-Não vai se desculpar?-disse a mulher me encarando, enquanto eu estava suando frio e paralizado a olhando espantado
-Luan, o que faz aqui? você está bem?-senti alguém me puxar e dar tapas de leve em meu rosto-Luan, reage-desviei o olhar ainda perplexo, para ver quem estava na minha frente e vi que era Rebeca
-Me tira daqui-a pedi em um fio de voz, sentindo todo o meu corpo tremer e paralizar ao mesmo tempo
-Luan, olha pra mim, se concentra em mim, e vem comigo-disse Beca segurando meu rosto para olhar em sua direção, e eu apenas assenti
Minha cabeça começou a doer muito, e tive que fechar os olhos pois era como se tivesse algo muito pesado sobre a minha cabeça esmagando o meu cérebro, fui guiado por Rebeca até nem sei onde, e só senti que estava sentado pois todo o peso do meu corpo desabou sobre aquele banco.
-Luan, olha pra mim, você está branco igual papel, e eu fiquei com medo de você desmaiar vindo comigo até aqui, você é pesado pra mim te carregar, então tenta respirar fundo-senti o ar entrar e sair dos meus pulmões, mas estava difícil respirar
-Eu acho que tô vendo fantasmas, não estou bem não-disse ainda muito confuso e ela se sentou ao meu lado segurando em minhas mãos
-Meu Deus, sua mão ta muito gelada, e você ta suando frio-disse Beca passando a mão pela minha testa-preciso chamar o Léo para ver o que está acontecendo, mas não posso te deixar aqui sozinho-ela olhava aflita para os lados, e eu ainda estava tentando entender tudo aquilo, e o porque ela estava agindo daquela forma
-Não saí daqui, por favor-apertei a mão dela, e a implorei com o olhar
-Calma, que eu vou ficar aqui com você, se acalme-disse tentando me passar segurança
-Beca, minha cabeça ta doendo muito, tô sentindo meu estômago se revirando todo-a olhei desesperado-eu tô muito confuso aqui dentro-apontei para minha cabeça, pois eu já sentia meu cérebro latejar e me jogar informações que eu não conseguia processar
-Luan, fecha os olhos e concentra na respiração, vou ver se consigo falar com o Léo, para ele ver o que está acontecendo com você
Fechei os olhos e tentava respirar, ouvi Beca ligando para o namorado dela, enquanto eu continuava com uma confusão na minha mente, e outra vez aquele gosto ruim veio na boca, e senti meu coração acelerar de uma vez quando me lembrei do rosto dela, me causando pânico e apertando forte a mão de Rebeca, que ainda segurava a minha.
-Ela ta aqui, deixa ela longe de mim-disse assustado querendo sair correndo dali, mas minhas pernas não me obedeciam e Rebeca me segurava
-O Léo está vindo aqui, Luan para de agir assim, eu tô ficando assustada-Beca me olhava com desespero
-Me ajuda, eu não sei o que ta acontecendo comigo-fechei os olhos outra vez, inclinei minha cabeça para trás, e eu simplismente apaguei
*Rebeca on.
No momento que o meu pai chegou junto com a noiva dele, eu sabia que aquilo não iria dar em boa coisa, então tentei os manterem longe das pessoas da festa, até Letícia vir dar um abraço no avô e ganhar o presente que ele trouxe, suspirei aliviada que isso aconteceu rápido, e então eles poderiam ir embora e a festa seguiria. Antes de saírem, devido o parque ser enorme e não conheceram nada ali dentro, o meu pai me pediu gentilmente para o mostrar onde era o banheiro, e pelo menos até lá eu iria acompanha-los, pois os banheiros ficavam em uma parte mais afastada da festa. Enquanto o meu pai entrou no banheiro masculino, fiquei com Jéssica o esperando do lado de fora, não queria a perder de vista, então tentei ter algum assunto com ela, que se encostou bem na porta da entrada do banheiro masculino e foi em questão de segundos para o que eu mais temia acontecer, do nada Luan sair daquele banheiro distraído e se esbarrar com Jéssica. Foi algo tão rápido, mas que serviu para o deixar paralizado a olhando, que ainda ficou brava com ele, já que ele se assustou tanto que nem a pediu desculpas, e eu não pensei duas vezes em tentar tirar o Luan dali, porque tive medo dele passar mal, e foi com muito custo que o arrastei até um banco e o fiz sentar, para ele voltar a si, mas estava sendo apavorante ver ele soar frio, falar coisas meio sem sentido, segurei a mão dele a todo momento pois ele suava frio, e com muito custo liguei para o Léo, que com certeza vai poder ajudar de alguma forma devido ser médico, quando vejo Luan tombar a cabeça para trás no banco e desmaiar.
