quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Capitulo 47 - Pequenos milagres.

*Marina on.

Estava sendo difícil viver a cada dia, com a incerteza se meu irmão acordaria um dia, eu até tentava seguir minha vida normalmente no Rio de Janeiro, mas a minha mente e o meu coração estavam totalmente ligados a um leito de hospital, em um quarto da UTI de um dos melhores hospitais de São Paulo, pois ali estava a minha outra metade, e era angustiante tentar dormir, ou fazer qualquer outra coisa, pois de certa forma erámos ligados, e eu podia sentir que ele queria viver, mas não tinha forças para sair daquele maldito coma. Depois que Letícia nasceu, trouxe um pouco de alegria para todos nós, principalmente para mim que era tia e madrinha da pequena, sempre que podia ia para São Paulo visita-la e também ficar com Rebeca, que depois que contou a verdade para Fábio, ela sofreu muito se sentindo a pior pessoa do mundo e eu estive ao lado dela, a aconselhando e sendo o ombro amigo que ela tanto precisava. Com o passar dos dias, das semanas e dos meses, as chances do meu irmão acordar eram cada vez menores, e estava todo mundo sofrendo, minha família, os amigos dele, os fãs... até que um dia Bruna me ligou avisando sobre a decisão que os nossos pais iriam tomar, que eles consentiriam para desligarem os aparelhos de Luan, e nossa agonia de esperar o impossível acontecer teria fim, para que ele pudesse descansar em paz e sem sofrimento. Fiquei arrasada com a decisão, e chorei muito me lembrando de tudo o que passei ao lado do Luan, mesmo tendo descoberto tarde a nossa história, eu me conectei a ele assim que o encontrei pela primeira vez, era tão bom não me sentir sozinha nesse mundo, saber que tem alguém que sempre vai ser a minha outra metade, mas agora seria apenas eu outra vez, e isso estava doendo muito, o pior de tudo é que eu não tinha forças e nem coragem de ir me despedir dele pela última vez, e a ficha estava demorando cair sobre o que realmente iria acontecer, eu perderia o meu irmão para sempre. Mesmo sem coragem, segui para São Paulo no dia que estava agendado para ocorrer o desligamento dos aparelhos, e só iriam esperar eu me despedir dele, já que todos os outros fizeram isso durante a semana, vieram familiares, amigos, alguns fãs mais próximos, pessoas da equipe, e soube que até Rebeca e Letícia entraram para se despedir dele, e agora só faltava eu, a outra metade dele, como ele mesmo dizia. Entrei naquele hospital sentindo o meu coração se despedaçar, meus pais, Bruna e o namorado dela estavam aguardando a minha entrada para me despedir de Luan, e todos choravam muito sabendo que depois que eu saísse daquele quarto de UTI, ele seria desligado.

-Oi Luan... na verdade nem sei o que te dizer, se despedir de quem a gente ama é tão difícil...-deixei lágrimas caírem segurando a mão dele pela última vez-ainda mais de alguém que eu já perdi uma vida toda a chance de ter a convivência, de crescer lado a lado, com um cuidando do outro...-minhas lágrimas já molhavam até mesmo o lençol da cama que ele estava deitado-eu ainda não estou pronta para te ver partir meu irmão, nós nascemos no mesmo dia, dividimos o mesmo ventre, e por uma maldade do destino fomos separados, mas eu te encontrei outra vez, e naquele dia eu senti que teria você sempre ao meu lado, porque você nasceu para ser a minha outra metade Luan...-eu só sabia chorar-te amo tanto meu irmão, e você sabe o quanto você é amado pelas pessoas que estão lá fora, seria pedir muito para você tentar lutar mais um pouquinho?-o olhei acariciando o seu rosto pálido e gelado pela última vez-somos tão parecidos, sente o meu toque, e todo o meu amor por você Lu... não quero te ver partir...-o abracei chorando desesperadamente e eu só queria ficar perto dele pela última vez


-Saiba que eu vou cuidar muito bem da Letícia, da nossa mãe, da nossa irmã, e também da Beca, que eu sei que nunca vai esquecer o que viveu com você...-alisei o rosto dele e o dei um beijo demorado na testa-vai em paz Luan, que dessa vez o nosso encontro aconteça mais rápido, porque vai ser difícil viver sem você, sem o seu sorriso, sem a sua alegria que nos contagia, o legado que você vai deixar nunca vai ser esquecido, só quero que você vá em paz, e se sinta amado até o seu último suspiro meu irmão... adeus

Estava sem forças para sair dali, me afastei dele aos poucos, ainda observando seu semblante pálido, e sem reação, como de alguém que já esperava pela morte, quando notei que ele deu um suspiro mais forte, quis falar alguma coisa pois mexeu os lábios, e tentou abrir os olhos pois suas pálpebras se levantaram por um instante, então paralisei, e fiquei observando se ele demonstraria alguma outra reação.


-Luan... você... está, me ouvindo?...-o olhava sem acreditar-só abre o olho se conseguir, fala o meu nome, ou aperta a minha mão-disse entrelaçando minha mão com a dele, e não senti nada-por favor Luan, essa é sua única chance de reagir-voltei a chorar desesperadamente-volta Luan, sei que quer voltar, então se esforça um pouquinho... por favor...

