domingo, 8 de maio de 2022

Capitulo 67 - Fantasmas do passado.

 Naquele momento eu a olhava paralizada, espantada, desacreditada e não sabia se estava vendo um fantasma na minha frente, ao ver a nova namorada do meu pai, aquilo não poderia ser real, pois Jaqueline estava morta.

-Jaqueline?-a mulher riu me olhando-meu nome é Jéssica, muito prazer-disse vindo em minha direção e eu estava mais espantada a cada passo que ela dava ao se aproximar, pois era como se estivesse vendo a própria Jaqueline outra vez na minha frente
-Meu amor, essa é a minha filha Rebeca-meu pai estava ao lado a abraçando pela cintura, enquanto me apontava todo feliz
-Fico feliz em finalmente conhece-lá, seu pai me falou tanto de você-disse me cumprimentando com um meio abraçou e dois beijinhos, enquanto eu ainda estava imóvel, e sem saber como reagir
-Tem certeza que não conhece nenhuma Jaqueline?-a olhei intrigada, e questionei, afinal queria uma explicação e ela riu outra vez, se entreolhando com o meu pai
-Quem é essa tal Jaqueline, querido? devo ficar com ciumes?-disse Jéssica se fazendo de desentendida
-Também não sei, quem é Jaqueline minha filha?-meu pai me olhou sem entender
-Uma ex noiva do Luan, aquela que faleceu antes dele sofrer o acidente e perder a memória-respirei fundo vendo os olhares de dúvida de todos sobre mim-me desculpa Jéssica, é que você se parece muito com ela, não tem nenhum parentesco entre vocês?
-Filha, não fica criando coisas-disse meu pai visivelmente constrangido-a família da Jéssica é de Barcelona, e o pouco que ela conhece no Brasil é pelas viagens que faz a trabalho, então não existe essa possíbilidade, estou certo?-disse firme e depois a questionou com o olhar, e ela assentiu
-Sim, não tenho familiares no Brasil, é um acaso do destino eu ser parecida com sua falecida amiga, lamento por isso, mas não me queira mal, pois desejo ser uma boa amiga para você-disse me olhando com lamento, e eu respirei fundo
-Ela não era minha amiga, mas melhor pararmos de falar desse assunto, nem te apresentei minha filha Letícia, e o meu namorado Leonardo-disse tentando forçar um sorriso e os apresentando

Aquela noite parecia não terminar nunca, eu estava incomodada com a presença daquela tal Jéssica, e sentia até certos arrepios e calafrios sempre que ela me olhava ou vinha falar comigo, mesmo que ela negue que conheça a Jaqueline, ou que tenha algum parentesco, algo dentro de mim me alertou que essa mulher não é confiavél. Depois de um jantar impecavél, e de vários drinques servidos, meu pai finalmente anunciou o noivado, onde colocou um anel no dedo da moça, deram um beijo que me fez ter ânsia, e com o fim da palhaçada, eu mal queria continuar ali, inventei que estava me sentindo um pouco mal, e nem quis brindar a comemoração do noivado, pois nem água eu conseguia engolir.

-Pai, me desculpa, mas eu realmente preciso ir embora, não estou bem do estômago-disse fazendo cara de ânsia e de dor, e ele me olhava preocupado
-Pode deixar que vou cuidar dela senhor Sérgio, acho que ela abusou um pouco da bebida no começo da festa, e eu sempre a alertei que era para ter cuidado com o álcool, devido o que ela já passou-disse Léo me olhando bravo
-Sei que ela está em boas mãos-meu pai sorriu de canto-pelo menos puderam vir ao meu jantar de noivado e conheceram a Jéssica
-Sim pai, obrigada pela atenção que teve com a gente, mas eu realmente preciso ir, sem contar que a Letícia já está com sono-apontei minha filha que já estava com cara de emburrada, pois estava em um ambiente cheio de adultos, e passava da hora dela dormir
-Amei ver a minha neta, gostaria que me deixasse passar mais tempo com ela-disse meu pai indo a dar um abraço-tchau princesa, pede para sua mãe vir com você visitar o vovô mais vezes
-Só se me deixar entrar na piscina-disse Letícia toda bicuda, pois nem pisamos no grande jardim da casa do meu pai, aonde tem piscina, e ela adora entrar na água
-Combinado-meu pai riu concordando, e ela sorriu cumplice para o avô
-Obrigada por tudo pai, e deixa um abraço na Jéssica por nós-disse interrompedo as longas despedidas
-Pode deixar meu amor-disse meu pai vindo dar um beijo carinhoso em minha testa-melhoras, e me manda notícias de como está
-Mando sim-assenti o olhando

Saímos da casa do meu pai, e minha cabeça estava explodindo, deixei que Léo voltasse dirigindo até o prédio onde moramos, enquanto eu estava de olhos fechados tentando entender o que aconteceu, pois ainda não encontrava uma explicação, tem tanta mulher nesse mundo para o meu pai se relacionar, e ele vai escolher justamente uma que é a cara da ex noiva maluca do meu ex, que é o pai da minha filha. Essa história estava complicada demais, e o fantasma de Jaqueline veio do passado para me atormentar, justo agora, que a minha vida está tão bem, tão tranquila, e que eu ando numa boa com o Luan, temos uma amizade e uma relação saudavél em prol da Letícia, não queria que nada estragasse isso, pois ele também já passou por muita coisa, e agora está seguindo em frente, em um novo relacionamento, trabalhando, viajando, e no fundo eu torcia para ele nunca encontrar com aquela mulher, pois se para mim o impacto foi grande, tinha medo de imaginar o que aconteceria se Luan a visse frente a frente, como eu a vi.

