quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Capitulo 1 - O inicio de tudo.

Acordei um pouco desorientada, ouvindo o meu celular tocar com aquela música irritante que o meu namorado colocou, atrasadinha, pois para ele eu era como a moça da música, sempre me atrasando em tudo. A música parou de tocar e respirei aliviada, estava afim de voltar a dormir, então virei para o outro lado, até que outra vez ouço aquela música soar, respirei fundo, e com pouca vontade peguei o celular e fiquei tentando ver a foto de quem era que me ligava, pois quando acordo meus olhos demoram processar a imagem, perante aquela luz brilhante da tela do celular, até que percebo que é a minha amiga, o que me fez deduzir que ela mais uma vez esqueceu a chave do nosso apartamento e está na porta, ri em pensamento da minha amiga esquecida, e atendi com minha voz de tédio e sono que ela já conhecia bem. 

-Oi, o que...
-Beca, você não vai acreditar-disse eufórica
-No que?-perguntei com preguiça, pois ela já me liga toda animada e interrompendo minha pergunta anterior
-Eu encontrei o meu irmão
-Irmão? que irmão?-demorei processar o que ela estava falando
-Você sabe, da carta da minha mãe, era tudo verdade Beca, eu encontrei minha verdadeira família-disse com voz de choro
-Espera, calma-disse me sentando na cama-me conta isso direito...
-Eu tenho tanta coisa pra gente conversar amiga-dizia claramente emocionada-mas eu prometo te contar todos os detalhes depois, só te liguei pois precisava dividir isso com alguém
-Ta bom, mas...
-Beijo, também te amo-disse desligando na minha cara e me deixando sem entender nada
-Que mal educada-exclamei olhando para a tela do meu celular com o fim da ligação

Percebi que eram quase oito horas da manhã, e agora o meu dia começava assim, com uma notícia maluca e intrigante, pois eu não fazia ideia de que Marina iria encontrar tão rápido a sua verdadeira família, e confesso que estava curiosa para descobrir quem era o tal irmão que ela encontrou. 

[...]

Para entender toda essa história, vamos voltar no mês em que faleceu a mãe da minha amiga Marina, onde em seu leito de morte ela confessou a verdade, que foi o inicio de tudo.

[Flash back on.]

-A minha mãe está muito mal-Marina chorava abraçada a mim na sala de espera do hospital
-Ela vai ficar bem, estamos fazendo de tudo para ela sair dessa
-Eu não sei o que vai ser de mim sem a minha mãezinha, ela é tudo pra mim-chorava mais ainda
-Mari, se acalma-fiz carinho em seu rosto molhado pelas lágrimas-a sua mãe é uma mulher muito forte e batalhadora, sempre fez de tudo por você e...
-Qual das duas é a filha da senhora Maria de Lourdes Lima?-disse uma enfermeira se aproximando de nós duas
-Sou eu-minha amiga respondeu-aconteceu alguma coisa com ela?-perguntou aflita
-Eu entrei no quarto dela para trocar a medicação no soro, quando ela começou a chamar pela filha, então preciso que venha comigo para vê-la, só assim ela vai ficar tranquila
-Beca, não me deixa entrar sozinha-me olhou transparecendo medo
-Nunca-segurei firme em sua mão-eu vou com você

Seguimos com a enfermeira até o quarto onde a dona Maria estava internada, e ela sorriu quando viu a filha se aproximar de sua cama.

