sexta-feira, 8 de maio de 2020

Capitulo 14 - A culpa é da bebida.

Foi muito bom passar o meu aniversário com a minha família me acompanhando nos shows da sexta e do sábado, e estava mais feliz ainda pois teria folga no domingo, e já havia planejado uma festa em uma chácara em São Paulo, onde convidei meus amigos, outros familiares, e ali seria enfim a comemoração do meu aniversário e de Marina.

-Luan, eu não vou poder ficar nessa festa até tarde, porque eu tenho que voltar para o Rio, amanhã cedo eu trabalho-Marina se lamentava, enquanto me ajudava a carregar algumas coisas para a chácara

-Você não pode faltar amanhã Mari? poxa, é nosso aniversário
-Infelizmente dessa vez não da, meus alunos já ficaram com a professora substituta esses dias, e eu não posso tirar mais nenhuma folga
-Então vamos começar cedo o churrasco, mesmo sem todos os convidados terem chegado, só para você aproveitar um pouco
-Obrigada por pensar em mim nessa festa-sorriu dando um beijo em meu rosto

Como eu teria folga até quarta feira, meus planos era emendar todos esses dias na chácara, mesmo sendo perto da cidade e da minha casa, eu gostava de festejar em um ambiente diferente, dando mais liberdade aos meus familiares e amigos.


-Vai ficar com essa cara no meu aniversário?-encarei Jaqueline, que desde que chegou está sentada com cara fechada, tomando cerveja e sequer fez algum esforço para cumprimentar os meus amigos que chegavam

-Essa é a minha cara de sempre, meu amor-disse tomando mais um gole de sua bebida-e quer saber, acho que vou para a piscina, interagir com a minha cunhadinha e as amigas dela-disse se referindo a Bruna, e as amigas de minha irmã que estavam na piscina
-Seja legal pelo menos-disse pensando alto, e acho que ela não ouviu

Fiquei por conta da churrasqueira, e ás vezes passava o garfo para o meu pai, ou meu tio Max, para ir cumprimentar os meus amigos, pegar uma bebida, ou cantar uma moda junto com os que tocavam violão.


-Luan, onde pega sinal de celular por aqui?-Marina me perguntou preocupada

-Acho que dentro da casa pega bem, porque?
-Eu não consigo chamar um uber, então tentei ligar para a Beca vir me buscar, mas a ligação cortou
-Mas cê já quer ir embora Mari?-a olhei chateado
-Meu voo é daqui uma hora, não quero chegar tarde da noite no Rio
-Então pega o meu celular-a entreguei-ele geralmente é bom de área
-Obrigada, salvou minha vida-saiu toda feliz com o meu celular, digitando alguma coisa

Estava na roda de viola quando Mari me entregou o meu celular, e pela sua expressão acho que havia dado certo ela conseguir alguém para leva-la no aeroporto, só não me ofereci para isso, pois seria chato sair da minha própria festa.


-Gostaria de pedir um minuto de silêncio, e que todos prestem atenção-disse me levantando, e fazendo todos me darem atenção-como vocês sabem, hoje eu estou comemorando o meu aniversário, e também o da minha irmã gêmea, a Marina-sorri a abraçando, e ela estava visivelmente envergonhada-e como ela vai precisar ir embora mais cedo, eu gostaria que todos cantassem parabéns agora, pois também já vamos partir o bolo
-Não precisava disso Luan-Mari sussurrou pra mim super sem graça, enquanto traziam o bolo, e os doces para enfeitar a mesa
-Eu não quero ganhar os parabéns e nem partir o bolo sem você aqui, então vamos ficar bem bonitos atrás do bolo e cantar com a galera-ri a abraçando, e vendo que várias pessoas tiravam fotos nossas

Nem precisei pedir para apagarem as luzes, e iniciarem o parabéns, eu estava tão feliz com a festa, e principalmente com a presença dos meus amigos e familiares que raramente vejo, pois consegui reuni-los nessa data tão especial. Após encerarem o parabéns, eu e Marina apagamos as velas juntos, e depois cortamos o primeiro pedaço de bolo, que dessa vez eu fiz questão de dar a ela, mas ela preferiu que nós dois dividíssemos, pois também queria dedica-lo a mim, e são em momentos pequenos e simples como esse, que eu vejo o quanto somos parecidos, o quanto somos ligados, e que a distância durante tantos anos não interferiu em nada, nessa ligação única e especial que só eu e ela sentimos. Estava distraído ajudando a distribuir os pedaços de bolo, quando sinto meu celular vibrando no bolso, e começando a tocar, olhei o número e era desconhecido, achei estranho, e depois de muito pensar, resolvi atender.