-Chegamos-só abri os olhos e saí de meus pensamentos, quando ouvi a voz de Léo avisando que chegamos
-Graças a Deus-suspirei o olhando, e ele me olhava sério-Le, a gente chegou, esta dormindo?-tirei o cinto de segurança e me virei para olhar no banco de trás, onde Letícia cochilava
-Melhor ir acordar ela-disse Léo já descendo do carro

Letícia estava sonolenta, e mal quis acordar para descer do carro, então tive que a pegar no colo, enquanto Léo apenas me olhava naquele sacrificio de carregar Letícia, até que ele finalmente se tocou que eu precisava de ajuda, e a pegou no colo, saindo na frente para entrar no prédio, sem nem fazer questão de me esperar.

-Ela ta pesada, se quiser eu a levo-disse quando entramos no elevador
-Pode deixar que eu levo ela, você não está bem para ficar carregando sua filha-disse de uma forma meio rispida

O elevador parou no andar onde eu morava, e entramos ali em silêncio, abri a porta do apartamento, e Léo entrou com Letícia a levando para o seu quarto, o ajudei a colocar ela na cama, e sorri vendo que ela finalmente se aconchegou para dormir em sua cama.

-Boa noite meu amor-a cobri e dei um beijo, saindo do quarto dela junto com Léo
-Boa noite Rebeca, se precisar de alguma coisa me liga-disse Léo já indo embora, mas o segurei pela mão e o fiz me olhar
-Pensei que iria dormir aqui hoje, fica comigo meu amor-o pedi carente
-Está sentindo alguma coisa?-questionou e neguei-já que não tem nada, eu vou embora
-Porque ta agindo assim comigo Léo?
-Assim como Rebeca?
-Começando por isso, me chamando de Rebeca, como se estivesse bravo
-Vai querer uma discussão por isso?
-Não Léo, só quero entender, porque do nada você ficou chato comigo
-Eu estou cansado Beca, você com certeza também deve estar cansada, então amanhã conversamos-disse indo sair outra vez, mas não deixei
-Léo, por favor, fica aqui-o olhei carente-me desculpa se fiz ou falei alguma coisa que você não gostou, só não me trata desse jeito
-Beca, eu quero muito ser maduro o suficiente para conversar com você sobre o que aconteceu hoje, mas eu realmente estou cansado e quero evitar discutir por uma coisa mal resolvida do seu passado, que com certeza não tenho nada com isso, mas mesmo assim me deixou chateado
-Amor, eu tive uma noite péssima, tem muita coisa fora de ordem na minha mente, então só quero sua companhia, seu carinho, porque você é meu médico, então deveria saber que agora o remédio que eu preciso é você-disse o olhando, e ele riu fazendo carinho em meu rosto
-Jogo sujo, me usar como seu médico para fazer isso, mas tudo bem, vou dormir aqui só para cuidar da minha paciente
-Por isso eu tenho a certeza, de que o melhor médico do mundo é o meu-sorri o abraçando e o puxando para o meu quarto

Nos despimos das roupas de festa, e fomos nos deitar apenas de roupa intima, me aconcheguei entre seus braços fortes, fechei os olhos, e só queria aproveitar aquele momento, me sentir amada, me sentir cuidada, e tentar fazer os meus pensamentos se voltarem para o homem que está ao meu lado, pois tenho medo de nessa noite os fantasmas do passado vagando pela minha mente, não me deixarem dormir. Como era previsto, acordei péssima no dia seguinte, com dor de cabeça, mal humor, e vendo Léo se vestindo rápido enquanto conversava com alguém no telefone.

-Amor, preciso ir para o hospital, um paciente meu está grave, acho que vou ter que fazer uma cirugia urgente-disse todo apressado, quando desligou o telefone
-Tudo bem Léo, quando der me liga, ou vem me ver
-Assim que eu estiver tranquilo, eu te ligo-veio me dar um beijo rápido e saiu logo em seguida

Tentei voltar a dormir, mas foi em vão, pois logo ouvi batidas na porta, seguida da voz de Letícia toda manhosa me chamando, então a mandei entrar, e ela veio enrolada em seu cobertor se deitando em minha cama, acompanhada de Bruno, que latia me pedindo para o colocar em cima da cama, já que ele tem tido dificuldade para subir sozinho.