-Oi mãezinha, estou aqui-disse Marina segurando com carinho a mão de sua velha mãe
-Eu preciso lhe contar algo sério meu amor-dizia com a voz fraca-podemos ficar a sós?-disse olhando para mim e para a enfermeira que estava no quarto
-Claro-disse a enfermeira saindo do quarto imediatamente, e eu seguia logo atrás
-Beca, fica-ouvi minha amiga chamar por mim
-Mari, acho melhor você e sua mãe ficarem a sós-as olhei
-O que minha mãe for me dizer, não é nenhum segredo para você-disse olhando para a mãe-não é mãe?
-Preferia que fosse só você-disse olhando com pesar para a filha-mas sinto que não tenho mais tempo-falava de modo muito fraco
-Não fala essas coisas mãe
-É a verdade meu amor-acariciava a mão de Marina, que estava entre suas enrugadas e calejadas mãos-eu preciso lhe contar a verdade-deixou lágrimas cair
-Mãe, é melhor você descansar, conversamos outra hora, você...
-Não, eu preciso dizer agora-deu um longo suspiro a interrompendo, e eu apenas observava tudo-você não é minha filha de verdade-disse deixando lágrimas cair
-O que? do que a senhora esta falando?-Marina a olhava em choque e eu estava tão chocada quanto ela
-Eu te separei da sua verdadeira família, me perdoe minha filha, tudo o que fiz esses anos foi amar você mais que tudo e...
-Você esta brincando comigo nessas horas mãe?-Marina puxou suas mãos e as lágrimas desciam sem parar
-Melhor eu... sair-disse tentando processar tudo isso, pois sentia que as duas precisavam conversar
-Não, você vai ficar aqui comigo-disse Marina me olhando séria-você é a prova das loucuras que ela esta falando
-Mari, eu não quero me meter nos assuntos entre vocês duas, eu...
-Marina, me escuta-disse dona Maria nos interrompendo com sua fraca voz-talvez você nunca mais me perdoe...-deixava lágrimas cair-mas a verdade está toda em uma carta...-falava de modo mais fraco-guardada em minhas coisas...
-Carta? aonde está essa carta? me responde logo mãe-Marina dizia desesperada
-Em uma caixa... na gaveta... com suas coisas de bebê...-dona Maria respirava pesado, e falava com mais dificuldade-encontre sua verdadeira família... filha... eu te amo... me perdoe por...-seus sinais vitais começaram a piorar e os aparelhos conectados a ela começaram a fazer um barulho enlouquecedor
-Mãe, termina de me dizer, por favor-Marina a sacudia e chorava ao mesmo tempo
-Precisamos sair-disse ao perceber o que acontecia, enquanto a equipe médica entrava no quarto ás pressas
-Mãe, me responde, MÃEEE-tirei minha amiga daquele quarto não sei com que forças, e foram os piores minutos ouvindo minha amiga chorar e gritar do lado de fora do quarto, enquanto a equipe médica parecia agitada lá dentro
-Você precisa sair daqui, vem comigo

Foi difícil tirar ela dali, mas logo recebemos a notícia, que dona Maria não resistiu e havia falecido. Após uma semana da morte de sua mãe, Marina não tirava de sua cabeça as últimas palavras daquela mulher, claro que os meus pais deram todo o suporte para o velório, enterro e tudo mais, devido ela ser empregada a tantos anos em nossa casa, e mesmo que eu não esteja em meu melhor momento com eles, acabei dando uma trégua e ficando em casa durante toda a semana, pois Marina estava abalada e não queria sair do seu antigo quarto, onde ela dormia com sua mãe.