*Ligação*

-Alô?-disse desconfiado
-Oi, quem é? Luan?
-Qual Luan você procura?
-Eu não quero falar com você Luan, a Marina me ligou do seu celular, e como não consigo ligar no dela, retornei a ligação
-Entendi agora-comecei a rir-oi Rebeca, pensei que você iria vir na festa, a Mari te chamou, não chamou?
-Chamou sim, mas minha mãe veio ficar esse fim de semana comigo, e... enfim não vem ao caso minha vida, só passa a droga do telefone para a Marina-disse irritada
-Eu não tô vendo ela por aqui-disse olhando em volta-me fala, que eu passo o recado, você já chegou?
-Você é um chato-ela bufou-mas já que insiste em ajudar, poderia me dizer para qual lado é a fazenda que vocês estão? porque eu segui na estrada perto do condomínio, e são tantas entradas diferentes que eu não consigo achar
-Pensei que a Marina tinha te enviado a localização, mas me fala mais ou menos onde você está, que eu te ajudo a chegar aqui
-Eu não sei me localizar muito bem aqui dentro Luan-disse irritada-a Marina só me mete em furada
-Calma muié, se você entrou na estrada pega pelo lado direito, até encontrar um lago, ai vai ter uma entrada um pouco mais na frente, mas você segue reto, que a próxima entrada é a chácara onde estamos, conseguiu entender?
-Acho que sim-suspirou-obrigada pela ajuda, e se puder avisa a Marina que eu já estou chegando, e não vou ficar esperando ela muito tempo-disse desligando na minha cara

*Ligação*

Era cheia de atitude essa mulher, e me deixava um pouco intrigado o fato de sentir que de alguma forma Rebeca não gosta de mim, pois sempre me evita, faz cara feia, e só não me trata mal por ter consideração pela minha irmã, mas eu não posso fazer nada em relação a isso, já que é impossível agradar a todo mundo.

-Mari, sua amiga ligou furiosa-disse rindo e ela me olhou com espanto
-A Rebeca? o que ela te disse?
-Que estava um pouco perdida para achar aqui, mas eu informei certinho como ela acha a chácara, e ela mandou avisar que já está chegando, e não vai ficar te esperando
-Típico da Beca-ela riu-menos mal então, achei que ela tivesse te insultado
-Faltou pouco-ri despreocupado-mas acho que ela ta brava porque se perdeu no caminho
-E como eu sei que ela não é fácil, principalmente quando fica brava, vou pegar minhas coisas e ir despedindo de todo mundo
-Se quiser eu pego suas coisas, assim você tem mais tempo para se despedir de todo mundo, principalmente da nossa mãe
-Obrigada Luan, você é sempre um cavalheiro-sorriu para mim, e foi para perto de Bruna e suas amigas

Peguei as malas de Marina, que já estavam arrumadas em um canto da sala, e levei tudo para a entrada da chácara, onde logo a amiga dela iria aparecer para buscá-la, e não demorou para que um carro branco surgi-se dando seta, e luz alta bem na minha cara, me fazendo ter certeza que Rebeca chegou.

-Cadê a Marina?-perguntou parando o carro ao meu lado e abaixando o vidro
-Ela ta se despedindo do pessoal, e enquanto isso eu trouxe as malas, para colocar no carro
-Que seja-suspirou dando de ombros e destravando a porta-pode colocar no banco de trás mesmo

Coloquei tudo no banco de trás, e pude sentir um cheiro maravilhoso dentro do carro, com certeza era o perfume de Rebeca, e ela ouvia uma música internacional que eu não consegui identificar, mas a batida era boa, e o ritmo gostoso de ouvir.

-Luan, vai apressar a sua irmã, porque eu estou com pressa-disse toda grossa, me tirando de meus pensamentos
-Nem vai precisar, acho que ela conhece a amiga que tem-ri de canto, vendo Marina sair correndo de dentro da casa
-Até que enfim Marina, fala tchau para o seu querido irmão, e vamos logo-disse Rebeca assim que Mari se aproximou
-Calma Beca, deixa eu me despedir direito do Luan-disse despreocupada e me puxou para um abraço-obrigada por tudo Luan, esses dias foram incríveis, passei o meu melhor aniversário ao seu lado
-Digo o mesmo-sorri para ela-vai com Deus, e não esquece de avisar quando chegar-disse beijando a testa dela
-Fica com Deus, e eu aviso vocês quando já estiver no meu apartamento-sorriu acenando para mim e entrando no carro da amiga
-Tchau moças-acenei para elas, e somente Mari acenou de volta, enquanto Rebeca saiu voada com o carro

O resto daquela noite, e os outros dias na chácara foram muito bons, só não foram melhores pois Marina não estava presente, e já era nítido a falta que ela faz para a minha família, principalmente para a minha mãe, mas a falta que eu sinto é muito maior, pois de certa forma ela é minha outra metade, e para amenizar a saudade comecei a admirar a lua e as estrelas, me lembrando daquela noite onde ela me mostrou de forma simples, mas cheia de significados, que nós sempre vamos estar perto, mesmo que haja distância física entre nós. Após aproveitar muito os meus dias de folga, voltei outra vez a rotina de shows, cada dia em uma cidade, em um estado diferente, recebendo o amor e o carinho dos meus fãs, que também me completavam de uma maneira inexplicável.