-Oi meu amor, dormiu bem?
-Mamãe, tô com dorzinha na barriga-disse manhosa
-Ontem a senhorita abusou dos docinhos, não quis comer quase nada de salgado, e também tomou muito refrigerante, deve ser por isso
-Mas ta doendo mamãe-me olhava segurando a barriga e fazendo cara de choro
-Tudo bem, vou pegar um remédio e fazer um chá, pode ficar deitada aqui com o Bruno
-Liga a TV-pediu, e assenti pegando o controle da minha TV, o entregando a ela, que se deitou toda folgada em minha cama, abraçando o cachorro

Peguei um remédio para aliviar a dor de barriga da minha filha, fiz um chá, e levei tudo para ela tomar em meu quarto, ela continuava manhosa, então me deitei com ela, a fazendo carinho enquanto ela assistia desenho animado, e eu morria de sono e dor de cabeça, ainda com mil coisas martelando na minha mente. Quando minha mãe acordou, estranhou eu e Letícia não termos acordado ainda, então logo apareceu em meu quarto querendo saber se estavámos bem, e me olhando com certa curiosidade para saber sobre o jantar de noivado do meu pai, só falei que foi amigavél, pois não estava afim de ficar voltando e lembrando do que aconteceu. O dia foi se arrastando lentamente, e eu preferi passar o dia em meu quarto, vendo TV com a minha filha, que estava muito manhosa, mas logo melhorou a dor de barriga e queria apenas ficar curtindo a preguiça ao meu lado e ao lado de Bruno.

-Vocês não vão sair nem para comer?-questionou minha mãe aparecendo em meu quarto
-Comer o que vovó?-Letícia perguntou
-Fiz umas panquecas, achei que gostariam de algo diferente
-Oba, panqueca eu gosto-disse Letícia saindo rapido do meu quarto, e Bruno logo latiu para descer da cama, e sair correndo atrás de Letícia, para ganhar pedacinhos de panqueca
-E você minha filha?-minha mãe questionou me olhando
-Mãe, hoje não estou muito bem do estômago, prefiro evitar
-O Léo sabe disso?-perguntou preocupada
-Ele saiu cedo hoje, recebeu uma ligação urgente do hospital, mas eu sei me cuidar
-Mesmo assim Rebeca, você tem que ter cuidado redobrado, pois já enfrentou aquela doença e...
-Mãe, está tudo sob controle, fica tranquila-forcei um sorriso e ela veio se sentar perto de mim me encarando
-Rebeca, eu sei que não é só isso, sou sua mãe, percebi logo cedo que você estava estranha, é algo que aconteceu na casa do seu pai ontem?
-Não quero ficar enchendo a senhora com isso, está tudo bem
-Filha, pode confiar em mim, me contar o que está acontecendo, não ligo para aquele velho idiota, só me importo com você, e com a minha neta, o que ele te fez?
-Meu pai não me fez nada, então não cria paranóias dona Vera, só acordei um pouco mal hoje, logo passa
-Como eu sei que você não vai me falar nada, e te pressionar é pior, só espero que fique bem-suspirou me olhando e assenti

Para não deixar minha mãe criando paranóias, criei coragem e saí do quarto, tentei interagir com ela e com Letícia, em alguns jogos que minha filha queria jogar, até que finalmente Léo me ligou, me avisando que estava vindo embora, depois de horas em uma cirurgia complicada, e sua voz era de cansaço, então resolvi ir o esperar em seu apartamento, para o dar carinho, e também para conversar, pois eu sinto que ele está chateado comigo.

-Que surpresa boa-Léo sorriu cansado ao abrir a porta do seu apartamento e me ver em sua sala o esperando
-Vim aqui esperar o melhor doutor chegar, para o dar abraço, beijo, o que ele quiser-sorri indo o dar um beijo, e ele logo o cortou
-Desculpa amor, mas estou exausto, e com cheiro de hospital, vou tomar um banho para me recompor
-Posso ir junto?
-Meu intuito é ter um momento de descanso, mas não vou recusar seu pedido-sorriu me agarrando pela cintura e me levando até seu quarto

Léo estava visivelmente cansado, então tomamos um banho bem tranquilo e relaxante, onde o dei muito carinho, e aproveitamos para ficar agarradinhos e abraçados trocando muitos beijos em baixo da água quente e gostosa que caia sobre nós.

