domingo, 10 de maio de 2020

Capitulo 15 - Fugindo da verdade.

*Rebeca on.

Acordei com uma dor de cabeça horrível, o meu celular tocava freneticamente no meu ouvido, e eu não sabia ao certo onde estava, mas precisava fazer aquele celular silenciar, então o atendi com todo meu mal humor possível.


*Ligação*


-Quem esta me ligando a essas horas?

-Bom dia para você também, acordou de ressaca e está mal humorada amor?-reconheci a voz de Fábio
-Desculpa amor-respirei fundo, tentando me recompor-nem vi que era você
-Ta tudo bem meu amor?
-Nem sei Fábio-suspirei fechando os olhos, e um milhão de coisas passavam pela minha cabeça
-Seus pais estão preocupados com você, soube que deu vexame ontem no coquetel, e que foi embora com o tal Luan Santana, não dando nenhum sinal de vida para eles-disse enciumado
-Fábio, eu estou na casa da Bruna, irmã do Luan, e você sabe que nós duas somos amigas, então preferi ficar na casa dela ao invés de ir para o meu apartamento, sabendo que os meus pais me detonariam assim que eu acordasse
-Custava nada ter avisado Rebeca, pois até eu fiquei preocupado, só te liguei porque seus pais queriam alguma notícia sua, e pediram para que eu tentasse falar com você, já que você não os responde
-Então agora que sabe sobre mim, pode ligar para os seus queridos sogros, porque eu tô com uma dor de cabeça enorme e meu humor está péssimo, e antes que você comece com uma discussão boba, é melhor nos despedirmos aqui, até mais Fábio-disse desligando na cara dele, sem deixar ele me responder

*Ligação*

Eu não queria me levantar daquela cama, muito menos saber nada sobre o que fiz na noite passada, tenho alguns relances em minha mente do que pode ter acontecido, e nenhum deles me parece ser bom. Com muito custo saí da cama, e procurei por um banheiro, o encontrando logo de cara na primeira porta que abri dentro do quarto, lavei meu rosto com água gelada, e me olhei no espelho vendo que eu estava horrível, fiz minhas higienes com o que achei pelo banheiro, sem ainda saber ao certo onde eu estava, e muito menos sem saber de quem era a roupa que eu estava usando, pois me parecia ser masculina, e eu queria estar errada sobre a pessoa ao qual aquela roupa pertencia. Saí do quarto, e estava totalmente perdida dentro daquela casa, ou apartamento, andei por alguns cômodos procurando por alguma alma viva, até que na cozinha encontrei Luan, sentado à mesa, tomando café e mexendo no celular, me dando maior certeza de que havia feito alguma merda na noite anterior.