-Finalmente em casa meu filho, que saudade-minha mãe me recebia toda carinhosa, assim que cheguei em casa após quase duas semanas fora
-Agora sou todinho seu, Xumba-a abracei apertado, e recebi muitos beijos no rosto
-Sempre foi todinho meu-disse apertando minhas bochechas e rindo
-Cadê o povo dessa casa? Bubu, não está? o pai, ta no escritório?-perguntei o que já era o óbvio
-Sim e sim-ela riu-mas e você, está com fome meu filho?
-A senhora me conhece tão bem-sorri largo-o que tem de bom Xum?
-Brownie, aquele que a sua irmã faz e você adora
-Vou lá atacar agora

Segui com minha mãe até a cozinha, e comi vários pedaços de brownie, minha irmã faz os melhores do mundo e não é exagero dizer que nem minha mãe faz um tão perfeito quanto o da Bruna. Depois de conversar um pouco com minha mãe, resolvi ir descansar um pouco, pois quando faço muitos shows seguidos, e passo dias longe de casa, meu sono não é tão tranquilo e eu acabo acumulando cansaço, principalmente quando Jaqueline me acompanha, mas dessa vez viajei sozinho, e mesmo assim precisava me recompor, o que é resolvido com umas horas de sono assim que chego em minha casa e durmo confortável em minha cama. Acordei sem nem fazer ideia das horas, e vi que meu celular estava sem bateria, pois esqueci de colocar para carregar antes de dormir, então coloquei meu celular para carregar enfim, e segui para o banheiro, pois um banho demorado é a segunda melhor coisa que faço na minha casa. Saí cantando animado do banho, me arrumei, e estava cheio de disposição para conversar com minha família, matar a saudade, e colocar o papo em dia, quando escuto vozes vindo da sala enquanto eu descia as escadas, e ao longe vi que tínhamos visita, deveria ser uma das amigas de Bruna.

-Boa noite-disse educado entrando na sala, e vi que era Rebeca, me olhando com a mesma cara de antipática de sempre
-Pi, que saudade-disse Bruna toda feliz vindo me abraçar
-Tambem senti sua falta, Bubu-a apertei no abraço
-Ainda bem que acordou, porque você quando chega em casa parece urso quando hiberna-disse rindo, ao se sentar ao lado da amiga
-Minha rotina é pesada, então quando estou em casa quero aproveitar o máximo possível para repor as energias-ri de canto-e você Rebeca, tudo bem?-cumprimentei ao longe, pois ela não é de me dar abertura
-Tudo sim Luan, e você?-sorriu simpática, tenho certeza que somente pela presença da minha família
-Tô bem graças a Deus, trabalhando bastante, firme e forte
-Que bom-sorriu amarelo
-Te vi aqui, e achei que a Mari também pudesse estar-olhei para os lados
-Dessa vez eu vim sozinha mesmo, fazer uma visita a sua mãe e sua irmã, porque não sou só amiga da Marina, na família de vocês
-A Beca já é de casa, isso sim-disse Bruna-e não é atoa que ela pensou em mim, como convidada para o coquetel da empresa que ela trabalha-Bruna me mostrava toda animada o convite
-Legal-sorri de canto-mas tem noção que ela só convidou você, porque a Mari mora longe, não é-disse rindo e minha mãe me repreendeu
-Luan, isso são modos?-me olhou brava-desculpa Rebeca, o Luan ás vezes fala sem pensar-se desculpava constrangida
-Imagina dona Marizete, não precisa se desculpar pela falta de noção do seu filho-me chamou de sem noção na cara dura, e Bruna começou a rir-até porque são dois convites, e se a Marina estivesse aqui, um com certeza seria dela, e o outro da Bruna, mas como a minha amiga não está aqui, fiz questão de convidar a Bruna, e a Estela, que tem sido duas amigas especiais para mim aqui em São Paulo
-Depois dessa eu me retiraria daqui-Bruna ria alto me olhando
-Tudo bem, desculpa se o meu comentário foi idiota, não está mais aqui quem falou-me senti totalmente idiota pela situação que causei, e resolvi sair da sala, indo para a cozinha comer alguma coisa

Resolvi olhar o que tinha nas panelas e esquentar a comida no microondas, ainda pensando em como a gente acaba criando situações sem pensar antes de falar.