-Vou querer um banho assim todos os dias-disse Léo beijando meu pescoço, após termos tomado banho e estarmos com seus roupões, deitados em sua cama
-Só me chamar, que eu estarei aqui para te ajudar no banho, esfregar com muito carinho cada pedacinho do seu corpo, passar sabão, shampoo, e ainda dar beijos de brinde-o dei um selinho e ele sorriu
-Bom saber, pois vou querer isso sempre-sorriu me puxando para um beijo, enquanto apertava minhas coxas invadindo com suas mãos dentro do roupão
-Pensei que estava cansado-suspirei ofegante após o beijo
-Cansado não é morto-riu mordendo os próprios lábios e me olhando-mas Beca, mesmo que eu queira muito fazer amor com você, ainda precisamos conversar
-Eu sei-suspirei brincando com o laço do seu roupão-mas depois da conversa a gente vai fazer amor?-o olhei puxando o laço do roupão e ele riu
-Você sempre querendo me atiçar, mas eu sou duro na queda, e mesmo que a gente tente demonstrar que estamos bem um com o outro, sabemos que tem algo que precisa ser resolvido, ou melhor, você quem precisa resolver Rebeca, afinal não é a primeira vez que você começa a agir de um jeito estranho quando tem algo envolvendo o Luan-disse Léo sendo direto, e eu suspirei
-É que eu vivi muita coisa com ele, e é dificil lembrar de certas coisas, momentos...
-Beca, seja sincera comigo, você ainda o ama?-perguntou me olhando nos olhos
-Não, claro que não, eu amo você-o olhei sincera e fiz carinho em seu rosto-mas eu sempre vou ter uma ligação muito forte com o Luan, temos uma filha juntos, e antes disso, tivemos uma história-suspirei
-Quem era a tal Jaqueline que mencionou?
-A ex noiva do Luan, eles estavam de casamento marcado e tudo, quando...-fechei os olhos e respirei fundo, pois era vergonhoso me lembrar-eu engravidei do Luan, e...
-Espera, ele estava noivo e te engravidou?-Léo me olhou abismado-Rebeca, o que eu não sei sobre você e o Luan ainda?
-Léo, me desculpa, mas eu não gosto de ficar falando sobre isso, eu quis te poupar de saber sobre essa parte suja da minha vida...
-Parte suja, como assim? você era prostituta, ou algo assim?-ele me olhava sem acreditar
-Não, claro que não, mesmo se eu fosse, você iria me julgar por isso?-o encarei
-Mas então me explica essa história Rebeca, porque se você ficou mal por lembrar dessa tal Jaqueline, alguma coisa você fez
-O meu único erro foi ter me apaixonado por alguém que era comprometido, e me envolvido com ele, sendo que eu também era comprometida-disse deixando lágrimas caírem e Léo me olhava indignado
-Então você está me dizendo que eram amantes? e que você também traiu alguém?
-Léo, me escuta-o olhei nos olhos, me segurando ao máximo para não chorar igual uma louca na frente dele, ao me lembrar do meus erros do passado-isso tudo que eu fiz, foi muito antes de te conhecer, de ter a Letícia, e eu sei que foi um erro, mas faz parte daquilo que eu vivi com o Luan...
-Sempre tendo ele no meio, impressionante isso-Léo me olhava indignado-mas continua Rebeca, agora que começou, me explica essa história
-Isso vai além de mim e do Luan, envolve outras pessoas, mas já que quer saber, tudo bem, vou te contar desde o inicio, onde começou com a Marina descobrindo que...

Voltei ao inicio de tudo para o Léo entender a minha história com o Luan, mesmo que aquilo tudo fosse algo absurdo, e errado, eu estava desabafando com alguém depois de muito tempo, e também refletindo em tudo o que fiz, então tive que começar contando sobre a Marina descobrir que não era filha da mãe que a criou, até o momento que ela descobriu que era gêmea do Luan. Mesmo que eu tenha esquecido e enterrado o que vivi com o Fábio, também tive que o contar sobre ele, sobre como o nosso relacionamento estava uma merda, a distância, o ciume possessivo, até chegar no meu envolvimento com o Luan, que eramos amantes, o tanto que planejamos para ficarmos juntos e largarmos nossos respectivos parceiros, até começarmos a ser descobertos por pessoas proximas, depois quando o Fábio acidentou e atrasou os meus planos e do Luan, e em meio a isso eu descobri minha gravidez, e era doloroso lembrar do dia em que eu soube do que aconteceu com o Luan, que ele estava em coma, devido a louca da noiva dele ter descoberto tudo, provavelmente, e tentado matar o Luan, e se matar em seguida. Contei do tempo que Luan ficou em coma, de que ele quase não sobreviveu, que ele ainda não se lembra de nós, nem de nada antes do acidente, até chegar ao tempo que ele enfim descobriu sobre a Leticia ser filha dele, de ficarmos no chove e não molha, até eu ficar doente, ir morar com ele, e depois voltar para o Rio e ficar com a minha mãe, para seguir meu tratamento aqui, e enfim conhecer o Léo, que só me fez bem desde que entrou na minha vida.

-Essa história é bem maluca, só acredito pois estou ouvindo você contar-disse Léo, quando terminei de contar sobre meu passado com o Luan
-Espero que não me julgue por isso, eu não posso apagar o que eu já vivi, mas estou escrevendo algo novo ao seu lado, fazendo tudo diferente com você, por isso estou sendo sincera meu amor, assim como você teve um passado, outros relacionamentos, eu também tive, e o que importa agora é que eu amo você, e quero ficar com você
-Também quero ficar você Beca-sorriu fazendo carinho em meu rosto-mas não gosto de te ver agindo de forma estranha, por conta de algo relacionado ao seu ex, isso me magoa
-Me desculpa Léo, mas foi inevitável, foi um choque para mim, tenho certeza que se você tivesse conhecido a Jaqueline, teria a mesma reação
-Ainda bem que não conheci, mas tomara que ela descanse em paz, e pare de atormentar essa sua cabecinha-beijou o alto da minha cabeça, e me abraçou
-É o que eu mais quero-fechei os olhos me aconhegando naquele abraço

