segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Capitulo 46 - Sem esperanças.

Após a visita de Bruna e dona Marizete, fiquei mais atordoada do que nunca, uma angustia tomou conta de mim e eu só sabia chorar.

-Tudo bem meu amor? está sentindo alguma coisa? a bebê está bem?-Fábio entrou no quarto e me viu chorando, então ficou todo preocupado
-Não é nada, não se preocupa-tentei me recuperar evitando olhar para ele, e minha filha voltou a dormir, então apenas olhava o rostinho dela, observando como ela era linda
-Se não estiver bem meu amor, eu aviso as enfermeiras, e...
-É só coisas da minha cabeça Fábio-suspirei ainda olhando minha filha-é que meu emocional ainda está descontrolado, meus hormônios desregulados, então choro atoa-tentei disfarçar ao máximo
-A Bruna e a mãe dela já foram embora?-perguntou observando apenas eu e minha filha a sós no quarto
-Foram sim, só vieram conhecer ela mais de perto um pouquinho-suspirei alisando o rostinho da minha filha
-Então agora é o nosso momento em família-sorriu nos olhando-daqui a pouco voltam para buscar a Letícia, e eu mal fiquei com ela-disse pegando na mãozinha dela-ela é tão linda, nossa princesinha-sussurrou carinhoso beijando o alto da cabecinha dela-será que se o papai te pegar um pouquinho, você vai ficar quietinha?-conversava com ela todo carinhoso
-Acho que sim-sorri de canto o olhando-ela é bem dorminhoca, ainda mais depois de ter mamado
-Agora vamos ter que adaptar nossa rotina a ela, o que já vamos começar a ter ideia de como vai ser, depois dessa noite
-Pois é-suspirei pensativa-coloquei no mundo, então tenho que aprender como cuidar
-Nós vamos fazer isso tudo juntos meu amor, porque eu quero te ajudar em tudo-disse todo bobo a pegando no colo, e eu me sentia completamente mal, sabendo o tanto que eu estou o enganando, e o fazendo viver uma mentira
-Fábio, acho que estou com queda de pressão-o avisei sentindo minha visão ficar embaçada, uma dor na nuca começar a surgir e ele me olhou com desespero
-Beca, se acalma, vou chamar as enfermeiras...

Fechei os olhos e apenas tentei respirar fundo, estava começando a me sentir muito mal, e nem estava conseguindo processar o que acontecia a minha volta, só ouvia pessoas falando comigo, mas eu não estava conseguindo responder, quando senti que apaguei. Acordei sem saber onde estava e o que havia acontecido, abri os olhos com dificuldade, pois a luz do sol invadia o quarto, então aos poucos fui me lembrando de tudo, percebendo que ainda estava no hospital, e como eu estava recém operada de uma cesárea, ainda sentia medo de me mexer demais, e ao olhar para o lado e ver Fábio deitado todo torto e dormindo em uma cadeira de descanso, constatei que sou o pior ser humano do mundo, e que ele não me merece.

-Fábio... amor... Binho... Fábio...-comecei a chamar ele, até que ele acordou assustado e me olhou na hora
-Oi meu amor, tudo bem?-se espreguiçou e se levantou vindo se sentar ao meu lado na cama
-Acho que sim-suspirei o olhando-e a Letícia, está no berçário?
-Sim, ela passou a noite na incubadora sendo cuidada pelas enfermeiras, e eu fiquei aqui com você-disse entrelaçando nossas mãos-fiquei preocupado te vendo passar mal, mas foi uma queda de pressão de causa emocional, algo assim-suspirou alisando meu rosto-sei que é difícil cair a ficha de tudo o que está acontecendo meu amor, mas tenta ficar tranquila e...
-Eu estou tranquila amor-alisei o rosto dele, que estava próximo ao meu-estou tranquila porque sei que você está aqui cuidando de mim, e da nossa filha
-Cuido mesmo, porque são só minhas, e eu amo vocês-sussurrou me puxando para um selinho e eu o abracei prolongando nosso beijo
-Nunca esqueça que eu amo você-sussurrei ainda com nossas bocas coladas e ele sorriu
-Estava com saudades de ouvir isso, porque eu também te amo-me deu mais um selinho e alisou meu rosto-te amo mais que tudo nesse mundo
-Você é incrível demais-respirei fundo e o olhei nos olhos-sei que esse não é o momento apropriado, mas nós precisamos conversar, e...
-Eu sei que precisamos conversar sobre muitas coisas meu amor, mas não agora, você precisa descansar, e devo te informar que a nossa família veio do Rio e chegou nessa madrugada para visitar você e a Letícia-sorriu todo feliz-no momento eles estão hospedados em um hotel aqui perto do hospital, e a sua mãe ficou de vir agora cedo ver você, então...
-Bom dia, que bom que já acordou minha filha-ele nem precisou terminar de falar, e minha mãe já apareceu entrando no quarto-parabéns Rebeca, a Letícia é tão linda-sorriu vindo me abraçar-e como se sente minha filha? está melhor?
-Oi mãe, obrigada-sorri a agradecendo-acordei bem melhor hoje-sorri olhando para o Fábio que entrelaçou a mão dele na minha, e depois a levou até sua boca a dando um beijo
-Cuidei direitinho dela sogrinha-Fábio avisou a minha mãe
-Cuidou sim-sorri o olhando e minha mãe sorria largo nos observando
-A alegria de ter um filho é visível em vocês, e estão transbordando amor-nos admirava
-A Letícia só veio para nos unir mais, e completar a nossa felicidade, porque amor temos de sobra-disse Fábio
-Sempre te disse para preservar esse homem minha filha, você é sortuda demais em ter o Fábio na sua vida, amo esse menino como um filho-minha mãe sempre amou o Fábio como genro, e nunca negou elogios a ele
-Obrigado sogrinha, também amo a senhora como uma mãe-ele a abraçou-e porque a minha mãe não veio agora?
-Ela prefere vir mais tarde, no horário de visitas para a bebê, e inclusive, ela quer que você vá comer alguma coisa, tomar um banho, porque passou a noite toda nesse hospital, merece um descanso, e eu vim ficar com a Rebeca
-Minha mãe tem razão, vai descansar um pouco Fábio, você já foi maravilhoso o suficiente comigo-o pedi
-Se você está bem, e aceita ficar com a sua mãe, então vou tomar um banho, ver como o Bruno está...-riu se lembrando do nosso filho peludo
-Tadinho, está sozinho desde ontem, vai dar um pouco de atenção a ele meu amor, por favor-o pedi
-Calma, eu deixei ele no hotelzinho-me avisou, e respirei mais aliviada-eu sabia que iriamos ficar ocupados aqui no hospital, então ontem quando fui buscar as malas da maternidade, aproveitei e deixei ele no hotelzinho, mas vou passar lá para ver ele
-Você é mesmo maravilhoso meu amor, cuidou do Bruno sem eu saber, e que bom que o meu bebê está seguro, porque me sentiria muito mal sabendo que ele ficou sozinho naquele apartamento o dia todo, desde ontem
-Cuidei de tudo porque também me preocupo com ele, mas agora preciso ir, e antes vou passar para ver nossa pequena-sorriu todo bobo-cuida bem da minha mulher sogrinha-disse me dando um selinho e minha mãe assentiu
-Sua mulher está em boas mãos-disse minha mãe