-Precisa comer um pouco querida-minha mãe trouxe uma bandeja de comida para ela
-Ainda estou sem fome dona Vera-Marina a respondeu entristecida
-Mãe, pode deixar aqui, depois eu faço ela comer um pouquinho-disse olhando minha amiga abraçada ao seu ursinho rosa
-Tudo bem-assentiu colocando a bandeja sobre um móvel e saindo do quarto
-Devo estar realmente péssima, até a sua mãe está vindo me trazer comida-Mari disse me olhando
-É que sempre nos preocupamos com você e com sua mãe, vocês eram como parte da nossa família
-E agora eu fiquei sem família-deixava lágrimas cair-minha mãe a vida toda cuidou de mim, fez de tudo por mim, eu não estava preparada para vê-la partir
-Ninguem está preparado para isso Mari-me deitei junto com ela a abraçando-só quero que saiba que eu sempre vou estar aqui com você
-Eu sei-senti suas lágrimas molharem o meu braço-mas eu quero saber se existe mesmo aquela carta
-Tem certeza?-me sentei tirando o ursinho de seus braços e ela assentiu
-Eu nunca entendi porque ela não me contava sobre o meu pai, meus avós, ou nossa família, era simplesmente só eu e ela
-Realmente era estranho o modo que ela protegia você quando era pequena, até meus pais que são exagerados, não eram assim
-Chegou a hora de descobrir a verdade sobre mim, sobre a minha vida-disse se levantando da cama-só não sei se vai ser bom ou ruim, se eu encontrar aquela carta
-Mari, eu vou estar com você para ler a carta, só não sei onde procurar
-Eu acho que sei onde ela pode estar, e só tive coragem agora de saber sobre essa carta
-Você precisava passar pelo seu luto, chorar, sofrer, deixar doer, mas já faz uma semana que a sua mãe se foi, então é hora de seguir em frente, e se você tem uma família, te dou todo o apoio do mundo para procurar por eles
-Será que eles fazem ideia de que eu existo?-me olhou pensativa
-Não sei Mari, para entendermos melhor tudo isso, precisamos achar essa carta

Passamos um bom tempo até encontrar algo parecido com uma carta, em meio a tantas coisas que a mãe da minha amiga guardava.

-Acho que é essa aqui-ela disse vendo um papel já amarelado com o tempo, dentro de um envelope
-Abre-disse segurando sua mão-vamos ler juntas

Nos sentamos no chão do quarto, e foi ali que descobrimos toda a verdade, Marina chorou do inicio ao fim, talvez de raiva, de rancor, de desespero, mas no fundo eu sabia que ela amava a mãe que a criou, independentemente do que ela fez, aquela carta era bem esclarecedora, e agora bastava Marina querer ir atrás de sua família, ou continuar vivendo como se nunca houvesse existido para eles.


[...]
[Flash back off.]

Após perder o sono relembrando toda essa história maluca, senti um cheiro maravilhoso vindo da minha cozinha, a fome começou a bater, e como morria de preguiça de tomar banho, coloquei minhas pantufas, vesti o moletom do meu namorado jogado no sofá do meu quarto, e segui até a cozinha, onde com certeza alguem que me ama muito já preparava o meu café da manhã.