Quando eu estava com Léo me sentia mais tranquila e segura, mesmo estando cansado ele me ouviu, me deu atenção, carinho, e eu o retribui da melhor forma, o envolvendo em um beijo gostoso, fomos nos livrando dos nossos roupões, e tívemos uma noite recheada de amor. Depois de nos acertarmos na cama, decidimos pedir comida japonesa, e fomos comer no meu apartamento junto com minha mãe e Letícia, que quis jogar no play station com o Léo, e encerramos o nosso sábado, com nós três deitados em um colchão no meio da sala assistindo filme, e Bruno deitado nos nossos pés, onde acabamos dormindo todos juntos, pois um estava mais cansado do que o outro. No domingo, tivemos uma manhã bem preguiçosa, comendo besteiras e revendo o filme que acabamos dormindo sem ver como terminava, e como o meu pai havia pedido para ver Letícia mais vezes, e prometido que iria deixar ela entrar na piscina, a minha filha começou a pedir para ir nadar na casa do avô, e ficou emburrada até eu ceder e ligar para o meu pai perguntando se poderíamos ir até lá, só para agradar a neta dele, e ele ficou imensamente feliz em nos receber.

-Essa é a última vez que você faz esse tipo de graça-avisei a Letícia a olhando séria, e ela nem me deu moral, descendo do carro toda feliz, quando chegamos na casa do meu pai
-Pega leve com ela amor, relaxa, e vamos aproveitar também-disse Léo rindo e entrelaçando nossas mãos quando descemos do carro
-Por mais que seja a casa do meu pai, isso é muito feio, ela querer vir aqui só por interesse-disse ainda irritada pela birra de Letícia
-Ela só está sabendo aproveitar as oportunidades que tem-ele riu de canto-agora tira essa cara de mãe mal humorada, e vamos curtir a piscina do seu pai
-Temos várias praias a nossa disposição, mas ela foi querer voltar na casa do avô, porque sabe que ele assim como a minha mãe, faz todas as vontades dela

Meu pai nos recebeu todo feliz, e claro que a noiva dele estava presente, o que já me deu nauseas e calafrios, o pior era ter que fingir sorrisos e simpátia com a tal Jéssica mais uma vez, sendo que a minha vontade era nunca mais olhar para ela, pois me trazia péssimas lembranças. Todos acabamos entrando na piscina, meu pai gostava mais de ficar em cima da boia com seu whisky na mão, e olhando como um bobo para a noiva dele que tomava sol nas cadeiras de descanso, enquanto que eu e Léo tinhamos que ter pique para acompanhar Letícia, e brincar com ela, pois não parava um segundo, e aquilo também me fazia assustar toda hora, com ela querendo ir nos lugares mais fundos, ou mergulhando sozinha.

-Os dois parecem se divertirem muito juntos-me assustei com Jéssica se sentando ao meu lado na beira da piscina, enquanto eu respirava um pouco e observava Léo e Letícia brincando
-Sim, eles se dão bem-sorri de canto
-Espero termos uma boa relação também, afinal vou ser sua madrasta-riu me olhando
-Você fazendo bem ao meu pai, e ele estando feliz, é o que importa
-O Sérgio sente muito a sua falta, da sua filha também, mesmo vocês trabalhando juntos, acho que ele gostaria de conversar mais com você
-Na verdade eu sempre fui de poucas palavras com o meu pai, nos entendemos assim Jéssica
-Mas isso também da exemplo para a sua filha, de ficar mais afastada do avô, ela já deve ver muito pouco o pai dela, então deve sentir falta de uma figura paterna e...
-Jéssica, acho que você não tem que se meter na minha vida com a minha filha, e muito menos na relação dela com o pai, afinal você sequer o conhece-a encarei, tentando entender o rumo dessa conversa
-Desculpa me intrometer Rebeca, é que o seu pai ás vezes comenta que a Letícia vê o pai dela poucas vezes, e como eu soube que ele é alguém muito conhecido e ocupado, deve ser difícil para ela não poder ter o pai sempre por perto
-Na verdade o Luan é bem presente na vida dela, então nem você, nem meu pai, nem ninguem pode ficar falando o que não sabe
-Pelo menos o seu namorado parece compensar bem tudo isso-disse olhando com um sorriso de canto para o Léo, e a vi morder de leve os lábios, mostrando o quanto era descarada em secar o meu namorado na minha frente
-Sim, ele sabe compensar muita coisa, e é melhor eu ir aproveitar o meu namorado

Saí de perto daquela cobra e abracei Léo pelas costas, fui alisando seu peitoral, e o dei um beijo no alto da nuca, o que o fez sorrir e se arrepiar, até me virar de frente com ele, o dando um beijo gostoso, pois aquele homem era meu, então queria que a Jéssica se conformasse em ficar com o meu velho pai, e parasse de desejar homem alheio. Como estava tarde quando saímos da piscina, ficamos para jantar junto com o meu pai e a noiva dele, que sempre que podia falava algo desnecessário para ser desagradável comigo, e eu tentava não demonstrar o quanto ela estava me afetando, pois eu sabia que esse era o objetivo dela.

[...]