Fábio saiu do quarto, e respirei fundo sob os olhares da minha mãe, que suspirava toda feliz.

-É tão bom ver vocês dois se dando bem
-É sim-sorri amarelo-o Fábio é incrível demais para mim, eu não merecia tanto
-Claro que merece meu amor, vocês são almas gêmeas, um completa o outro, agora estão formando a família de vocês, logo estarão casados
-Acho que ainda vai demorar um pouquinho mãe, não tenho cabeça para pensar em organizar casamento, não com uma bebê recém nascida para cuidar
-Tudo acontece no tempo certo minha filha, sei que vocês fizeram as coisas do jeito de vocês, meio bagunçadas, mas são felizes assim, eu estou aqui apenas para apoia-los
-Obrigada por sempre torcer pela gente-sorri a agradecendo-mas será que a senhora poderia chamar uma enfermeira, ou alguém? porque quero fazer xixi, tomar um banho, escovar os dentes, e não sei se posso me levantar
-Vou agora mesmo minha filha, fica tranquila que já volto

Minha mãe saiu para encontrar alguém que me tirasse da cama, ou me autorizasse a sair pelo menos, e com a ajuda da minha mãe e da enfermeira que ela chamou segui para o banheiro, onde tomei meu primeiro banho após a cesárea, escovei meus dentes, e mesmo sentindo um pouco de insegurança no inicio, logo me senti bem, e fiquei sozinha no banheiro para terminar de me arrumar, também observando que parecia estar tudo normal comigo, mesmo após o parto, e com certeza não iria demorar para recuperar o meu corpo de antes da gravidez. Como eu ainda não havia falado com ninguém, nem visto as mensagens que me mandaram, olhei por alto o que Fábio postou, e decidi postar alguma coisa para os meus seguidores, os avisando que eu estava bem, e os agradecendo pelo carinho que sempre tiveram comigo, e pelos comentários positivos que eu recebi antes da realização do meu parto, principalmente dos fãs da minha prima, e também de uma grande parcela dos fãs do Luan, devido minha aproximação com a família dele, e por eu sempre estar ajudando a levantar a hashtag que eles compartilhavam dando forças ao Luan.


@becasanches: Primeira foto sem o barrigão, será que isso é sinal que logo estarei de volta ao meu antigo físico? vou precisar de muito treino @leandroreispersonal 💪🥵 mas agora quero curtir muito a minha filhota, que é a coisa mais linda desse mundo 😍 logo posto mais coisas para vocês que me acompanham, e obrigada pelas mensagens me parabenizando pelo nascimento da Letícia, nós duas agradecemos 😘🙏

[...]

Após três dias na incubadora, a minha filha teve alta, e como eu estava tendo quedas de pressão, principalmente de causa emocional que eu não estava conseguindo controlar, fiquei internada a mesma quantidade de dias que ela, mas tivemos alta juntas, e então finalmente seguimos para casa. Nos dias que fiquei no hospital, eu não estava sozinha em nenhum momento, minha mãe e Fábio revezavam para ficar comigo á noite, enquanto todos os outros vinham me visitar durante o dia, mas a atenção de todos estava voltada para a minha filha, que estava ficando um tempinho comigo para mamar, sentir meu cheiro, meu carinho, e isso ajudou para que nós duas saíssemos mais rápido daquele hospital, pois é horrível ficar internada e dependendo de ajuda dos outros. No dia que recebemos alta, cheguei em meu apartamento e me deparei com uma linda festa de boas vindas para a minha filha, organizada por Marina, que até então só pode vir nos visitar agora, e sei que ela teve uma ajuda de Bruna, que mesmo estando estranha comigo, devido as coisas que dona Marizete começou a falar ao meu respeito, eu tinha certeza que elas sempre seriam presentes na vida da minha filha. Mesmo cansada após os dias que fiquei no hospital, dei atenção a todo mundo, mas Letícia logo estranhou tanto movimento, e tantas pessoas diferentes, começando a chorar, ficar enjoadinha, então tive que a dar mama, e fazer ela dormir, o que fez a maioria ir embora cedo, por perceberem que a bebê precisava de paz e tranquilidade, e eu não iria negar que queria a mesma coisa. Os familiares de Fábio permaneceram hospedados no hotel, e iriam embora no outro dia, enquanto que o meu pai só ficou os primeiros dias que eu ainda estava no hospital para ver como eu estava e conhecer a neta, e quem ficou comigo a todo momento foi a minha mãe, que estava pronta para me ajudar a cada choro ou resmungo diferente da minha filha, mesmo grudenta ela estava sendo uma avó incrível, e ela fez questão de ficar em meu apartamento para me ajudar nos primeiros dias com a bebê em casa.

