sábado, 28 de maio de 2022

Capitulo 69 - Momentos bons.

 Rebeca me encarou, engoliu sua água com gás e parecia pensar no que iria me dizer, mas pelo menos fui sincero, e já estava há algum tempo tentando conversar sobre isso com ela, pois estava me sufocando carregar tudo isso sozinho.

-Beca, desculpa te falar tudo de uma vez-a olhei receoso e ela respirou fundo-eu só...
-Luan, eu fico feliz que esteja recuperando a sua memória, mas aqui não é lugar e nem momento para falarmos sobre isso-me cortou toda seca-se quiser ficar e esperar pelo seu café, eu vou voltar para a sala de espera, porque não quero perder nenhuma notícia da minha amiga e do meu afilhado-disse se levantando da mesa e eu apenas assenti, a vendo sair da cafeteria

Tomei o meu café sozinho, e para agradar a minha filha, comprei um chocolate para ela, então logo voltei para a sala de espera, onde a família estava reunida. Ainda se passou mais de meia hora, até recebermos a notícia de que a minha irmã Marina havia dado a luz, e que o nosso tão esperado Gael nasceu, o que fez todos chorarem de felicidade, e ficarmos ansiosos para conhece-lo. Foi uma alegria tão grande ver o meu sobrinho e afilhado pela primeira vez, ele era muito chorão, e era um bebê grande e saudavél, aos poucos fomos liberados para ver a Marina e o Gael, pois o parto dela foi normal, então mãe e filho já estavam juntinhos no mesmo quarto, para receberem a visita da família.

-Eu nem me lembrava mais como era segurar um bebê, ainda bem que ele amou o colo da Dinda-dizia Rebeca toda boba já grudada em Gael, com ele em seu colo
-Pode ter certeza que ele vai ficar muito no seu colo amiga-disse Marina, olhando toda feliz a amiga com o bebê no colo
-Mas pode ter certeza que o da vovó é mais gostoso-disse minha mãe já querendo pegar ele outra vez
-A titia quer aproveitar também, enquanto não tenho os meus-disse Bruna
-É muito colo para um Gael só-disse rindo, vendo o tanto de gente o paparicando, e Letícia estava com um bico enorme ao meu lado
-Papai, que hora vamos embora?-me olhou com tédio
-Le, para de pedir para ir embora, sua tia vai se chatear com isso-sussurrei para ela
-Então me leva para comer pão de queijo com toddy-pediu toda manhosa
-Agora? é feio sairmos daqui meu amor, temos que ficar pelo menos mais um pouco-tentei a convencer
-Vou pedir para o meu vô me levar-disse indo cutucar o meu pai

Fiquei observando o drama de Letícia para convercer o meu pai a sair dali com ela, e como o quarto estava com muita gente para mimar o Gael, e meu pai já tinha o pegado um pouco, ele nunca fala não para a neta, e discretamente saiu dali com ela, o que me fez rir do quanto a minha filha podia ser convincente com os avós.

-Cadê a Letícia?-Beca já veio me perguntar assim que a viu sair com o meu pai
-Quis comer pão de queijo com toddy, e o meu pai foi levar
-Não acredito que ela começou com as birras e ciumes do Gael, na hora que nós fomos na cafeteria ela nem ligou, e agora quis fazer graça
-Isso é normal, mas vamos ter que controlar ela, porque foi feio eles sairem-disse vendo minha mãe toda boba com o neto no colo
-Eu já tinha falado com a Letícia, que ela iria ter que aprender a dividir a atenção de vocês com o Gael, ele é só um bebê-Beca estava indignada
-Logo ela vai amar ter um priminho, então não briga com ela por isso-a pedi e ela suspirou
-Luan, eu já tô cansada de falar certas coisas para a Letícia, você também é pai dela, então agora você fala com ela, minha parte eu já fiz

Beca estava estressada pela atitude da nossa filha, mas logo disfarçou e foi para perto de onde estavam mimando o Gael, e eu não iria ficar longe, pois também estava completamente bobo com o meu sobrinho, era um bebê muito lindo, e eu tinha certeza que puxaria a beleza do meu lado da família. Ficamos um bom tempo com a Marina, o Matheus e o Gael no hospital, mas eles precisavam descansar, então logo voltamos para casa, pois não demoraria para minha irmã e o bebê receberem alta e os recebermos com uma festa linda de boas vindas.

-Agora que chegamos em casa, vou fazer o bolo que você me pediu, porque a princesa da vovó também merece ser mimada-disse minha mãe conversando com Letícia, que estava toda dengosa, pedindo de tudo para todo mundo
-Eu tenho a melhor vovó do mundo-minha filha puxava o saco da minha mãe, enquanto eu e meu pai riamos da situação
-Aproveita mesmo os mimos da sua vó Letícia, porque depois vamos ter uma conversinha-disse Beca a olhando brava e minha filha nem ligou, indo com a minha mãe para a cozinha
-Hoje a Letícia está um apego com a gente-disse meu pai
-Isso é porque o Gael nasceu, e ela não quer perder o trono dela com vocês-ri da minha filha
-Com coisa que ela não vai continuar sendo mimada, principalmente pela sua mãe, que só falta dar comida na boca dela quando está aqui
-Nem fala essas coisas para a Letícia ouvir, muito menos a Beca, que já está uma fera com esse comportamento dela
-É natural criança ter ciumes, você não agiu diferente quando a Bruna nasceu-meu pai riu
-Não lembro disso não-ri junto com ele-só espero que a Le não se lembre disso também, porque logo ela vai ser toda apaixonada pelo priminho, e eles vão ser inseparavéis
-Tomara, mas enquanto o Gael é só um bebê, temos que ir acalmando os animos da Letícia, para ela ver que amamos os dois da mesma forma
-Então vai lá fazer seu papel de vovô coruja, que eu vou falar com a Beca, que não ta nada feliz com o comportamento da nossa filha

Meu pai seguiu para a cozinha atrás da minha mãe e da minha filha, enquanto eu fui atrás de Rebeca, pois ainda queria conversar com ela, e agora seria um bom momento. Ouvi Beca falando com alguém pelo celular no quarto de hospedes, e devia ser o namorado dela, pois ela o chamava de amor, e suspirei vendo que ela realmente parecia gostar daquele médico, esperei ela encerrar a ligação e bati de leve na porta, que só estava encostada, até ela vir abrir.

-Oi Luan, o que quer?
-Podemos conversar?-perguntei e ela assentiu me dando passagem
-A casa é sua, fique a vontade-disse apontando para me sentar na cama
-Mas você está no quarto, então mantenho a educação-ri de canto e ela revirou os olhos
-Fala logo o que quer comigo-disse se sentando ao meu lado-é sobre a Letícia?
-Também-a olhei constrangido-mas é que na verdade queria esclarecer o que te falei na cafeteria do hospital e...
-Luan, não precisa se justificar por nada, o que ficou no passado, vamos deixar no passado, e mesmo que você volte completamente a sua memória, nada vai voltar a ser como antes
-Eu sei disso Beca, mas é que sempre que eu me deito, sempre que fecho os olhos, sou invadido por lembraças, e muitas delas, são de nós-me aproximei dela e fiz carinho em seu rosto
-Luan, não existe mais nós-ela tirou minha mão do seu rosto e me olhou friamente-o único assunto que temos em comum é a Letícia, e se não tiver nada para falar sobre ela, eu gostaria que me deixasse em paz
-Tudo bem-suspirei-então vou te deixar em paz, e sobre a Letícia, fica tranquila que vou conversar com ela sobre os ciumes com o Gael
-Ótimo, uma bela atitude de pai-sorriu forçadamente-agora se puder me dar licença, eu agradeço
-Vou te deixar á vontade-suspirei a olhando e saí do quarto com ela fechando a porta em seguida

Me sentia um completo idiota, por não saber aproveitar as oportunidades que eu tinha perto da Rebeca, temos nos vistos muito raramente, mas eu não consigo tirar ela da minha mente, cada vez tenho lembraças mais fortes de nós dois, e esses acontecimentos do dia de hoje, entre irmos ao hospital ver o Gael nascer, e termos tido pouca conversa, foi o suficiente para me fazer lembrar do quanto a companhia dela me faz bem. Busquei na memória alguns relances de quando ela estava grávida da nossa filha, eu queria tanto ter estado presente em tudo, e era impossível controlar as lágrimas, o sentimento de culpa e a maldita dor de cabeça, sempre que eu tentava me forçar para lembrar um pouquinho a mais do que eu vivi com a Rebeca, então segui para o meu quarto, onde afundei o rosto no travesseiro e chorei, com essa mistura de sentimentos, pensamentos e a dor cabeça explodindo como um bloqueio em meio as memórias que eu queria resgatar.

*Rebeca on.

Eu estava imensamente feliz em ver o meu afilhado nascer, e nem o mal comportamento da Letícia ou as caras e bocas devido os ciumes do pequeno Gael, iriam me tirar a alegria de ter vivido mais uma etapa da vida da minha melhor amiga, ao lado dela. Vim para São Paulo muito de última hora, então acabei tendo que ficar hospedada na casa do Luan, devido também a família dele querer passar um tempo com a Letícia, e ela querer ficar um pouco com o pai, mas aquilo estava me incomodando muito, principalmente pelo fato de Luan começar um papo estranho de ter se lembrado de nós, e isso já estava ficando chato, já era uma história antiga, sem fundamento, sem futuro nenhum, eu estava tão feliz com o Léo, seguindo minha vida no Rio de Janeiro, e o Luan era um completo atraso de vida, pois ele vivia com um olhar de perdido, o que só piorou nas últimas vezes que vi ele. Depois que chegamos do hospital, fui terminar de organizar minhas malas, já que Letícia tinha um quarto só para ela na casa dos avós, então tinha muitas coisas dela ali, e só trazia o essêncial em sua mala, aproveitei para ligar para o Léo, e avisar que ocorreu tudo bem no parto, e que Marina e o Gael estavam bem, quando encerrei a ligação veio Luan de novo me encher o saco com o mesmo assunto, então tive que ser fria com ele e o cortar antes dele se aprofundar no assunto, e me deu pena ao ver a cara dele saindo do quarto, mas eu não poderia voltar atrás, e ele precisava entender que as nossas vidas seguiram rumos diferentes, nossa chance já passou, e a única coisa que temos em comum é a Letícia, que sempre será nossa filha.

[...]

Três meses se passaram, e o tempo estava correndo tanto, que eu mal acreditava que estava chegando o batizado do Gael, que já estava tão esperto, e eu me derretia toda conversando com ele nas vídeos chamadas que eu fazia com Marina, ela como mãe de primeira viagem estava enlouquecendo com as noites sem dormir, o choro, as fraldas, e tudo mais que um bebê nos faz passar, eu não podia estar sempre em São Paulo para a ajudar, mas me esforçava ao máximo para visita-los, e só de ver o meu pequeno afilhado por chamada de vídeo, matava um pouco da saudade de apertar aquele bebê gostoso e gordinho. Letícia ainda sentia ciumes do priminho, mas aos poucos demonstrava que o amava, ainda mais quando era tratada com carinho por Marina, que nunca deixou de mimar a afilhada.