Tentei fazer ele reagir outra vez, e eu devia ter alucinado quando imaginei que o vi tentando acordar, respirei fundo o olhando pela última vez, e estava saindo do quarto com uma ferida sangrando em meu peito, quando ouço o barulho de uma sirene, e por instinto olhei para trás, vendo que o meu irmão apertava o botão que a meses ficou parado em uma de suas mãos, caso ele acordasse sem ninguém por perto, para os médicos e enfermeiros ouvirem que ele havia reagido, e eu não podia acreditar que ele reagiu, um verdadeiro milagre aconteceu diante dos meus olhos, e eu só sabia chorar olhando o meu irmão apertar aquele botão outra vez, como um pedido de socorro, e uma forma de dizer que ele ainda estava vivo, e queria lutar pela sua vida.


-Luan, você voltou...-só consegui dizer isso, chorando paralisada perto da porta, quando ouvi médicos e enfermeiras entrando ás pressas dentro do quarto, e me olharem espantados
-O que aconteceu aqui?-uma enfermeira me perguntou, enquanto os outros foram para perto de Luan analisarem o que estava acontecendo
-Ele reagiu...-lágrimas de felicidade rolavam pelo meu rosto pela primeira vez-o meu irmão está acordando desse coma maldito
-Tem certeza que foi ele que apertou?-me olhou desconfiada e assenti
-Porque eu mentiria sobre uma coisa dessas?-a olhei indignada
-Melhor aguardar lá fora, me acompanhe, que vamos ver se de fato o paciente está querendo reagir-disse educadamente me tirando do quarto, e eu ainda estava extasiada com a possibilidade de ter o meu irmão de volta

A enfermeira me levou até onde estava a minha família, e todos choravam desolados, principalmente minha mãe, que estava sentada no sofá sendo consolado por Amarildo e Bruna, os três com cara de enterro, enquanto Raphael segurava a mão da minha irmã, a dando apoio.

-Aconteceu...-minha mãe disse assim que me viu, e chorou com tanto desespero, que acabou passando mal e tendo um desmaio
-Ela não vai suportar a dor quando acordar-disse Bruna vindo me abraçar, com lágrimas nos olhos, enquanto Amarildo acompanhava nossa mãe para uma sala de pronto socorro
-Ela vai ter uma surpresa Bruna, ou melhor, todos vão ter...-eu chorava com tanta felicidade e ela negava com a cabeça
-Mari, acabou, logo vão vir anunciar que desligaram os aparelhos do nosso irmão e...-ela mal conseguiu terminar de falar, e desabou chorando no ombro de Raphael
-Bru, você não está entendendo-a fiz me olhar-o Luan, está reagindo...
-Isso é impossível Mari, não cria essa ilusão agora, vamos aceitar que é o fim-Bruna estava desolada
-Não é o fim, ainda há esperanças Bru, logo vão vir confirmar-sorri em meio as lágrimas e ela negava sem acreditar
-Familiares do Luan Rafael Domingos Santana?-o médico chegou nos perguntando, e só eu assenti, já que Bruna chorava abraçada ao namorado, e não queria ouvir nada
-Somos nós doutor-disse o olhando
-Bom, hoje seriam desligados os aparelhos que ainda mantiam as funções cerebrais, cardíacas e pulmonares do paciente funcionando, mas aconteceu algo totalmente inesperado, e que nunca vi em toda minha carreira-o médico suspirou nos olhando, e Bruna finalmente parou para o escutar-após sete meses em coma, sem nenhuma reação, hoje tivemos uma resposta motora do paciente, ele conseguiu apertar o botão que deixamos posicionado na mão direita dele, caso ele acordasse, e após receber alguns estímulos cerebrais, que não fazíamos nele nos últimos meses, observamos finalmente uma resposta cerebral, de que ele ainda consegue nos responder, então eu vim saber a decisão de vocês, se querem manter a decisão do desligamento dos aparelhos, ou se ainda querem esperar uma outra resposta e...
-Queremos mais respostas, é claro que sim-disse Bruna o interrompendo-ele está mexendo as mãos? abriu o olho? falou alguma coisa?-perguntava toda desesperada por alguma notícia boa
-Contenha seus ânimos, ainda é tudo incerto...-disse o médico tentando a acalmar
-Doutor, há meses ouvimos essa resposta, mas dessa vez ele começou a reagir, então tenho certeza que ele vai acordar-Bruna deixou lágrimas de felicidade rolarem-faça tudo que estiver ao seu alcance para que o meu irmão acorde logo doutor, por favor...
-Já estamos fazendo isso, e assim que tivermos mais informações, vocês serão informados-disse o médico nos avisando, e voltando para a ala da UTI
-Meu Deus, obrigada-Bruna se ajoelhou-o meu irmão está voltando, obrigada meu Deus-se ajoelhou no chão junto com Raphael que a abraçava todo feliz
-Eu sempre disse para nunca perder a fé meu amor, seu irmão vai sair dessa, vai ser o maior milagre nas nossas vidas-disse Raphael a abraçando, e me ajoelhei perto deles
-Eu te disse que teríamos uma surpresa Bru, eu vi ele mexer a mão...-lágrimas caíam ao me lembrar da cena-ele de certa forma ouviu tudo o que o falei, e ele reagiu porque quer voltar para nós, ele é mais forte do que a gente imagina, e logo todos vão saber do milagre que aconteceu, que o nosso irmão é um verdadeiro milagre

