegou com mais delicadeza na minha mão, e começou a me conduzir com passos lentos


-Até que para um bêbado, você está se saindo um bom dançarino-ri o olhando, enquanto dançávamos
-Sei fazer coisas incríveis, até mesmo bêbado-riu nos desconcentrando da dança
-Se quer dançar, então para de gracinha, porque minha paciência com bêbado tem limite, ainda mais se fica tendo oscilação de humor, igual a você
-Desculpa, vou ficar comportado agora-disse igual uma criança magoada, e realmente ficou quieto, apenas me conduzindo na dança, com seus passos meio tortos, mas bem lentos e suaves
-Nunca pensei que você pudesse dar conta de dançar, estando nesse estado, estou impressionada-o olhei nos olhos enquanto ainda nos movíamos lentamente no ritmo da música
-Consigo fazer coisas melhores do que você imagina-me olhou safado-e para ver que eu não estou mentindo, vou te provar-fui surpreendida com ele me puxando para si e me envolvendo em um beijo


Foi realmente muito incrível a forma que iniciou aquele beijo, e eu acabei correspondendo mesmo no susto, pois sentia saudade daqueles lábios nos meus, daquele homem tendo desejo por mim, mas no momento que percebi o que estava realmente acontecendo, eu encerrei aquele beijo, me afastando dele, e quase o dando um tapa, enquanto recuperava o folego.

-Porque fez isso? ficou louco?
-Tô louco para transar com você-me olhava safado, vindo em minha direção
-Luan, você não está com a cabeça no lugar, está agindo no impulso, e eu sei que não é isso que você quer, porque eu não quero
-Tem certeza que não quer? vai perder essa chance?-me instigava com o olhar
-Você está bêbado, não está pensando direito, e quer saber, vou te tacar no chuveiro agora

Criei forças nem sei da onde, e o arrastei até o banheiro, onde liguei o chuveiro na água fria e o empurrei lá dentro do box, o ouvindo reclamar, querendo sair e me puxar, mas o fechei lá dentro e ele me olhava como uma criança birrenta.

-Ta frio, me tira daqui
-Não Luan, você vai ficar ai até clarear a mente, e voltar um pouco a cabeça no lugar
-Se eu ficar doente a culpa é sua
-Me agradeça depois, porque eu estou te impedindo de fazer mais merdas, do que você já tem feito

Fiquei ouvindo Luan reclamar debaixo do chuveiro por uns 15 minutos, eu acho, até ele se conformar com a água, fechar os olhos e sentar no chão do banheiro, se despindo aos poucos com a roupa molhada, até ficar só de cueca, e me olhar meio arrependido, talvez estivesse voltando ao normal, então o deixei sozinho no banheiro, pois tinha certeza que dali em diante ele iria conseguir se virar. Enquanto ele estava terminando o banho forçado no banheiro, fui até a mala dele separar alguma roupa quente, como eu o conhecia bem, ele sempre carregava vários moletons, então separei um conjunto para ele se vestir depois, também peguei uma cueca limpa, e mesmo sabendo que eu estava brincando com fogo em fazer essas coisas, eu sabia que era o certo, pois o Luan precisava de ajuda nesse momento, até ele voltar a por a cabeça no lugar e agir normalmente.

-Obrigado, não precisava ter feito isso-me assustei ao vê-lo saindo do banheiro com uma toalha em volta da cintura, observando sua roupa já separada, limpa e seca em cima da cama
-Fiz pois só quero te ajudar, está melhor?-o olhei e ele assentiu meio aéreo
-Tô me sentindo um pouco estranho-disse se sentando na cama, ao lado da roupa-minha cabeça ta um pouco confusa
-Você bebeu uma garrafa todinha de whisky, quer estar normal como?-ri apontando a garrafa vazia e ele tampou o rosto com as próprias mãos
-Eu só faço besteira, ainda bem que você chegou aqui, para me salvar
-Com certeza te salvei mesmo, também vi as bitucas de cigarro espalhadas, sem contar o cheiro forte de bebida e cigarro, você estava acabando com si próprio-o olhei de forma séria
-Ninguém se importa com isso, com que merda eu faço da minha vida, então me deixa curtir, e ser feliz do jeito que eu posso-disse indo pegar o maço de cigarro ao lado da cama e eu não deixei
-Luan, você nunca teve esses vícios, não vai começar com essa merda agora-o encarei brava, e ele riu debochado tentando pegar o maço da minha mão
-Eu te deixo dar uma tragada, gata-me olhava como um sedutor debochado, tentando alcançar o que queria


-Eu vou sumir com essa porcaria, porque você ainda é o pai da minha filha, e eu não quero te ver afundar nesse abismo Luan, para de agir como se não tivesse com o que se importar
-E porque você se importa tanto comigo? eu sou um nada para você, só te fiz sofrer, me deixa morrer aos poucos, e sozinho
-Você não está com a cabeça no lugar-respirei fundo-pelo menos a minha parte eu fiz, e minha consciência está tranquila, então o que quiser fazer da sua vida, é problema seu
-Que bom que entendeu isso, então me passa o meu cigarro-me pediu de novo, e com raiva taquei aquela porcaria em cima da cama dele
-Pode ficar com essa merda, e acabar com tudo, só que isso não vai preencher o seu vazio Luan, só vai te deixar pior
-Isso é problema meu-disse de forma ríspida, enquanto acendia um cigarro
-Não devia ter perdido meu tempo vindo aqui, pelo menos posso dar notícias a sua família que você ainda está vivo-o olhei sem acreditar no quanto ele estava sendo idiota-passar bem Luan

Saí do quarto dele, e me segurei para não chorar, não sei se de raiva, desapontamento, ou de pena, mas o Luan me causava um mix de sensações que nem eu conseguia entender. Desci até a recepção, e minha prima já tinha ido embora, me despedi de todos que foram simpáticos comigo, e voltei para o meu apartamento com um grande aperto em meu peito, pois ver o Luan naquela situação, não me fez nada bem.