-Cadê o pricipe mais lindo da Dinda?-eu já chegava no apartamento de Marina doida para pegar o Gael
-Bom dia para você também Rebeca, nem para dar um oi para sua amiga-disse Marina abrindo a porta com Gael no colo e eu já fui o pegando
-Bom dia amiga, amo você, mas minha atenção é para ele-sorri indo pegar o Gael que já me dava um sorriso banguela e me jogava os bracinhos
-Oi Dinda, trouxemos um presente para o Gael-disse Letícia entrando logo atrás de mim e entregando o presente para Marina
-Oi meu amor, que saudades-Mari a abraçou-vocês sempre mimando ele-sorriu boba vendo o presente
-Tudo o que vejo para bebê eu já penso no meu afilhado, você também era assim quando a Letícia nasceu-disse o ninando em meu colo
-Mas parou de me dar presente-disse Letícia cruzando os braços emburrada e se sentando no sofá no colo da madrinha dela
-Que Dinda desnaturada que você tem-ri vendo Marina constrangida-mas para de graça, que você já ganhou muito presente da sua madrinha e da família inteira
-Só antes do Gael nascer, a última vez que ganhei presente foi no meu aniversário-Letícia reclamava
-Vai começar com graça Letícia?-a olhei brava, pois aquilo estava ficando feio e constrangedor
-Te prometo que logo te dou um presente bem bonito Le, só me desculpa se não tenho te dado tanta atenção, o Gael é só um bebê, então precisa dos meus cuidados o tempo todo-Marina com toda a paciência tentava a explicar
-Tem alguma coisa para comer?-Letícia perguntou-viemos direto do aeroporto pra cá, e minha mãe não quis comprar nada pra mim-dramatizou
-Quanto drama minha filha, eu te perguntei se queria algo no aeroporto antes de pegarmos o uber, e você disse que não queria nada-a encarei
-Acho que ainda tem pedaço de bolo que a minha mãe fez guardado lá na cozinha, vamos ver se sobrou-disse Marina
-Que delícia, amo os bolos da vovó-Letícia se animou e seguiu com Marina até a cozinha

Fiquei brincando com Gael em meu colo, até as duas voltarem da cozinha, e Letícia já se empanturrava de bolo, senti que Gael quis começar a chorar, então o devolvi para a mãe dele, e logo começou o berreiro, ele com certeza queria mamar, pois segundo Marina ele estava com sono e com fome. Enquanto minha amiga o amamentava, Letícia veio toda carente se sentar no meu colo, e eu a abracei, senti saudades de quando ela era pequenininha, de quando eu a pegava para amamentar, são fases tão gostosas, e tão passageiras, mas que para uma mãe é inesquecível.

-Você já foi pequena desse jeito, e chorava para mamar, chorava para dormir, chorava para trocar sua fralda-sussurrei para Letícia enquanto observavamos Marina dando mama para o Gael
-Eu não era um bebê chorão, sempre fui muito comportada-disse Letícia se gabando, o que fez eu e Marina rir
-Desse jeito você me faz acordar ele, mas a senhorita já foi bem chorona sim-disse Marina
-E muito chorona, agora só é dramatica-disse a fazendo cócegas e ela riu

Logo o Gael dormiu, e Marina foi o colocar no berço, então como o bebê tinha sono curto, aproveitamos para conversar, matar a saudade, e claro que dar atenção a Letícia, que queria a todo custo atenção da madrinha dela. Ouvimos a campainha tocar, e era a visita de dona Marizete e Bruna, o que deixou minha filha toda feliz em ver a avó e a tia, as duas sempre vinham ver como a Marina estava, se precisava de ajuda com o bebê, e enquanto o Gael não acordou, a atenção estava voltada para Letícia, que amava ser mimada pela avó e pelas tias.

-Mamãe, eu posso ir dormir na casa da vovó?-Letícia veio me pedir, antes de dona Marizete ir embora
-Pensei que queria ficar aqui na casa da sua Dinda, mas pode ir sim, sei que ta com saudades da sua vó Marizete
-Oba, ela falou que o meu papai vai chegar em casa, então vou ver ele-disse animada
-Que bom meu amor, então aproveita muito, e obedece seu pai e os seus avós
-Já sou mocinha, sei me comportar-sorriu vindo me abraçar
-Fica de olho nessa mocinha dona Mari-pedi a avó dela
-Pode deixar, vou cuidar bem da minha princesa, agora vamos embora porque preciso preparar o jantar-disse dona Marizete
-Obrigada pela visita mãe-Marina a agradeceu
-Sabe que sempre que eu posso venho ver você e o meu neto, então fica com Deus, e o que precisar me liga-disse toda carinhosa beijando a testa de Marina
-Fica tranquila mãe, hoje a Beca ta aqui para me ajudar-riu me olhando
-Vamos embora logo vovó-Letícia a apressava
-Também vou indo, vou deixar minha mãe na casa dela, e jantar por lá, porque o Rapha ta jogando fora, então aproveito os mimos da dona Xum-disse Bruna rindo
-Errada não está, se eu soubesse que horas o Matheus chega em casa também iria jantar com vocês-disse Marina
-Ele e o Luan são iguaizinhos, quando se enfiam em um estúdio ficam incomunicavéis e também não avisam nada para a gente-disse dona Marizete-mas oportunidades não vão faltar para nos reunirmos para jantar, sei que está cansada minha filha, então se cuida e vai dormir cedo
-Pode deixar que eu cuido dela e do Gael-disse me despedindo delas-e vocês cuidem dessa mocinha que já está agoniada para ir com vocês-apontei Letícia e todas rimos

Nos despedimos delas, e Marina como estava cansada foi tomar banho, enquanto eu fiquei de olho em Gael, que dormia tranquilo em seu carrinho. Aproveitei para ligar para minha mãe, e também para Léo, até minha amiga sair do banho, e finalmente termos um momento a sós para conversar, o que durou boa parte da noite, e como Matheus a avisou que chegaria tarde em casa, pedímos comida japonesa para nós duas, e ficamos relembrando quando era só eu e ela no nosso apartamento no Rio, eram bons momentos, tinhamos boas memórias, e graças a Deus passamos a vida inteira sendo unidas, mesmo com cada uma seguindo um rumo diferente. No dia seguinte, era o batizado do Gael, mas como seria mais á tarde, pela manhã Bruna já me convocou para ir ajudar ela na decoração, pois toda festa da família ela amava organizar, e eu como era a madrinha tinha que fazer a melhor festa de batizado, pois estava fazendo tudo a distância com a ajuda de Bruna, mas agora precisava colocar a mão na massa, e nem vimos o dia passar mexendo em toda aquela decoração.

-A madrinha tem que ir se arrumar, então a equipe de decoração finaliza aqui-disse Bruna
-Mas já está ficando tudo lindo, obrigada pela ajuda Bruninha, você é ótima em decoração
-Você que é a profissional nisso Beca, mas nós arrasamos mesmo, meu sobrinho merece-sorriu toda boba

Como eu havia passado a manhã inteira com a Bruna no jardim da família dela, organizando a festa do batizado do Gael, uma equipe de beleza foi contratada para arrumar o cabelo, fazer a maquiagem, e unhas das mulheres da família, tudo na casa dos Santana, então iriamos nos arrumar ali, para depois seguirmos juntos para a igreja, onde seria o batizado. Acabei vendo todo mundo que foi convidado na igreja, e Luan estava bem arrumado, pois ele seria o padrinho junto comigo, eu estava evitando falar com ele, mas uma coisa ou outra tinhamos que conversar, e ainda bem que era algo rápido o batizado, claro que deu muita dó ver o Gael chorar quando jogaram a água nele, mas me senti muito emocionada em finalmente ser a madrinha dele, ao lado de Luan. Depois da igreja, voltamos para a casa da família da Marina, onde comemoramos o batizado, era uma festa bem simples e simbólica para a família que era religiosa, mas eu estava feliz com aquilo tudo, e grata a Deus por poder viver essa emoção, ser madrinha do filho da minha melhor amiga, que eu sempre tive como uma irmã.

[...]

Depois do batizado do Gael, e de passar alguns dias curtindo o meu afilhado e a minha amiga, eu não fazia ideia de quando voltaria para São Paulo, e como eu estava mais tranquila agora que o batizado passou, eu havia prometido que tiraria alguns dias para viajar com o Léo, ou apenas para ficarmos juntos, pois a rotina de trabalho minha e dele era bem cansativa, e nos viamos muito pouco, então conseguimos marcar uma curta viagem para ficar em uma pousada em Buzios, onde íriamos namorar e aproveitar a companhia um do outro.

-Nem acredito que estamos a sós-sorri vendo a sacada do nosso quarto da pousada, e sentindo ele me abraçar
-Merecemos isso meu amor-sussurrou em meu ouvido e deu um beijo em meu pescoço-esses dias seremos só eu e você
-Melhor impossível-me virei para ele e o dei um beijo-eu te amo
-Te amo muito mais-sorriu me fazendo carinho-nunca imaginei amar tanto alguém, como eu amo você
-E eu nunca imaginei que pudesse ser tão amada e tão feliz-sorri para ele, e demos inicio a um beijo gostoso

A nossa manhã foi cheia de preguiça no quarto, depois saímos para almoçar dentro da pousada mesmo, e voltamos para o nosso quarto para namorar, pois queríamos sair á noite, e aproveitarmos o que nos oferecia de bom aquele lugar. No dia seguinte, aproveitamos para sair durante a parte da manhã, almoçar fora, e quando retornamos para a pousada Léo insistiu para que eu fosse aproveitar um momento no spa, pois eu merecia, e ele iria fazer algumas ligações para saber como está tudo no hospital, e mesmo desconfiada desse papo furado aceitei passar o resto da tarde no spa, onde fui muito bem tratada, da cabeça aos pés, e me surpreendi quando recebi um vestido lindo, verde, em um estilo romântico, para me vestir pois era um presente do meu namorado, e ele queria que eu fosse jantar com aquele vestido, claro que achei o gesto dele muito fofo, em me mandar um look para o nosso jantar, eu só não sabia o que ele estava preparando. Como íriamos sair para jantar, certamente Léo estava me esperando no nosso quarto, então segui até lá, abri a porta com o meu cartão, e achei estranho ouvir uma música em som ambiente, tocando dentro do quarto, e vi que tinha pétalas de rosas vermelhas espalhadas pelo chão, em um caminho até a sacada, sorri com aquilo, e segui as pétalas, até chegar na sacada e me deparar com a cena mais linda da minha vida, estava tudo decorado de um jeito simples, com um tapete enorme cobrindo o chão, almofadas espalhadas, taças e uma garrafa de champanhe em uma mesinha, e o melhor de tudo, foi ver o meu namorado vestido em um terno com uma camisa de linho por baixo, estava lindo e emocionado ao me ver chegar.

-Gostou da surpresa?-perguntou assim que analisei tudo e o olhei sorrindo
-Está tudo perfeito meu amor, obrigada pela surpresa-sorri indo o abraçar e selando seus lábios
-Tive que correr para fazer tudo isso antes de você chegar, mas foi feito de coração
-Eu sei disso meu amor, eu amei-o dei um beijo rápido e ele parecia nervoso-ta tudo bem?
-Sim-sorriu tentando disfarçar, mas eu já o conhecia muito bem, para saber quando ele está nervoso
-Léo, me fala o que está acontecendo, porque você não sabe disfarçar nada
-Eu sou péssimo nisso-ele riu nervoso-mas como eu sei que não vou me segurar até te fazer essa pergunta, acho que está na hora-respirou fundo pegando algo no bolso da sua calça, e quando vi que era uma caixinha comecei a rir e paralizei o olhando se ajoelhar na minha frente, e ele já estava todo emocionado quando me perguntou-Rebeca Sanches, aceita se casar comigo?
-Não esperava tão cedo esse pedido-disse surpresa, e ele me olhava quase chorando, todo agoniado-mas é claro que eu aceito meu amor-disse ainda paralizada e ele deixou lágrimas caírem


-Aceita mesmo ser minha mulher?-perguntou de novo e assenti
-Sim meu amor, eu aceito-me abaixei perto dele e ele todo nervoso e emocionado colocou o anel no meu dedo, e em seguida beijou minha mão
-Eu te amo Rebeca, e sou o homem mais feliz do mundo em ter você ao meu lado
-Pode ter certeza que tenho sido a mulher mais feliz do mundo ao seu lado Léo, te amo muito-o dei um beijo para concretizar aquele momento
-Beca, pode parecer que é cedo demais, mas para mim é a hora certa de te pedir em casamento, eu já fui noivo, já fui casado, e nas duas vezes perdi quem estava comigo, doeu muito, por muito tempo, até você chegar na minha vida, e me fazer dar mais uma chance para o amor, você sabe que eu sou um homem muito família, reservado, e não é certo enrolar você por mais tempo, sendo que eu já tenho a certeza que quero passar o resto da minha vida com você
-Também já sofri muito por amor, em relacionamentos passados, tenho uma filha, e você me aceitou do jeito que eu sou, complicada, cheia de defeitos, e esteve comigo no pior momento da minha vida, me dando forças, cuidando de mim, e eu confesso que não esperava esse pedido tão cedo, mas estou feliz em ter aceitado, porque você me fez amadurecer e enxergar o meu melhor lado, te amo muito por isso
-Que coisa mais linda a noiva que eu tenho-me deu um beijo cheio de amor-e que tal comemorarmos nosso noivado?-perguntou após o beijo e já sorri safada
-Mas e o jantar?
-Daqui a pouco nosso jantar chega, mas enquanto isso vamos brindar-disse abrindo a garrafa de champanhe e servindo em nossas taças
-Um brinde a nós-dissemos juntos brindando nossas taças e depois de darmos um gole trocamos um beijo

O clima estava esquentando rápido, e eu já estava louca de vontade de comemorar o nosso noivado fazendo amor, mas ouvimos a campainha do quarto tocar, e o nosso jantar havia chegado, veio uma equipe bem preparada, trazendo nossa comida, e como eu queria muito postar a novidade, pedi para um dos garçons tirar umas fotos minhas com o Léo, e ficaram lindas com o pôr do sol da sacada ao fundo, os agradecemos pela atenção, e antes de jantar eu já postei que estava noiva nas minhas redes sociais.