A felicidade tomava conta do ambiente pela primeira vez, e a chama de esperança voltou a ascender, queria tanto ir contar a novidade para a minha mãe, que no momento ainda estava se recuperando do desmaio, e do estado de choque que ficou ao imaginar que havia perdido o seu único filho homem, mas antes de qualquer pessoa, me lembrei de Rebeca, do quanto ela iria ficar feliz com a notícia, pois Letícia logo vai ter o verdadeiro pai por perto, e eu queria que ela soubesse que se ele voltar, é porque também será por amor a elas. Eu estava tão desnorteada e entristecida antes, que nem reparei que o meu celular estava sem bateria, então peguei o celular de Bruna emprestado, e segui para um canto mais reservado para conversar com a minha amiga.

*Rebeca on.

Alguns dias se passaram desde que me despedi de Luan, e todos estavam se preparando para o dia que fossem desligados os aparelhos, eu mal estava conseguindo disfarçar o quanto estava mal, e até a minha filha estava tendo febre, chorando muito, e ficando doentinha por esses dias, enquanto eu só estava aguardando a notícia que ele se foi. Estava desanimada, deitada em minha cama, quando vi Bruna me ligando, na hora comecei a chorar, pois ela já deveria estar me ligando para me dar a notícia oficial, que ele se foi, então mesmo sem forças atendi, já esperando pelo pior.

*Ligação.

-Oi Beca...-ela chorava muito do outro lado, e eu chorava mais ainda
-Não precisa dizer... eu já sei Bru...-fechei os olhos quase me afogando em minhas próprias lágrimas
-Beca... não é isso-ela chorava muito-aqui é a Marina-a ouvi rir de canto em meio ao choro
-Desculpa Mari, nem reparei que era você...-disse desnorteada
-Imagino que esteja muito triste, e nem se atentou a esse detalhe-a ouvi suspirar-mas aconteceu um milagre Beca, o meu irmão reagiu...-ela chorava de felicidade e eu não sabia se estava sonhando ou se realmente aconteceu
-O... o... o que?-perguntei sem acreditar
-O Luan, ele está reagindo amiga... é um milagre, o meu irmão está vivo e está...
-Mari, estou indo agora para esse hospital... obrigada por ter me avisado amiga, obrigada mesmo...

*Ligação.

Mal terminei de ouvir Marina falar, e desliguei o celular na cara dela no calor da emoção, pois eu precisava correr para aquele hospital.

-Oi meu amor, o seu pai reagiu-peguei Letícia que estava deitada ao meu lado, onde ela brincava mordendo alguns bichinhos e me deu um sorriso sapeca-você vai conhecer o seu pai meu amor, ele vai amar tanto você...-a ergui para o alto brincando com ela, e ela gargalhava sapeca


-Vamos conhecer o papai meu amor?-sorria feliz brincando com minha filha, e era inacreditável que isso estava acontecendo-hora da gente se arrumar minha princesa, porque seu pai merece ver você bem linda

Me arrumei, e arrumei Letícia, para irmos ao hospital saber mais sobre Luan, e se ele já podia receber visitas, Fábio por sorte não estava em casa, pois agora ele vai na empresa de arquitetura que eu trabalho para me representar, já que ainda cumpro a minha licença maternidade, além de que agora ele tem tomado algumas responsabilidades da construtora que é nossa parceira pois ele é um excelente engenheiro, então a maior parte do dia fico sozinha com a minha filha, e sei que ele tem evitado ficar em casa ultimamente, porque eu só tenho chorado por causa do Luan, e sei que isso o deixa mal, mas eu nada posso fazer se ele é o verdadeiro pai da minha filha, e dói muito a sensação de que ela nunca iria conhece-lo. Antes de sair de casa, conferi se Bruno tinha água e ração suficiente, pois não sabia que horas iria voltar, e como Fábio chega sempre bem tarde em casa, assim eu estaria tranquila para ficar no hospital, até saber tudo sobre o estado de Luan. Coloquei minha filha na cadeirinha e ela sempre ficava sonolenta para andar de carro, então ficou quietinha durante o caminho até o hospital, onde já cheguei sedenta por informações sobre o Luan.

-Cadê o Luan? quero ver ele-entrei desesperada no hospital, já indo em direção a Bruna e Marina que estavam na sala de espera
-Calma, não é assim...-disse Mari me olhando-você veio mesmo, sua doida-riu me olhando-e você coisa linda da dinda-disse brincando com Letícia-que saudade de você minha princesa, vem no colinho da dinda-chamou minha filha que logo a estendeu os bracinhos para ir em seu colo-sua mãe é maluca em trazer você aqui-cochichou para minha filha, mas escutei
-Maluca eu seria, em perder a chance de fazer ela conhecer o próprio pai-disse a olhando-mas como está o Luan?
- A gente ainda não sabe muita coisa Beca-disse Bruna me olhando-os médicos só disseram que ele reagiu, mas precisam fazer vários exames, e obterem mais respostas positivas vindas do Luan, para terem uma certeza
-Mas ele reagiu como?-perguntei ainda sem entender
-Quando fui me despedir dele, eu vi ele tentar mexer a boca, abrir os olhos, mas eu pensei ser coisa da minha cabeça, até que eu ouvi uma sirene dentro do quarto, e depois vi ele apertando aquele botão de emergência que estava na mão dele
-Isso é incrível-sorri deixando lágrimas caírem-você foi capaz de fazer ele reagir Mari, por isso que dizem que a ligação de gêmeos é muito forte, porque nem com a própria filha ele reagiu assim-suspirei me lembrando de quando fui me despedir dele-pelo menos ele está demonstrando alguma reação, não importa com quem

[...]