-Sei que esta cansada, então também vou indo-disse Marina me dando um abraço para se despedir de mim-uma pena que a minha afilhada só quer dormir, vou ficar na casa da minha mãe por esses dias, e amanhã venho visitar vocês em um horário que a Le estiver acordada
-Você é sempre bem vinda aqui Mari, mas eu realmente estou só o pó-suspirei cansada-tenho que aproveitar que ela dormiu, para ver se consigo dormir um pouco também
-Você merece mamãe-sorriu me olhando-agora preciso ir, que todo mundo já foi embora, e só eu fiquei por ser uma dinda babona demais
-Quando a Bruna e a dona Marizete quiserem vir aqui, avisa elas que podem vir-a olhei sincera e ela assentiu entendendo o recado
-A Bru não ficou muito porque tinha compromisso, e a minha mãe vai vir quando as coisas estiverem mais tranquilas para vocês, porque ela entende que uma mãe de primeira viagem, e uma bebê recém nascida precisam de espaço-suspirou me olhando-só se cuida-me deu mais um abraço
-Obrigada por tudo amiga, se cuida também-me despedi dela, e respirei fundo, sabendo que ainda tinha muita coisa para ser resolvida entre mim e Fábio, e eu precisava pensar com clareza a partir de agora

Fábio e minha mãe estavam conversando algo sobre minha filha, e nem prestaram atenção quando me despedi de Marina e ela foi embora, então aproveitei e fui conferir se minha filha estava dormindo tranquila no berço, nunca imaginei que ser mãe era ter esses pensamentos estranhos a cada momento, de como está a bebê, e se ela está precisando de mim.

-Oi meu amor, acordou e ficou quietinha-sorri a olhando e ela estava com os olhos arregalados, me olhando fixamente-pode voltar a dormir minha filha, estou aqui pertinho de você-sorri para ela, que permanecia me olhando com atenção, quando senti dois braços a minha volta, e um beijo sendo depositado em meu pescoço
-Também não consegue mais ficar longe dela, não é-Fábio sorriu me abraçando e assenti-oi princesa, o papai também veio te admirar um pouquinho-disse colando seu rosto no meu e apoiando o seu queixo no meu ombro, para admirar junto comigo a minha filha, que nos olhava bem atenta


-Ela é a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida-deixei lágrimas caírem enquanto ela me olhava, pois aquele olhar era totalmente idêntico ao de Luan
-Nas nossas vidas meu amor, ela é a coisa mais linda que a gente já fez-sussurrou em meu ouvido e beijou meu pescoço-eu amo vocês
-Eu sei-enxuguei minhas lágrimas o olhando-e eu não mereço esse amor-tentei o olhar nos olhos, e era muito difícil encarar ele dessa forma-eu não te mereço Fábio...-voltei a chorar e ele acariciou meu rosto tentando me acalmar
-Claro que merece Beca, porque está chorando?-me olhava calmamente e enxugava as minhas lágrimas
-Porque você é tão carinhoso comigo? eu não mereço Fábio, não mereço...-saí de perto do berço da minha filha para não assustar ela com o meu choro, e me sentei frustrada em minha cama, sentindo em seguida Fábio me abraçar
-Amor, o que está acontecendo? Beca, você não está nada bem-me olhou preocupado
-Eu sou uma pessoa horrível...-chorava desesperadamente, e não sabia como contar a ele o que me afligia
-Você é linda meu amor, calma, você está ficando muito alterada do nada, chorando, isso é sinal de depressão pós parto, você precisa de tratamento e...
-Não é depressão Fábio, é a realidade...-tentava me recuperar do meu choro e o encarar outra vez-Fábio, eu preciso te contar uma coisa, que eu venho adiando a muito tempo...-respirei fundo, e pensei bem no que iria falar-você é um homem incrível, e eu amo a sua companhia, a sua amizade, e...
-Eu sei meu amor, mas agora você não está em condições de falar nada-fez carinho em meu rosto-vai tomar um banho, e descansa um pouco, você precisa disso-sorriu de canto beijando minha testa e se levantou
-Fábio, fica aqui, precisamos conversar agora
-Com você nesse estado, não tem como conversamos sobre nada meu amor, melhor você se recompor, descansar, que depois conversamos
-Mas Fábio...
-Vai tomar seu banho, que eu vou ver com a sua mãe o que vamos fazer para você comer-disse todo paciente me dando mais um beijo na testa e saindo do quarto
-Não faz isso, não vira as costas, eu preciso te contar a verdade...-disse pensando alto e voltando a chorar após ele sair do quarto

[...]

Uma semana se passou, e eu preferi pensar nesse tempo a melhor forma de contar a Fábio toda a verdade, pois a minha filha havia acabado de nascer, estávamos recebendo muitas visitas, a minha mãe queria estar por perto da gente toda hora, e eu queria privacidade com ele, pois era muita coisa que eu precisava colocar para fora, o momento seria de total tensão entre nós, pois não tinha ideia de como ele iria reagir, e eu só tinha a certeza de que ele não iria querer me ver nunca mais, quando descobrisse o tanto que o enganei. Dona Marizete permanecia indiferente comigo, porém fazia questão de vir visitar Letícia todos os dias, trazendo mimos para a neta, o que deixava minha mãe um pouco enciumada, mas eu não poderia negar a aproximação dela com a minha filha, e a cada dia que ela me olhava com aquele olhar sofredor, eu tinha mais certeza do quanto eu estava sendo um monstro com todo mundo, pois Luan permanecia no mesmo estado, a família dele sofrendo com a incerteza se ele voltaria um dia, e Fábio cada vez mais apegado a Letícia, achando que ele era o pai dela.