-Bom dia, finalmente acordou-disse me olhando, assim que me aproximei
-Bom dia, só se for para você-bufei me sentando á frente dele-tô com uma dor de cabeça insuportável, e não me lembro de nada que aconteceu ontem, e nem sei porque estou aqui com você, e com essas roupas
-Calma, é muita pergunta-ele riu-toma esse café, pedi para você, um bem forte-disse me entregando um copo de café descartável-também pedi pão, e algumas coisas para você comer, assim que acorda-se, e não esqueci do principal-riu se levantando e buscando uma caixinha de remédio-eu tinha certeza que precisaria, pois você estava em uma situação crítica ontem, então a ressaca veio para castigar
-Ta bom, eu confesso que não estou entendendo toda essa sua gentileza e preocupação comigo-o olhei assustada-Luan, não vai dizer que ontem a gente...
-Não, claro que não, você estava super bêbada, eu jamais me aproveitaria da condição que você estava
-Obrigada-sorri sincera, e aliviada, pois em minha mente estava uma confusão total
-Mas a gente precisa conversar sério Rebeca-me encarou enquanto eu comia pão de queijo, e tomava meu café, após ter tomado o remédio
-Luan, eu realmente estou agradecida por ter sido gentil comigo, mas não estou com cabeça para ter nenhum papo com você
-Eu sei que ainda está sofrendo os efeitos da ressaca, mas eu quero esclarecer algumas coisas que você me disse ontem, porque eu mal consegui dormir pensando nisso, e também tem o fato de que você nunca gostou de mim, sempre me evita, faz cara feia, revira os olhos, e sei que já discutiu com a Marina por minha causa, então diante de tudo isso, eu só quero saber o motivo que te levou a ter tanto ódio de mim, sem nem me conhecer
-Eu não odeio você, esse é o meu jeito-disse me defendendo, e temendo onde ele queria chegar com tudo isso
-Não é, não mesmo, porque você é legal com todo mundo, sorri para todo mundo, mas é só comigo que você age assim-me olhou nos olhos, e eu desviei encarando meu copo de café-Rebeca, ontem você repetia o tempo todo que me odiava, que eu era a pior pessoa do mundo, e ficou afirmando que já rolou algo entre nós, e que eu te deixei sozinha em um motel, é por isso que você não gosta de mim?-perguntou puxando meu rosto para o olhar
-Eu estava super bêbada ontem Luan, você mesmo disse que meu estado estava péssimo, então bêbados tem disso, de criar histórias, e...
-Não vem com essa Rebeca, porque eu sei muito bem que os bêbados falam a verdade, os seus sentimentos mais ocultos vem á tona, e você repetia a todo momento o que aconteceu entre nós, então eu só quero saber o que aconteceu naquela noite, o que te magoou tanto, e quero me retratar com você, porque eu não sou mais aquela pessoa-me olhou sincero-por favor Rebeca, vamos esclarecer isso de uma vez
-Obrigada pela ajuda de ontem, e pelo café da manhã, mas eu preciso ir-disse me levantando da cadeira, mas ele não deixou
-Não foge Rebeca, para de mentir pra mim, porque agora eu quero saber tudo o que aconteceu entre nós, no passado
-Luan, eu realmente não estou com cabeça para falar sobre isso-suspirei me desvincilhando dele-aonde está o meu vestido?
-Para de desviar do assunto-me olhou irritado-eu só quero te entender Rebeca-respirou fundo
-Poderia me falar sobre o meu vestido primeiro?
-Coloquei na lavanderia, porque você vomitou nele, quer coloca-lo de volta mesmo assim?
-Que horror, paguei um absurdo naquele vestido, para acabar vomitando nele-lamentei-então essas roupas são suas?-disse balançando a camisa, que parecia um vestido em mim
-São sim, mas você esta me enrolando de novo-me encarou
-Eu só quero um tempo para pensar Luan, colocar minha cabeça no lugar, aliviar minha mente, e você fazendo toda essa pressão não está ajudando nenhum pouco
-Então seja sincera comigo Rebeca, porque depois de tudo o que fiz por você ontem á noite, sem você sequer estar ciente da merda que fazia, eu mereço ao menos uma explicação justa da sua parte
-Agora vai jogar na minha cara que me ajudou?
-Não estou jogando nada na sua cara, para de me interpretar errado e de me enrolar
-Tudo bem Luan, acho que realmente passou da hora de termos essa conversa-respirei fundo-mas será que pode ser em outro momento? porque eu realmente tenho problemas maiores para resolver com os meus pais, e...
-Eu concordo, porque se resolver com os seus pais tem que ser sua prioridade agora, então vou te deixar no seu apartamento, e marcamos um dia para conversar, pode ser?-disse me interrompendo
-Obrigada por entender-sorri para ele-e vai ser melhor conversarmos com calma, em outro dia

Peguei o meu vestido sujo, e o guardei em uma sacola que Luan achou pelo apartamento, deixamos tudo como estava, pois ele disse que mandaria alguém para limpar o lugar, e então seguimos em silêncio até o prédio onde moro, pois eu estava pensando no que falaria aos meus pais, que deviam estar preocupados comigo e ao mesmo tempo decepcionados pelo meu comportamento.