Após fazerem vários exames em Luan, e ficarmos mais uma vez na incerteza se ele iria reagir ou não, três dias após a primeira reação motora, tivemos uma resposta positiva, Luan havia aberto os olhos, mas ainda não estava falando, e muito menos demonstrando entender o que acontecia a sua volta. Foi uma semana cheia de boas noticias, ele reagia cada vez melhor aos estímulos dos médicos, mas ainda não havia tido contato com ninguém da família, e todos estavam na expectativa de verem ele, conversarem com ele, pois só assim vamos saber se o nosso Luan está de volta. Deixaram só a mãe e o pai de Luan entrarem, para um primeiro contato familiar, e com muito custo, depois foi a vez de Bruna, dias depois Marina, e eu estava agoniada esperando minha vez, mas como eu não tinha nenhuma ligação de sangue ou familiar, teria que esperar uma melhora maior, para vê-lo. Letícia já estava completando quatro meses, estava linda, esperta, e confesso que eu a achava parecida com Luan, mas eu não queria assusta-lo aparecendo com ela de uma vez na frente dele, pois o médico nos pediu cautela, para não dar muitas notícias para ele de uma vez, já que ele ainda estava se recuperando de um coma profundo, então teríamos que ser pacientes, mas eu contava os dias para finalmente ser liberada para vê-lo acordado depois de tanto tempo.

-Beca, hoje vão liberar mais uma visita para o meu irmão-disse Bruna enquanto conversava comigo, quando fui levar Letícia para ver ela e a avó
-Sério Bru? dessa vez quem vai ver ele?
-Como eu, a Mari e meus pais estamos visitando ele com certa frequência, e alguns familiares já viram ele, dessa vez os amigos vão poder entrar, e como eu sei que você quer muito a chance de ver o meu irmão, se quiser ir comigo no hospital, eu peço para liberarem você
-Eu vou agradecer muito amiga, obrigada-sorri a abraçando e ouvi Letícia se incomodar, já que estava no colo da tia e eu a abracei com tudo-desculpa meu amor, pode curtir o colinho da sua tia agora
-É a coisa mais linda do mundo essa princesa-Bruna riu a colocando deitada em uma almofada perto dela-agora ta com essa mania de puxar os pés mocinha, fica mostrando a fralda sem ligar com nada-Bruna ria
-Ela está adorando ficar puxando os pés e brincando, por isso coloco meia, se não ela morde os próprios pés e apronta aquela babeira em volta
-A cada dia ela está mais linda e esperta, queria tanto que o meu irmão acompanhasse isso de perto-disse olhando para minha filha, que brincava puxando os próprios pés e olhava concentrada para a tia
-Olha o que registrei-disse mostrando a Bruna, a foto que tirei das duas e ela sorriu
-Me manda, que eu quero postar
-Já enviei-disse a mandando a foto, e pegando minha filha, que quase rolava para o chão, de tanto que se mexia brincando sozinha com os pés
-Vou postar agora, porque eu amo tirar foto com a Letícia, coisa mais linda da tia-sorriu apertando a bochecha da minha filha que deu um gritinho reclamando


@brusantanareal: A coisa mais linda da tia Bubu, te amo Letícia 😍

Como eu iria com Bruna no hospital visitar Luan, deixei minha filha com dona Marizete, que adorava ficar sozinha com a neta, cuidando e mimando a pequena. Estava muito ansiosa e não sabia qual seria minha reação, ou a reação dele ao me ver depois de tanto tempo, claro que fui muito bem orientada pela equipe que cuidava de Luan, para não falar muitas coisas, não o assustar, e muito menos demonstrar emoções exageradas, pois ele ainda estava inerte de muita coisa que aconteceu aqui fora, então o processo seria lento, para adapta-lo e conecta-lo ao mundo real outra vez.

-Oi...-disse entrando no quarto, e o vendo com os olhos abertos, olhando em minha direção-que bom te ver-sorri me aproximando dele, que me olhava meio perdido-consegue falar?-ele se mantinha quieto e me olhava concentrado-é bom te ver bem outra vez-sorri tentando segurar sua mão, e ele a afastou me olhando como se eu fosse uma estranha-não quero que se assuste comigo, só vim te ver, porque eu estava com saudades Lu...-tentei me controlar ao máximo para não chorar na frente dele, mas foi inevitável não deixar as lágrimas rolarem pelo meu rosto-só saiba que eu estou feliz que você voltou, e torcendo muito pela sua recuperação, posso ao menos ficar um pouquinho com você?-perguntei o olhando, e ele ainda me olhava perdido, mas assentiu receoso e mantinha sua mão sobre sua barriga, para que eu não a segurasse