-Bom dia, nem ouvi você levantar ou ela chorar-acordei e já vi Fábio andando com Letícia pelo quarto, tentando a ninar


-Não quis que você se preocupasse meu amor, ouvi ela chorar, e acho que é cólica, ou só manha para ficar no colinho do papai-sorria enquanto a ninava e ela quase dormia grudada nele
-Ou deveria ser fome, devia ter me acordado-disse bocejando e ele riu
-Você estava dormindo feito uma pedra, ela já deu trabalho nessa madrugada, quis te deixar dormir um pouco mais
-Obrigada pela preocupação meu amor-me levantei cheia de preguiça indo até eles-mas essa mocinha saiu de dentro de mim, então eu sei que ela está com fome-disse indo pegar ela, que assim que me viu começou a chorar manhosa
-Ela estava quase dormindo no meu colo amor-ele riu a vendo esgoelar em meu colo
-Eu sei, mas assim que você fosse a colocar no berço, ela ia chorar de novo-disse me sentando com ela na poltrona de amamentação, e Bruno veio correndo ver o que acontecia, ele estava muito ciumento e estranhava a bebê, então não queria mais subir na cama para dormir comigo, nem ficar muito perto de mim, pois eu sempre estava com Letícia no colo, e só se aproximava ás vezes quando ouvia ela chorar, pois ele devia achar estranho-pronto meu amor, hora de mamar-disse tirando meu seio para a amamentar, e ela logo ficou quietinha sugando com força o meu leite
-Era fome mesmo-Fábio riu nos olhando todo bobo-já conhece ela tão bem meu amor, está se saindo uma ótima mãe
-Acho que sim-sorri de canto a olhando, e senti Bruno colocar as patinhas na minha perna-oi meu amor, veio ver sua irmã mamar?-conversei com ele, que estava birrento comigo, olhava e cheirava curioso a minha filha
-Vai ficar mesmo chamando a nossa filha de irmã do cachorro?-Fábio riu o pegando no colo
-Os dois são meus filhos, você sempre soube disso-o olhei brava, pois ele ás vezes implicava com o Bruno e eu não gostava
-Ele ta estranhando ela, mesmo que ele seja pequeno e de confiança, a gente nunca sabe como ele pode agir com a nossa filha por perto meu amor
-Logo ele se acostuma com ela, eu tento dar carinho para ele quando ela está dormindo, mas ele está manhoso e birrento, porque eu o chamo e ele não me da moral, só vem perto de mim quando eu pego ela, e fica me olhando com esses olhos esbugalhados-ri o olhando-você mesmo mocinho-olhei para Bruno que me encarava curioso
-Chega de colo, porque quem gosta de mimar você é a sua mãe-disse Fábio rindo e o colocando no chão

Amamentei a minha filha, a fiz dormir, e coloquei ela no berço, para enfim tomar um banho e iniciar o meu dia, Fábio quis me acompanhar no banho, e eu estava evitando qualquer intimidade com ele, pois ainda estava de resguardo, e a cicatriz da cesárea não é uma coisa bonita para ficar olhando, além de que eu me sentia desconfortável em ficar a sós com ele, pois eu ainda sentia pesar em meus ombros a verdade que eu escondo dele, a cada momento que ele se aproxima de mim.

-Quanto tempo vamos ficar sem fazer nada amor?-ele tentava me beijar, e eu disfarçava me ensaboando
-Não sei Fábio, meu médico que vai dizer quando posso voltar a fazer sexo
-Estou com tanta saudade-alisou minha bunda e mordeu de leve minhas costas-quero amar você logo, estamos perto um do outro, e continuamos no mesmo empasse de quando morávamos em países diferentes, sem rolar nada um com o outro
-Eu acabei de parir Fábio, você se acidentou, aconteceu muita coisa, e você pensando em sexo?
-Você não?-me olhou safado e ri negando
-Com uma filha pequena para criar, que chora dia e noite, não sei se quero sexo por um bom tempo
-Assim eu não aguento Beca, vai querer se guardar até o casamento agora? porque do jeito que as coisas estão indo
-Não seria má ideia-ri o olhando
-Nem brinca com isso, quero te ter logo meu amor-disse safado me abraçando e colando nossos corpos-preciso te sentir de novo-beijou meu pescoço
-Logo vamos voltar a nossa rotina normal-sorri amarelo me afastando dele-mas por enquanto seja paciente e compreensivo comigo
-Pelo menos posso te beijar?-perguntou me olhando
-Beijar está liberado-ri de canto o abraçando pelo pescoço, e o dando um beijo


Confesso que beijar Fábio não era ruim, mas eu me sentia estranha perto dele, sabendo que precisamos conversar sobre tantas coisas, e mesmo tentando apagar da minha mente as minhas mentiras, eu sabia que precisava colocar fim a essa angustia o quanto antes, pois a cada dia eu me sentia uma pessoa pior. Após o nosso banho, nos arrumamos, e eu fui conferir se minha filha estava dormindo, ela parecia um anjinho, naquele sono profundo e sereno de bebê, enquanto que eu me sentia cansada, pois ela me dava trabalho a noite toda, para chegar de manhã e dormir como se nada tivesse acontecido.