Quando temos um filho pequeno, ás vezes nem percebemos o quanto eles estão crescendo, e eu só parava para pensar nisso, quando chegava mais um aniversário de Letícia, minha mocinha estava cada dia mais linda, mais esperta, e agora completava 7 anos, mas para mim ainda era um bebê, pois eu não conseguia acreditar que o tempo passou tão rápido. Desde quando acordou, Letícia estava sendo mimada por mim e pela minha mãe, sem contar as várias mensagens e ligações que estava recebendo de todo mundo que estava longe, pois dessa vez ela não teria festa, ou pelo menos ela pensava que não teria. Tivemos que dar a desculpa que a tia Marina não podia viajar, por já estar com 8 meses de gestação e que a qualquer momento o priminho Gael viria ao mundo, o que a deixou enciumada e bicuda, por ele nem ter nascido e já estragar o aniversário dela, mas também tinha o fato do tio Raphael estar em um campeonato de futebol em outro país, e a tia Bruna estava junto com ele, e o principal de todos que era o Luan, tinha a agenda de shows lotada naquela semana, então de qualquer forma ela se sentia azarada por todo mundo estar longe dela no dia do seu aniversário.

-Pelo menos o tio Léo podia estar em casa hoje-Letícia estava bem tristinha, pois Léo estava de plantão, e nem deu tempo de ligar para ela, ou vir em casa a parabenizar
-Assim que ele chegar em casa ele vem te dar um abraço meu amor, não está feliz tendo eu e sua avó passando o dia com você?-perguntei a olhando, pois estavamos tendo um dia de meninas, como ela mesma chamou, indo em vários lugares que ela gosta e também aproveitando para passar no salão de beleza
-Sim mamãe, mas eu queria uma festa, para ver todo mundo, ganhar presentes, e o meu pai tinha me prometido nunca mais faltar no meu aniversário-disse tristinha
-Le, meu amor, a gente já conversou sobre isso-me abaixei na altura dela, para conversar a olhando nos olhos-não é sempre que ele vai poder estar presente, mas isso não anula o amor que ele sente por você, hoje cedo quem foi que te ligou primeiro?
-O meu pai-disse sorrindo de canto-mas eu queria ele aqui-se entristeceu mais uma vez
-E se a gente for comprar um bolo e alguns doces, o que acha?-disse minha mãe sugerindo para a animar
-Pode ser-disse Letícia dando de ombros
-Então nada de ficar triste mocinha, vamos terminar de arrumar esse cabelo, pintar essas unhas, e vamos sair bem bonitas para comprar o que você quiser comer-disse tentando a animar e ela sorriu de canto

Era horrível ver a minha filha triste, mas na verdade era tudo parte de um plano para ela ter uma festa surpresa, quem surgiu com a ideia foi o Luan há alguns meses atrás, pois ele queria compensar de alguma forma o último aniversário da Letícia que ele não esteve presente, então todos combinamos sorrateiramente, de termos desculpas convincentes para a minha filha acreditar que não teria nenhuma festa. Saímos do salão de beleza, e íriamos comprar um bolo com alguns docinhos para comemorar em casa os parabéns da Letícia, pois ela já queria ir embora, mas como eu sabia que o Luan alugou uma parte inteira dentro de um parque de diversões só para a nossa filha, eu sugeri irmos no parque para ela se animar e se divertir um pouco, e com muito custo ela aceitou.

-Mamãe eu não quero andar muito nesse parque, vamos embora logo?-disse Letícia já com cara de emburrada assim que chegamos no parque
-Não meu amor, a gente acabou de chegar, vamos juntas em algum brinquedo, quero te ver animada Le
-Eu gosto dos carrinhos bate bate-disse minha mãe-eu sempre gostei desse brinquedo, vamos lá primeiro?
-Por mim tanto faz vovó-disse Letícia ainda desanimada

Como eu sabia a localização da festa, que estava reservada em um salão perto dos carrinhos bate bate, seguimos para lá, e até eu e minha mãe nos surpreendemos quando surgiu todo mundo gritando surpresa, e cantando parabéns para a Letícia, que ficou sem reação, e a primeira pessoa que ela correu para abraçar foi o Luan, que estava todo feliz em fazer a surpresa para a filha. Cantamos os parabéns, e Letícia assoprou as velas, ainda sem acreditar que ela ganhou uma festa surpresa, então saiu abraçando e agradecendo todos que estavam presentes, que eram os famíliares de Luan, alguns amiguinhos dela, professoras, e a tia Marina, que já estava com um barrigão enorme, e mesmo assim, não deixou de estar presente.