-Oi senhor sem noção-Bruna entrou um tempo depois na cozinha, e ria me olhando
-Ta bom Bruna, isso já foi, melhor ir fazer companhia a sua amiga
-Ela acabou de ir embora, porque já tinha passado um bom tempo com a gente, antes de um certo sem noção aparecer-ainda ria
-Bom para vocês então
-Não vou negar que foi engraçado ver você passando vergonha, mas acho que tem uma maneira de você se retratar com a Beca-disse se sentando ao meu lado
-Lá vem-respirei fundo a olhando
-Antes dela chegar aqui em casa, eu tinha conversado com a Estela, e ela estava passando mal, acho que pegou virose, então como é amanhã o coquetel que a Beca me convidou, e eu estou com dois convites, você poderia ir comigo amanhã, e tentar ser amigo da Beca, porque eu sinto que os santos de vocês não se batem muito bem
-E sabendo que nossos santos não batem, você quer que eu chegue no coquetel como convidado dela, sem ela saber?
-Ela não vai ligar Luan, sabe porque?-Bruna falou baixo como se estivesse me contando um segredo-os pais dela vão vir do Rio, para participar desse coquetel, porque são ligados a empresa que ela trabalha, algo assim, e ela pegou esses convites para ter companhia, uma distração durante o evento, porque ela não se dá bem com os pais
-Nossa, e vai ser genial eu aparecer, sendo que com certeza ela já vai estar irritada-comecei a rir imaginando a cena-mas pensando bem, acho que seria legal aparecer, porque o Luan Santana em evento de arquitetura é raro
-Não se ache o centro das atenções, porque nem sei direito como vai ser esse coquetel, mas vai ter comida e bebida de graça, pessoas chiques, e como eu amo festa, exibir meus looks da Nuwa, vai ser um prato cheio-dizia animada
-Beleza então Bubu, depois você me fala melhor como vai ser isso, e já que amanhã estou de boa, eu vou com você
-Sabia que não recusaria, bebida e comida grátis convenceram você

O resto da noite passei conversando com o meu pai, que mais vivia trancado no escritório, preocupado com números, e também me enchendo de reclamações, devido qualquer pequeno deslize, principalmente em relação ao meu namoro, já que quando eu fico muitos dias sem Jaqueline por perto, gera dúvidas e comentários que terminamos, e meu pai odeia esse falatório em torno da minha vida pessoal, pois ele e minha assessoria de imprensa que acabam tendo que resolver tudo. No dia seguinte acordei um pouco cedo, tomei café da manhã com minha família, e fui na academia com minha irmã, que já acordou falando do coquetel que iriamos á noite, e planejando os nossos looks para o evento.

-Pi, você engordou, porque esse terno não está legal-Bruna me fez experimentar alguns ternos que tenho guardados
-Nossa, valeu pela sinceridade-me olhava no espelho, me sentindo enorme
-Está ótimo meu filho, sua irmã que é exagerada-minha mãe também me avaliava
-Bubu, eu não sei se eu deveria ir com você, porque não chama outra amiga, ou então leva a mãe-sugeri
-Não gosto de eventos que duram até tarde da noite, a não ser os seus shows-disse minha mãe
-E não adianta voltar atrás Luan, porque está em cima da hora para chamar outra pessoa, e avisar a Beca-disse Bruna
-Então você avisou para a sua amiga, que eu vou?-a olhei desconfiado e ela riu
-Na hora a gente diz qualquer coisa, porque tenho certeza que a Beca tem problemas maiores para resolver no momento
-Bruna, você me mete em cada uma, depois não sabe porque a sua amiga não vai com a minha cara, sendo que eu vou chegar sem ser convidado no evento que ela convidou só você
-Não reclama Pi-disse Bruna mexendo na minha gravata-acho que o terno anterior estava melhor
-A palhaçada começou, nessa história de ter que usar terno-disse irritado

Chegou a noite, e mesmo contrariado, acompanhei Bruna no coquetel que ela foi convidada, e estava morrendo de medo de me encontrar com Rebeca, por aparecer sem ela saber. A festa estava linda, todos bem vestidos, e claro que notei olhares sobre mim assim que pisei no salão do evento, afinal eu ainda era o Luan Santana, e ao longe avistamos Rebeca sentada em uma mesa, com os pais dela eu acho, os vi apenas uma vez, então não me recordo muito bem de como eles eram.