Fiquei poucos minutos olhando Luan, vendo e conferindo se ele estava bem, se ele iria falar comigo, ou ao menos demonstrar que sentiu minha falta, mas me frustrei percebendo que fui a única a sentir saudades, e saí daquele quarto com o coração em mil pedaços, pois senti que não era mais importante para ele. Foram semanas até o Luan voltar a falar outra vez, mas com muito esforço e dificuldade, claro que todos se animaram com a evolução dele, mas para a nossa surpresa, ou infelicidade, ele havia perdido a memória, o que constataram quando Marina foi visita-lo, e ele não se lembrava dela, tinha lembrança apenas de seus pais, Bruna, e pessoas que tinha contato a mais tempo. Os médicos fizeram vários exames e constataram a falha na memória, o que foi um baque para todos nós, principalmente para a minha amiga, que durante todo esse tempo estava o visitando quando podia, e só agora entendia o porque ele demonstrava não entender o que ela dizia, ou até mesmo reagia com medo quando ela se aproximava, pois ele não se lembrava que tinha uma irmã gêmea, fazendo automaticamente eu e Letícia nunca termos existido para ele, e isso também doeu em mim, pois eu queria muito que ele conhecesse a nossa filha, e no momento isso seria impossível.

[...]

Mais alguns meses se passaram, e hoje a minha filha estava completando seis meses de vida, e coincidentemente o Luan finalmente estava saindo do hospital, para se recuperar em casa, o que obviamente foi motivo de festa e comemoração, pois agora a vida dele estaria voltando ao normal, conforme o passar dos dias e com a convivência da família.

-Oi, lembra de mim?-Marina o questionou assim que ele entrou em casa sendo acompanhando por seus pais, enfermeira e fisioterapeuta que o empurrava em uma cadeira de rodas, devido a fraqueza muscular que ele ainda apresentava
-Ma... Maria? algo assim?-ele a olhou meio perdido e ela riu
-É Marina, está quase lá-sorriu divertida
-Somos gêmeos mesmo?-Luan a olhava abismado
-Desde que nascemos, mas ainda vamos ter muito tempo para conversar sobre isso Luan, só saiba que estamos felizes com a sua volta-sorriu o olhando e ele sorriu de canto
-Obrigado gente, não precisavam fazer isso-ele agradeceu vendo os balões pela casa, e a faixa enorme escrita "Seja bem vindo Luan"
-Você merece tudo isso e mais um pouco Pi-disse Bruna o olhando toda feliz-agora vem cumprimentar seus amigos, não seja tímido-disse rindo e Luan estava muito sem jeito, vendo tantas pessoas o esperando

Foi muito difícil contar ao Luan tudo o que aconteceu, com ele ainda no hospital, já que ele surgiu com muitas perguntas, principalmente sobre Marina que o visitava constantemente sem ele nem a conhecer, então foi preciso montar todo um suporte profissional junto com a família para contar ao Luan sobre ele ter uma irmã gêmea, e como sem querer ele descobriu a morte de Jaqueline por nunca tê-lo visitado, foram coisas muito pesadas para ele assimilar ao mesmo tempo, após meses em coma, e por esse motivo preferi manter segredo sobre nós, e sobre a nossa filha, até porque ele ainda não teve contato comigo no tempo que esteve no hospital, e eu era uma completa desconhecida para ele.

-Luan, essa é a minha melhor amiga Rebeca-disse Marina me apresentando para ele, ainda na festa, após ele já ter cumprimentando algumas pessoas, conhecidas e "desconhecidas"
-Oi Luan, prazer-disse estendendo minha mão para ele, que me encarava meio aéreo
-Prazer...-apertou minha mão bem fraco, devido ainda estar frágil
-Ma ma ma...-ouvi minha filha querer meu colo, enquanto ela estava com Bruna que veio para perto de nós
-Oi meu amor, fica um pouquinho com a titia-a olhei ela me jogou os bracinhos manhosa
-Ela quer você-Bruna riu me entregando ela, e Luan nos olhou
-Sua filha?-perguntou e assenti
-Sim-sorri a dando um beijo, e minha vontade era dizer "nossa filha"
-Que linda-ele sorriu a olhando-oi princesa, você também é minha amiga e eu não lembro?-disse divertido falando com a bebê, e ela o olhava séria, pois era a primeira vez que estava o vendo
-Mais ou menos, quando ela nasceu, você já estava em estado de coma-suspirei me lembrando de como aquela fase foi difícil-e inclusive hoje ela está completando seis meses
-Nossa, parabéns então princesa-ele a olhou todo carinhoso-que Deus te abençoe muito
-Pode ter certeza que essa coisinha é muito abençoada Pi-disse Bruna os olhando com os olhos lacrimejados-vem com a titia comer bolo, lembrei que deixei o bolo de mesversário dela na geladeira, me ajuda a buscar Mari?-olhou para a irmã que assentiu, e eu queria matar as duas por me deixarem a sós com Luan, pois mesmo que a casa estava lotada de gente, estávamos em um canto mais reservado, e eu sentia ele me encarar desconfiado de alguma coisa
-Acho que eu te conheço de algum lugar...-disse Luan me encarando e tentando se lembrar de algo
-Deve ser porque eu te visitei no hospital uma vez-sorri de canto, e sentia o meu coração acelerar por saber que ele se lembrou de mim, de certa forma
-Pode ser isso-ele riu de canto-qual é seu nome mesmo?
-Rebeca, mas pode me chamar de Beca
-E a sua filha?
-Letícia-sorri me lembrando da minha pequena
-É uma bebê muito linda, você e o seu marido devem se orgulhar muito de terem uma princesinha linda como ela-me olhou sincero e me deu vontade de gritar para ele, que ele era o pai da minha filha, mas eu precisava me conter
-Noivo na verdade-sorri amarelo o mostrando minha aliança de noivado, que voltei a usar a pouco tempo, devido a insistência de Fábio, por querer retomar o nosso noivado de onde paramos
-Mas logo vai ser seu marido, então não vem me corrigir muié-riu divertido-vou conversar com alguns amigos agora, foi um prazer conhece-la
-Igualmente-sorri de canto o olhando se afastar, empurrando com dificuldade a roda da cadeira, e parar perto de alguns amigos que logo o deram atenção