-O que aconteceu?-Léo veio correndo até onde o expliquei que eu estava com o Luan, e eu já chorava agoniada
-Léo, vê o que aconteceu com ele, do nada ele apagou
-Precisamos correr com ele Rebeca, ele ta ficando gelado e a pulsação ta muito acelerada-disse Léo o analisando, colocando o dedo no pescoço para ver a pulsação, e checando a temperatura
-Mas e a festa da minha filha? como vou avisar a família do Luan que ele ta passando mal? não quero que a Letícia tenha mais um aniversário desastroso
-Amor, faz o seguinte-disse Léo me segurando e olhando em meus olhos-vai avisar a família dele o que aconteceu, que eu vou chamar os socorristas do parque para me ajudarem a levar o Luan para o hospital
-Mas ele vai ficar bem?-perguntei agoniada, o vendo ainda apagado-vai ser mesmo necessário ir ao hospital? aqui tem uma enfermaria, um pronto socorro, sei lá
-Tem sim, mas eu não sei ao certo o que aconteceu com ele, você sabe?
-Ele viu a Jéssica e começou a passar mal, até que apagou
-Com certeza ele teve um surto de adrenalina, por isso a pulsação ta acelerada e ele desmaiou, então ele precisa ficar em observação até acordar, pois caso apresente convulsão ou algo mais grave, vai ter que ser medicado
-Isso é agoniante Léo, pois ele já teve um coma, não quero ver ele passando por isso outra vez-disse chorando, e ele me consolou
-Sei o quanto ele é importante para você, mas tenta se acalmar, os socorristas estão chegando-disse Léo apontando três homens vestidos de enfermeiros, ou algo assim, chegando com uma maca
-Ele vai para o hospital mesmo?-perguntei vendo o colocarem na maca
-Foi alguma queda, ou pancada na cabeça?-um dos enfermeiros me perguntou
-Não, ele só desmaiou devido uma emoção forte
-Então ele vai ficar de observação na enfermaria-outra enfermeiro me respondeu e assenti
-Eu vou com eles, e te mantenho informada, vai lá conversar com a família dele-disse Léo seguindo com os socorristas para uma ambulância estacionada ali perto e respirei fundo, sem saber o que iria falar aos familiares do Luan
Me sentia totalmente desnorteada com tudo o que aconteceu, e devido a festa da minha filha ser praticamente do outro lado, longe dos banheiros, ninguem ali viu o que aconteceu, e eu fiquei com a pior parte, de ter que dar uma péssima notícia as pessoas, que estão sorrindo e comemorando mais um ano de vida da minha filha.