-Boa noite, tudo bem?-Bruna chegou na mesa onde estavam os cumprimentando, e pude ver a cara nada boa que Rebeca já fazia, só piorar ao me ver
-Boa noite queridos, que bom que vieram-disse a senhora toda simpática se levantando para nos cumprimentar
-Boa noite, fico feliz em saber que minha filha tem amigos aqui em São Paulo-disse o senhor, nos cumprimentando com um aperto de mão
-Boa noite gente, a Beca é muita querida pela nossa família-disse Bruna toda sorrisos
-Boa noite-os cumprimentei e Rebeca apenas me olhava com a cara fechada-desculpa aparecer sem ser convidado diretamente, é que a amiga que viria com a Bruna passou mal, e minha irmã não queria vir sozinha então...
-Não precisa se desculpar-disse a senhora toda simpática-vocês são os irmãos da Marina, que é a melhor amiga da minha filha, então fiquem á vontade
-Bru, vamos tomar alguma coisa?-disse Rebeca se levantando
-Claro, vamos sim-disse minha irmã toda animada
-Vou acompanhar vocês, porque minha garganta ta seca-disse indo atrás delas, até o bar
-Poderia ter me avisado que o seu irmão viria-disse Rebeca olhando para Bruna, sem nem disfarçar a insatisfação com minha presença
-Desculpa Beca, é que a Estela avisou em cima da hora que não ia poder vir, e seria chato cancelar com você, então para não vir sozinha eu chamei o Luan, que estava em casa de bobeira, fiz mal em trazer ele comigo?-Bruna a olhou chateada e Rebeca suspirou
-Imagina Bru-ela sorriu de canto-é que estou estressada com os meus pais, e seu irmão não tem culpa-me olhou
-Deve ser difícil não ter uma relação boa com os pais-disse a olhando
-Prefiro não falar sobre isso, e desculpa pelo meu jeito-me olhou sincera-é melhor pegarmos nossas bebidas-disse vendo nossos drinques prontos no balcão-e vamos curtir a noite-virou com tudo o copo, me deixando surpreso e fazendo Bruna a acompanhar animada
-Eu amo essa sua parte louca-Bruna riu junto com ela

Fiquei com as meninas no bar por um tempo, e percebi que elas estavam abusando um pouco nos drinques, já riam alto, chamando a atenção de quem estava em volta, então eu teria que tirar elas daquele bar de alguma forma.

-Acho que os seus pais estão chamando você-os apontei para Rebeca, que virava mais um copo
-Deixa eles, velhos chatos-disse rindo-nem sei porque vim nesse evento com eles
-Amiga, acho que é melhor sentarmos um pouco e comer alguma coisa-disse Bruna já meio alterada
-Com certeza-disse abraçando minha irmã pela cintura-vamos sentar e pedir alguma coisa para comer, porque se você continuar bebendo desse jeito vai passar mal

Saí do bar com minha irmã, que ria atoa, e percebi que Rebeca permaneceu por lá, ela deve saber se virar, pois no momento minha prioridade era cuidar da minha irmã. Peguei algumas comidas que os garçons serviam como entrada, e Bruna ficou um pouco melhor depois de comer e tomar água, mas ao longe ainda observava Rebeca, que agora estava com os pais andando pelo salão e conversando com algumas pessoas, tomara que essa mulher não comece dar nenhum vexame, porque ela realmente não parecia estar bem.

-Bruna? é você mesma?-uma moça se aproximou de nós e cutucou minha irmã
-Sim, sou eu, acho que te conheço de algum lugar-disse minha irmã a olhando pensativa
-Da faculdade, fizemos administração juntas, sou a Gabriela
-Nossa Gabi, verdade, quanto tempo-disse minha irmã se levantando e a abraçando
-O que faz aqui Bruninha? e veio com o seu irmão, o Luan Santana-me olhou admirada
-Oi, prazer-sorri me levantando e a dando dois beijos no rosto
-Está trabalhando com arquitetura, ou no ramo da construção civil agora?-a moça a perguntou
-Não, é que viemos acompanhar uma amiga-apontou Rebeca ao longe-e você, faz o que aqui?-Bruna a questionou
-Meus pais são sócios da construtora, do senhor Sérgio-apontou o pai da Rebeca eu acho-e então não podíamos faltar a esse coquetel, que reúne vários empresários do ramo da construção civil, e os escritórios de arquitetura
-Que legal-disse Bruna sorrindo animada, ainda acho que pelo efeito da bebida
-Estão se divertindo amigos?-disse Rebeca se aproximando de nós, com um copo de bebida na mão
-Sim, inclusive encontrei uma amiga da época da faculdade-disse Bruna
-Gabriela Dias-disse a moça a estendendo a mão
-Rebeca Sanches, que prazer-disse toda feliz a puxando para um abraço
-Acho que exagerou um pouquinho nos drinques-disse Gabriela a olhando assustada
-Exagerei nada-Rebeca ria alto-tô é aproveitando a festa, coisa que ninguém ta fazendo, esse povo parece que só veio para conversar-apontava em volta, e realmente todos estavam reunidos em pequenas rodas conversando
-É que eles vieram com esse propósito, se reunir socialmente, para tratarem de negócios, e depois tomarem os drinques como distração-Gabriela explicava, e ela parecia ser alguém fina e educada
-São um bando de caretas, igual os meus pais-disse Rebeca rindo-mas fazer o que né-ela riu e tomou um gole de bebida, depois colocou o copo sobre a mesa-vou ser um pouco séria e entrar nesses assuntos chatos-riu revirando os olhos, e indo para perto dos pais dela
-Eu pensei que ela gostasse de arquitetura, ela é uma arquiteta muito renomada, mas não sabia que se comportava assim em festas-disse Gabriela a olhando com desaprovação
-As pessoas quando bebem ficam sem limites mesmo-suspirei a olhando ao longe, e ela gargalhava encostada no ombro do pai dela, enquanto várias pessoas sérias a encaravam em volta
-Acho que vou socorrer a Beca, mas ainda tô mole para me levantar-disse Bruna me olhando-agora entendi porque ela queria ajuda nesse coquetel
-Melhor ficar aqui quietinha, e conversando com sua amiga, deixa que eu resolvo isso
-Eu te faço companhia Bruninha-disse Gabriela se sentando ao lado dela-vamos colocar o papo em dia
-Então menina, precisamos mesmo...-minha irmã concordou animada