-Obrigada mais uma vez, Luan-o agradeci assim que ele parou na garagem do meu prédio
-Por nada-sorriu de canto-boa sorte com os seus pais, e não esquece que temos um assunto pendente
-Não vou esquecer-sorri amarelo, e desci do carro

O dia não começou favorável para mim, já tive uma pequena discussão com Fábio o tratando mal no telefone, Luan estava interessado em saber sobre nosso passado, e a pior parte viria agora, encarrar meus pais, após a noite vergonhosa que os fiz passar na noite anterior, eu realmente estava saindo de uma saia justa para entrar em outra. Entrei em meu apartamento, e tudo parecia tranquilo, até que Bruno com certeza notou que eu cheguei e veio correndo me lamber e pedir colo.

-Oi meu bebê, que saudade-o enchi de beijos
-Finalmente chegou em casa Rebeca-vi meu pai surgir na sala, com uma cara péssima
-Bom dia pai, tudo bem?-disse colocando Bruno no chão, e tentando amenizar o clima
-Acha que está tudo bem, depois da vergonha que nos fez passar ontem?-me encarou
-Rebeca, até que enfim, minha filha, onde você estava?-minha mãe chegou na sala e correu para me abraçar-seu pai e eu estamos chateados com você-sussurrou para mim, e suspirei
-Depois do que ela aprontou ontem, você ainda a recebe com abraço Vera?-meu pai a encarou
-Sérgio, eu ainda me preocupo com ela, mesmo sabendo que ela agiu de maneira equivocada, quem nunca deu um deslize na época da juventude?
-Para de defender, Vera ela já é adulta o suficiente para saber as consequências das próprias atitudes-meu pai nos encarava bravo
-Vocês dois, por favor, não vão começar a brigar agora-os chamei a atenção, antes que iniciassem uma discussão-eu sou a culpada sim, sei as consequências das minhas atitudes sim, e vocês já não mandam mais em mim faz tempo, então por favor, sem sermão
-Tudo bem senhora adulta e autossuficiente, mas você ainda é minha filha, e ontem você fez papel de adolescente inconsequente, acha que a nossa reputação ficou como Rebeca? e a sua imagem minha filha? você é uma arquiteta tão renomada, e fez todo aquele circo, bebendo como uma qualquer-meu pai dizia bravo
-Pai, eu só quis me divertir, beber um pouco para distrair, e acabei exagerando levada pela emoção, então me desculpem
-Rebeca, não é simplesmente pedindo desculpas que tudo se resolve-disse minha mãe-sorte a sua que eu e seu pai tentamos de todos os modos contornar a situação, inventamos até que você estava se comportando daquele jeito devido a saudade do seu noivo, que você era fraca para bebidas, e que nunca se comportou assim antes, pois bebia socialmente
-Nossa, e vocês colocam até meu noivo no meio-comecei a rir ironicamente-então se resolveram tudo ontem, assunto encerrado-disse pegando Bruno no colo, pois estava arranhando meu pé querendo atenção-vou tomar um banho e descansar um pouco
-E onde você estava esse tempo todo Rebeca? que roupas são essas?-minha mãe questionou
-Dormi na casa da Bruna, e ela me emprestou essas roupas que estavam para doação, acho que são do irmão dela, mas nem liguei-disse indo para o meu quarto
-Viu porque não temos assunto com essa menina Vera, ela sempre se acha a dona da razão, e nos vira as costas-ouvi meu pai reclamando, antes que eu entrasse em meu quarto

Tomei um banho relaxante, e pelo menos as coisas com os meus pais estavam iguais a antes, pois nunca vamos ter a relação perfeita de pais e filha, mas o que me atormentava era o fato de Luan querer esclarecer o que aconteceu entre nós no passado, e eu tentaria fugir de todas as formas dessa conversa, pois realmente é algo que não gosto de me lembrar.

*Luan on.