-Ta tudo bem minha filha? sua cara está péssima-disse minha mãe assim que sentei ao lado dela, e virei com tudo um copinho de refrigerante que estava sobre a mesa
-Aconteceu alguma coisa?-Marina que me conhecia bem logo percebeu, e também me olhou receosa alisando sua enorme barriga, e eu não queria assusta-lá, pois sei que está na reta final da gravidez e não pode ter emoções fortes
-Não foi nada demais-disse tentando não demonstrar o meu nervosismo-é que o Luan estava passando um pouco mal, acho que devido alguma coisa que comeu, e está na enfermaria-menti pois não queria preocupar Marina
-Mas sua cara é de espanto, ta tudo bem com o meu filho?-disse dona Marizete me olhando agoniada, coração de mãe sente
-Ele vai ficar de observação, o Léo o acompanhou, devido ser médico e só vim aqui avisar vocês-disse me levantando outra vez
-Vou lá ver o meu filho-disse dona Marizete se levantando junto comigo
-Também quero ver o meu namorado-a chata da namorada dele nem demonstrou preocupação, e agora quer ir junto
-Calma gente, ele só está na enfermaria-disse para tentar amenizar o clima, percebendo que a Marina queria se levantar
-Se você quiser me acompanhar dona Mari, acho que ele vai ficar feliz em ver a senhora por lá-tentei forçar um sorriso para ela, em meio a minha preocupação
-Mas ele é meu namorado, eu também vou-disse a chata da Thifany
-Não se preocupe querida, daqui a pouco ele está de volta, só vou ver como ele está, porque coração de mãe se preocupa atoa-disse dona Marizete acalmando os animos da nora
-Falando em coração de mãe, por favor fiquem de olho na Letícia, que eu nem sei onde está-as pedi
-Meu pai e o Matheus estavam com ela-disse Marina-o Luan sumiu, ai ela veio puxar os dois para brincar com ela
-Então ela está bem cuidada-respirei aliviada
-Beca me avisa como o meu irmão está, assim que estiver na enfermaria com ele-Marina pediu e assenti
-Fica calma Mari, daqui a pouco o chato do seu irmão está aqui para mimar o afilhadinho dele-alisei com carinho a barriga dela
Segui com dona Marizete até a enfermaria do parque, e ela percebeu que eu estava agoniada, então como era um pouquinho longe, eu não podia esconder dela o que realmente aconteceu, e ela ficou muito mais preocupada quando percebeu a real gravidade da situação do Luan. Chegamos na enfermaria, que tinha algumas salas, e logo um dos enfermeiros nos acompanhou até onde o Luan estava de observação, e graças a Deus ele estava acordado, e assim que nos viu pareceu aliviado.
-Que bom que está acordado meu filho, fiquei com tanto medo quando soube o que aconteceu-disse dona Marizete indo o abraçar
-Pelo jeito eu não vou morrer tão cedo-disse Luan sorrindo de canto para ela que o deu um tapa
-Nem brinca com essas coisas Luan-disse brava
-Ele acordou bem?-perguntei ao Léo que estava sentado em uma cadeiro perto do Luan, e me sentei em seu colo
-Estava meio agitado, falando coisas desconexas, chamando por você, e falando da tal Jaqueline-Léo suspirou me olhando e eu o fiz carinho
-Obrigada por cuidar dele, mas não esquece que eu amo você-o dei um selinho rápido e logo ouvi Luan me chamando
-Beca, queria conversar com você-me olhou meio confuso
-Está se sentindo melhor Luan?-perguntei indo para perto dele e ele assentiu
-Só estou um pouco zonzo, com dor de cabeça e queria conversar com você para entender algumas coisas, já que o seu namorado não soube me explicar-apontou para o Léo
-Querem ficar a sós?-perguntou dona Marizete, e eu estava receosa com isso, pois vi Léo bufar não gostando da situação
-Só um momento, depois a senhora volta e fica com ele-a respondi, e já vi Léo saindo da sala seguido de dona Marizete
-Acho que o seu namorado não gostou de nos deixar a sós-disse Luan se ajeitando para sentar sobre a maca que estava deitado
-Ele compreende que temos assuntos para ser conversado a sós-suspirei o olhando, e me sentei no canto da maca, sendo surpreendida com Luan entrelaçando nossas mãos
-Beca, desculpa por qualquer coisa que eu tenha feito a você, é que eu preciso entender algumas coisas que não estão fazendo sentido na minha cabeça, mas tudo parece se encaixar quando você ta comigo-alisou minha mão e a beijou
-Luan, o assunto não é sobre nós, isso já está mais do que resolvido, eu tenho a minha vida, você tem a sua, e temos a Letícia em comum, apenas isso
-Eu sei, ou acho que sei-disse pensativo-tô misturando muita coisa na minha cabeça, mas antes de entender o que ta acontecendo comigo, me fala quem é aquela mulher, porque ela se parece tanto com a maldita da Jaqueline-pediu me olhando assustado
-Acredite que nem eu sei o porque de tanta semelhança, mas ela é noiva do meu pai, nem tem ideia de quem é você ou eu, e é pura infelicidade do destino ela se parecer com a sua ex louca, que é falecida, e espero que assim permaneça-disse me arrepiando toda
-Mas que ta querendo vir me assombrar-me olhou assustado-eu me sinto péssimo Beca
-Para você foi um choque, mas pelo menos agora você não vai se assustar tanto se ver ela de novo, o que eu acredito que vai ser bem raro acontecer, se é que aconteça
-Espero que não aconteça nunca mais, só Deus sabe o que eu senti-ele respirou fundo e ficou pensativo fechando os olhos-e o pior que toda vez que eu me lembro disso, a minha cabeça volta a doer
-Te deram algum remédio?