[...]

Um mês se passou, desde a última vez que vi o Luan e falei com ele, só tinha notícias dele através de sua família, e do pouco que ele postava nas redes sociais, Luan estava pouco ativo nas redes, e mais era sua equipe postando coisas sobre ele, sobre os shows, eventos e programas que ele estaria, e sempre que ele aparecia, não estava com uma boa aparência, ele estava se destruindo literalmente, pois quando postava algo era garrafa de bebida, ou frases tristes com um cigarro aceso na mão, nunca imaginei ver o Luan desse jeito. Para piorar, Letícia estava me dando muito trabalho, estava muito malcriada, passando vergonha em mim e na minha mãe principalmente dentro da escola, estava fazendo tudo o que queria, e ninguém podia falar não a ela, que começava o drama e a malcriação, ela estava sem limites. Devido meu estresse com a Letícia, eu passava a maior parte do meu tempo na empresa do meu pai trabalhando, e deixava minha mãe tomando conta da minha filha na escola e em casa, já que é ela quem apoia Letícia em todas as decisões certas ou erradas, a tornando mais mimada do que já era. Em meio a tudo isso, acabei deixando o meu namoro com o Léo esfriar, ele também trabalha muito, tem poucas folgas, e eu mal tinha tempo para dar atenção a ele, o que infelizmente nos fez dar um tempo no namoro, pois eu não tinha nenhuma condição de continuar nutrindo um relacionamento amoroso com alguém, enquanto que a minha filha precisa de mim, mesmo que ela seja difícil de lidar, a Letícia é minha responsabilidade, e o Léo não deve sofrer por conta do meu estresse e desgaste materno, durante essa fase que tenho enfrentado com a minha filha. Estava encerrando mais um dia de trabalho, quando ouço o meu celular tocando e me surpreendo ao ver que é o Luan, pois temos nos evitado desde aquele dia que ele resolveu agir como um adolescente rebelde, e sem saber o que ele queria, achei melhor atendê-lo, afinal não podemos ficar o resto da vida sem nos falarmos, sendo que temos uma filha juntos.

*Ligação*

-Oi, Luan?-o atendi
-Oi Rebeca, tudo bem?-perguntou meio receoso-como está a Letícia?
-Estou bem, e ela na medida do possível, também está bem-suspirei-e você?
-Seguindo, vivendo um dia de cada vez-respirou fundo
-É isso que importa-disse o apoiando, mas sem saber como continuar o assunto
-Está ocupada?-perguntou após um momento em silêncio
-Estou encerrando o meu dia de trabalho, saio daqui a pouco da empresa, porque?
-Porque eu estou no Rio, e queria saber se a gente pode conversar
-Podemos sim-disse de imediato-acho que a gente adiou tempo demais para isso acontecer
-Sim-ele concordou-então prefere marcar em um restaurante, no hotel que estou hospedado, ou...
-Vamos em um restaurante-optei pelo local mais formal
-Você quer escolher o restaurante?-disse demonstrando estar sem opções
-Tem um que serve comida portuguesa, que não fica tão longe do meu prédio, pode ser?
-O que você quiser, eu aceito, só me passa o endereço
-Te envio a localização, e nos encontramos lá
-Qual horário?
-Acho que oito horas está bom, pode ser?
-Pode sim, então até mais tarde Beca
-Até mais tarde Luan-me despedi dele desligando em seguida

*Ligação*

-Finalmente o alecrim dourado resolveu aparecer-disse pensando alto

Como eu já havia encerrado tudo o que precisava no trabalho, desliguei o computador, fechei minha sala e fui embora me despedindo de quem eu vi pelo caminho, afinal eu não sou obrigada a ficar até o fim do expediente, se eu já cumpri com o meu dever do dia. Cheguei em meu apartamento, já ouvindo minha mãe reclamando algo com Letícia e respirei fundo, era melhor passar pelas duas fingindo que não vi nem ouvi nada, para não me estressar, pois minha filha está com a mania de dramatizar tudo, então segui direto para o meu quarto, sendo acompanhada por Bruno, que ainda era o único que demonstrava estar feliz por eu ter voltado para casa. Decidi ir tomar um banho logo, enquanto pensava no que o Luan iria querer comigo, com certeza ele vai querer ver a Letícia, tentar falar com ela, e ainda não é o momento, pois tem dias que nem eu a suporto, de tão chata que ela tem sido, mas vai ser bom termos essa conversa, porque eu não aguento cuidar da minha filha sozinha, eu preciso do apoio dele, afinal eu não a fiz sozinha, então tenho que parar de sobrecarregar todas as responsabilidades da criação da Letícia somente em cima de mim, pois o Luan também merece e precisa fazer parte disso.

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Olá amoreees, tem alguém por ai que ainda acompanha a história? como eu já havia dito, sempre que eu puder estar escrevendo e postando, vai ter capítulo novo, sejam pacientes, mas comenteeeem aqui, quais as expectativas desse encontro dos dois, ou o que pode acontecer nos próximos capítulos? obrigada por quem ainda está acompanhando, beijos e até breve.