-Você e a vovó me enganaram, mas eu amei, obrigada mamãe-disse Letícia vindo me abraçar toda feliz
-Você merece meu amor, e agradece muito o seu pai, porque a ideia foi dele-o apontei e ela sorriu indo o dar outro abraço
-Agora vamos aproveitar o seu dia filhota, porque essa parte inteirinha do parque é só para você-disse Luan a olhando
-Sério?-ela ficou impressionada-eu tenho o melhor pai do mundo
-O que eu não faço para ver esse sorriso?-disse Luan a erguendo no alto, enquanto ela sorria toda feliz no colo dele

Letícia foi aproveitar a festa indo nos brinquedos com os amiguinhos presentes, enquanto eu aproveitei para matar a saudade de Marina, sentir meu afilhado chutar, também conversei com dona Marizete, e somente Bruna e Raphael realmente não puderam estar presentes, já que ele estava em um campeonato de futebol em outro país. A festa estava bem divertida, com várias coisas que toda criança ama comer, e minha filha não queria parar um segundo, de tão feliz que ficou com a surpresa, e também estava grudada em Luan, querendo que ele fosse com ela em todos os brinquedos possíveis, já que fazia um tempinho que eles não se viam, o que deixou a namorada dele de cara fechada o tempo todo, já que Luan nem a deu moral, e ninguem da família dele parecia gostar muito dela, pois estavam interagindo mais comigo e com minha mãe do que com ela.

-Finalmente o Léo saiu do plantão e vai conseguir vir pra cá-sorri com a mensagem do meu namorado
-Tem que amar muito você e a Letícia para ter essa disposição, eu que só estou grávida, até para ir pegar os docinhos estou morrendo-disse Marina respirando ofegante
-É que nessa reta final da gestação a gente fica mais cansada mesmo, por isso que eu nem quis esperar sentir a dor do parto e já adiantei para a Letícia nascer quando estava nessa fase, é horrível ficar nessa fadiga, mas calma que logo o Gael chega, então a canseira piora um pouquinho-disse rindo e Marina suspirou
-Nem me fale Beca, depois que nasce vem a fase do choro, das madrugadas sem dormir, quero nem pensar nisso
-Não precisa se preocupar minha filha, eu vou estar sempre por perto para cuidar de você e do meu neto-disse dona Marizete, que era a maior avó babona e coruja com a Marina
-Gente para te ajudar não vai faltar Mari, pode ter certeza disso-a animei-eu mesma vou querer mimar muito meu afilhado quando for para São Paulo
-E eu não vou reclamar, porque toda ajuda é bem vinda-disse Marina rindo

Como Léo estava quase chegando no parque, mas não sabia muito bem aonde estavamos, fui espera-lo na entrada do local da festa, e sorri assim que o avistei, mas ao mesmo tempo senti um certo desespero ao ver que meu pai e Jéssica chegavam junto com ele, e eu sabia que aquilo não seria boa coisa.

-Que bom que veio meu amor-sorri o dando um beijo, e ele estava com uma cara de cansado
-Não podia deixar de vir, e de trazer um presente para a Le-disse me mostrando o enorme pacote em suas mãos
-Te falei que não precisava comprar nada para ela meu amor, mas se quiser entrar e entregar o presente, é só procurar que a encontra por aí
-Vou lá dar um abraço na Le-me deu um selinho e entrou na festa
-E você pai, não sabia que viria-disse indo o dar um abraço
-Eu não sabia que fizeram uma festa para a minha neta, me encontrei com o seu namorado saindo do prédio que vocês moram quando fui levar um presente para a minha neta, e ele me avisou da festa, então o segui até aqui, ou não queria que eu estivesse presente?-meu pai me perguntou de um jeito meio magoado
-Desculpa não ter te avisado pai, é que quem organizou a festa surpresa da Letícia foi o pai dela, então eu não sabia quem ele tinha convidado ou deixado de convidar-fui sincera em partes
-O importante é que descobriu a tempo meu amor, agora podemos ir parabenizar a Letícia?-disse Jéssica já se intrometendo em minha conversa com o meu pai
-Sim-disse meio receosa, não pela presença do meu pai, mas sim pela noiva dele, que causaria um grande impacto em quem a visse-só deixem eu encontrar a Letícia, porque esse parque é enorme, então nem sei onde ela está
-Não estou com pressa minha filha, só quero dar um abraço na minha neta e entregar o presente-disse meu pai segurando um pacote enorme
-Sei que não fomos convidados, mas é falta de educação nos deixarmos plantados aqui-disse Jéssica sendo inconveniente
-Claro, que educação a minha, podem entrar e ficarem á vontade-sorri forçadamente para disfarçar a minha indelicadeza
-Não queremos incomodar ninguem aqui, minha filha-disse meu pai-sei que a minha presença causa certo desconforto na sua mãe-ele ainda tinha receio de vê-la, e ela sentia o mesmo
-Que bom que é sensato pai-disse o olhando sincera-mas vocês precisam parar com isso, o senhor já está seguindo em frente com a sua vida, então não tem motivos para ficarem se evitando sempre
-Também não entendo esse seu desconforto com sua ex mulher-disse Jéssica irritada
-Meu amor, você sabe que o meu casamento não terminou de uma maneira muito amigavél, então não quero estragar a festa da minha neta em um clima desconfortável com a avó dela-disse meu pai a explicando
-Mesmo assim Sérgio, a história de vocês ficou no passado, aceito que você tenha a sua filha, sua neta, mas aturar ex mulher mal amada é demais para mim-disse Jéssica já se alterando
-Não vão discutir aqui-os olhei constrangida-vou procurar pela Letícia

Deixei meu pai e a noiva dele discutindo, e fui procurar pela minha filha, assim a levaria para abraçar o avô, receber o presente, e eles iriam embora sem causar nenhum problema, pois eu queria muito evitar qualquer coisa que estragasse a festa de aniversário da minha filha, já que na última ela ficou traumatizada, dessa vez eu não queria nada a deixando triste.