Após a noite em que lidei com Rebeca bêbada, ela não saiu mais da minha mente, tanto pelo fato de saber que tivemos um passado, quanto pelo fato de tê-la visto nua, e desejar aquela mulher. Ela vem me tirando o sono há dias, e me ignorando o tempo todo, pois eu tenho o número dela salvo em meu celular graças ao dia que Marina a ligou por ele, e mesmo que eu mande mensagem, ligue, ela nunca me responde, até tentei aparecer em seu apartamento mas ela nunca estava em casa, ou tem alguma desculpa pronta para não me receber, até mesmo em minha casa soube que ela não aparecido ultimante, tudo isso só para me evitar, mas eu tenho certeza que um dia vou encontra-lá, e a encurralar, para finalmente esclarecermos o que houve entre nós. Cheguei em casa após mais uma semana de shows, e como sempre fui recebido com todo carinho pela minha família, e muito mimado com tudo o que gosto de comer.

-Pi, preciso resolver umas coisas sobre a Nuwa, e a mãe quer que eu vá na farmácia comprar analgésico, porque ela ta com dor de cabeça, será que você pode ir?
-Mas é claro, vou sim, tô de boa agora-disse deixando o meu violão de lado, pois pensava em algumas melodias, para minhas composições recentes
-Então vai logo, eu só não fui porque estou esperando a resposta de um e-mail importante
-Imagina Bubu, a farmácia do condomínio é tranquila, e eu já até sei qual o remédio que a mãe toma para a enxaqueca dela

Saí de casa com o meu carro, e segui até a farmácia do condomínio, pois era tudo mais tranquilo para mim circular aqui dentro, e eu gostava de fazer essas pequenas coisas do dia a dia, sem ser parado o tempo todo para foto, autografo, ou estar cercado de seguranças. Como os analgésicos que minha mãe toma ficam na prateleira, resolvi pegar algumas caixinhas a mais, coloquei na cestinha e levei para o balcão, onde um dos atendentes estava no telefone, e os outros ocupados com outros clientes, quando comecei a reparar na conversa do que estava ao telefone, o ouvindo dizer Rebeca Sanches, mas logo fui atendido e parei de prestar atenção na conversa alheia.

-Suplementos e vitaminas para entregar no edifício central, apartamento 12, terceiro andar, para Rebeca Sanches-ouvi o que estava no telefone comentar, e essa era a minha chance
-Com licença, a Rebeca é minha amiga, se quiser eu posso entregar para ela, pois é caminho para mim o apartamento dela-disse sem pensar duas vezes
-Desculpe, mas a cliente vai efetuar o pagamento junto com a entrega, então não pode ser outra pessoa para entregar o pedido dela
-Tudo bem então, eu pago o pedido, e levo-disse decidido e o farmacêutico me olhou desconfiado
-Se garante que o pedido vai ser entregue, e como vai efetuar o pagamento pela cliente, tudo bem-concordou

Paguei o pedido de Rebeca, e entrei no carro comemorando pois finalmente consegui uma forma de vê-la, e ela nem faz ideia do que a aguarda quando abrir a porta de seu apartamento. Antes de fazer a pequena surpresa a Rebeca, passei em minha casa para deixar os analgésicos da minha mãe, e saí antes mesmo que ela agradecesse, cheguei no prédio onde Rebeca mora, e mostrei a sacola da farmácia para o porteiro.

-Boa tarde, vim entregar o pedido da Rebeca Sanches
-Você não parece ser alguém que trabalha na farmácia-me olhou desconfiado
-É que sou um amigo dela, e ela pediu para que eu trouxesse, porque é urgente, pode ligar para ela, que ela vai confirmar que fez o pedido-disse o encarando, enquanto aguardava a ligação
-Boa tarde senhorita Rebeca, tem um rapaz com uma entrega da farmácia, devo... ok, então vou liberar a entrada dele-disse destravando o portão

Entrei no elevador em meio a risos, e me sentindo um gênio, pois ela sequer desconfia que sou eu o entregador da farmácia. Apertei a campainha do apartamento dela, e depois de um tempo ela abriu a porta, me olhando espantada com um cartão na mão, e ouvia Bruno latindo do outro lado querendo sair para fora.