Deixei as duas conversando, e segui até onde Rebeca estava com os pais dela, e outras pessoas em volta, que certamente estavam incomodados com as risadas dela, e o modo exagerado que falava.

-Qual é gente, eu contei uma piada-ela ria sozinha-porque vocês não acharam graça?
-Boa noite gente-disse me aproximando e Rebeca veio se escorando em meu ombro
-Gente, ele é o Luan Santana, que canta aquelas músicas românticas cafonas-ela ria me apresentando
-Rebeca, já chega-disse o pai dela a olhando bravo
-Vai começar com o sermão senhor Sérgio?-ela o encarou colocando a mão na cintura, e a mãe dela estava totalmente constrangida, me pedindo socorro com o olhar
-Beca, vem comigo-disse a puxando pela mão, e ela estava tão desorientada que me acompanhou sem reclamar
-Vamos beber-começou a me puxar para o rumo do bar
-Não, vou te levar para o seu apartamento, porque você está totalmente descontrolada-a olhei sério, e ela ria
-Mas eu quero beber-riu passando os dedos pelos meus lábios, e quase caindo em cima do balcão do bar
-Rebeca, por favor-respirei fundo-eu sei que você está fazendo isso para pirraçar os seus pais, mas chega de beber, porque você está passando dos limites-disse tirando o copo de bebida da mão dela
-Você não é meu pai, nem nada meu-me olhou brava, tentando pegar o copo
-Mas eu quero ajudar você, então para de graça, e vamos sair daqui agora-a olhei sério e ela me olhou com cara de choro
-Você é horrível, eu odeio você-começou a dar tapas em meu peito, e eu já estava morrendo de vergonha pela cena
-Cansei Rebeca, você vem comigo na marra-a tirei daquele bar arrastada, e devido ela estar molenga não relutou para sair dali

Segui com ela até o estacionamento, e ela estava calada, abri a porta do meu carro, e ela entrou se encostando no vidro do lado do passageiro.

-Graças a você, eu vou ter que buscar minha irmã depois-a olhei bravo, enquanto mandava uma mensagem para Bruna, avisando que tive que deixar a amiga dela em casa, e depois a buscaria para irmos embora
-Eu sei quais são as suas intenções comigo-disse me olhando de um jeito sexy
-Você ta mal mesmo-ri ligando o carro
-Vamos para um motel barato de novo?-ela ria enquanto saíamos do local onde ocorreu o coquetel
-Beca, fica quietinha, que eu vou te deixar no seu apartamento, sei que não está falando nada com sentido agora
-Mas eu não quero-me olhou colocando as mãos sobre as minhas que estavam no volante-no meu apartamento não rola, meus pais estão lá
-Então quer que eu te deixe onde?-estava ficando maluco com essa situação
-Vamos para um motel cinco estrelas-me olhava mordendo os próprios lábios, e eu comecei a rir
-Sério, você ta me assustando com isso, mas estou me divertindo te vendo bêbada
-Eu sei que você quer de novo, nunca esqueceu aquela noite e fingiu que nunca me conheceu-disse alisando minhas mãos, e depois a minha coxa
-Rebeca, eu não sei do que você ta falando muié, eu nunca tive nada com você
-Não mesmo?-ela ria exagerada-me engana mais Luan Santana, tenho certeza que você se lembra, da idiota que você deixou sozinha naquele motel barato, após uma noite de sexo
-Acho que você pirou de vez-neguei com a cabeça evitando a olhar, e seguindo mais rápido para a direção do condomínio
-Vamos repetir de novo, ou dessa vez você vai se lembrar de mim?-ela ainda insistia nessa história maluca

Parei de dar atenção ao que Rebeca falava, pois ela estava completamente bêbada, me dizendo coisas totalmente desconexas, tive que parar o carro em um sinal, que tinha um transito lento á frente, até que me assustei sentindo beijos no meu rosto, e Rebeca puxando o meu rosto para si.