@becasanches: Obrigada por só me proporcionar momentos bons, te amo meu amor e agora noivo @drleoreis 💍❤️
#EstamosNoivos #EuDisseSim 👰

Após postar a novidade, preferi desligar meu celular, e o Léo fez o mesmo com o dele, afinal não queríamos ser perturbados, e com certeza muita gente iria começar a ligar e mandar mensagem para nós, após verem o que postei. Estavamos concentrados apenas em nós, em nosso momento, na nossa felicidade, tivemos um jantar muito gostoso, com direito a sobremesa, e depois tomamos alguns drinques dançando coladinhos algumas músicas internacionais que colocamos para tocar na sacada, e finalizamos nossa noite fazendo amor. Nunca imaginei que pudesse ter tantos momentos bons com um único homem, Léo com certeza foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, e pela pressa que ele teve em me pedir em casamento, eu sentia que em breve a data para o nosso casamento acontecer seria marcada, e eu enfim seria uma mulher casada.

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Olá amores, o que estão achando da história? tudo começou a dar uma acelerada, e será que esse casamento vai acontecer? comentem muito, e logo posto mais, beijos.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Capitulo 68 - Lembranças.

 -Não vai se desculpar?-disse a mulher me encarando, enquanto eu estava suando frio e paralizado a olhando espantado
-Luan, o que faz aqui? você está bem?-senti alguém me puxar e dar tapas de leve em meu rosto-Luan, reage-desviei o olhar ainda perplexo, para ver quem estava na minha frente e vi que era Rebeca
-Me tira daqui-a pedi em um fio de voz, sentindo todo o meu corpo tremer e paralizar ao mesmo tempo
-Luan, olha pra mim, se concentra em mim, e vem comigo-disse Beca segurando meu rosto para olhar em sua direção, e eu apenas assenti

Minha cabeça começou a doer muito, e tive que fechar os olhos pois era como se tivesse algo muito pesado sobre a minha cabeça esmagando o meu cérebro, fui guiado por Rebeca até nem sei onde, e só senti que estava sentado pois todo o peso do meu corpo desabou sobre aquele banco.

-Luan, olha pra mim, você está branco igual papel, e eu fiquei com medo de você desmaiar vindo comigo até aqui, você é pesado pra mim te carregar, então tenta respirar fundo-senti o ar entrar e sair dos meus pulmões, mas estava difícil respirar
-Eu acho que tô vendo fantasmas, não estou bem não-disse ainda muito confuso e ela se sentou ao meu lado segurando em minhas mãos
-Meu Deus, sua mão ta muito gelada, e você ta suando frio-disse Beca passando a mão pela minha testa-preciso chamar o Léo para ver o que está acontecendo, mas não posso te deixar aqui sozinho-ela olhava aflita para os lados, e eu ainda estava tentando entender tudo aquilo, e o porque ela estava agindo daquela forma
-Não saí daqui, por favor-apertei a mão dela, e a implorei com o olhar
-Calma, que eu vou ficar aqui com você, se acalme-disse tentando me passar segurança
-Beca, minha cabeça ta doendo muito, tô sentindo meu estômago se revirando todo-a olhei desesperado-eu tô muito confuso aqui dentro-apontei para minha cabeça, pois eu já sentia meu cérebro latejar e me jogar informações que eu não conseguia processar
-Luan, fecha os olhos e concentra na respiração, vou ver se consigo falar com o Léo, para ele ver o que está acontecendo com você

Fechei os olhos e tentava respirar, ouvi Beca ligando para o namorado dela, enquanto eu continuava com uma confusão na minha mente, e outra vez aquele gosto ruim veio na boca, e senti meu coração acelerar de uma vez quando me lembrei do rosto dela, me causando pânico e apertando forte a mão de Rebeca, que ainda segurava a minha.

-Ela ta aqui, deixa ela longe de mim-disse assustado querendo sair correndo dali, mas minhas pernas não me obedeciam e Rebeca me segurava
-O Léo está vindo aqui, Luan para de agir assim, eu tô ficando assustada-Beca me olhava com desespero
-Me ajuda, eu não sei o que ta acontecendo comigo-fechei os olhos outra vez, inclinei minha cabeça para trás, e eu simplismente apaguei

*Rebeca on.

No momento que o meu pai chegou junto com a noiva dele, eu sabia que aquilo não iria dar em boa coisa, então tentei os manterem longe das pessoas da festa, até Letícia vir dar um abraço no avô e ganhar o presente que ele trouxe, suspirei aliviada que isso aconteceu rápido, e então eles poderiam ir embora e a festa seguiria. Antes de saírem, devido o parque ser enorme e não conheceram nada ali dentro, o meu pai me pediu gentilmente para o mostrar onde era o banheiro, e pelo menos até lá eu iria acompanha-los, pois os banheiros ficavam em uma parte mais afastada da festa. Enquanto o meu pai entrou no banheiro masculino, fiquei com Jéssica o esperando do lado de fora, não queria a perder de vista, então tentei ter algum assunto com ela, que se encostou bem na porta da entrada do banheiro masculino e foi em questão de segundos para o que eu mais temia acontecer, do nada Luan sair daquele banheiro distraído e se esbarrar com Jéssica. Foi algo tão rápido, mas que serviu para o deixar paralizado a olhando, que ainda ficou brava com ele, já que ele se assustou tanto que nem a pediu desculpas, e eu não pensei duas vezes em tentar tirar o Luan dali, porque tive medo dele passar mal, e foi com muito custo que o arrastei até um banco e o fiz sentar, para ele voltar a si, mas estava sendo apavorante ver ele soar frio, falar coisas meio sem sentido, segurei a mão dele a todo momento pois ele suava frio, e com muito custo liguei para o Léo, que com certeza vai poder ajudar de alguma forma devido ser médico, quando vejo Luan tombar a cabeça para trás no banco e desmaiar.

-O que aconteceu?-Léo veio correndo até onde o expliquei que eu estava com o Luan, e eu já chorava agoniada
-Léo, vê o que aconteceu com ele, do nada ele apagou
-Precisamos correr com ele Rebeca, ele ta ficando gelado e a pulsação ta muito acelerada-disse Léo o analisando, colocando o dedo no pescoço para ver a pulsação, e checando a temperatura
-Mas e a festa da minha filha? como vou avisar a família do Luan que ele ta passando mal? não quero que a Letícia tenha mais um aniversário desastroso
-Amor, faz o seguinte-disse Léo me segurando e olhando em meus olhos-vai avisar a família dele o que aconteceu, que eu vou chamar os socorristas do parque para me ajudarem a levar o Luan para o hospital
-Mas ele vai ficar bem?-perguntei agoniada, o vendo ainda apagado-vai ser mesmo necessário ir ao hospital? aqui tem uma enfermaria, um pronto socorro, sei lá
-Tem sim, mas eu não sei ao certo o que aconteceu com ele, você sabe?
-Ele viu a Jéssica e começou a passar mal, até que apagou
-Com certeza ele teve um surto de adrenalina, por isso a pulsação ta acelerada e ele desmaiou, então ele precisa ficar em observação até acordar, pois caso apresente convulsão ou algo mais grave, vai ter que ser medicado
-Isso é agoniante Léo, pois ele já teve um coma, não quero ver ele passando por isso outra vez-disse chorando, e ele me consolou
-Sei o quanto ele é importante para você, mas tenta se acalmar, os socorristas estão chegando-disse Léo apontando três homens vestidos de enfermeiros, ou algo assim, chegando com uma maca
-Ele vai para o hospital mesmo?-perguntei vendo o colocarem na maca
-Foi alguma queda, ou pancada na cabeça?-um dos enfermeiros me perguntou
-Não, ele só desmaiou devido uma emoção forte
-Então ele vai ficar de observação na enfermaria-outra enfermeiro me respondeu e assenti
-Eu vou com eles, e te mantenho informada, vai lá conversar com a família dele-disse Léo seguindo com os socorristas para uma ambulância estacionada ali perto e respirei fundo, sem saber o que iria falar aos familiares do Luan

Me sentia totalmente desnorteada com tudo o que aconteceu, e devido a festa da minha filha ser praticamente do outro lado, longe dos banheiros, ninguem ali viu o que aconteceu, e eu fiquei com a pior parte, de ter que dar uma péssima notícia as pessoas, que estão sorrindo e comemorando mais um ano de vida da minha filha.

-Ta tudo bem minha filha? sua cara está péssima-disse minha mãe assim que sentei ao lado dela, e virei com tudo um copinho de refrigerante que estava sobre a mesa
-Aconteceu alguma coisa?-Marina que me conhecia bem logo percebeu, e também me olhou receosa alisando sua enorme barriga, e eu não queria assusta-lá, pois sei que está na reta final da gravidez e não pode ter emoções fortes
-Não foi nada demais-disse tentando não demonstrar o meu nervosismo-é que o Luan estava passando um pouco mal, acho que devido alguma coisa que comeu, e está na enfermaria-menti pois não queria preocupar Marina
-Mas sua cara é de espanto, ta tudo bem com o meu filho?-disse dona Marizete me olhando agoniada, coração de mãe sente
-Ele vai ficar de observação, o Léo o acompanhou, devido ser médico e só vim aqui avisar vocês-disse me levantando outra vez
-Vou lá ver o meu filho-disse dona Marizete se levantando junto comigo
-Também quero ver o meu namorado-a chata da namorada dele nem demonstrou preocupação, e agora quer ir junto
-Calma gente, ele só está na enfermaria-disse para tentar amenizar o clima, percebendo que a Marina queria se levantar
-Se você quiser me acompanhar dona Mari, acho que ele vai ficar feliz em ver a senhora por lá-tentei forçar um sorriso para ela, em meio a minha preocupação
-Mas ele é meu namorado, eu também vou-disse a chata da Thifany
-Não se preocupe querida, daqui a pouco ele está de volta, só vou ver como ele está, porque coração de mãe se preocupa atoa-disse dona Marizete acalmando os animos da nora
-Falando em coração de mãe, por favor fiquem de olho na Letícia, que eu nem sei onde está-as pedi
-Meu pai e o Matheus estavam com ela-disse Marina-o Luan sumiu, ai ela veio puxar os dois para brincar com ela
-Então ela está bem cuidada-respirei aliviada
-Beca me avisa como o meu irmão está, assim que estiver na enfermaria com ele-Marina pediu e assenti
-Fica calma Mari, daqui a pouco o chato do seu irmão está aqui para mimar o afilhadinho dele-alisei com carinho a barriga dela

Segui com dona Marizete até a enfermaria do parque, e ela percebeu que eu estava agoniada, então como era um pouquinho longe, eu não podia esconder dela o que realmente aconteceu, e ela ficou muito mais preocupada quando percebeu a real gravidade da situação do Luan. Chegamos na enfermaria, que tinha algumas salas, e logo um dos enfermeiros nos acompanhou até onde o Luan estava de observação, e graças a Deus ele estava acordado, e assim que nos viu pareceu aliviado.