-Vim fazer sua entrega moça-ri a entregando a sacola, e ela me olhava sem entender
-Que palhaçada é essa Luan? desde quando você trabalha na farmácia?
-É só por hoje-ri a olhando-e não precisa pagar, porque eu já paguei por você
-Nossa, obrigada, não precisava-ainda me olhava espantada
-Não vai me chamar para entrar?-perguntei após ficarmos um tempo em silêncio
-Sabe Luan, eu estava de saída e...
-Não vem com essa Rebeca, hoje você não me escapa, então posso entrar?
-Tô vendo que não tenho saída mesmo-suspirou abrindo a porta, e já pegando o cachorro
-Oi Bruno, quanto tempo não te vejo-ri alisando os pelos dele, que estava todo agitado no colo de Rebeca
-Ele esta animado, porque não vê gente a muito tempo também-riu o colocando no chão-agora vai brincar com os seus brinquedos meu amor-o jogou um ursinho, que ele foi correndo pegar
-Cachorro é tudo de bom-sorri vendo Bruno correr com o brinquedo na boca-pena que agora a gente não tem mais cachorro, o Puff nos deixou a um tempo-suspirei chateado
-Eu soube disso, a Bruna ficou arrasada, e eu imagino que seja como perder alguém da família, porque eu não me imagino mais sem o Bruno-olhou para o cachorro
-É muito triste sim-suspirei-mas hoje eu não vim para falarmos de cachorro, Rebeca, você vem fugindo de mim desde aquela noite que você surtou bebaça, e então eu estava na farmácia quando ouvi sua ligação, por isso fiz questão de pagar tudo o que pediu, e trazer o seu pedido, porque eu realmente preciso ter essa conversa com você-a olhei nos olhos
-Imagino o quanto esteja curioso para saber-suspirou me olhando-mas me fala a verdade, você nunca notou que me conhecia de algum lugar? ou eu sempre fui uma completa estranha para você?
-Eu vejo pessoas diferentes todos os dias Rebeca, como iria me lembrar de você? ainda mais se o que rolou entre nós foi a tanto tempo, como eu imagino que seja
-Isso só mostra que nenhuma mulher tem valor para você Luan, por isso você é tão fútil-disse me olhando nos olhos-mas como quer tanto saber o que aconteceu entre nós, talvez assim refresque a sua memória
-Sou todo ouvidos Rebeca, tenho todo o tempo do mundo para te ouvir-a encarei, me ajeitando confortavelmente em seu sofá
-Está bem-ela suspirou-na verdade isso aconteceu quando eu havia acabado de completar 18 anos, na época eu era bem diferente fisicamente falando, estava loira, e vivia nas baladas, saindo com quem eu tivesse interessada, até que um dia minha prima Natália que sempre gostou de festa, me chamou para ir em uma balada sertaneja com ela, e até então a gente não curtia sertanejo, sempre preferimos música eletrônica e internacional, mas naquele dia eu aceitei ir com ela e um grupo de amigos em comum, quando chegamos na balada é claro que não estávamos nenhum pouco afim de curtir a música do local, mas sim beber e aproveitar á noite, eu preferia ficar o tempo todo no camarote e evitar me misturar com a aglomeração perto do palco, que parecia ter muitas mulheres loucas pelo cantor da noite-me encarou revirando os olhos-eu sequer prestei atenção no show, e um certo momento depois que o cantor já havia saído do palco, e uma dupla se apresentava, um baixinho se aproximou de mim me abordando e dizendo que o amigo dele estava interessado em mim, o que me fez rir na hora, imaginando como seria esse tal amigo, já que o baixinho não era nenhum pouco o meu tipo, e me surpreendi quando o mesmo baixinho me apontou o amigo dele, que estaria interessado em mim, me fazendo o reconhecer do palco, e...
-Espera-a interrompi-deixa eu tentar entender o contexto de como tudo aconteceu, então eu fiz um show nessa tal balada e depois fiz um amigo, que certamente pela sua descrição é o meu antigo secretário pessoal o Roberval, ir até você, pois eu estava interessado em te conhecer?
-Na verdade você sequer teve a capacidade de chegar em mim por conta própria, mas eu não sei o que me deu naquela noite, que aceitei acompanhar o baixinho e conhecer você, que logo se apresentou como Luan Santana, e veio com aquele papo de querer ir para um lugar mais tranquilo, que nos deixasse á vontade, e acho que não preciso ficar repetindo suas cantadas Luan, pois você deve ter consciência de como abordava as idiotas que você queria levar para o matadouro