-Para com isso Rebeca, por favor-tentei me desvincilhar dela, e manter a concentração no transito
-Você é um fraco mesmo-riu se ajeitando no banco do carro, e a olhei sem entender
-Vou fingir que isso nunca aconteceu, que você está movida pela bebida e criando situações na sua mente que envolve nós dois, porque é maluca
-Uma pena você fingir que não se lembra de já ter me levado para a cama, eu sei que fui só mais uma da sua lista, que você usa, abusa, e depois joga fora-me olhou sensualizando as palavras-mas eu queria muito que rolasse de novo-disse mordendo os próprios lábios
-Rebeca, eu sinceramente não sei do que você esta falando-suspirei me sentindo encurralado, com essa doida no meu carro, e o transito parado
-Acho que não fui especifica-sorriu safada apertando minhas coxas-um certo show em uma balada sertaneja do Rio de Janeiro, que você pegou uma linda loira no camarote, levou para um motel barato de beira da estrada, e enquanto ela estava no banho você sumiu, deixando parte do dinheiro para pagar o motel, e apenas um recado em uma folha de papel toalha escrito "precisei ir embora gata, valeu pela noite"-começou a rir, e depois deixou lágrimas cair-você fez daquela noite um inferno na minha vida, foi a pior possível-começou a chorar e bater em minha coxa
-Calma Rebeca, é muita informação de uma vez-me assustei com a oscilação de humor dela, e por ela me trazer a memória um momento que acho que realmente aconteceu
-Você é um completo idiota, babaca, a pior pessoa do mundo, te odeio-chorava dando tapas em meu ombro
-Pelo amor de Deus, se acalma-a segurei firme, aproveitando que o carro estava parado no transito-respira fundo, e tenta manter a calma
-Eu odeio você-disse se desvincilhando de mim, e voltando a chorar
-Esse transito não anda, só para piorar-bufei olhando o meu celular, e vi que Bruna me respondeu que iria embora com a tal Gabriela, pois mora no mesmo condomínio que nós, o que me aliviou um pouco, pois eu não teria que me preocupar com minha irmã, e sim com a maluca dando chilique em meu carro
-Só não me leva para o meu apartamento, por favor-Rebeca me pediu chorando, e dessa vez ela parecia uma menininha indefesa
-Eu preciso conversar sério com você, mas sóbria-respirei fundo-então tenho uma ideia de onde podemos ir
-Não sendo um motel barato
-Lá vem você com isso de novo-bufei cansado, de ficar ouvindo ela falar em meu ouvido

Resolvi seguir para um apartamento que tenho em outro condomínio, na verdade eu tinha vários imóveis, que costumava alugar para meus amigos e familiares quando eles vem para São Paulo, e como sei que um deles fica por perto, e está vazio, segui até lá, onde eu teria mais privacidade para conversar com Rebeca, pois preciso esclarecer muitas coisas com ela, depois de ouvir tudo o que ela me disse em seu mais puro estado de bebedeira, me fazendo refletir que os bêbados sempre falam a verdade, trazem a tona seus segredos, seus desejos, e depois saem falando que a culpa é da bebida. Entramos no apartamento, e Rebeca estava parecendo um bichinho acuado, mas se escorava em mim, pois as pernas pareciam moles, e ela não tinha firmeza nenhuma para se manter em pé.

-Você está péssima-disse a colocando sentada sobre o sofá e ela caiu deitada sobre ele
-Não quero mais ficar com você-dizia emburrada
-Não vamos ficar, eu estou cuidando de você, porque você está bêbada-disse tirando os sapatos dela, pois com certeza estavam apertando o pé dela
-Aliviou tanto-disse rindo e mexendo os pés
-Aliviou né-ri vendo ela se divertir com isso
-Porque me trouxe aqui? eu não vou fazer sexo hoje, não tô bem não-começou a rir olhando pra mim
-Você ta é precisando de um banho gelado
-Vai tomar banho comigo dessa vez, safado-riu me jogando um de seus sapatos
-Isso machuca, sua doida-peguei os sapatos dela e coloquei longe de seu alcance
-Acho que vou vomitar-disse se sentando com cara de ânsia
-Ai meu Deus, vem, vou te levar no banheiro

Segui com ela escorada em mim até o banheiro, e não demorou ela correr até o vaso e vomitar, o que me deu ânsia, então tive que sair de perto, e apenas ficar ouvindo ela vomitando por um tempo, pois era nojento e constrangedor presenciar isso.