-Seu namorado me medicou, mas não sei o que tomei
-De qualquer forma, agora você precisa descansar um pouco, e tentar ficar bem, pois logo a Letícia vai dar falta de você na festa e então...
-Nem me fale Beca, não posso perder a festa da Le, se não ela nunca mais me perdoa-disse Luan indo se levantar e eu não deixei
-Tenta ficar um pouco melhor para sair daqui primeiro
-Mas eu já estou melhor, preciso mesmo me distrair, não quero pensar no que vi, não quero me lembrar do que aconteceu, e vamos fingir que isso não foi real, pois eu quero aproveitar o aniversário da minha filha
-Se você consegue ficar de pé, e já está com a cabeça no lugar, então vamos voltar para a festa, porque os pais da aniversariante não podem ficar muito tempo longe
Saí da salinha da enfermaria junto com Luan, e dona Marizete que estava sentada em uma cadeira no corredor conversando com Léo, logo correu para ver se Luan estava bem, e o abraçou, como se quisese ajuda-lo a andar, mas ele sorriu despreocupado, e seguiu caminhando com a mãe enquanto eu fiquei um pouco mais atrás com o Léo.
-Obrigada pela ajuda meu amor, o Luan parece estar bem melhor
-Mas ele devia ficar em observação, ele tomou um calmante, pode ficar meio tonto se não ficar de repouso
-Ele quer aproveitar a festa com a Letícia, e não temos o direito de impedir isso, se ele sentir que está mal, com certeza vai sentar e ficar quieto
-Mesmo assim Rebeca, por pouco ele não teve uma piora, uma convulsão, ele teve sorte que corremos com ele
-Então é melhor voltarmos para a festa e você tenta conversar com o Luan, e o explicar a situação
-Só não quero parecer chato, ele não parece gostar de mim, e não vou negar que ele é uma pessoa nada amigavel comigo
-E você também não demonstra ser fã dele, mas eu já cansei de te dizer que o Luan é só um amigo, e alguém que tenho que manter contato devido a Letícia
-Beca, não vamos criar uma discussão em torno disso, como você mesma falou, ele está bem, então deixa ele fazer o que quiser, e se por acaso ele passar mal, ele sabe que tem que ficar quieto em um canto
-Espero que ele tenha esse bom senso-ri de canto e entrelacei nossas mãos-mas vamos esquecer o que aconteceu, e fingir que está tudo bem, para não chatear a minha filha
Voltei com o Léo para a festa, e já vi ao longe o Luan sentado com a família dele em uma mesa, onde certamente eles o questionava o que aconteceu, então não queria atrapalhar aquele momento entre família e fui junto com o meu namorado atrás de Letícia, a vendo brincando com os amiguinhos, e ela assim que nos viu, quis nos chamar para subir com ela no brinquedo, e ali eu voltei a ser a mãe mais feliz do mundo, por estar junto com a minha filha nesse dia tão especial e importante da vida dela.
*Luan on.
Abri os olhos assustado, e chamei por Rebeca, procurei por sua mão, e me assustei vendo o tal doutor Leonardo ao meu lado me pedindo para ficar calmo, então bufei xingando a maldita da Jaqueline, e ele me olhava sem entender o que eu dizia, e no fundo nem eu estava entendendo o que acontecia naquele momento.