-Assim você me ofende Rebeca, mas tudo bem, continue me contando a sua versão da história
-Eu na época era muito inocente, e ficava com outros caras para pirraçar Fábio, que eu sabia que gostava de mim, mas era só o meu amigo, e eu não queria o dar esperanças para algo além da amizade, e quando ele percebeu que eu estava prestes a sair com o cantor da noite, começou a me mandar mensagens, e eu educadamente pedi licença ao cantor que até então era alguém desconhecido pra mim, e fui até Fábio o dizer algumas afrontas, que ele não mandava em mim, e acabamos brigando-ela suspirou-e após essa briga, eu voltei até onde você estava, totalmente inquieto, acho que com medo de que eu tivesse desistido, então cometi a loucura de sair daquela balada com você, para dar inicio a pior noite da minha vida-disse totalmente dramática e eu a olhei arregalado
-Nossa, foi tão ruim assim? eu machuquei você? o que eu fiz de tão grave?-perguntei me sentindo um monstro
-Luan, para de me interromper-me olhou brava-continuando, você sequer conhecia a cidade, então com um carro que você mesmo disse que era alugado, começamos a andar sem rumo, até achar um motel de beira de estrada, da pior qualidade, e não preciso entrar em detalhes sobre o que aconteceu ali-me olhou constrangida-claro que foi algo rápido, mas a pior parte iria acontecer depois, pois eu precisava de um banho, então deixei você no quarto e fui tomar banho no banheiro, que não era lá aquelas coisas, a água estava gelada, e acabei tendo que me enxugar com a própria roupa pois as toalhas não pareciam limpas, foi quando voltei para o quarto, que encontrei apenas um bilhete escrito em um pedaço de papel toalha "precisei ir embora gata, valeu pela noite", como se aquilo não tivesse significado nada para você, como se eu não fosse nada além de um objeto que você usou por um tempo, e depois que experimentou jogou fora, para piorar, deixou apenas parte do dinheiro para pagar a conta, e eu tentando não surtar olhei em minha bolsa o que tinha de dinheiro, para ver se conseguiria pagar tudo, mas para minha maldita falta de sorte não foi o suficiente, então tive que implorar para deixarem eu pagar a conta depois, o que obviamente não colou, então saí sem pagar nada, e corri desesperadamente pela estrada na esperança de achar um táxi, uma carona, quando o meu salto quebrou, me fazendo cair no chão, ficar toda ralada, e descalço, meu celular não dava área, e a bateria estava no fim, foi quando surgiu um carro e eu desesperada para sair dali fiz sinal que precisava de carona, e mais uma vez minha maldita inocência me prejudicou, havia dois homens estranhos no carro, e devido estarem correndo muito eu fiquei assustada e pedi para me deixarem em qualquer lugar, mas vendo que eles não iriam parar, comecei a fazer escândalo dentro do carro, quando vi uma arma sendo apontada pra mim, descobrindo que eles eram assaltantes, então ficaram com minha bolsa, meu sapato que mesmo quebrado valia uma fortuna, e só não tiraram minhas roupas porque deixei eles ficarem com meu celular, meu pouco dinheiro e as outras coisas sem fazer mais nenhum escândalo, quando me vi mais uma vez perdida em um lugar totalmente desconhecido-respirou fundo, e eu estava chocado com a sequencia de má sorte-então mais uma vez procurei um meio de sair dali, até que achei uma lanchonete, ali deveria ter algum telefone, para eu me comunicar com minha família, mas eu realmente estava sendo provada aquela noite, pois mal entrei na lanchonete, quando presenciei um assalto no momento em que os bandidos fugiam, pois a polícia estava chegando no local, e eu no meio de toda essa cena acabei sendo levada na delegacia para depor, quando me deparo com o dono do motel fazendo uma queixa, e na hora ele me reconheceu, o que obviamente me fez