-Bom dia mãe-sorri de canto a cumprimentando, e vendo ela terminar de tomar seu café da manhã sozinha na mesa, com Bruno no seu pé, comendo os pedacinhos de pão que ela o dava
-Bom dia minha filha, sua cara está péssima-riu me olhando
-Isso se chama Letícia-disse Fábio rindo e entrando na cozinha logo atrás de mim-bom dia sogrinha linda, o que fez de café hoje?-já foi perguntando e abrindo a frigideira que estava sob o fogão
-Ovos mexidos, foi o que deu para fazer, vocês não estão dando atenção para a despensa dessa casa, precisam urgente ir no mercado-disse minha mãe
-Mãe, já que a senhora está aqui a mais de uma semana, poderia fazer isso para a gente-a olhei-eu ainda estou recém operada da cesárea, e me sinto uma múmia ambulante por ter uma bebê que chora a todo momento, o Fábio tem que trabalhar online a maior parte do tempo, então como a senhora está atoa aqui, poderia ir no mercado comprar o que falta-disse com sinceridade
-Eu não estou aqui atoa, quem está te ajudando a maior parte do tempo Rebeca? quanta ingratidão-minha mãe me olhou ofendida
-Não vão começar a discutir logo cedo-disse Fábio nos olhando entediado, pois nós duas sempre trocávamos farpas por motivos bobos
-O Fábio tem razão-respirei fundo-desculpa minha grosseria com você mãe, mas será que a senhora poderia ir no mercado comprar algumas coisas?
-Pedindo com educação é outra coisa, então claro que aceito-disse minha mãe-vou ver com a dona Marizete como e onde comprar-disse já digitando algo em seu celular, pois apesar dos ciúmes que ela sente da outra avó da minha filha, as duas se dão bem e conversam bastante
-Ótimo, vocês duas se deram muito bem, então ela com certeza vai ajudar a senhora com o lance do mercado-disse bocejando enquanto tomava o meu café
-Está cansada meu amor?-Fábio riu me olhando-se quiser voltar a dormir, eu fico de olho na Letícia
-É obvio que estou cansada, mas perdi o sono, então vou fazer uma lista de compras para a minha mãe, aproveitando a boa vontade dela de ir no mercado para a gente

Olhei os armários, a geladeira, despensa e conferi o que estava faltando, e realmente tinha muita coisa para comprar, minha mãe me ajudou a fazer a lista, e não demorou para que eu escutasse minha filha chorando, então deixei minha mãe finalizar tudo sozinha, enquanto fui pegar minha pequena, que acordou manhosa, querendo ficar no colo. Levei minha filha para a sala, e fiquei com ela deitada sobre minha barriga no sofá, Bruno se deitou no tapete ao meu lado quietinho, Fábio estava no quarto resolvendo coisas do trabalho, e ouvi a campainha tocando, então minha mãe foi atender a porta, e logo vi que era dona Marizete.

-Oi coisa linda da vovó-ela já chegava indo ver minha filha, antes de qualquer coisa-acordou cedo hoje?
-Daqui a pouco dorme de novo-bocejei a olhando-olha filha, a vó Marizete veio ver você
-Na verdade ela veio para me acompanhar no mercado-disse minha mãe já enciumada-vamos Marizete, não quero demorar, pois o transito nessa cidade é um inferno
-Já vamos sim Vera, mas quero segurar um pouquinho essa princesa-disse olhando para minha filha, e não me importei que ela a pegasse
-Vovó ama você-dona Marizete a segurava com todo cuidado do mundo, e era visível a emoção que ela sentia com a minha filha nos braços
-Tchau coisinha linda da vovó-minha mãe se despediu da minha filha, para apressar dona Marizete, que suspirou e a entregou no meu colo
-Tchau vovó, não demora para trazer nossa comida-disse acenando para elas com voz de bebê, e elas logo saíram-enfim sós minha princesa-suspirei a olhando-agora você é todinha minha-sorri para ela que me olhava séria-você não vai dormir tão cedo com esse olho arregalado, então vamos procurar alguma coisa para fazermos juntas

Fiquei trocando os canais da TV até minha filha chorar manhosa, e eu a dei mama para fazer ela ficar quietinha, mas vi que a fralda estava suja, então tive que ir troca-la no quarto, quando ouvi Fábio conversando com alguém no celular "mas ela não pode saber..." "tem que ser surpresa..." "ela merece muito mais que isso..." "ela não vai desconfiar de nada, tem certeza?...", respirei fundo e deixei lágrimas caírem, ele era tão bom para mim, sempre me respeitou, demonstrou me amar, e eu só fiz coisa errada por trás das costas dele, menti, traí, enganei, e o pior de tudo, é que tive uma filha com outro homem, e ainda não tive coragem de contar a ele, o quanto o fiz de idiota, pois ele não merecia sofrer por minha culpa. Fechei os meus olhos, enxuguei minhas lágrimas, respirei fundo, e decidi naquele momento tomar a coragem de encarrar Fábio e o contar toda a verdade.

-Veio ver o papai trabalhar meu amorzinho-disse desligando o celular e nos olhando todo feliz
-Veio trocar a fralda, e ficar quietinha, porque depois nós precisamos conversar-o olhei séria e ele apenas assentiu
-Tudo bem amor, já estou finalizando aqui

Troquei minha filha, e depois de a dar mais um pouco de mama, e a ninar no colo, ela dormiu, então me sentei na cama ao lado de Fábio, que já havia desligado o notebook e mexia no celular.