-Filho-sorri vendo o meu cachorro bulldog francês correr até mim-bom dia bebê-recebi milhões de beijos em forma de lambidas super babadas, quando o peguei no colo
-Bom dia amor-disse o meu namorado com seu sorriso lindo olhando pra mim
-Bom dia vida-sorri indo até ele com o meu cachorro no colo
-Achei que iria acordar um pouco mais tarde
-E acho que vai ter que fazer outra tapioca pra você-ri roubando a tapioca de seu prato, após colocar Bruno no chão
-Que folgada
-Ninguem mandou acordar primeiro e fazer o café-apenas ri enquanto comia a tapioca, e sentia Bruno arranhar minhas pernas, pois ele sempre pedia tudo o que me via comer
-Dessa vez eu deixo passar, só se eu ganhar um beijo-disse Fábio fazendo bico e eu logo o dei um selinho
-Pronto, agora faz mais uma pra mim, porque essa estava uma delícia, mas comi só metade
-Só vou fazer porque sou um namorado obediente-sorriu me dando mais um selinho e foi fazer nossa tapioca
-Bruno, vai comer sua ração-olhava brava para o meu cachorro, que estava arranhando as pernas de Fábio enquanto o via fazer tapioca
-Esse daqui é comilão igual a dona-ele ria olhando para o meu cachorro
-Vou olhar se ele tem ração, porque nem no café da manhã ele nos da paz
-Já me acostumei com o Bruno por perto enquanto a gente come
-Mas ele não pode ficar comendo, eu cansei de ver você e a Mari dando besteiras para ele
-Com coisa que você não faz o mesmo-ele riu
-Eu sou a mãe, é diferente-ri indo verificar o pote de ração-vem Bruno, a mamãe colocou sua comida
-Quem ouve isso, acha que é uma criança que você esta chamando
-Mas ele é uma criança, peluda, babona e gorda, mas é-ri me sentando novamente perto da mesa
-Ainda não me conformo com o nome desse cachorro-Fábio ria enquanto colocava minha tapioca em um prato
-Não me julgue amor, é que sempre gostei desse nome, ai quando o ganhei, não tive dúvidas que seria Bruno
-Espero que para os nossos filhos sejam nomes melhores-ele riu
-Ta cedo demais para falarmos disso
-Falando em cedo, porque acordou cedo na sua folga?
-A Mari me ligou sem querer-disse para disfarçar
-Ela não é de dormir fora, mas foi bom ela ter ido ficar na casa da Nati ontem, porque só assim temos mais privacidade-me deu uma piscadinha e eu ri com ele tentando me seduzir
-Ás vezes é bom esses momentos a sós-sorri indo me sentar em seu colo
-Mal acordamos e a senhorita já esta assim-me olhou safado
-Você quem começou-disse arranhando seu peitoral por dentro de sua camisa regata
-Você é fogo-senti suas mãos alisarem minha bunda-ta vestida só com esse moletom?-mordeu os lábios me olhando ao perceber que eu estava sem calcinha
-E de pantufas-começamos a rir em meio ao clima quente
-Elas são o que menos importam-disse me puxando para um beijo e eu já estava cheia de vontade dele

Me livrei de sua camisa regata em meio aos beijos, e ele não demorou tirar o moletom que eu vestia, eu queria muito uma foda muito louca ali mesmo, mas como Fábio era todo romântico, me pegou no colo e fomos para o meu quarto, onde iniciamos o dia de uma forma bem gostosa, fazendo amor e aproveitando o nosso sábado de folga.


*Marina on.

-Mari, tem certeza disso? eu estou fazendo agora a minha carreira de blogueira, então não me comprometa em suas loucuras-Nati insistia que era loucura o que eu estava prestes a fazer
-Eu preciso tentar, estou tão perto dele Nati, então ele também precisa saber a verdade, ele precisa saber que eu existo
-Tudo bem Mari-ela não tinha alternativas-só quero que deixe claro que eu não te conheço, não te trouxe aqui e...
-Obrigada pela ajuda-sorri a abraçando-e mesmo que eu pareça louca para essas pessoas, um dia eles saberão que é tudo verdade
-Ás vezes eu me arrependo de ajudar você e a minha prima, vocês duas só me colocam em fria
-Dessa vez a Beca nem sabe que eu estou fazendo isso, porque com certeza ela iria surtar se soubesse o que eu descobri
-Eles estão vindo-disse ao ouvirmos vozes vindo pelo corredor-e eu preciso ir, tenho uma imagem a zelar-disse Nati me dando um abraço-boa sorte sua maluca
-Vou precisar-sorri para ela respirando fundo, e a vi sair dali ás pressas

Eu estava muito nervosa, ansiosa, e se passava milhões de possíveis reações e palavras em minha cabeça, o que eu iria dizer? uma pena que não foi fácil conseguir chegar até ele, da mesma forma que foi fácil descobrir quem ele era. Um tumulto de gente passou por mim, e eu mal conseguia vê-lo no meio daquelas pessoas, entraram no camarim, e depois de um tempo abriram a porta, e eu o vi frente a frente pela primeira vez.