-Rebeca, ta tudo bem?-apareci na porta do banheiro, a olhando de longe, e vendo ela sentada com a cabeça escorada no vaso
-Eu tô passando mal-ela chorava
-Eu sei-suspirei agoniado, a vendo naquele estado-consegue tomar um banho sozinha?
-Não sei-respondeu me olhando feito uma criança

Fiquei por um tempo a vendo chorar sentada perto do vaso, e mesmo que aquilo me faça ter ânsia, sou o único que pode ajudar ela nesse momento, então entrei no banheiro tampando a respiração, dei descarga no vaso, fechei a tampa e ajudei Rebeca a se levantar, a levando para baixo do chuveiro.

-Não posso molhar meu vestido-disse tentando tirar o vestido
-Ta bom, eu te ajudo-suspirei pedindo forças a Deus, pois era muita tentação

Tirei o vestido de Rebeca, a deixando somente de langerie, tentando não olhar as curvas daquela mulher, admirar os seios, e o corpo maravilhoso que ela tem, pois ela não está em condições para alimentar meus desejos sexuais, então liguei o chuveiro, e ela reclamou um pouco, mas logo cedeu e depois de um tempo, acho que ela começou a tomar consciência.

-Pode deixar, que eu sei me virar sozinha-disse me empurrando para fora do box do banheiro
-Tem certeza Rebeca? você mal estava parando em pé sozinha
-Só pega uma toalha limpa, shampoo, e alguma coisa que eu possa vestir-me olhou feito a menininha tímida outra vez, e apenas assenti

Coloquei uma toalha limpa no banheiro, achei alguns shampoos no armário do banheiro, e a deixei sozinha, confiando que ela saberia se cuidar. Procurei pelo guarda roupa do quarto algo que ela pudesse vestir, e achei uma calça velha de moletom, e uma camisa amarela que iria ficar larga para ela, mas acho que serviria no momento, coloquei tudo junto com a toalha, e não pude deixar de espiar ela pelo box embaçado debaixo do chuveiro, que mulher linda, estava nua, de costas, e eu admirando aquele monumento a minha frente sem poder fazer nada, quando fui acordado daquele transe com ela me jogando água.

-Luan, o que ta fazendo aqui? saí
-Desculpa, vim trazer a toalha e roupas limpas
-Então vaza

Saí daquele banheiro com milhões de sensações, desejos, pensamentos, e todos direcionados a Rebeca, me fazendo lembrar da possibilidade de que um dia eu já transei com aquela mulher, mas ainda precisava esclarecer essa história, porém antes de lembrar o que parece ter ficado no passado, o meu desejo de agora era ter essa mulher nem que fosse por uma noite, com todas as lembranças e memórias guardadas, pois o que vi hoje, com certeza não será fácil esquecer, e só serei satisfeito tocando cada pedaço daquele corpo. Estava distraído com meus pensamentos, quando vi Rebeca sair do banheiro, com uma cara péssima, e estava toda tímida me olhando ao se aproximar de mim.

-Desculpa, se te fiz passar por algum constrangimento
-Eu sei que estava agindo pelo efeito da bebida, mas senta aqui, está melhor?-perguntei, após ela se sentar ao meu lado na ponta da cama
-Minha cabeça ta doendo, parece que esta girando, e meu estômago parece estar borbulhando-suspirou-ainda nem sei direito o que eu tô fazendo-riu me olhando-mas obrigada, pelo o que fez por mim
-Você da trabalho quando bebe-tive que rir-mas ainda bem que consegui controlar a situação, e acho que te trazer um pouquinho para a normalidade
-Ainda não sei muito bem o que aconteceu, ou está acontecendo, mas poderia trazer uma água pra mim?
-Claro, você precisa de muita água agora-ri me levantando e seguindo para a cozinha

Como a casa geralmente ficava vazia, tive que pegar água diretamente da torneira, e quando levei a água até o quarto onde Rebeca estava, cheguei e a vi dormindo toda torta em cima da cama, com a toalha ainda na cabeça, e não pude fazer outra coisa a não ser ajeita-la sobre a cama, tirar a toalha molhada de seus cabelos, e cobri-la. Fiquei por um tempo admirando ela dormir, e como sabia que ela não acordaria tão cedo, apaguei as luzes, e fui para outro quarto tentar dormir, pois essa foi uma noite e tanto, e eu só esperava que no dia seguinte Rebeca pudesse ser sincera comigo em relação ao que tivemos no passado, ao que ela sente por mim, e se poderíamos enfim ser amigos, ou então haver paz entre nós, já que depois de hoje, não tem como continuar existindo aquele bloco de gelo enorme entre nós.

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Olá amores, mais um capitulo grandão para vocês, e cheio de acontecimentos novos, e agora o que será que vai acontecer? será que Luan vai descobrir a verdade? será que os dois realmente vão se dar  bem e se tornar amigos? ou será que vai rolar um sentimento a mais? são muitas dúvidas agora, então comentem bastante, que em breve posto o próximo capitulo, beijos.













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