-Fábio, precisamos conversar, e é algo muito sério, então por favor me ouve com atenção, não me julga antes de eu terminar de falar, e eu vou te dar toda a razão do mundo, se depois disso você nunca mais quiser olhar na minha cara-o encarei séria e ele estava sério
-Pode dizer Beca, estou aqui para te ouvir
-Na verdade, eu nem sei por onde começar...-estava perdida em meio aos meus pensamentos, e me segurava ao máximo para não começar a chorar na frente dele, pois eu me sentia um monstro por tudo que fiz a ele, e agora precisava o contar a verdade
-Seja direta meu amor, o que quer me dizer?-ele me encarava, e minha vontade era de sair correndo dali
-Fábio, eu não sei mesmo como te falar isso, sem doer em mim...-deixei minhas lágrimas descerem-mas eu não aguento mais viver sufocada por essa mentira, você não merece ser enganado dessa forma...-comecei a me desesperar, e ele me segurou pelos ombros, olhou em meus olhos e me encarou
-Fala de uma vez Rebeca, por favor-pediu todo sério e eu estava me sentindo a beira do precipício
-A Letícia não é sua filha...-chorei desesperada-me perdoa Fábio, me perdoa...
-Eu não entendi Rebeca-disse me olhando com lágrimas nos olhos-o que você disse?
-Você não é o pai da minha filha, ela não é sua filha... me perdoa Fábio, você não me merece... só me perdoa amor...
-Te perdoar?-riu irônico enxugando suas lágrimas-mais do que eu já te perdoei Rebeca?-me encarou-ou acha que esse tempo todo que ficamos longe um do outro, eu não sabia sobre você e o seu amante?
-Então você já sabia?-o encarei sem acreditar-e mesmo assim, nunca fez nada, me disse nada, porque Fábio?
-Porque eu te amo Rebeca-me olhou deixando lágrimas cair-mas eu realmente me surpreendi com a sua coragem de me contar a verdade, porque aquela menina não se parece nada comigo, não tínhamos nada a muito tempo, e só com uma noite você ter engravidado, é suspeito demais, mas eu me fiz de cego, tentei acreditar em você e estava me apegando na única gota de esperança dela ser minha filha, mas eu soube que não era, desde o momento que ela nasceu-ele chorava me olhando-e o seu amante, sabe que ela é filha dele?
-Sim-chorei assentindo e um silêncio se instalou no ar
-É aquele seu personal não é?-perguntou me olhando, e percebi que ele entendeu tudo errado
-Não Fábio, o Leandro é meu amigo de verdade, o pai da Letícia é o Luan...
-Aquele cantor desgraçado-me olhou irritado-era óbvio demais, estava na minha cara o tempo todo-riu irônico-você e ele se comem desde quando Rebeca? é ele o seu amante esse tempo todo?
-Fábio, aconteceu...-eu não sabia como o explicar nada, pois ele estava muito nervoso
-Aconteceu, essa é sua única explicação Rebeca? sua mentirosa, vagabunda, vadia...
-Não me xinga desse jeito Fábio, eu nunca tive nada com outro homem além dele e...
-Mesmo assim, você se comportou como uma vadia, eu sempre fui fiel a você, e é assim que sou retribuído? você merece todo desprezo do mundo, sinto nojo de você...
-Eu sei que errei Fábio, mas me perdoa...-chorava desesperada, ouvindo as palavras duras dele
-Você não merece perdão sua vagabunda, e quer saber, vou embora daqui agora, não fico nessa casa olhando para essa sua cara nem mais um segundo...
-Fábio me perdoa, por favor, não faz isso comigo... Fábio...

Eu chorava desesperada, vendo ele arrumar suas coisas, quando ouvi ao fundo minha filha chorando, e não tinha forças nem para me levantar e ir pega-la, deixei que Fábio saísse sem o questionar nada, pois eu não estava em posição de exigir nada dele, depois de tudo o que fiz, ele estava certo em querer ficar longe de mim, pois eu não merecia perdão, nem ao menos consideração da parte dele. Depois de muito chorar, peguei minha filha que esgoelava no berço, e eu estava sem forças para mais nada, apenas a abracei, e concentrei todo o meu amor nela, pois ela é a única coisa que me resta, para me dar um pouco de felicidade.

[...]

Algumas semanas se passaram desde a minha briga com Fábio, minha mãe obviamente ficou do lado dele, mesmo sem saber o real motivo da nossa briga, pois eu estava tão mal que tive vergonha de contar a ela tudo o que aconteceu, dona Marizete ficou preocupada vendo Letícia chorar em meio aquela situação, e levou a pequena para ficar alguns dias sob seus cuidados, enquanto que minha mãe e eu brigamos feio, fazendo ela voltar para o Rio de Janeiro, Fábio estava incomunicável com todo mundo, e até mesmo os familiares dele estavam me ligando para saber sobre ele, e minha vida estava um caos total, eu mal comia, mal dormia, e só sabia chorar e lamentar diante dos erros que cometi, e sentindo o peso das mentiras que carreguei, me jogarem na lama e escancarando o quanto que eu não presto. Só fui ver minha filha três dias depois de tudo o que aconteceu, pois Bruna e dona Marizete vieram traze-la para mim, pois ela precisava mamar, e ter a mãe por perto, mas eu estava tão inerte do mundo, que deixei elas ficarem com a minha filha o tanto que fosse preciso, até eu me recuperar, ou tentar me recuperar da minha tragédia pessoal. Eu precisava de apoio psicológico em meio a tudo isso, precisava de um ombro amigo, de alguém que não me julgasse, e que me enxergasse como o ser humano falho que eu sou, então Marina veio ficar comigo, me dar colo, concelhos, e ouvir todos os meus pensamentos, ela me deu forças no momento que mais precisei, e me fez encarar dona Marizete para termos uma conversa séria sobre o futuro da minha filha, que agora teria o sobrenome Santana em seu registro, e que aos poucos seria do conhecimento de todos da família que ela era filha do Luan, mas como eu ainda estava muito mal com tudo o que aconteceu, ela concordou em manter segredo por enquanto, e eu teria um tempo para processar tudo isso, e preparar o meu psicológico para mais uma carga negativa que iria surgir sobre mim, quando fosse de conhecimento de todo o mundo, que a Letícia é filha do Luan Santana. Eu mal estava saindo de casa, e as únicas visitas que recebia era a mãe e as irmãs do Luan, tenho pensado tanto nele ultimamente, sentido tanta saudade, e as notícias eram sempre as mesmas sobre o estado de saúde dele, só não sei até quando. Tenho deixado minha filha ficar a maior parte do dia na casa da avó, que com certeza sabe cuidar dela muito melhor do que eu, já que agora tenho tratamento psicológico 3 vezes por semana, tenho tomado antidepressivos, e dormido a maior parte do dia, então com uma mãe dessas nenhuma bebê recém nascida iria ter bons exemplos, cuidados ou estímulos nessa fase que é tão importante.