Respirei fundo após a emoção do primeiro contato com Luan após tanto tempo, e fui atrás de Bruna e Marina, que sumiram com a minha filha, as encontrei no meio do jardim tirando fotos com a minha filha, que já estava com as mãozinhas sujas de chocolate, do bolo que fizeram para ela.

-Encontrei vocês, sumiram com a minha filha, e ainda a sujaram de chocolate-ri vendo Leticia levando as mãozinhas na boca e se lambuzando toda
-Faz parte amiga-disse Marina rindo-hoje é dia de festa, de comemoração, então ela pode tudo
-Se vocês a derem banho, e trocarem depois, por mim tudo bem-ri as olhando, e minha filha ficava toda sapeca com as tias que a mimava mais que tudo
-Depois eu dou banho nessa coisa linda, deixa ela comer chocolate Beca, ela tem que conhecer o que é bom na vida-disse Bruna rindo

Me sentei com minhas amigas no jardim, e logo minha filha estava toda suja de chocolate, e começou a chorar quando tirei o bolo de perto dela, Bruna a levou para o seu quarto para a dar banho, e fiquei no jardim conversando com Marina, logo vendo que Bruna postou foto com a minha filha, ultimamente ela tem enchido as redes sociais dela de fotos com a sobrinha, e isso gerava comentários da semelhança entre elas, principalmente por Letícia ter muitos traços do Luan, e eu tinha medo que a verdade viesse a tona de uma forma que eu não pudesse controlar.


@brusantanareal: Mais um mês de vida da minha princesa, titia te ama mais que tudo Letícia, obrigada pela foto dinda @marinasantana ❤️

[...]

Aos poucos eu estava tentando me aproximar de Luan, ser amiga dele, mas ele estava sendo muito pouco receptivo comigo, porém ele adorava quando Letícia estava em sua casa, o que me deixava aliviada sabendo que ele teria uma boa aceitação, quando chegasse a hora de conta-lo a verdade, que ele era o pai dela. Com tudo o que eu estava vivendo, acabei voltando a ter um bom relacionamento com Fábio, principalmente por ele ser um bom pai para a minha filha, e mesmo tento odiado o fato que o Luan voltou e estava bem, ele fingia não ligar, e não se importar, pois ele tinha convicção que era o pai de Letícia, por cuidar dela desde que nasceu e dessa vez iriamos marcar a data do nosso casamento, pois estávamos nos dando bem, e voltamos a ser um casal como antes.

-O que está pensando?-Fábio perguntou beijando o meu pescoço, após termos feito amor
-Em como a nossa vida é engraçada-suspirei olhando para o ar
-Engraçada como?-perguntou me abraçando
-Porque você continua sendo bom comigo, mesmo depois de tudo o que eu fiz a você-fiz carinho em seu rosto-mesmo sabendo o que aconteceu entre mim e o Luan, você quis ser o pai da minha filha, ficar comigo, e ser o meu marido, obrigada por tudo isso Fábio-disse o olhando nos olhos e ele sorriu
-Tudo isso é porque eu te amo-selou meus lábios-e eu amo a Letícia, porque ela é minha filha, sou eu quem estou criando e educando ela junto com você
-Sim meu amor, por isso você é maravilhoso, obrigada por cuidar de nós duas, nós amamos você-sussurrei o puxando para mais um beijo
-Eu que amo vocês...-disse subindo sobre mim prolongando o nosso beijo, e demonstrando querer mais sexo, o que eu não iria negar

No dia seguinte estava programado para o Fábio viajar para o Rio de Janeiro a trabalho, e como eu não dava conta de cuidar sozinha da Letícia, que estava cada vez mais esperta, na maioria das vezes eu deixava ela com a dona Marizete, só quando o Fábio não implicava, pois quando ele estava em casa fazia de tudo para ficar tomando conta dela sozinho para mim ir tranquila para a empresa, pois eu também já estava de volta ao meu trabalho, mas eu ficava super tranquila em deixar a minha filha com a dona Marizete, que era uma avó super coruja, e amava ficar com a neta sempre que tinha chances. Após mais um dia cansativo na empresa, pois eu estava fazendo o meu horário de almoço por lá, para chegar em casa mais cedo e ficar mais tempo com Letícia, quando fui buscar a minha filha na casa da avó, coincidentemente Luan havia acabado de finalizar a sessão de fisioterapia, e a sua fisioterapeuta estava de saída, então me deixou entrar, e logo vi Luan que estava bem cansado sentado no sofá da sala, observando a minha filha jogar seus brinquedos para cima, e rindo toda sapeca dentro do chiqueirinho que ficava no meio da sala, já reservado para ela sempre que ficava na casa deles.