-Luan, você se lembra da última coisa que viu?-o doutor chato perguntou
-A Rebeca, a Jaqueline, não sei-estava confuso
-Quantos dedos tem aqui?-me mostrou quatro dedos
-Quatro, não estou cego
-Só está um pouco confuso-disse me dando um comprimido e um copo de água-melhor tomar isso, vai se sentir melhor
-Certeza?-o olhei desconfiado
-Agora é você quem decide isso-disse dando de ombros, e mesmo receoso tomei o remédio
-Onde eu estou?-perguntei finalmente tentando me localizar
-Está na enfermaria do parque, você desmaiou, teve um surto de adrenalina, e por sorte consegui chamar os socorristas para me ajudarem a te trazer pra cá
-Sério que fez isso por mim?-o olhei surpreso
-Porque não faria? acima de tudo eu prezo pelo bem estar das pessoas, e na verdade a Rebeca quem me ligou desesperada para te ajudar, agradeça a ela-disse em tom enciumado
-Valeu cara-o olhei constrangido-mas será que agora posso sair daqui?-o questionei já agoniado deitado naquela maca dura, e antes mesmo dele responder já vi minha mãe entrar correndo por aquela porta seguida por Rebeca
-Que bom que está acordado meu filho, fiquei com tanto medo quando soube o que aconteceu-disse minha mãe vindo me abraçar
-Pelo jeito eu não vou morrer tão cedo-disse sorrindo de canto para ela, que me deu um tapa me olhando brava
-Nem brinca com essas coisas Luan-disse brava
Minha mãe estava preocupada comigo, e tentei a tranquilizar que estava bem, mas eu estava de olho em Rebeca conversando com o tal doutor, sentada no colo dele, e dando até selinho, quando pedi para ficar a sós com ela, vendo na hora a cara do namorado dela se fechar, e ele sair enciumado. Conversei um pouco com Rebeca, tentando entender aquilo tudo, nada na minha mente estava claro, nem fazendo muito sentido, então eu preferia fingir que foi tudo um pesadelo, e que eu agora estava acordado, me levantei com coragem daquela maca e estava disposto a voltar para a festa da minha filha, pois ela não merecia sofrer em mais uma festa de aniversário por minha culpa. Voltei para o local da festa abraçado com minha mãe, que ainda estava preocupada, com medo que eu passasse mal outra vez, e como minha família estava sabendo do ocorrido, pelo menos parte do que aconteceu, eu precisava ir até eles os explicar que já estava bem, minha maior preocupação era em tranquilizar minha irmã Marina, que já estava angustiada, aquilo não fazia bem ao meu sobrinho barra afilhado, e também tranquilizar minha namorada, que se grudou em mim quando me sentei na mesa para contar que eu estava bem. Preferi passar o resto da festa sentado, tomando água, comendo uma coisa ou outra, pois minha cabeça estava doendo, e eu tentava disfarçar conversando com minha família e amigos, Letícia nem aparecia por ali, mas nos olhava de longe e acenava, pelo menos pude brincar bastante com ela no ínicio, e agora ela estava mais afim de brincar com os amiguinhos. Como estava ficando tarde, os convidados começaram a ir embora, e a parte difícil seria tirar Letícia e as outras crianças daquele parque, vi que Rebeca chamou nossa filha em um canto para conversar com ela, e Letícia ficou bicuda, mas compreendeu que era hora de encerrar a festa e todos irmos embora.