-Que bom que você voltou a ser o meu grude, meu amor-estava abraçada com Bruno no sofá, pois Letícia estava com a avó-mas daqui a pouco sua irmãzinha vai voltar, e eu preciso cuidar dela, então sem ciúmes-conversava com Bruno quando ouvi a campainha tocar-acho que ela chegou-sorri me lembrando da minha filha, e levantei animada para abrir a porta, quando me deparei com alguém que imaginei que nunca mais veria-Fábio?
-Oi Rebeca, será que podemos conversar?-disse me olhando sério e eu estava sem reação
-Sim...-assenti o deixando entrar, e senti que o clima logo iria ficar pesado entre nós, mas iria tentar dar ouvidos a tudo que ele quisesse me falar
-Antes de qualquer coisa, eu preciso que me responda apenas uma pergunta-disse me olhando nos olhos-você ainda me ama?
-Depois de tudo que me falou, acha que eu deveria responder o que?-o encarei séria-sei que agi errado com você, mas você nem quis ouvir o meu lado
-Estou aqui para fazer isso agora-suspirou me olhando-Rebeca, eu pensei muito antes de vir te procurar, porque você realmente machucou o meu coração, me traiu, me enganou, mas após esse tempo afastado de tudo e de todos, refleti bem, e percebi que a minha vida não tem sentido sem você, e também sem a Letícia, mesmo sabendo do risco que estou correndo de ouvir um não, eu estou disposto a perdoar você, e a retomar nossa vida juntos, por isso eu só preciso saber uma coisa Rebeca, você me ama?-perguntou me olhando sério e eu estava em choque, deixei lágrimas caírem, e ele era realmente o homem da minha vida, pois mesmo depois de tudo o que fiz com ele, vir me perdoar e querer retomar nossa vida, era uma prova de amor que nunca imaginei receber
-Sim Fábio, é claro que eu te amo...-deixei lágrimas rolarem me aproximando dele-você me perdoa?
-Depois de ouvir da mulher que eu amo, que ela também me ama, seria maluco se não te perdoasse
-Obrigada Fábio-apenas o abracei enquanto chorava, e ele me abraçou com carinho

Conversei muito com Fábio, e ele me fez prometer que nunca mais iria trai-lo, também o contei em partes o que tive com Luan, claro que tentei fazer parecer que foi algo rápido, e que durou pouco tempo, apenas o suficiente para engravidar dele, pois eu não queria que ele se sentisse mais enganado do que já foi, então omitir algumas partes não faria mal nenhum, pois a pior verdade ele já sabia, que era sobre a minha filha ser filha do Luan. Decidimos ir devagar dessa vez, e foi um baque para dona Marizete saber que eu e Fábio estavámos juntos de novo, depois de tudo o que aconteceu, ainda mais por ele querer assumir o papel de pai da minha filha, pois era evidente o quanto ele sentiu falta dela, e que o amor que ele tinha por Letícia era verdadeiro, então eu não o negaria a chance de ser o pai da minha filha, pois o verdadeiro pai dela ainda é uma incognita do destino, se vai ou não fazer parte da vida dela.

 [...]

Letícia crescia linda e forte, ela já estava com três meses, e era o xodó de todo mundo, tanto das titias babonas, dos avós, e também de Fábio, que estava sendo um pai e tanto para ela, e estava muito apegado a pequena, desde quando quis assumir o papel de pai.

-Bom dia, nem ouvi ela chorar-disse me levantando da cama e indo direto para a sala, ao ver que minha filha não estava no berço
-Eu ouvi ela acordada no berço, então peguei antes que chorasse-disse Fábio a balançando com carinho, enquanto ela o olhava arregalada
-Oi meu amor, está com fome?-a peguei no colo e ela abriu o berreiro para chorar-é sempre assim, só perguntar se está com fome, que a senhorita chora
-Faz parte-ele riu me vendo a dar mama-é uma bezerrinha mimada

Dei mama para a minha filha, e ela acabou dormindo, a deixei no carrinho, e Bruno enciumado me pediu colo, então o peguei e me sentei no sofá com ele e Fábio, que nos abraçou, ele estava sendo um pai muito mais incrível do que imaginei, e eu estava me acostumando a viver com ele outra vez.