-Que bom que está acordado meu filho, fiquei com tanto medo quando soube o que aconteceu-disse dona Marizete indo o abraçar
-Pelo jeito eu não vou morrer tão cedo-disse Luan sorrindo de canto para ela que o deu um tapa
-Nem brinca com essas coisas Luan-disse brava
-Ele acordou bem?-perguntei ao Léo que estava sentado em uma cadeiro perto do Luan, e me sentei em seu colo
-Estava meio agitado, falando coisas desconexas, chamando por você, e falando da tal Jaqueline-Léo suspirou me olhando e eu o fiz carinho
-Obrigada por cuidar dele, mas não esquece que eu amo você-o dei um selinho rápido e logo ouvi Luan me chamando
-Beca, queria conversar com você-me olhou meio confuso
-Está se sentindo melhor Luan?-perguntei indo para perto dele e ele assentiu
-Só estou um pouco zonzo, com dor de cabeça e queria conversar com você para entender algumas coisas, já que o seu namorado não soube me explicar-apontou para o Léo
-Querem ficar a sós?-perguntou dona Marizete, e eu estava receosa com isso, pois vi Léo bufar não gostando da situação
-Só um momento, depois a senhora volta e fica com ele-a respondi, e já vi Léo saindo da sala seguido de dona Marizete
-Acho que o seu namorado não gostou de nos deixar a sós-disse Luan se ajeitando para sentar sobre a maca que estava deitado
-Ele compreende que temos assuntos para ser conversado a sós-suspirei o olhando, e me sentei no canto da maca, sendo surpreendida com Luan entrelaçando nossas mãos
-Beca, desculpa por qualquer coisa que eu tenha feito a você, é que eu preciso entender algumas coisas que não estão fazendo sentido na minha cabeça, mas tudo parece se encaixar quando você ta comigo-alisou minha mão e a beijou
-Luan, o assunto não é sobre nós, isso já está mais do que resolvido, eu tenho a minha vida, você tem a sua, e temos a Letícia em comum, apenas isso
-Eu sei, ou acho que sei-disse pensativo-tô misturando muita coisa na minha cabeça, mas antes de entender o que ta acontecendo comigo, me fala quem é aquela mulher, porque ela se parece tanto com a maldita da Jaqueline-pediu me olhando assustado
-Acredite que nem eu sei o porque de tanta semelhança, mas ela é noiva do meu pai, nem tem ideia de quem é você ou eu, e é pura infelicidade do destino ela se parecer com a sua ex louca, que é falecida, e espero que assim permaneça-disse me arrepiando toda
-Mas que ta querendo vir me assombrar-me olhou assustado-eu me sinto péssimo Beca
-Para você foi um choque, mas pelo menos agora você não vai se assustar tanto se ver ela de novo, o que eu acredito que vai ser bem raro acontecer, se é que aconteça
-Espero que não aconteça nunca mais, só Deus sabe o que eu senti-ele respirou fundo e ficou pensativo fechando os olhos-e o pior que toda vez que eu me lembro disso, a minha cabeça volta a doer
-Te deram algum remédio?
-Seu namorado me medicou, mas não sei o que tomei
-De qualquer forma, agora você precisa descansar um pouco, e tentar ficar bem, pois logo a Letícia vai dar falta de você na festa e então...
-Nem me fale Beca, não posso perder a festa da Le, se não ela nunca mais me perdoa-disse Luan indo se levantar e eu não deixei
-Tenta ficar um pouco melhor para sair daqui primeiro
-Mas eu já estou melhor, preciso mesmo me distrair, não quero pensar no que vi, não quero me lembrar do que aconteceu, e vamos fingir que isso não foi real, pois eu quero aproveitar o aniversário da minha filha
-Se você consegue ficar de pé, e já está com a cabeça no lugar, então vamos voltar para a festa, porque os pais da aniversariante não podem ficar muito tempo longe

Saí da salinha da enfermaria junto com Luan, e dona Marizete que estava sentada em uma cadeira no corredor conversando com Léo, logo correu para ver se Luan estava bem, e o abraçou, como se quisese ajuda-lo a andar, mas ele sorriu despreocupado, e seguiu caminhando com a mãe enquanto eu fiquei um pouco mais atrás com o Léo.

-Obrigada pela ajuda meu amor, o Luan parece estar bem melhor
-Mas ele devia ficar em observação, ele tomou um calmante, pode ficar meio tonto se não ficar de repouso
-Ele quer aproveitar a festa com a Letícia, e não temos o direito de impedir isso, se ele sentir que está mal, com certeza vai sentar e ficar quieto
-Mesmo assim Rebeca, por pouco ele não teve uma piora, uma convulsão, ele teve sorte que corremos com ele
-Então é melhor voltarmos para a festa e você tenta conversar com o Luan, e o explicar a situação
-Só não quero parecer chato, ele não parece gostar de mim, e não vou negar que ele é uma pessoa nada amigavel comigo
-E você também não demonstra ser fã dele, mas eu já cansei de te dizer que o Luan é só um amigo, e alguém que tenho que manter contato devido a Letícia
-Beca, não vamos criar uma discussão em torno disso, como você mesma falou, ele está bem, então deixa ele fazer o que quiser, e se por acaso ele passar mal, ele sabe que tem que ficar quieto em um canto
-Espero que ele tenha esse bom senso-ri de canto e entrelacei nossas mãos-mas vamos esquecer o que aconteceu, e fingir que está tudo bem, para não chatear a minha filha

Voltei com o Léo para a festa, e já vi ao longe o Luan sentado com a família dele em uma mesa, onde certamente eles o questionava o que aconteceu, então não queria atrapalhar aquele momento entre família e fui junto com o meu namorado atrás de Letícia, a vendo brincando com os amiguinhos, e ela assim que nos viu, quis nos chamar para subir com ela no brinquedo, e ali eu voltei a ser a mãe mais feliz do mundo, por estar junto com a minha filha nesse dia tão especial e importante da vida dela.

*Luan on.

Abri os olhos assustado, e chamei por Rebeca, procurei por sua mão, e me assustei vendo o tal doutor Leonardo ao meu lado me pedindo para ficar calmo, então bufei xingando a maldita da Jaqueline, e ele me olhava sem entender o que eu dizia, e no fundo nem eu estava entendendo o que acontecia naquele momento.

-Luan, você se lembra da última coisa que viu?-o doutor chato perguntou
-A Rebeca, a Jaqueline, não sei-estava confuso
-Quantos dedos tem aqui?-me mostrou quatro dedos
-Quatro, não estou cego
-Só está um pouco confuso-disse me dando um comprimido e um copo de água-melhor tomar isso, vai se sentir melhor
-Certeza?-o olhei desconfiado
-Agora é você quem decide isso-disse dando de ombros, e mesmo receoso tomei o remédio
-Onde eu estou?-perguntei finalmente tentando me localizar
-Está na enfermaria do parque, você desmaiou, teve um surto de adrenalina, e por sorte consegui chamar os socorristas para me ajudarem a te trazer pra cá
-Sério que fez isso por mim?-o olhei surpreso
-Porque não faria? acima de tudo eu prezo pelo bem estar das pessoas, e na verdade a Rebeca quem me ligou desesperada para te ajudar, agradeça a ela-disse em tom enciumado
-Valeu cara-o olhei constrangido-mas será que agora posso sair daqui?-o questionei já agoniado deitado naquela maca dura, e antes mesmo dele responder já vi minha mãe entrar correndo por aquela porta seguida por Rebeca
-Que bom que está acordado meu filho, fiquei com tanto medo quando soube o que aconteceu-disse minha mãe vindo me abraçar
-Pelo jeito eu não vou morrer tão cedo-disse sorrindo de canto para ela, que me deu um tapa me olhando brava
-Nem brinca com essas coisas Luan-disse brava

Minha mãe estava preocupada comigo, e tentei a tranquilizar que estava bem, mas eu estava de olho em Rebeca conversando com o tal doutor, sentada no colo dele, e dando até selinho, quando pedi para ficar a sós com ela, vendo na hora a cara do namorado dela se fechar, e ele sair enciumado. Conversei um pouco com Rebeca, tentando entender aquilo tudo, nada na minha mente estava claro, nem fazendo muito sentido, então eu preferia fingir que foi tudo um pesadelo, e que eu agora estava acordado, me levantei com coragem daquela maca e estava disposto a voltar para a festa da minha filha, pois ela não merecia sofrer em mais uma festa de aniversário por minha culpa. Voltei para o local da festa abraçado com minha mãe, que ainda estava preocupada, com medo que eu passasse mal outra vez, e como minha família estava sabendo do ocorrido, pelo menos parte do que aconteceu, eu precisava ir até eles os explicar que já estava bem, minha maior preocupação era em tranquilizar minha irmã Marina, que já estava angustiada, aquilo não fazia bem ao meu sobrinho barra afilhado, e também tranquilizar minha namorada, que se grudou em mim quando me sentei na mesa para contar que eu estava bem. Preferi passar o resto da festa sentado, tomando água, comendo uma coisa ou outra, pois minha cabeça estava doendo, e eu tentava disfarçar conversando com minha família e amigos, Letícia nem aparecia por ali, mas nos olhava de longe e acenava, pelo menos pude brincar bastante com ela no ínicio, e agora ela estava mais afim de brincar com os amiguinhos. Como estava ficando tarde, os convidados começaram a ir embora, e a parte difícil seria tirar Letícia e as outras crianças daquele parque, vi que Rebeca chamou nossa filha em um canto para conversar com ela, e Letícia ficou bicuda, mas compreendeu que era hora de encerrar a festa e todos irmos embora.

-Se despede do seu pai, enquanto terminamos de guardar os seus presentes no meu carro e no do Léo-disse Beca indo com a ajuda do namorado, da mãe dela e de outras pessoas, guardarem os presentes de Letícia para levarem para casa
-Gostou da sua festa surpresa meu amor?-a coloquei sentada em meu colo e ela estava toda feliz, suada, suja, com os cabelos presos em um coque alto, e respirava ofegante de tanto correr e brincar
-Foi tudo muito legal papai, a melhor festa da mundo-disse toda feliz
-Você merece meu amor, se eu pudesse te dava esse parque inteiro
-Mas você pode papai-ela riu
-Errada não está-disse Thifany que estava sentada ao meu lado-pena que seria um desperdício gastar comprando um parque, só de alugar está bom
-Não se intromete bruxa-disse Letícia a olhando e Thifany a olhou espantada
-Luan, olha a educação da sua filha-reclamou
-Le, pede desculpas a ela, isso foi muito feio-a olhei bravo e ela revirou os olhos descendo do meu colo
-Desculpa Thifany, mas não se intromete quando eu estiver falando com o meu pai-disse Letícia toda séria, e eu me surpreendi com aquilo
-Letícia...-iria falar bravo com ela, mas ela logo me cortou
-Tchau papai, logo minha mãe viria me chamar mesmo-me deu um beijo no rosto e saiu seguindo a avó dela, que estava terminando de pegar umas caixas de presentes
-Nunca mais eu venho em uma festa de aniversário dessa peste, para ser humilhada desse jeito-minha namorada reclamou e a olhei bravo
-Não fala mal da minha filha, ela é só uma criança
-Uma criança mal educada, com certeza é culpa da mãe dela
-Thifany, não estou afim de te ouvir falar mal da minha filha, nem da mãe dela, então para a gente não ficar em um clima ruim, cala a boca-a pedi gentilmente e ela bufou

Como estavamos no Rio de Janeiro, eu e minha família ficamos hospedados em um hotel que era bem perto do parque, então com o fim da festa seguimos para o hotel, onde iriamos descansar para no dia seguinte voltarmos para São Paulo. Cheguei no meu quarto de hotel super cansado, e ouvindo Thifany reclamar que odiou tudo, que todos foram antipáticos com ela, e eu estava com dor de cabeça, então entrei no banheiro a deixando falar e reclamar sozinha, tranquei a porta para não ser incomodado, me despi, e entrei no chuveiro, onde fiquei de olhos fechados em baixo da água quente, pensando na minha vida, refletindo algumas coisas e percebendo que eu nunca fui de fato feliz em um relacionamento, o que me fez lembrar de Jaqueline, no quanto ela mexia com o meu psicológico, com as ameaças, com as vezes que tentou forjar situações... e vinham lembranças bagunçadas em minha mente, então abri os olhos e respirei fundo para não enlouquecer. Saí daquele banho com a cabeça explodindo, vinham cenas, momentos, tudo muito confuso na minha mente, vi Thifany deitada na cama com cara de arrependida, e a ignorei, pois conversar com ela só iria me fazer piorar, fucei na minha mala se tinha algum remédio para dor de cabeça, ou calmante, e peguei algum que era para dor, tomando com a água do frigobar, peguei meu maço de cigarro e fui fumar um pouco na sacada, já ouvindo Thifany reclamar, e depois indo tomar banho, o que me daria um pouco de paz. Fiquei sentado em uma cadeira de madeira que havia na sacada do hotel, olhando a lua no céu, sentindo a leve brisa da noite em meu rosto, e fumando um, dois, três cigarros, ainda com a cabeça latejando de dor, e um turbilhão de pensamentos me perturbando, a cada momento que a minha mente vagava para refletir na minha vida.