-Oi Luan, cadê a sua mãe?-o perguntei assim que entrei na sala
-Está preparando um lanche, e me pediu para olhar ela, que não para um segundo-riu a olhando
-Mã... mã...-veio andando se escorando no chiqueirinho para o meu lado e pediu colo, então a peguei
-Minha sapequinha, que bagunça é essa que você fez na casa da sua avó?-a olhei brava e ela riu
-Bo... bó...-ela tentava falar vovó e ri de canto
-Sua avó deixa você fazer tudo, mas não pode-a olhei séria e ela riu sapeca
-A minha mãe adora cuidar dela, e acho bonitinho ela chamar ela de vovó-disse Luan
-É que desde bebê ela é acostumada com a sua mãe-sorri o olhando-e você como está?-perguntei me sentando ao lado dele no sofá, e ele suspirou
-Ás vezes a minha cabeça ainda dói muito-disse passando a mão pelos cabelos-mas acho que estou bem, e recuperando minha memória aos poucos, graças aos vídeos que me mostram, a ajuda da minha família, dos meus fãs...-disse todo feliz
-Que bom, tomara que se lembre de tudo logo-suspirei pensativa, e realmente queria que ele se lembrasse, principalmente de nós, e de que a Letícia era nossa filha
-Bo... bó...-minha filha a viu entrando na sala, e quis descer ás pressas do meu colo para ir com ela
-Sou trocada rapidinho pela sua vó, bom saber mocinha-a olhei fingindo estar brava e ela gargalhou
-Não sabia que tinha chegado querida-sorriu me olhando-e você coisinha linda da vovó, se comportou com o Luan?-olhou para a minha filha que assentiu e o apontou
-Luuu...-o apontou e ele riu
-Logo você aprende o meu nome mocinha, você é bem falante-Luan riu a olhando
-Ela está aprendendo rápido as palavras, acho que logo ela vai falar tudo perfeitamente-sorri para minha pequena que ainda apontava a avó, que a pegou no colo
-Estou preparando alguns lanches, quer me ajudar princesa?-disse toda fofa falando com a minha filha, que assentiu parecendo entender, e logo seguiu com a avó para a cozinha
-Vim buscar a Letícia, mas ela grudou na sua mãe, e não vai querer ir embora tão cedo-disse olhando para Luan que riu
-Nisso eu concordo, e se depender da minha mãe, a Leticinha não vai embora tão cedo, ela gosta muito de crianças, e tem um apego especial pela sua filha
-E a minha filha por ela, devido a minha família morar no Rio de Janeiro, e eu sempre ter alguns conflitos com a minha mãe, a única referência de avó acabou sendo a dona Marizete, que eu sei que ama e cuida da minha filha com carinho de vó
-Minha irmã também é um apego com ela, minhas duas irmãs na verdade-ele riu-é difícil me acostumar com a ideia de ter uma irmã gêmea, todo dia que eu acordo e me lembro disso, percebo que não conheço minha própria vida faz tempo-riu pensativo-e uma pena o que aconteceu com a Jaque-suspirou se lembrando dela-eu mal pude me despedir...
-Mas vida que segue Luan, você está vivendo coisas novas a cada dia, está cada vez melhor, mais forte, mais bonito...-sorri e o elogiando e ele gargalhou
-Que bom que uma mulher ainda me acha bonito, já estava conformado em morrer sozinho
-Exagerado-ri o olhando-você está em processo de recuperação ainda Luan, mas vejo que já está conseguindo fazer muitas coisas sozinho, já está conversando normalmente, logo vai estar até cantando
-É o que eu mais quero-suspirou olhando para o alto-ainda tenho que me recuperar em muitas áreas, mas graças a Deus estou indo bem na fisioterapia, na fono, e até com a psicóloga, não é fácil reaprender a viver de novo, mas só tenho pessoas que me amam e me apoiam ao meu lado, então estou confiante que daqui alguns anos essa fase vai ser só história contada...

Fiquei conversando um pouco com Luan, e dona Marizete me convidou para tomar um lanche com eles, e como Luan só ficava dentro de casa devido o cansaço fisico, com o seu esforço para a sua recuperação, e como ele também estava bem depressivo, dona Marizete o convenceu a andar comigo pelo condomínio, e mesmo desanimado, ele aceitou, e como eu já estava a bastante tempo fora de casa, e Bruno estava sozinho, convidei Luan para "conhecer" o meu apartamento, pois ali ele já conhecia muito bem mesmo sem saber, então o apresentei Bruno, que com certeza se lembrou dele e foi correndo o lamber.