-Olha quem veio visitar a vovó-disse mostrando Letícia para dona Marizete, assim que ela abriu a porta para nós, pois todos os dias eu a levava um pouquinho para ver a avó, quando ela não ia busca-la
-Oi minha princesa, coisa linda da vovó-ela sorriu largo já tirando minha filha do carrinho e a pegando no colo-já estava com saudades
-Sei que sim-sorri olhando o carinho que ela tinha com a minha filha-e a Bru?
-Está na loja-disse seguindo para se sentar no sofá com a minha filha no colo-e o Fábio?-perguntou me olhando e suspirei
-Ficou em casa, está trabalhando online, então deixo ele mais á vontade nesse horário
-Ela está a cada dia mais linda, e se parece muito com o Luan-disse olhando para minha pequena que tentava puxar o colar dela
-Acho ela parecida comigo-disse para desviar o assunto
-Nem um pouco-riu me olhando-ela é o meu filho todinha-suspirou olhando para a neta-sabe Rebeca-ela me olhou nos olhos-eu nunca concordei em você esconder de todo mundo que você e o meu filho tiveram um caso, e que ela é filha de vocês, mas com tudo o que aconteceu, e o Fábio querer se manter como o pai dela, acho que você como mãe, apenas quis preservar uma figura paterna para a sua filha-deixou lágrimas cair-porque já fazem meses que o meu filho não acorda, meses que ele não vê a luz do dia, que não sabe o que acontece aqui fora, então me perdoa se te julguei, no seu lugar não sei se faria a mesma coisa, mas como avó eu só quero o melhor para ela-suspirou olhando para a minha filha-e se você quiser manter esse segredo entre nós, eu vou entender...
-Obrigada dona Marizete...-sorri indo a dar um meio abraço, já que ela segurava minha filha-que bom que a senhora entendeu o meu lado, não fiz por mal, fiz apenas por ela-fiz carinho no rostinho da minha pequena
-Ela sempre vai ser minha neta, e sempre vou estar perto dela, então independente do que acontecer, ela sempre vai ser uma parte minha também-abraçou minha filha-amo tanto essa pequena, pelo menos de um jeito errado, você e o meu filho fizeram algo certo, que foi ela
-Pois é-disse enxugando minhas lágrimas-o Luan sempre vai ter uma parte dele viva, graças a nossa filha-a fiz carinho-mas e como ele está? não tem notícias?-a olhei receosa, pois era estranho ela agir assim
-Já se passaram mais de seis meses Beca, os médicos querem desligar os aparelhos-me disse deixando lágrimas caírem-eu não tenho forças para ir me despedir dele, o Amarildo vai resolver a papelada toda, e vamos consentir...-deu uma pausa demonstrando sua tristeza-pois ele não demonstra reação
-Vocês vão...-não consegui terminar a frase
-Estamos sofrendo muito Rebeca... eu não queria, mas se não posso fazer mais nada por ele, vai ser melhor assim...
-Não pode ser...

Chorei muito com dona Marizete, e estava sem acreditar que eles iriam desligar os aparelhos de Luan, não queria que ele fosse embora, não assim, sem ao menos conhecer a nossa filha, eu ainda o amo tanto. Estava abalada com a notícia que Luan seria desligado, então mesmo sem saber se era permitido, segui com minha filha para o hospital, desde que ela nasceu eu não o visitei mais, então agora seria a minha última chance de me despedir, e da minha filha ao menos ter a chance de ver o pai com vida, pela última vez.

-Não posso permitir a entrada de uma criança
-Mas ela precisa entrar comigo, por favor...
-São contra as regras...
-Mas ele... é o pai dela-deixei lágrimas rolarem, revelando a verdade a enfermeira-por favor, me deixa despedir dele, sei que a família vai assinar para desligar os aparelhos, então eu quero que ela se despeça do pai
-Isso é contra as regras... mas, se é só dessa vez, deixo passar-a enfermeira me olhava constrangida, mas deve ter sentido minha angustia, para ter permitido essa loucura

Mesmo quebrando as regras, consegui entrar com a minha filha no quarto de UTI, onde Luan estava, continuava na mesma situação, dessa vez mais barbudo, mais magro, pálido, e meu coração se partia o vendo naquele estado.

-Oi Lu, sou eu de novo... dessa vez, eu não vim sozinha-deixei lágrimas caírem-ela veio te conhecer, é a nossa filha Luan-disse colocando ela sobre o peito dele, e a segurando, pois ela não ficava quieta e poderia arrancar algum fio-nós amamos você...

Por incrível que pareça, Letícia ficou quietinha naquele momento, e eu apenas chorava vendo pela última vez o homem que eu amo, que amei com todas as minhas forças, e que me deu a coisa mais preciosa que eu tenho, que é a nossa filha.

-Adeus meu amor...-o dei um último beijo na testa, e fiquei esperando alguma reação dele, mexer a mão, abrir os olhos, mas nada aconteceu, então respirei fundo, e saí daquele quarto com um buraco aberto em meu peito, com a certeza de que me despedi do amor da minha vida para sempre, pois acabaram as esperanças de que ele iria voltar

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Olá amores, quanta tensão e reviravolta no mesmo capitulo, será que é o fim do Luan mesmo? comenteeem bastante, beijos.

9 comentários:

  1. Oi bia, finalmente tô acompanhando 🙏
    Estou em lágrimas aqui,nem pense em matar o Luan 😭 Ele precisa reagir! Ele precisa conhece a filha dele 😭
    A Rebeca não ama o Fábio, ela só esta com ele com medo do Luan não acordar 😐

    continua bia,beijos

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  2. Não acredito que Luan não vai reagir, não pode acontecer. Se acontecer a história acabou, porque não vai fazer sentido.

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  3. Essa Rebeca é muito troxa, tem que sofre.. Fábio mais troxa ainda

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  4. Senhooooor, em choque que vão desligar os aparelhos. Não faz isso pooor favor, eu imploro

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  5. Luan precisa acordar ele não pode morrer. E o Fábio é muito tonto em querer voltar com a Rebeca, sendo que ela não ama ele.

    Continua

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  6. Chocada, luan tem que acordar

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  7. Quero a continuação pra já, com luan surpreendendo todos e acordando

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  8. Não sei quem é mais trouxaa Rebeca de dizer que ama o Fábio ou ele que voltou pra ela,dois tapados! Não vejo a hora dele sumir de vez da fic, quem era pra morrer era ele e não o Luan kkkkkk! Ps:espero que Luan acorde

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