-Amor, me desculpa?-senti o toque de Thifany nos meus ombros nus, pois estava sem camisa-me desculpa bebê-senti ela beijando meu pescoço-vamos fazer as pazes-sussurrou em meu ouvido, e mordiscou minha orelha
-Thifany, me deixa sozinho-a pedi seco e ela se sentou no braço da cadeira, se grudando em mim
-Luan, não quero ficar nesse clima com você, sei que sou difícil de lidar, mas você sabe me acalmar, me deixar mansinha-disse puxando meu rosto para a olhar, e encaixando meu rosto bem dentro dos seus seios, que estavam cobertos pelo robe que ela usava
-Vai dormir, e me deixa sozinho-a pedi, pois realmente não estava afim de falar com ela, nem fazer nada
-Não tem graça ficar sozinho meu amor, você já fumou e ficou aqui refletindo um bom tempo, agora precisa se reconciliar comigo, daquele jeito bem gostoso-me olhou safada e veio se sentando em meu colo de frente comigo-vamos entrar naquele quarto, e fuder gostoso?-mordeu os próprios lábios, e alisou meu peitoral

Eu estava com a cabeça cheia, me sentindo perdido em meus pensamentos, mas vi ali minha valvula de escape, então a envolvi em um beijo quente, a peguei no colo e entramos no quarto entre beijos, a coloquei sobre a cama, e ela já foi tirando seu robe me mostrando que estava nua a minha espera, então a olhei safado, e logo me livrei da minha calça de moletom e cueca de uma vez pois queria muito transar com a minha namorada, para ocupar a minha mente, e então fizemos sexo por um bom tempo, até nos cansarmos, e ficarmos deitados abraçados nus sobre a cama. Thifany era uma mulher linda, gostosa, e nosso envolvimento começou assim, na cama, ela no ínicio se tornou um contatinho fixo, e por ser discreta em nossos encontros, logo a chamei para ir aos meus shows me fazer companhia, e mesmo que não tivesse sentimento, ela me fazia bem, era legal ficarmos juntos em minhas viagens, e como eu já estava há muito tempo solteiro, resolvi assumir o nosso namoro, e ela ficou imensamente feliz em se tornar minha namorada oficialmente, porém eu sentia que ela não gostava de ficar com minha família e amigos, mas como eu me resolvia com ela na cama, aturar as caras e bocas dela faziam parte. Depois do sexo, ela logo dormiu, e eu permaneci acordado, sendo outra vez atormentado por pensamentos e lembranças bagunçadas do passado, o que fazia minha dor de cabeça aumentar, e o meu sono ir embora de vez.

[...]

Algumas semanas se passaram, e eu estava tendo muito pesadelo com Jaqueline, sem contar nos sonhos sem sentido, e na dor de cabeça que me fazia enlouquecer, eu estava a beira de fazer uma loucura se continuasse assim, então tentava me ocupar com composições, com minhas viagens, meus shows, meus fãs, minha família, minha namorada, e por mais que eu estivesse com um esgotamento mental muito grande, eu tentava disfarçar para quem estava a minha volta, principalmente para minha irmã Marina, que estava perto de dar a luz, e o que eu menos queria era estragar o nascimento do meu sobrinho com os meus problemas. Cheguei em casa, após mais um final de semana cumprindo minha agenda de shows, e tive uma surpresa ao ver Letícia vindo correndo me abraçar assim que entrei em casa.

-Papai, você chegou-pulou em meu colo
-Cheguei meu amor, e que surpresa boa ver você aqui-a abracei apertado e dei vários beijos-como está linda minha princesa, não me conformo em como você está maior a cada vez que te vejo-ri a colocando no chão, pois já estava grande e pesada
-Dizem que estou em fase de crescimento, acho que é isso-disse pensativa
-Está sim, e se puxar para mim, vai ficar grandona-sorri a dando mais um abraço
-Papai, você sabia que o meu priminho vai nascer?-disse Letícia me contando a novidade
-Mas já?-a olhei surpreso-e cadê todo mundo?-perguntei vendo a sala vazia
-Não sei-disse dando de ombros-mas a mamãe e a vovó estão descendo-apontou as escadas e vi Rebeca descendo junto com a minha mãe
-Que bom que já está em casa meu filho-minha mãe sorriu ao me ver e logo veio me abraçar
-Como está tudo por aqui Xum? e que história é essa que o Gael vai nascer?-perguntei após a abraçar
-Estamos na correria meu filho, nem pensei em ligar para você, pois sabia que estava chegando em casa, a Marina começou a ter contrações e já está no hospital-minha mãe dizia toda eufórica
-E ela me ligou ontem á noite avisando que começou sentir que ele iria nascer, então corri para cá, pois não quero perder o nascimento do meu afilhado-disse Rebeca toda feliz-e que bom te ver Luan, como foi de viagem?-perguntou educadamente me cumprimentando
-Foi tudo bem graças a Deus, e ainda bem que cheguei a tempo de saber que meu sobrinho e também afilhado vai nascer-sorri feito bobo
-Estavamos esperando você chegar para irmos ao hospital, e porque a Letícia queria te ver-disse minha mãe
-Vamos então-disse apressado-vou nem trocar de roupa
-Tem certeza que quer ir agora para o hospital meu filho? você deve estar cansado, e o trabalho de parto pode demorar-disse minha mãe
-Para conhecer meu primeiro sobrinho, o cansaço até foi embora-disse animado
-Então vamos logo-disse Rebeca

Seguimos eufóricos para o hospital em que minha irmã iria fazer o parto do Gael, e enquanto eu dirigia o carro, minha mãe estava no banco do carona rezando, com o seu terço nas mãos durante o caminho, e Letícia e Rebeca conversando lá atrás bem animadas, era nitído o quanto todos estavamos ansiosos pela chegada de mais um membro na família. Entramos no hospital, e Bruna já estava na sala de espera junto com o meu pai, e os pais do Matheus, pois soubemos que a minha irmã e o Matheus já estavam na sala de parto, então a qualquer momento teríamos a notícia de que o Gael nasceu.

-Vou tomar um café, preciso de algo para me manter acordado-avisei minnha mãe, que estava sentada no sofá da sala de espera de mãos dadas com minha irmã Bruna, e com a cabeça escorada no ombro do meu pai
-Leva a Letícia com você, para ela comer alguma coisa-disse Rebeca, que estava com nossa filha sentada em seu colo, vendo vídeos no celular dela
-Não quero comer nada mamãe-Letícia respondeu ainda concentrada no celular
-Depois não fica reclamando no meu ouvido que está com fome, vai com o seu pai Le e me trás uma água com gás-Beca a pediu
-Mamãe, eu não tô com fome agora, pede para o meu pai comprar pra você-disse Letícia despreocupada
-Se quiser me fazer companhia, fica tranquila que eu não mordo-disse a olhando e Rebeca riu
-Eu não quero sair daqui, porque vai que chegam com notícias da Mari e do bebê, mas se formos rápido, eu faço esse sacríficio de te acompanhar-disse Rebeca-Le, eu não vou demorar, então se comporta-olhou para Letícia que assentiu, se sentando toda esparramada no sofá
-Ela sabe se comportar, vamos logo muié-a apressei

Segui junto com Rebeca até o restaurante do hospital, e enquanto eu pedi um café, ela pegou uma água com gás, e estava ansiosa para voltarmos a sala de espera.

-Calma Beca, senta aqui comigo um pouco, enquanto preparam o meu café-a pedi, me sentando tranquilamente em uma das mesas
-Não sei como você consegue manter a calma Luan, eu estou pirando, cheia de ansiedade, emoção, é muita coisa ao mesmo tempo-disse Beca toda sorridente
-Pra mim também é algo novo, nunca vi um sobrinho meu nascer, na verdade nem o nascimento da minha filha eu pude acompanhar-suspirei e ela se sentou de frente comigo segurando uma de minhas mãos
-Isso ficou no passado Luan, você não teve culpa
-Mas eu devia estar lá-a olhei magoado-talvez isso não signifique nada para você, muito menos para a Letícia, mas esse é um dos fardos que eu sempre vou carregar, o fato de não ser sido presente na gestação, no nascimento, e nos primeiros meses de vida da minha filha-desabafei a olhando
-Você tem compensado muito bem tudo isso, então é hora de parar de carregar esse fardo, de carregar essa culpa, porque eu não fico te cobrando por isso, nem a Letícia, então para de se cobrar
-Tem sido meio impossível ultimamente-suspirei a olhando, e eu precisava ser sincero com ela-Beca, eu não tenho conseguido lidar com muita coisa da minha vida, e isso tem pesado muito nos últimos meses, desde que eu vi aquela tal noiva do seu pai, aquilo me despertou memórias, me despertou lembranças, e eu não quero mais fingir que está tudo bem comigo, sendo que estou péssimo
-Então você começou a se lembrar do que aconteceu antes?-perguntou me olhando surpresa
-Sim-assenti frustrado-e o pior de tudo é saber que não posso mais voltar lá atrás e nem resolver nada do que já foi perdido-suspirei, e a olhei nos olhos-mas sabe o que mais me perturba Beca? é o fato de me lembrar de nós, e de que eu fui um idiota com você quando tive a chance de te ter, e pior do que perder a memória, e perder anos da minha vida, o pior de tudo, foi ter perdido você

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Olá amores, como estão? ainda estão acompanhando a história? será que o Luan recuperou mesmo a memória? comentem o que pode acontecer a partir de agora, sugestões, ou só pensamentos mesmo, beijos e logo posto mais.

domingo, 8 de maio de 2022

Capitulo 67 - Fantasmas do passado.

 Naquele momento eu a olhava paralizada, espantada, desacreditada e não sabia se estava vendo um fantasma na minha frente, ao ver a nova namorada do meu pai, aquilo não poderia ser real, pois Jaqueline estava morta.

-Jaqueline?-a mulher riu me olhando-meu nome é Jéssica, muito prazer-disse vindo em minha direção e eu estava mais espantada a cada passo que ela dava ao se aproximar, pois era como se estivesse vendo a própria Jaqueline outra vez na minha frente
-Meu amor, essa é a minha filha Rebeca-meu pai estava ao lado a abraçando pela cintura, enquanto me apontava todo feliz
-Fico feliz em finalmente conhece-lá, seu pai me falou tanto de você-disse me cumprimentando com um meio abraçou e dois beijinhos, enquanto eu ainda estava imóvel, e sem saber como reagir
-Tem certeza que não conhece nenhuma Jaqueline?-a olhei intrigada, e questionei, afinal queria uma explicação e ela riu outra vez, se entreolhando com o meu pai
-Quem é essa tal Jaqueline, querido? devo ficar com ciumes?-disse Jéssica se fazendo de desentendida
-Também não sei, quem é Jaqueline minha filha?-meu pai me olhou sem entender
-Uma ex noiva do Luan, aquela que faleceu antes dele sofrer o acidente e perder a memória-respirei fundo vendo os olhares de dúvida de todos sobre mim-me desculpa Jéssica, é que você se parece muito com ela, não tem nenhum parentesco entre vocês?
-Filha, não fica criando coisas-disse meu pai visivelmente constrangido-a família da Jéssica é de Barcelona, e o pouco que ela conhece no Brasil é pelas viagens que faz a trabalho, então não existe essa possíbilidade, estou certo?-disse firme e depois a questionou com o olhar, e ela assentiu
-Sim, não tenho familiares no Brasil, é um acaso do destino eu ser parecida com sua falecida amiga, lamento por isso, mas não me queira mal, pois desejo ser uma boa amiga para você-disse me olhando com lamento, e eu respirei fundo
-Ela não era minha amiga, mas melhor pararmos de falar desse assunto, nem te apresentei minha filha Letícia, e o meu namorado Leonardo-disse tentando forçar um sorriso e os apresentando

Aquela noite parecia não terminar nunca, eu estava incomodada com a presença daquela tal Jéssica, e sentia até certos arrepios e calafrios sempre que ela me olhava ou vinha falar comigo, mesmo que ela negue que conheça a Jaqueline, ou que tenha algum parentesco, algo dentro de mim me alertou que essa mulher não é confiavél. Depois de um jantar impecavél, e de vários drinques servidos, meu pai finalmente anunciou o noivado, onde colocou um anel no dedo da moça, deram um beijo que me fez ter ânsia, e com o fim da palhaçada, eu mal queria continuar ali, inventei que estava me sentindo um pouco mal, e nem quis brindar a comemoração do noivado, pois nem água eu conseguia engolir.