-Seu cachorro é bem receptivo-Luan riu o segurando-uma pena que eu não lembro quando o Puff morreu-disse chateado
-Por um lado, esse tipo de coisa não é bom se lembrar
-Mas é bem massa o seu apartamento-ele olhava cada detalhe-é muito bem decorado
-Sou arquiteta, então não poderia ser menos que isso-ri de canto
-É o seu noivo, não é?-perguntou olhando para um porta retrato onde estava uma foto minha e de Fábio, inclusive do dia em que minha filha nasceu, pois ele revelou a foto e me deu de presente em um porta retrato, para sempre nos lembrarmos daquele momento


-Sim-suspirei me lembrando dele, que com certeza me mataria se soubesse que Luan veio no nosso apartamento
-Ela não se parece nada com ele, nem com você-riu olhando para a minha filha, que deixei engatinhando pelo chão e queria pegar Bruno
-Mas é linda, e tem saúde, é o que importa-disse a pegando no colo-só vim pegar o Bruno, e o colocar na coleira, para dar uma volta com a gente também
-Bu... nu...-minha filha o apontava
-É seu auau?-Luan perguntou a olhando
-É o meu irmão mais velho, fala para ele-disse o olhando ele riu
-Que legal, criar a sua filha com um cachorro dessa forma
-É saldável, e os dois se dão muito bem-sorri dando um beijo na minha filha-vou colocar ela no carrinho, e prender ele na coleira, porque carregar essa mocinha no colo não é fácil

Depois de ajeitar os meus filhos, segui com Luan, Bruno e a nossa filha por alguns lugares do condomínio onde ele disse que não se lembrava se conhecia, e como Bruno queria andar rápido na coleira, e Luan ainda estava andando devagar devido a sua recuperação, o deixei empurrando o carrinho de Letícia, enquanto eu carregava Bruno, controlando a velocidade dele na coleira.

-Mã... mã... mã...-ouvi minha filha me chamando e apontando que queria descer do carrinho
-Filha agora a mamãe não pode segurar você-a olhei e ela fez bico para chorar
-Tadinha, ela quer sair do carrinho-Luan riu a olhando-será que ela fica quietinha se eu pegar ela?-perguntou me olhando e eu estremeci, seria a primeira vez que eu iria ver ele segurando a nossa filha, e eu não sabia como iria reagir
-Po... pode...-gaguejei tentando controlar a emoção-pode pegar ela sim, se você conseguir segurar, porque ela não para quieta
-Já deu para perceber mesmo, que essa mocinha é agitada-ele riu-mas eu acho que aguento segurar ela um pouquinho

Vi Luan tirar a Letícia do carrinho, e ela toda desinibida se jogou no colo dele, Luan era muito carinhoso com ela, e eu estava transbordando de amor e felicidade em vê-los juntos, minha filha era muito sapeca, e logo que foi para o colo dele começou a rir, Luan a olhava feito bobo, e acho que a ligação entre eles era muito grande, mas ele ainda não fazia ideia que estava segurando a própria filha, e mesmo que aquilo fosse errado, tirei uma foto dos dois quando Luan estava distraído interagindo com a nossa pequena, e eu guardaria aquele registro para sempre na minha memória e no meu coração, pois eram os pequenos milagres de cada dia que me davam a certeza que o Luan não voltou por acaso, e que esse momento não aconteceu em vão.


-Que família linda-disse uma senhorinha passando por nós, passeando com um cachorro-ela é muito parecida com você-disse olhando minha filha e Luan, que riu
-Obrigada-eu disse sem graça pelo comentário da senhora e Luan apenas ria, vendo a senhorinha ir embora
-Não sei onde eu me pareço com a sua filha-ele ria
-Nem eu-ri para disfarçar, e realmente a semelhança deles era gritante, até algumas manias que a minha filha tem, sei que puxou a ele, uma pena que ele não se lembre de nós, pois a verdade está diante dos olhos dele, basta ele querer enxergar um pouco além e juntar as peças de tudo que acontece a sua volta.

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Olá amores, acho que a felicidade está a mil após esse capitulo, Luan acordou, e está perto da própria filha, que nem sabe que é dele pois nem tudo é perfeito não é? mas comenteeem bastante, que logo posto mais, estou amando a interação de vcs, beijos.

7 comentários:

  1. Várias emoções, agora muita alegria com Luan de volta, que bom ele está recuperando aos poucos só falta ele lembrar da Rebeca e da filha, tomara que o troxa do Fábio se toque e saia fora, eles não podem se casar, ne

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  2. Que felicidade ter o Luan acordado! Espero que a memória dele volte logo, incrível a ligação dele com a Leticia sem nem lembrar que ela é filha dele (inclusive espero que ele lembre logo), e que pela saco é esse Fábio hein? Podia ter sumido quando beca confessou a traição haha. Raxeei com beca dizendo que não sabe aonde leticia é parecida com Luan KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

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  3. Fábio é um verdadeiro bocó, uma pedra no caminho da Rebeca. Anciosa pela recuperação do Luan, tomara que seja logo

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  4. Que bom que o Luan acordou. Agora ele tem que lembrar quem é a Rebeca e que a Letícia é filha dele. O Fábio não se toca que a beca não gosta dele, ela tem que deixar dele de uma vez.

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  5. Nossa bia,vc nao tinha esse direito, me fez chorar horrores,mas ainda bem que Luan acordou,mesmo sem memória,que espero que ele recupere logo.
    Esse Fábio podia sumir que não faz falta kkk

    continua,beijos.

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  6. Eita, mas Rebeca é muito boba. Espero que ela acorda pra vida

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