passar a noite na cadeia pois pelos meus registros puxados eu já tinha mais de 18 anos, e devido o meu estado de choque, e de estar parecendo uma perdida, não pude ligar para ninguém até o amanhecer, e eu passei a pior noite da minha vida naquela cela-dizia deixando lágrimas cair-junto com bandidos, com pessoas horríveis, traficantes, eu só estava ali devido ter aceitado ser o seu brinquedinho da noite, e ter sido abandonada naquele motel nojento, sem dinheiro suficiente para pagar a conta, que você sequer fez questão de pagar, não me restando outra opção a não ser tentar fugir, e devido tudo o que aconteceu naquela noite, o único culpado foi você-deixou lágrimas cair me apontando, e eu ainda estava perplexo com toda essa história-então agora que sabe o porque eu odeio tanto você, não adianta pedir desculpas
-Eu sinceramente me sinto mal por você ter passado por tudo isso, por minha culpa-a olhei sincero-eu nunca imaginei que você carregava um trauma tão grande, causado por mim, e sei que pedir desculpas agora não adianta, mas eu queria muito que você entendesse que eu não sou mais assim Rebeca, eu realmente saia com mulheres e as deixava sozinhas quando tinha chance, porque eu não queria nada sério com ninguém, minha vida era na estrada, eu não tinha destino fixo, e minha distração eram as mulheres de cada cidade que eu passava, infelizmente em uma dessas ocasiões aconteceu com você-suspirei-e eu nunca tinha parado para pensar nas consequências, que poderiam acontecer após eu deixar as moças abandonadas nos hotéis ou motéis que eu passava
-Para você ver o quanto você é insensível Luan-ainda deixava lágrimas cair-comigo foi um trauma enorme, ter sido abandonada aquela noite, e ter que passar uma noite na prisão, não desejo isso a nenhum ser humano, pois é cruel demais, eu só não tenho meu nome sujo, e nenhuma ficha suja pois no dia seguinte após o ocorrido, eu liguei para o meu pai, e mesmo estando envergonhado por tudo o que fiz, ele acertou a conta com o dono do motel, que não deu queixa e então ficou tudo resolvido para o meu lado, mas e se tudo isso acontecesse com alguém com menos condições do que eu Luan? ela não teria essa sorte no outro dia, após a maré de azar que passou na noite em que dormiu com você
-Realmente, a história teria sido bem pior-suspirei imaginando-mas o que eu preciso fazer para que você me perdoe Rebeca? porque eu estou me sentindo a pior pessoa do mundo, após ouvir sua história, será que é tarde para eu te pedir perdão de joelhos?-disse indo até ela, e me ajoelhando na sua frente-me perdoa Rebeca?
-Agora não adianta Luan-disse enxugando as lágrimas que caiam, e me olhando nos olhos-no fundo eu sei que vivi uma consequência dos meus atos, e você sendo o gatilho de tudo isso, me fez nutrir todos esses anos esse ódio por você, e quando descobri que a Marina poderia ser sua irmã, eu comecei a me martirizar novamente com essa história, porque eu havia jurado a mim mesma que nunca mais veria o tal Luan Santana na minha vida, e se um dia por azar me cruzasse com ele, faria alguma coisa para me vingar, ou sei lá-riu de canto-mas não precisa se ajoelhar-me ajudou a levantar, e eu sentei ao seu lado-pelo menos nada de pior aconteceu, e eu consegui superar tudo aquilo com ajuda de psicólogos, Marina e Fábio, onde eu finalmente o dei uma chance, pois não queria passar por esse sofrimento de novo, e desde então vim seguindo minha vida tranquilamente, até que chegou o dia em que o destino quis brincar comigo, e te colocou outra vez na minha vida, como o irmão gêmeo da minha melhor amiga
-E por isso você nuca gostou de mim, da minha presença, e não fazia nenhum esforço para demonstrar a insatisfação comigo-ri de canto a olhando-sei que mesmo tendo acontecido a anos atrás, tudo isso de certa forma ainda machuca você, então eu estou disposto a me retratar com você, pela forma que começamos nos conhecendo a anos atrás, e mesmo sem saber, eu de certa forma sentia necessidade em sempre te dar alguma ajuda, mas agora entendo o porque, e realmente o destino gosta de nos surpreender, pois talvez essa seja a chance da gente recomeçar Rebeca, agora que você me contou toda a verdade, podemos dar inicio a uma amizade, com base na confiança, então aceita me dar essa chance de ser seu amigo?-a olhei nos olhos, e ela suspirou