-Se despede do seu pai, enquanto terminamos de guardar os seus presentes no meu carro e no do Léo-disse Beca indo com a ajuda do namorado, da mãe dela e de outras pessoas, guardarem os presentes de Letícia para levarem para casa
-Gostou da sua festa surpresa meu amor?-a coloquei sentada em meu colo e ela estava toda feliz, suada, suja, com os cabelos presos em um coque alto, e respirava ofegante de tanto correr e brincar
-Foi tudo muito legal papai, a melhor festa da mundo-disse toda feliz
-Você merece meu amor, se eu pudesse te dava esse parque inteiro
-Mas você pode papai-ela riu
-Errada não está-disse Thifany que estava sentada ao meu lado-pena que seria um desperdício gastar comprando um parque, só de alugar está bom
-Não se intromete bruxa-disse Letícia a olhando e Thifany a olhou espantada
-Luan, olha a educação da sua filha-reclamou
-Le, pede desculpas a ela, isso foi muito feio-a olhei bravo e ela revirou os olhos descendo do meu colo
-Desculpa Thifany, mas não se intromete quando eu estiver falando com o meu pai-disse Letícia toda séria, e eu me surpreendi com aquilo
-Letícia...-iria falar bravo com ela, mas ela logo me cortou
-Tchau papai, logo minha mãe viria me chamar mesmo-me deu um beijo no rosto e saiu seguindo a avó dela, que estava terminando de pegar umas caixas de presentes
-Nunca mais eu venho em uma festa de aniversário dessa peste, para ser humilhada desse jeito-minha namorada reclamou e a olhei bravo
-Não fala mal da minha filha, ela é só uma criança
-Uma criança mal educada, com certeza é culpa da mãe dela
-Thifany, não estou afim de te ouvir falar mal da minha filha, nem da mãe dela, então para a gente não ficar em um clima ruim, cala a boca-a pedi gentilmente e ela bufou
Como estavamos no Rio de Janeiro, eu e minha família ficamos hospedados em um hotel que era bem perto do parque, então com o fim da festa seguimos para o hotel, onde iriamos descansar para no dia seguinte voltarmos para São Paulo. Cheguei no meu quarto de hotel super cansado, e ouvindo Thifany reclamar que odiou tudo, que todos foram antipáticos com ela, e eu estava com dor de cabeça, então entrei no banheiro a deixando falar e reclamar sozinha, tranquei a porta para não ser incomodado, me despi, e entrei no chuveiro, onde fiquei de olhos fechados em baixo da água quente, pensando na minha vida, refletindo algumas coisas e percebendo que eu nunca fui de fato feliz em um relacionamento, o que me fez lembrar de Jaqueline, no quanto ela mexia com o meu psicológico, com as ameaças, com as vezes que tentou forjar situações... e vinham lembranças bagunçadas em minha mente, então abri os olhos e respirei fundo para não enlouquecer. Saí daquele banho com a cabeça explodindo, vinham cenas, momentos, tudo muito confuso na minha mente, vi Thifany deitada na cama com cara de arrependida, e a ignorei, pois conversar com ela só iria me fazer piorar, fucei na minha mala se tinha algum remédio para dor de cabeça, ou calmante, e peguei algum que era para dor, tomando com a água do frigobar, peguei meu maço de cigarro e fui fumar um pouco na sacada, já ouvindo Thifany reclamar, e depois indo tomar banho, o que me daria um pouco de paz. Fiquei sentado em uma cadeira de madeira que havia na sacada do hotel, olhando a lua no céu, sentindo a leve brisa da noite em meu rosto, e fumando um, dois, três cigarros, ainda com a cabeça latejando de dor, e um turbilhão de pensamentos me perturbando, a cada momento que a minha mente vagava para refletir na minha vida.