-Pai, me desculpa, mas eu realmente preciso ir embora, não estou bem do estômago-disse fazendo cara de ânsia e de dor, e ele me olhava preocupado
-Pode deixar que vou cuidar dela senhor Sérgio, acho que ela abusou um pouco da bebida no começo da festa, e eu sempre a alertei que era para ter cuidado com o álcool, devido o que ela já passou-disse Léo me olhando bravo
-Sei que ela está em boas mãos-meu pai sorriu de canto-pelo menos puderam vir ao meu jantar de noivado e conheceram a Jéssica
-Sim pai, obrigada pela atenção que teve com a gente, mas eu realmente preciso ir, sem contar que a Letícia já está com sono-apontei minha filha que já estava com cara de emburrada, pois estava em um ambiente cheio de adultos, e passava da hora dela dormir
-Amei ver a minha neta, gostaria que me deixasse passar mais tempo com ela-disse meu pai indo a dar um abraço-tchau princesa, pede para sua mãe vir com você visitar o vovô mais vezes
-Só se me deixar entrar na piscina-disse Letícia toda bicuda, pois nem pisamos no grande jardim da casa do meu pai, aonde tem piscina, e ela adora entrar na água
-Combinado-meu pai riu concordando, e ela sorriu cumplice para o avô
-Obrigada por tudo pai, e deixa um abraço na Jéssica por nós-disse interrompedo as longas despedidas
-Pode deixar meu amor-disse meu pai vindo dar um beijo carinhoso em minha testa-melhoras, e me manda notícias de como está
-Mando sim-assenti o olhando

Saímos da casa do meu pai, e minha cabeça estava explodindo, deixei que Léo voltasse dirigindo até o prédio onde moramos, enquanto eu estava de olhos fechados tentando entender o que aconteceu, pois ainda não encontrava uma explicação, tem tanta mulher nesse mundo para o meu pai se relacionar, e ele vai escolher justamente uma que é a cara da ex noiva maluca do meu ex, que é o pai da minha filha. Essa história estava complicada demais, e o fantasma de Jaqueline veio do passado para me atormentar, justo agora, que a minha vida está tão bem, tão tranquila, e que eu ando numa boa com o Luan, temos uma amizade e uma relação saudavél em prol da Letícia, não queria que nada estragasse isso, pois ele também já passou por muita coisa, e agora está seguindo em frente, em um novo relacionamento, trabalhando, viajando, e no fundo eu torcia para ele nunca encontrar com aquela mulher, pois se para mim o impacto foi grande, tinha medo de imaginar o que aconteceria se Luan a visse frente a frente, como eu a vi.

-Chegamos-só abri os olhos e saí de meus pensamentos, quando ouvi a voz de Léo avisando que chegamos
-Graças a Deus-suspirei o olhando, e ele me olhava sério-Le, a gente chegou, esta dormindo?-tirei o cinto de segurança e me virei para olhar no banco de trás, onde Letícia cochilava
-Melhor ir acordar ela-disse Léo já descendo do carro

Letícia estava sonolenta, e mal quis acordar para descer do carro, então tive que a pegar no colo, enquanto Léo apenas me olhava naquele sacrificio de carregar Letícia, até que ele finalmente se tocou que eu precisava de ajuda, e a pegou no colo, saindo na frente para entrar no prédio, sem nem fazer questão de me esperar.

-Ela ta pesada, se quiser eu a levo-disse quando entramos no elevador
-Pode deixar que eu levo ela, você não está bem para ficar carregando sua filha-disse de uma forma meio rispida

O elevador parou no andar onde eu morava, e entramos ali em silêncio, abri a porta do apartamento, e Léo entrou com Letícia a levando para o seu quarto, o ajudei a colocar ela na cama, e sorri vendo que ela finalmente se aconchegou para dormir em sua cama.

-Boa noite meu amor-a cobri e dei um beijo, saindo do quarto dela junto com Léo
-Boa noite Rebeca, se precisar de alguma coisa me liga-disse Léo já indo embora, mas o segurei pela mão e o fiz me olhar
-Pensei que iria dormir aqui hoje, fica comigo meu amor-o pedi carente
-Está sentindo alguma coisa?-questionou e neguei-já que não tem nada, eu vou embora
-Porque ta agindo assim comigo Léo?
-Assim como Rebeca?
-Começando por isso, me chamando de Rebeca, como se estivesse bravo
-Vai querer uma discussão por isso?
-Não Léo, só quero entender, porque do nada você ficou chato comigo
-Eu estou cansado Beca, você com certeza também deve estar cansada, então amanhã conversamos-disse indo sair outra vez, mas não deixei
-Léo, por favor, fica aqui-o olhei carente-me desculpa se fiz ou falei alguma coisa que você não gostou, só não me trata desse jeito
-Beca, eu quero muito ser maduro o suficiente para conversar com você sobre o que aconteceu hoje, mas eu realmente estou cansado e quero evitar discutir por uma coisa mal resolvida do seu passado, que com certeza não tenho nada com isso, mas mesmo assim me deixou chateado
-Amor, eu tive uma noite péssima, tem muita coisa fora de ordem na minha mente, então só quero sua companhia, seu carinho, porque você é meu médico, então deveria saber que agora o remédio que eu preciso é você-disse o olhando, e ele riu fazendo carinho em meu rosto
-Jogo sujo, me usar como seu médico para fazer isso, mas tudo bem, vou dormir aqui só para cuidar da minha paciente
-Por isso eu tenho a certeza, de que o melhor médico do mundo é o meu-sorri o abraçando e o puxando para o meu quarto

Nos despimos das roupas de festa, e fomos nos deitar apenas de roupa intima, me aconcheguei entre seus braços fortes, fechei os olhos, e só queria aproveitar aquele momento, me sentir amada, me sentir cuidada, e tentar fazer os meus pensamentos se voltarem para o homem que está ao meu lado, pois tenho medo de nessa noite os fantasmas do passado vagando pela minha mente, não me deixarem dormir. Como era previsto, acordei péssima no dia seguinte, com dor de cabeça, mal humor, e vendo Léo se vestindo rápido enquanto conversava com alguém no telefone.

-Amor, preciso ir para o hospital, um paciente meu está grave, acho que vou ter que fazer uma cirugia urgente-disse todo apressado, quando desligou o telefone
-Tudo bem Léo, quando der me liga, ou vem me ver
-Assim que eu estiver tranquilo, eu te ligo-veio me dar um beijo rápido e saiu logo em seguida

Tentei voltar a dormir, mas foi em vão, pois logo ouvi batidas na porta, seguida da voz de Letícia toda manhosa me chamando, então a mandei entrar, e ela veio enrolada em seu cobertor se deitando em minha cama, acompanhada de Bruno, que latia me pedindo para o colocar em cima da cama, já que ele tem tido dificuldade para subir sozinho.

-Oi meu amor, dormiu bem?
-Mamãe, tô com dorzinha na barriga-disse manhosa
-Ontem a senhorita abusou dos docinhos, não quis comer quase nada de salgado, e também tomou muito refrigerante, deve ser por isso
-Mas ta doendo mamãe-me olhava segurando a barriga e fazendo cara de choro
-Tudo bem, vou pegar um remédio e fazer um chá, pode ficar deitada aqui com o Bruno
-Liga a TV-pediu, e assenti pegando o controle da minha TV, o entregando a ela, que se deitou toda folgada em minha cama, abraçando o cachorro

Peguei um remédio para aliviar a dor de barriga da minha filha, fiz um chá, e levei tudo para ela tomar em meu quarto, ela continuava manhosa, então me deitei com ela, a fazendo carinho enquanto ela assistia desenho animado, e eu morria de sono e dor de cabeça, ainda com mil coisas martelando na minha mente. Quando minha mãe acordou, estranhou eu e Letícia não termos acordado ainda, então logo apareceu em meu quarto querendo saber se estavámos bem, e me olhando com certa curiosidade para saber sobre o jantar de noivado do meu pai, só falei que foi amigavél, pois não estava afim de ficar voltando e lembrando do que aconteceu. O dia foi se arrastando lentamente, e eu preferi passar o dia em meu quarto, vendo TV com a minha filha, que estava muito manhosa, mas logo melhorou a dor de barriga e queria apenas ficar curtindo a preguiça ao meu lado e ao lado de Bruno.

-Vocês não vão sair nem para comer?-questionou minha mãe aparecendo em meu quarto
-Comer o que vovó?-Letícia perguntou
-Fiz umas panquecas, achei que gostariam de algo diferente
-Oba, panqueca eu gosto-disse Letícia saindo rapido do meu quarto, e Bruno logo latiu para descer da cama, e sair correndo atrás de Letícia, para ganhar pedacinhos de panqueca
-E você minha filha?-minha mãe questionou me olhando
-Mãe, hoje não estou muito bem do estômago, prefiro evitar
-O Léo sabe disso?-perguntou preocupada
-Ele saiu cedo hoje, recebeu uma ligação urgente do hospital, mas eu sei me cuidar
-Mesmo assim Rebeca, você tem que ter cuidado redobrado, pois já enfrentou aquela doença e...
-Mãe, está tudo sob controle, fica tranquila-forcei um sorriso e ela veio se sentar perto de mim me encarando
-Rebeca, eu sei que não é só isso, sou sua mãe, percebi logo cedo que você estava estranha, é algo que aconteceu na casa do seu pai ontem?
-Não quero ficar enchendo a senhora com isso, está tudo bem
-Filha, pode confiar em mim, me contar o que está acontecendo, não ligo para aquele velho idiota, só me importo com você, e com a minha neta, o que ele te fez?
-Meu pai não me fez nada, então não cria paranóias dona Vera, só acordei um pouco mal hoje, logo passa
-Como eu sei que você não vai me falar nada, e te pressionar é pior, só espero que fique bem-suspirou me olhando e assenti

Para não deixar minha mãe criando paranóias, criei coragem e saí do quarto, tentei interagir com ela e com Letícia, em alguns jogos que minha filha queria jogar, até que finalmente Léo me ligou, me avisando que estava vindo embora, depois de horas em uma cirurgia complicada, e sua voz era de cansaço, então resolvi ir o esperar em seu apartamento, para o dar carinho, e também para conversar, pois eu sinto que ele está chateado comigo.

-Que surpresa boa-Léo sorriu cansado ao abrir a porta do seu apartamento e me ver em sua sala o esperando
-Vim aqui esperar o melhor doutor chegar, para o dar abraço, beijo, o que ele quiser-sorri indo o dar um beijo, e ele logo o cortou
-Desculpa amor, mas estou exausto, e com cheiro de hospital, vou tomar um banho para me recompor
-Posso ir junto?
-Meu intuito é ter um momento de descanso, mas não vou recusar seu pedido-sorriu me agarrando pela cintura e me levando até seu quarto

Léo estava visivelmente cansado, então tomamos um banho bem tranquilo e relaxante, onde o dei muito carinho, e aproveitamos para ficar agarradinhos e abraçados trocando muitos beijos em baixo da água quente e gostosa que caia sobre nós.