-De todas as formas, eu não tenho alternativa-sorriu de canto-pois você é gêmeo da Marina, e também é irmão da Bruna, que são minhas amigas, nós já estávamos tendo que conviver juntos de qualquer forma, então acho que você merece essa chance, devido as pequenas ajudas que tem me dado, como no dia da minha mudança, e no meu vexame naquele coquetel, pois se você fosse o completo idiota que eu pensava, na noite em que ficamos sozinhos naquele apartamento e que eu estava bêbada, você poderia muito bem ter feito o que quisesse comigo, que eu nem iria saber, mas ao invés de se aproveitar da minha situação, você cuidou de mim, me colocou para dormir, e ainda pediu um café delicioso no dia seguinte, com direito a remédio para aliviar a minha ressaca-sorriu me olhando-então se você me desculpar por ter sido chata e grossa com você todo esse tempo, por mim tudo bem sermos amigos
-Então isso é o inicio de uma amizade, e o decreto de paz?-ri a olhando
-Definitivamente, sim-sorriu me olhando, e ficamos por um momento trocando sorrisos e olhares
-Rebeca, para isso dar certo, acho que realmente precisamos ser sinceros um com o outro, e não esconder nada-suspirei, e pensava muito bem no que iria falar
-Sim Luan, eu já te contei toda a minha história trágica, e resolvi te dar uma chance para mostrar que não é o embuste que eu pensava, então está tudo certo
-Então para falar a verdade, naquele noite que você estava bêbada, você não só me contou sobre o nosso possível passado, mas também insinuou por várias vezes que queria ficar comigo naquela noite-a olhei profundamente, e ela respirava fundo-você me tentou de várias maneiras possíveis Rebeca, e eu resisti ao máximo, pois sabia que você não estava em condições nem de parar em pé sozinha, até o momento em que você entrou no banho e ficou um pouco melhor, mesmo estando somente de lingerie eu tentei desviar meu olhar e meus pensamentos do seu corpo-suspirei pesado e ela me olhava atenta-mas quando você me fez sair, e depois quando sem querer me deparei com você nua naquele box, embaixo do chuveiro, foi difícil te tirar da minha cabeça-a olhei nos olhos, e percebi que ela mordia os próprios lábios-então para que nossa amizade dê certo, precisamos...
-Transar, porque eu também não paro de pensar em você, a todo momento que eu te vejo-disse de uma forma urgente passando suas pernas sobre as minhas, e se sentando em meu colo-porque existe esse desejo reciproco entre nós?-me questionou com os lábios próximos aos meus, enquanto me olhava sedutoramente
-Isso eu não sei, mas eu não vou responder por mim, se você continuar com a sua boca tão perto da minha-sussurrei olhando diretamente em seus lábios, enquanto ela o mordia
-Então deixa, que eu assumo a responsabilidade-sussurrou com a boca perto demais da minha, segurou meu rosto e me envolveu em um beijo, que retribui da melhor maneira a puxando para mim

História Boyfriend - História escrita por GarotaLatina - Spirit ...

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Olá amores, Rebeca enfim contou a história trágica da sua vida que envolve Luan, e depois de tantos desentendimento os dois confessaram que existe uma atração de um pelo outro, então o que será que vai acontecer a partir de agora? comentem o que estão achando da história, que em breve posto mais capítulos, beijos.

2 comentários:

  1. Como assim tu termina na melhor parte mulher?! Quero esse hot para amanhã 😂😂 eu espero que a Beca fique mais apaixonada pelo tarado do Luan kkkkkk continua logooo

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  2. Uou que história hein? Ainda bem que Luan mudou, esses dois não pode se encostar que pega fogo

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