*Luan on.

Mesmo em meio a minha rotina corrida de shows, e de agenda lotada de compromissos, eu coloquei na minha cabeça que faria uma festa de aniversário para a minha filha, e até o dia do aniversário dela chegar eu iria precisar da ajuda de muita gente que assim como eu a amam muito, e graças a Deus no fim deu tudo certo, e eu pude realizar uma festa surpresa para a minha filha, que ficou muito feliz vendo que eu estava presente, e que fiz questão de alugar metade de um parque de diversões só para ela comemorar o seu dia especial. Desde que chegou na festa, Letícia não parou um segundo e queria ficar perto de mim a todo momento, ir em todos os brinquedos comigo, e eu estava totalmente disponível para ela nesse dia, mal vi ou conversei com as pessoas presentes, pois a minha atenção era totalmente voltada para ela, e mesmo cansado de ir de um brinquedo para o outro com a minha filha, eu sabia que cada segundo ao lado dela valia a pena.

-Que tal a gente beber alguma coisa, comer alguma coisa?-sugeri pois estava cansado e ela riu
-Pode ir comer papai, você já está vermelho e sem folego, agora vou brincar com os meus amiguinhos-disse Letícia já indo correndo para outro canto junto com as crianças que estavam presentes

Tirei um tempo para respirar, tomar um pouco de refrigerante e comer alguns docinhos, e iria me sentar com a minha família, dar um pouco de atenção a minha namorada, que estava me olhando de cara fechada pois a deixei sozinha até agora, quando vi o tal doutor Leonardo chegando na festa com um pacote enorme, e minha filha deixando os amiguinhos para ir correndo abraçar o doutor toda feliz, então no fundo eu senti ciumes, e fui para perto dos dois, demonstrar que eu era o pai dela, e estava presente.

-Papai, olha o que eu ganhei-disse Letícia me mostrando toda feliz o grande pacote-vai lá guardar junto com os meus outros presentes-me entregou o pacote meio aberto, e vi que era uma boneca-tio Léo, vem no tobogã comigo?-disse já o puxando
-Calma ai mocinha, eu mal cheguei, deixa eu falar um oi para o seu pai-disse o doutor me estendendo a mão-tudo bem Luan? está linda a festa-elogiou
-Estou ótimo graças a Deus-apertei a mão dele por educação-que bom que gostou-sorri amarelo para ele, que foi puxado por Letícia para ir com ela no brinquedo

Mesmo contrariado, só me restou ir guardar o presente da minha filha em meio aos tantos outros que ela ganhou, mas mal deu moral, e como eu sabia que seria chato ficar cercando ela enquanto brincava com o doutor, fui no banheiro jogar uma água no rosto e respirar fundo, pois não queria estragar a festa da minha filha com bobeiras e ciumes de pai. Tirei um tempo para pensar, e me deu vontade de fumar pois estava estressado, então já aproveitei que estava no banheiro e fumei, estava tentando parar com isso, mas era inevitável, em alguns momentos era a única coisa que aliviava a minha tensão, e me assustei quando vi alguem entrando no banheiro, o que me fez apagar rápido o meu cigarro, e então reconheci que era o pai de Rebeca, há muito tempo não o via, mas o reconheci pelos traços semelhantes ao dela.

-Oi senhor Sérgio, não sabia que viria-o cumprimentei educadamente, e imaginei que Rebeca devia tê-lo convidado
-Nem eu sabia-o senhor sorriu de canto, mas me encarou-finalmente encontrei o pai da minha neta, é bom saber que está presente aqui, e só espero que não faça isso na frente dela-apontou o cigarro que eu havia acabado de apagar
-Pode ter certeza que ela não vai ver, mas foi bom ver o senhor, vou voltar para a festa

Vi o senhor entrar em um dos banheiros, e depois de lavar minha mão para tirar o cheiro do que eu estava fazendo, fui saindo do banheiro distraído com o celular na mão, quando nem vi que uma mulher estava parada ali na entrada dos banheiros, e por educação fui me desculpar com ela, mas quando a olhei eu quase tive um infarto, minha voz não saiu, minha garganta secou, senti um solavanco forte em meu peito, e um golpe profundo em meu estomago, que me fez perder o ar, e ficar paralizado a olhando, pois eu não conseguia acreditar se ela era real, ou uma criação da minha imaginação, mas eu jurava que estava vendo o própio fantasma da Jaqueline na minha frente. Aquilo estava sendo difícil de acreditar, não era real, mas senti que a hora da minha morte havia chegado e um gosto muito forte e amargo veio em minha boca, juntamente com flashes confusos e apagões correndo na minha mente, trazendo os fantasmas do passado para me atormentar.

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Olá amores, estão por ai? estão acompanhando? o que será que vai acontecer com o Luan? quem será essa mulher de verdade? comentem ai, beijos e até mais.

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