-Vou querer um banho assim todos os dias-disse Léo beijando meu pescoço, após termos tomado banho e estarmos com seus roupões, deitados em sua cama
-Só me chamar, que eu estarei aqui para te ajudar no banho, esfregar com muito carinho cada pedacinho do seu corpo, passar sabão, shampoo, e ainda dar beijos de brinde-o dei um selinho e ele sorriu
-Bom saber, pois vou querer isso sempre-sorriu me puxando para um beijo, enquanto apertava minhas coxas invadindo com suas mãos dentro do roupão
-Pensei que estava cansado-suspirei ofegante após o beijo
-Cansado não é morto-riu mordendo os próprios lábios e me olhando-mas Beca, mesmo que eu queira muito fazer amor com você, ainda precisamos conversar
-Eu sei-suspirei brincando com o laço do seu roupão-mas depois da conversa a gente vai fazer amor?-o olhei puxando o laço do roupão e ele riu
-Você sempre querendo me atiçar, mas eu sou duro na queda, e mesmo que a gente tente demonstrar que estamos bem um com o outro, sabemos que tem algo que precisa ser resolvido, ou melhor, você quem precisa resolver Rebeca, afinal não é a primeira vez que você começa a agir de um jeito estranho quando tem algo envolvendo o Luan-disse Léo sendo direto, e eu suspirei
-É que eu vivi muita coisa com ele, e é dificil lembrar de certas coisas, momentos...
-Beca, seja sincera comigo, você ainda o ama?-perguntou me olhando nos olhos
-Não, claro que não, eu amo você-o olhei sincera e fiz carinho em seu rosto-mas eu sempre vou ter uma ligação muito forte com o Luan, temos uma filha juntos, e antes disso, tivemos uma história-suspirei
-Quem era a tal Jaqueline que mencionou?
-A ex noiva do Luan, eles estavam de casamento marcado e tudo, quando...-fechei os olhos e respirei fundo, pois era vergonhoso me lembrar-eu engravidei do Luan, e...
-Espera, ele estava noivo e te engravidou?-Léo me olhou abismado-Rebeca, o que eu não sei sobre você e o Luan ainda?
-Léo, me desculpa, mas eu não gosto de ficar falando sobre isso, eu quis te poupar de saber sobre essa parte suja da minha vida...
-Parte suja, como assim? você era prostituta, ou algo assim?-ele me olhava sem acreditar
-Não, claro que não, mesmo se eu fosse, você iria me julgar por isso?-o encarei
-Mas então me explica essa história Rebeca, porque se você ficou mal por lembrar dessa tal Jaqueline, alguma coisa você fez
-O meu único erro foi ter me apaixonado por alguém que era comprometido, e me envolvido com ele, sendo que eu também era comprometida-disse deixando lágrimas caírem e Léo me olhava indignado
-Então você está me dizendo que eram amantes? e que você também traiu alguém?
-Léo, me escuta-o olhei nos olhos, me segurando ao máximo para não chorar igual uma louca na frente dele, ao me lembrar do meus erros do passado-isso tudo que eu fiz, foi muito antes de te conhecer, de ter a Letícia, e eu sei que foi um erro, mas faz parte daquilo que eu vivi com o Luan...
-Sempre tendo ele no meio, impressionante isso-Léo me olhava indignado-mas continua Rebeca, agora que começou, me explica essa história
-Isso vai além de mim e do Luan, envolve outras pessoas, mas já que quer saber, tudo bem, vou te contar desde o inicio, onde começou com a Marina descobrindo que...

Voltei ao inicio de tudo para o Léo entender a minha história com o Luan, mesmo que aquilo tudo fosse algo absurdo, e errado, eu estava desabafando com alguém depois de muito tempo, e também refletindo em tudo o que fiz, então tive que começar contando sobre a Marina descobrir que não era filha da mãe que a criou, até o momento que ela descobriu que era gêmea do Luan. Mesmo que eu tenha esquecido e enterrado o que vivi com o Fábio, também tive que o contar sobre ele, sobre como o nosso relacionamento estava uma merda, a distância, o ciume possessivo, até chegar no meu envolvimento com o Luan, que eramos amantes, o tanto que planejamos para ficarmos juntos e largarmos nossos respectivos parceiros, até começarmos a ser descobertos por pessoas proximas, depois quando o Fábio acidentou e atrasou os meus planos e do Luan, e em meio a isso eu descobri minha gravidez, e era doloroso lembrar do dia em que eu soube do que aconteceu com o Luan, que ele estava em coma, devido a louca da noiva dele ter descoberto tudo, provavelmente, e tentado matar o Luan, e se matar em seguida. Contei do tempo que Luan ficou em coma, de que ele quase não sobreviveu, que ele ainda não se lembra de nós, nem de nada antes do acidente, até chegar ao tempo que ele enfim descobriu sobre a Leticia ser filha dele, de ficarmos no chove e não molha, até eu ficar doente, ir morar com ele, e depois voltar para o Rio e ficar com a minha mãe, para seguir meu tratamento aqui, e enfim conhecer o Léo, que só me fez bem desde que entrou na minha vida.

-Essa história é bem maluca, só acredito pois estou ouvindo você contar-disse Léo, quando terminei de contar sobre meu passado com o Luan
-Espero que não me julgue por isso, eu não posso apagar o que eu já vivi, mas estou escrevendo algo novo ao seu lado, fazendo tudo diferente com você, por isso estou sendo sincera meu amor, assim como você teve um passado, outros relacionamentos, eu também tive, e o que importa agora é que eu amo você, e quero ficar com você
-Também quero ficar você Beca-sorriu fazendo carinho em meu rosto-mas não gosto de te ver agindo de forma estranha, por conta de algo relacionado ao seu ex, isso me magoa
-Me desculpa Léo, mas foi inevitável, foi um choque para mim, tenho certeza que se você tivesse conhecido a Jaqueline, teria a mesma reação
-Ainda bem que não conheci, mas tomara que ela descanse em paz, e pare de atormentar essa sua cabecinha-beijou o alto da minha cabeça, e me abraçou
-É o que eu mais quero-fechei os olhos me aconhegando naquele abraço

Quando eu estava com Léo me sentia mais tranquila e segura, mesmo estando cansado ele me ouviu, me deu atenção, carinho, e eu o retribui da melhor forma, o envolvendo em um beijo gostoso, fomos nos livrando dos nossos roupões, e tívemos uma noite recheada de amor. Depois de nos acertarmos na cama, decidimos pedir comida japonesa, e fomos comer no meu apartamento junto com minha mãe e Letícia, que quis jogar no play station com o Léo, e encerramos o nosso sábado, com nós três deitados em um colchão no meio da sala assistindo filme, e Bruno deitado nos nossos pés, onde acabamos dormindo todos juntos, pois um estava mais cansado do que o outro. No domingo, tivemos uma manhã bem preguiçosa, comendo besteiras e revendo o filme que acabamos dormindo sem ver como terminava, e como o meu pai havia pedido para ver Letícia mais vezes, e prometido que iria deixar ela entrar na piscina, a minha filha começou a pedir para ir nadar na casa do avô, e ficou emburrada até eu ceder e ligar para o meu pai perguntando se poderíamos ir até lá, só para agradar a neta dele, e ele ficou imensamente feliz em nos receber.

-Essa é a última vez que você faz esse tipo de graça-avisei a Letícia a olhando séria, e ela nem me deu moral, descendo do carro toda feliz, quando chegamos na casa do meu pai
-Pega leve com ela amor, relaxa, e vamos aproveitar também-disse Léo rindo e entrelaçando nossas mãos quando descemos do carro
-Por mais que seja a casa do meu pai, isso é muito feio, ela querer vir aqui só por interesse-disse ainda irritada pela birra de Letícia
-Ela só está sabendo aproveitar as oportunidades que tem-ele riu de canto-agora tira essa cara de mãe mal humorada, e vamos curtir a piscina do seu pai
-Temos várias praias a nossa disposição, mas ela foi querer voltar na casa do avô, porque sabe que ele assim como a minha mãe, faz todas as vontades dela

Meu pai nos recebeu todo feliz, e claro que a noiva dele estava presente, o que já me deu nauseas e calafrios, o pior era ter que fingir sorrisos e simpátia com a tal Jéssica mais uma vez, sendo que a minha vontade era nunca mais olhar para ela, pois me trazia péssimas lembranças. Todos acabamos entrando na piscina, meu pai gostava mais de ficar em cima da boia com seu whisky na mão, e olhando como um bobo para a noiva dele que tomava sol nas cadeiras de descanso, enquanto que eu e Léo tinhamos que ter pique para acompanhar Letícia, e brincar com ela, pois não parava um segundo, e aquilo também me fazia assustar toda hora, com ela querendo ir nos lugares mais fundos, ou mergulhando sozinha.

-Os dois parecem se divertirem muito juntos-me assustei com Jéssica se sentando ao meu lado na beira da piscina, enquanto eu respirava um pouco e observava Léo e Letícia brincando
-Sim, eles se dão bem-sorri de canto
-Espero termos uma boa relação também, afinal vou ser sua madrasta-riu me olhando
-Você fazendo bem ao meu pai, e ele estando feliz, é o que importa
-O Sérgio sente muito a sua falta, da sua filha também, mesmo vocês trabalhando juntos, acho que ele gostaria de conversar mais com você
-Na verdade eu sempre fui de poucas palavras com o meu pai, nos entendemos assim Jéssica
-Mas isso também da exemplo para a sua filha, de ficar mais afastada do avô, ela já deve ver muito pouco o pai dela, então deve sentir falta de uma figura paterna e...
-Jéssica, acho que você não tem que se meter na minha vida com a minha filha, e muito menos na relação dela com o pai, afinal você sequer o conhece-a encarei, tentando entender o rumo dessa conversa
-Desculpa me intrometer Rebeca, é que o seu pai ás vezes comenta que a Letícia vê o pai dela poucas vezes, e como eu soube que ele é alguém muito conhecido e ocupado, deve ser difícil para ela não poder ter o pai sempre por perto
-Na verdade o Luan é bem presente na vida dela, então nem você, nem meu pai, nem ninguem pode ficar falando o que não sabe
-Pelo menos o seu namorado parece compensar bem tudo isso-disse olhando com um sorriso de canto para o Léo, e a vi morder de leve os lábios, mostrando o quanto era descarada em secar o meu namorado na minha frente
-Sim, ele sabe compensar muita coisa, e é melhor eu ir aproveitar o meu namorado

Saí de perto daquela cobra e abracei Léo pelas costas, fui alisando seu peitoral, e o dei um beijo no alto da nuca, o que o fez sorrir e se arrepiar, até me virar de frente com ele, o dando um beijo gostoso, pois aquele homem era meu, então queria que a Jéssica se conformasse em ficar com o meu velho pai, e parasse de desejar homem alheio. Como estava tarde quando saímos da piscina, ficamos para jantar junto com o meu pai e a noiva dele, que sempre que podia falava algo desnecessário para ser desagradável comigo, e eu tentava não demonstrar o quanto ela estava me afetando, pois eu sabia que esse era o objetivo dela.

[...]

Quando temos um filho pequeno, ás vezes nem percebemos o quanto eles estão crescendo, e eu só parava para pensar nisso, quando chegava mais um aniversário de Letícia, minha mocinha estava cada dia mais linda, mais esperta, e agora completava 7 anos, mas para mim ainda era um bebê, pois eu não conseguia acreditar que o tempo passou tão rápido. Desde quando acordou, Letícia estava sendo mimada por mim e pela minha mãe, sem contar as várias mensagens e ligações que estava recebendo de todo mundo que estava longe, pois dessa vez ela não teria festa, ou pelo menos ela pensava que não teria. Tivemos que dar a desculpa que a tia Marina não podia viajar, por já estar com 8 meses de gestação e que a qualquer momento o priminho Gael viria ao mundo, o que a deixou enciumada e bicuda, por ele nem ter nascido e já estragar o aniversário dela, mas também tinha o fato do tio Raphael estar em um campeonato de futebol em outro país, e a tia Bruna estava junto com ele, e o principal de todos que era o Luan, tinha a agenda de shows lotada naquela semana, então de qualquer forma ela se sentia azarada por todo mundo estar longe dela no dia do seu aniversário.

-Pelo menos o tio Léo podia estar em casa hoje-Letícia estava bem tristinha, pois Léo estava de plantão, e nem deu tempo de ligar para ela, ou vir em casa a parabenizar
-Assim que ele chegar em casa ele vem te dar um abraço meu amor, não está feliz tendo eu e sua avó passando o dia com você?-perguntei a olhando, pois estavamos tendo um dia de meninas, como ela mesma chamou, indo em vários lugares que ela gosta e também aproveitando para passar no salão de beleza
-Sim mamãe, mas eu queria uma festa, para ver todo mundo, ganhar presentes, e o meu pai tinha me prometido nunca mais faltar no meu aniversário-disse tristinha
-Le, meu amor, a gente já conversou sobre isso-me abaixei na altura dela, para conversar a olhando nos olhos-não é sempre que ele vai poder estar presente, mas isso não anula o amor que ele sente por você, hoje cedo quem foi que te ligou primeiro?
-O meu pai-disse sorrindo de canto-mas eu queria ele aqui-se entristeceu mais uma vez
-E se a gente for comprar um bolo e alguns doces, o que acha?-disse minha mãe sugerindo para a animar
-Pode ser-disse Letícia dando de ombros
-Então nada de ficar triste mocinha, vamos terminar de arrumar esse cabelo, pintar essas unhas, e vamos sair bem bonitas para comprar o que você quiser comer-disse tentando a animar e ela sorriu de canto

Era horrível ver a minha filha triste, mas na verdade era tudo parte de um plano para ela ter uma festa surpresa, quem surgiu com a ideia foi o Luan há alguns meses atrás, pois ele queria compensar de alguma forma o último aniversário da Letícia que ele não esteve presente, então todos combinamos sorrateiramente, de termos desculpas convincentes para a minha filha acreditar que não teria nenhuma festa. Saímos do salão de beleza, e íriamos comprar um bolo com alguns docinhos para comemorar em casa os parabéns da Letícia, pois ela já queria ir embora, mas como eu sabia que o Luan alugou uma parte inteira dentro de um parque de diversões só para a nossa filha, eu sugeri irmos no parque para ela se animar e se divertir um pouco, e com muito custo ela aceitou.