-Oi linda, tudo bem?-o meu coração bateu acelerado, ele era lindo, e muito parecido com o que eu havia visto por fotos, não sabia o que fazer, o que dizer, ele não sabia quem eu era, e não queria agir como uma louca, então movida pela emoção eu apenas corri até ele, sorri e o abracei

-Esperei tanto por isso-sussurrei para ele
-Eu sei minha linda-senti ele desfazer o abraço
-Olhem para a foto-ouvi alguém dizer, e eu ainda estava processando tantas coisas quando vi uns três flashes seguidos quase me cegarem
-Muito bem querida, agora pode soltar ele, para a próxima fã entrar-disse uma mulher me puxando dali e eu ainda não entendia o porque tantas pessoas o cercavam, e ele apenas ficava parado como um boneco
-Mas eu não sou uma fã-disse revoltada com a forma que estavam me tratando-eu sou irmã dele
-Tudo bem, muitas dizem ser a namorada dele, mas essa é uma boa ideia para querer ganhar um pouco mais de tempo com ele-disse a mulher rindo e logo um moreno alto me pegou pelo braço, enquanto os outros lá dentro também riam
-Eu não estou inventando nada, pode fazer o favor de me soltar?-olhei irritada para o fortão, e quanto percebi já estava do lado de fora, vendo uma fila de meninas gritando e chorando perto da outra porta
-Não sei como conseguiu entrar pelo acesso vip, mas ali dentro o tempo é o mesmo para todos os fãs-disse fechando a porta e eu estava indignada por ter sido tratada de maneira tão fria

Continuei em frente aquela porta, apenas a encarando, até que senti alguém tocar o meu ombro.

-Mari, deu certo?
-Não Nati-a abracei em meio ao choro-me expulsaram dali, nem tive tempo de falar com ele
-Eu te falei que esses camarins de artistas são só ilusão, mas você insistiu para entrar aqui
-Eu não sabia que era tão ruim assim Nati, porque eu tinha que ser irmã de alguém assim? ninguém sequer reparou em mim, no quanto eu me pareço com ele
-Semelhança é uma coisa que eles devem estar cansados de ver, principalmente por conta de sósias e coisas do tipo
-Mas eu realmente me decepcionei-deixei lágrimas cairem
-Você é muito melhor que todos eles-ela enxugou minhas lágrimas, e me olhou com firmeza-levanta a cabeça princesa, senão a coroa...
-Não acredito-ouvimos uma voz feminina atrás de nós-Nati Sanches?
-Sim, eu mesma-disse toda sorridente ao ser reconhecida
-Nossa, eu adoro o seu blog de moda-disse a moça vindo a cumprimentar
-Sério, não sei o que dizer-Nati sempre ficava sem graça ao ser reconhecida
-Você veio para entrar no camarim?
-Não, na verdade eu estava indo com a minha amiga para o camarote, mas acho que nos perdemos-disse Nati me olhando e eu tentava disfarçar o meu choro
-Imagina, eu faço questão que você entre no camarim do meu namorado-a moça dizia animada
-Você é a namorada dele?-perguntei imediatamente
-Sim-ela me olhou de cima a baixo-e você quem é?
-Sou...
-É minha amiga-disse Nati me interrompendo, com medo que eu falasse algo comprometedor
-Vai querer entrar também queridinha?-me olhava com desdém
-Se a Nati entrar, eu entro depois que ela sair-olhei para minha amiga, que com certeza agradeceu a minha descrição para não a comprometer
-Bom, agora ele deve estar atendendo as fãs, e eu vou para o camarote, se quiser ir comigo amiga-disse olhando para Nati, como se já tivesse intimidade-então depois do show a gente vem para o camarim, porque eu preciso te apresentar a ele
-Claro amiga-senti o tom debochado de Nati, porque ela não gostava de criar intimidade assim com qualquer pessoa-vem com a gente né?-olhou pra mim e assenti