-Mamãe eu não quero andar muito nesse parque, vamos embora logo?-disse Letícia já com cara de emburrada assim que chegamos no parque
-Não meu amor, a gente acabou de chegar, vamos juntas em algum brinquedo, quero te ver animada Le
-Eu gosto dos carrinhos bate bate-disse minha mãe-eu sempre gostei desse brinquedo, vamos lá primeiro?
-Por mim tanto faz vovó-disse Letícia ainda desanimada

Como eu sabia a localização da festa, que estava reservada em um salão perto dos carrinhos bate bate, seguimos para lá, e até eu e minha mãe nos surpreendemos quando surgiu todo mundo gritando surpresa, e cantando parabéns para a Letícia, que ficou sem reação, e a primeira pessoa que ela correu para abraçar foi o Luan, que estava todo feliz em fazer a surpresa para a filha. Cantamos os parabéns, e Letícia assoprou as velas, ainda sem acreditar que ela ganhou uma festa surpresa, então saiu abraçando e agradecendo todos que estavam presentes, que eram os famíliares de Luan, alguns amiguinhos dela, professoras, e a tia Marina, que já estava com um barrigão enorme, e mesmo assim, não deixou de estar presente.

-Você e a vovó me enganaram, mas eu amei, obrigada mamãe-disse Letícia vindo me abraçar toda feliz
-Você merece meu amor, e agradece muito o seu pai, porque a ideia foi dele-o apontei e ela sorriu indo o dar outro abraço
-Agora vamos aproveitar o seu dia filhota, porque essa parte inteirinha do parque é só para você-disse Luan a olhando
-Sério?-ela ficou impressionada-eu tenho o melhor pai do mundo
-O que eu não faço para ver esse sorriso?-disse Luan a erguendo no alto, enquanto ela sorria toda feliz no colo dele

Letícia foi aproveitar a festa indo nos brinquedos com os amiguinhos presentes, enquanto eu aproveitei para matar a saudade de Marina, sentir meu afilhado chutar, também conversei com dona Marizete, e somente Bruna e Raphael realmente não puderam estar presentes, já que ele estava em um campeonato de futebol em outro país. A festa estava bem divertida, com várias coisas que toda criança ama comer, e minha filha não queria parar um segundo, de tão feliz que ficou com a surpresa, e também estava grudada em Luan, querendo que ele fosse com ela em todos os brinquedos possíveis, já que fazia um tempinho que eles não se viam, o que deixou a namorada dele de cara fechada o tempo todo, já que Luan nem a deu moral, e ninguem da família dele parecia gostar muito dela, pois estavam interagindo mais comigo e com minha mãe do que com ela.

-Finalmente o Léo saiu do plantão e vai conseguir vir pra cá-sorri com a mensagem do meu namorado
-Tem que amar muito você e a Letícia para ter essa disposição, eu que só estou grávida, até para ir pegar os docinhos estou morrendo-disse Marina respirando ofegante
-É que nessa reta final da gestação a gente fica mais cansada mesmo, por isso que eu nem quis esperar sentir a dor do parto e já adiantei para a Letícia nascer quando estava nessa fase, é horrível ficar nessa fadiga, mas calma que logo o Gael chega, então a canseira piora um pouquinho-disse rindo e Marina suspirou
-Nem me fale Beca, depois que nasce vem a fase do choro, das madrugadas sem dormir, quero nem pensar nisso
-Não precisa se preocupar minha filha, eu vou estar sempre por perto para cuidar de você e do meu neto-disse dona Marizete, que era a maior avó babona e coruja com a Marina
-Gente para te ajudar não vai faltar Mari, pode ter certeza disso-a animei-eu mesma vou querer mimar muito meu afilhado quando for para São Paulo
-E eu não vou reclamar, porque toda ajuda é bem vinda-disse Marina rindo

Como Léo estava quase chegando no parque, mas não sabia muito bem aonde estavamos, fui espera-lo na entrada do local da festa, e sorri assim que o avistei, mas ao mesmo tempo senti um certo desespero ao ver que meu pai e Jéssica chegavam junto com ele, e eu sabia que aquilo não seria boa coisa.

-Que bom que veio meu amor-sorri o dando um beijo, e ele estava com uma cara de cansado
-Não podia deixar de vir, e de trazer um presente para a Le-disse me mostrando o enorme pacote em suas mãos
-Te falei que não precisava comprar nada para ela meu amor, mas se quiser entrar e entregar o presente, é só procurar que a encontra por aí
-Vou lá dar um abraço na Le-me deu um selinho e entrou na festa
-E você pai, não sabia que viria-disse indo o dar um abraço
-Eu não sabia que fizeram uma festa para a minha neta, me encontrei com o seu namorado saindo do prédio que vocês moram quando fui levar um presente para a minha neta, e ele me avisou da festa, então o segui até aqui, ou não queria que eu estivesse presente?-meu pai me perguntou de um jeito meio magoado
-Desculpa não ter te avisado pai, é que quem organizou a festa surpresa da Letícia foi o pai dela, então eu não sabia quem ele tinha convidado ou deixado de convidar-fui sincera em partes
-O importante é que descobriu a tempo meu amor, agora podemos ir parabenizar a Letícia?-disse Jéssica já se intrometendo em minha conversa com o meu pai
-Sim-disse meio receosa, não pela presença do meu pai, mas sim pela noiva dele, que causaria um grande impacto em quem a visse-só deixem eu encontrar a Letícia, porque esse parque é enorme, então nem sei onde ela está
-Não estou com pressa minha filha, só quero dar um abraço na minha neta e entregar o presente-disse meu pai segurando um pacote enorme
-Sei que não fomos convidados, mas é falta de educação nos deixarmos plantados aqui-disse Jéssica sendo inconveniente
-Claro, que educação a minha, podem entrar e ficarem á vontade-sorri forçadamente para disfarçar a minha indelicadeza
-Não queremos incomodar ninguem aqui, minha filha-disse meu pai-sei que a minha presença causa certo desconforto na sua mãe-ele ainda tinha receio de vê-la, e ela sentia o mesmo
-Que bom que é sensato pai-disse o olhando sincera-mas vocês precisam parar com isso, o senhor já está seguindo em frente com a sua vida, então não tem motivos para ficarem se evitando sempre
-Também não entendo esse seu desconforto com sua ex mulher-disse Jéssica irritada
-Meu amor, você sabe que o meu casamento não terminou de uma maneira muito amigavél, então não quero estragar a festa da minha neta em um clima desconfortável com a avó dela-disse meu pai a explicando
-Mesmo assim Sérgio, a história de vocês ficou no passado, aceito que você tenha a sua filha, sua neta, mas aturar ex mulher mal amada é demais para mim-disse Jéssica já se alterando
-Não vão discutir aqui-os olhei constrangida-vou procurar pela Letícia

Deixei meu pai e a noiva dele discutindo, e fui procurar pela minha filha, assim a levaria para abraçar o avô, receber o presente, e eles iriam embora sem causar nenhum problema, pois eu queria muito evitar qualquer coisa que estragasse a festa de aniversário da minha filha, já que na última ela ficou traumatizada, dessa vez eu não queria nada a deixando triste.

*Luan on.

Mesmo em meio a minha rotina corrida de shows, e de agenda lotada de compromissos, eu coloquei na minha cabeça que faria uma festa de aniversário para a minha filha, e até o dia do aniversário dela chegar eu iria precisar da ajuda de muita gente que assim como eu a amam muito, e graças a Deus no fim deu tudo certo, e eu pude realizar uma festa surpresa para a minha filha, que ficou muito feliz vendo que eu estava presente, e que fiz questão de alugar metade de um parque de diversões só para ela comemorar o seu dia especial. Desde que chegou na festa, Letícia não parou um segundo e queria ficar perto de mim a todo momento, ir em todos os brinquedos comigo, e eu estava totalmente disponível para ela nesse dia, mal vi ou conversei com as pessoas presentes, pois a minha atenção era totalmente voltada para ela, e mesmo cansado de ir de um brinquedo para o outro com a minha filha, eu sabia que cada segundo ao lado dela valia a pena.

-Que tal a gente beber alguma coisa, comer alguma coisa?-sugeri pois estava cansado e ela riu
-Pode ir comer papai, você já está vermelho e sem folego, agora vou brincar com os meus amiguinhos-disse Letícia já indo correndo para outro canto junto com as crianças que estavam presentes

Tirei um tempo para respirar, tomar um pouco de refrigerante e comer alguns docinhos, e iria me sentar com a minha família, dar um pouco de atenção a minha namorada, que estava me olhando de cara fechada pois a deixei sozinha até agora, quando vi o tal doutor Leonardo chegando na festa com um pacote enorme, e minha filha deixando os amiguinhos para ir correndo abraçar o doutor toda feliz, então no fundo eu senti ciumes, e fui para perto dos dois, demonstrar que eu era o pai dela, e estava presente.

-Papai, olha o que eu ganhei-disse Letícia me mostrando toda feliz o grande pacote-vai lá guardar junto com os meus outros presentes-me entregou o pacote meio aberto, e vi que era uma boneca-tio Léo, vem no tobogã comigo?-disse já o puxando
-Calma ai mocinha, eu mal cheguei, deixa eu falar um oi para o seu pai-disse o doutor me estendendo a mão-tudo bem Luan? está linda a festa-elogiou
-Estou ótimo graças a Deus-apertei a mão dele por educação-que bom que gostou-sorri amarelo para ele, que foi puxado por Letícia para ir com ela no brinquedo

Mesmo contrariado, só me restou ir guardar o presente da minha filha em meio aos tantos outros que ela ganhou, mas mal deu moral, e como eu sabia que seria chato ficar cercando ela enquanto brincava com o doutor, fui no banheiro jogar uma água no rosto e respirar fundo, pois não queria estragar a festa da minha filha com bobeiras e ciumes de pai. Tirei um tempo para pensar, e me deu vontade de fumar pois estava estressado, então já aproveitei que estava no banheiro e fumei, estava tentando parar com isso, mas era inevitável, em alguns momentos era a única coisa que aliviava a minha tensão, e me assustei quando vi alguem entrando no banheiro, o que me fez apagar rápido o meu cigarro, e então reconheci que era o pai de Rebeca, há muito tempo não o via, mas o reconheci pelos traços semelhantes ao dela.

-Oi senhor Sérgio, não sabia que viria-o cumprimentei educadamente, e imaginei que Rebeca devia tê-lo convidado
-Nem eu sabia-o senhor sorriu de canto, mas me encarou-finalmente encontrei o pai da minha neta, é bom saber que está presente aqui, e só espero que não faça isso na frente dela-apontou o cigarro que eu havia acabado de apagar
-Pode ter certeza que ela não vai ver, mas foi bom ver o senhor, vou voltar para a festa

Vi o senhor entrar em um dos banheiros, e depois de lavar minha mão para tirar o cheiro do que eu estava fazendo, fui saindo do banheiro distraído com o celular na mão, quando nem vi que uma mulher estava parada ali na entrada dos banheiros, e por educação fui me desculpar com ela, mas quando a olhei eu quase tive um infarto, minha voz não saiu, minha garganta secou, senti um solavanco forte em meu peito, e um golpe profundo em meu estomago, que me fez perder o ar, e ficar paralizado a olhando, pois eu não conseguia acreditar se ela era real, ou uma criação da minha imaginação, mas eu jurava que estava vendo o própio fantasma da Jaqueline na minha frente. Aquilo estava sendo difícil de acreditar, não era real, mas senti que a hora da minha morte havia chegado e um gosto muito forte e amargo veio em minha boca, juntamente com flashes confusos e apagões correndo na minha mente, trazendo os fantasmas do passado para me atormentar.

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Olá amores, estão por ai? estão acompanhando? o que será que vai acontecer com o Luan? quem será essa mulher de verdade? comentem ai, beijos e até mais.