Mesmo não gostando logo de cara dessa tal namorada do meu irmão, graças a ela eu teria uma segunda chance de entrar no camarim, e enfim conversar com o meu irmão, pelo menos era o que eu esperava. Durante todo o show, Nati e a nova amiga ficaram conversando, e tirando fotos com algumas pessoas, eu estava em meu canto apenas assistindo ao show, e cantando todas as músicas que eu sabia, pois eu não conhecia a fundo o trabalho dele, e acabei gostando de algumas músicas quando pesquisei sobre ele. Assim que o show foi encerrado, seguimos para o camarim, e claro que eu deixei as duas entrarem primeiro, e pude ouvir quase tudo o que conversaram lá dentro, já que Nati não curtia muito sertanejo, assim como Beca, então ela não demorou sair com sua nova amiga na cola, o que foi a minha deixa para conseguir entrar lá dentro outra vez, e finalmente vê-lo sozinho.


-Oi-disse me aproximando dele, que estava sentado em uma cadeira giratória em frente a um espelho gigante, com um nebulizador em seu rosto

-Oi-ele sorriu acenando-como entrou aqui muié?-perguntou olhando para os lados
-Pela porta-respondi o óbvio e ele riu
-Se alguém te pegar aqui, vai dar ruim-disse tirando o nebulizador do rosto
-Eu sei-suspirei me lembrando de como ele tinha uma equipe educada-mas eu não quero causar confusão, nem problemas para você, e você vai me achar louca, mas quero que leia essa carta-o entreguei e ele me olhava intrigado-eu sei que não faz nenhum sentido agora, mas eu estou feliz em saber que encontrei você-sorri para ele e saí dali sem olhar para trás

[...]

No caminho até a casa de Nati eu permanecia calada, ela me olhava querendo arrancar algo de mim, mas também não dizia nada.

-Fica à vontade no quarto de hospedes Mari, e amanhã espero que me conte como foi a conversa curta de vocês
-Só quero descansar Nati, obrigada pela ajuda, e por deixar eu ficar aqui hoje, estou sem condições de ir pra casa, a Beca iria me questionar, e eu não consigo esconder nada dela
-E você iria atrapalhar a noite dela com o careta do Fábio-ela riu-eu ainda não sei como ela consegue se sentir atraída por aquele nerd
-Ele é legal, e super apaixonado por ela, eles são fofos-sorri lembrando dos meus amigos
-Fofos são os meus ursinhos de pelúcia-ela riu-agora preciso dormir, porque amanhã é dia de acordar cedo para fazer merchant de uns produtos que vou ganhar
-Vida de blogueira não é fácil mesmo
-Falou a professora de pirralhos-ela riu saindo do quarto e fechando a porta

Estava cansada, mas não conseguia dormir, tomei um banho, deitei na cama e fiquei trocando os canais da TV sem prestar atenção em nada, apenas pensando se ele leria mesmo aquela carta e qual seria a sua reação, as chances dele acreditar em mim eram mínimas, mas suficientes para me encher de esperança, que um dia eu finalmente teria uma família completa e verdadeira, após tantos anos vivendo na mentira e sendo somente a filha da empregada. Acabei dormindo em meio a esses pensamentos, e era por volta de cinco horas da manhã quando o meu celular começou a tocar, e mesmo sonolenta e sem ver quem era, eu o atendi.


-Alô?

-Marina? é você?-perguntou uma voz masculina
-Sim, quem é? aconteceu alguma coisa?-olhei na tela e era um número desconhecido
-Talvez você não acredite, mas aqui é o Luan Santana, e eu queria muito falar com a menina que me entregou uma carta hoje em meu show, que dizia...
-Somos irmãos-disse sem acreditar que era ele e lágrimas caiam sem parar, será esse o inicio de tudo o que sonhei?

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A história iniciou bem confusa e cheia de revelações, mas ao longo do tempo tudo irá se esclarecendo, espero que tenham gostado dessa nova trama, em breve posto mais capítulos, beijos.



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