-Amor, me desculpa?-senti o toque de Thifany nos meus ombros nus, pois estava sem camisa-me desculpa bebê-senti ela beijando meu pescoço-vamos fazer as pazes-sussurrou em meu ouvido, e mordiscou minha orelha
-Thifany, me deixa sozinho-a pedi seco e ela se sentou no braço da cadeira, se grudando em mim
-Luan, não quero ficar nesse clima com você, sei que sou difícil de lidar, mas você sabe me acalmar, me deixar mansinha-disse puxando meu rosto para a olhar, e encaixando meu rosto bem dentro dos seus seios, que estavam cobertos pelo robe que ela usava
-Vai dormir, e me deixa sozinho-a pedi, pois realmente não estava afim de falar com ela, nem fazer nada
-Não tem graça ficar sozinho meu amor, você já fumou e ficou aqui refletindo um bom tempo, agora precisa se reconciliar comigo, daquele jeito bem gostoso-me olhou safada e veio se sentando em meu colo de frente comigo-vamos entrar naquele quarto, e fuder gostoso?-mordeu os próprios lábios, e alisou meu peitoral
Eu estava com a cabeça cheia, me sentindo perdido em meus pensamentos, mas vi ali minha valvula de escape, então a envolvi em um beijo quente, a peguei no colo e entramos no quarto entre beijos, a coloquei sobre a cama, e ela já foi tirando seu robe me mostrando que estava nua a minha espera, então a olhei safado, e logo me livrei da minha calça de moletom e cueca de uma vez pois queria muito transar com a minha namorada, para ocupar a minha mente, e então fizemos sexo por um bom tempo, até nos cansarmos, e ficarmos deitados abraçados nus sobre a cama. Thifany era uma mulher linda, gostosa, e nosso envolvimento começou assim, na cama, ela no ínicio se tornou um contatinho fixo, e por ser discreta em nossos encontros, logo a chamei para ir aos meus shows me fazer companhia, e mesmo que não tivesse sentimento, ela me fazia bem, era legal ficarmos juntos em minhas viagens, e como eu já estava há muito tempo solteiro, resolvi assumir o nosso namoro, e ela ficou imensamente feliz em se tornar minha namorada oficialmente, porém eu sentia que ela não gostava de ficar com minha família e amigos, mas como eu me resolvia com ela na cama, aturar as caras e bocas dela faziam parte. Depois do sexo, ela logo dormiu, e eu permaneci acordado, sendo outra vez atormentado por pensamentos e lembranças bagunçadas do passado, o que fazia minha dor de cabeça aumentar, e o meu sono ir embora de vez.
[...]
Algumas semanas se passaram, e eu estava tendo muito pesadelo com Jaqueline, sem contar nos sonhos sem sentido, e na dor de cabeça que me fazia enlouquecer, eu estava a beira de fazer uma loucura se continuasse assim, então tentava me ocupar com composições, com minhas viagens, meus shows, meus fãs, minha família, minha namorada, e por mais que eu estivesse com um esgotamento mental muito grande, eu tentava disfarçar para quem estava a minha volta, principalmente para minha irmã Marina, que estava perto de dar a luz, e o que eu menos queria era estragar o nascimento do meu sobrinho com os meus problemas. Cheguei em casa, após mais um final de semana cumprindo minha agenda de shows, e tive uma surpresa ao ver Letícia vindo correndo me abraçar assim que entrei em casa.
-Papai, você chegou-pulou em meu colo
-Cheguei meu amor, e que surpresa boa ver você aqui-a abracei apertado e dei vários beijos-como está linda minha princesa, não me conformo em como você está maior a cada vez que te vejo-ri a colocando no chão, pois já estava grande e pesada
-Dizem que estou em fase de crescimento, acho que é isso-disse pensativa
-Está sim, e se puxar para mim, vai ficar grandona-sorri a dando mais um abraço
-Papai, você sabia que o meu priminho vai nascer?-disse Letícia me contando a novidade
-Mas já?-a olhei surpreso-e cadê todo mundo?-perguntei vendo a sala vazia
-Não sei-disse dando de ombros-mas a mamãe e a vovó estão descendo-apontou as escadas e vi Rebeca descendo junto com a minha mãe
-Que bom que já está em casa meu filho-minha mãe sorriu ao me ver e logo veio me abraçar
-Como está tudo por aqui Xum? e que história é essa que o Gael vai nascer?-perguntei após a abraçar
-Estamos na correria meu filho, nem pensei em ligar para você, pois sabia que estava chegando em casa, a Marina começou a ter contrações e já está no hospital-minha mãe dizia toda eufórica
-E ela me ligou ontem á noite avisando que começou sentir que ele iria nascer, então corri para cá, pois não quero perder o nascimento do meu afilhado-disse Rebeca toda feliz-e que bom te ver Luan, como foi de viagem?-perguntou educadamente me cumprimentando
-Foi tudo bem graças a Deus, e ainda bem que cheguei a tempo de saber que meu sobrinho e também afilhado vai nascer-sorri feito bobo
-Estavamos esperando você chegar para irmos ao hospital, e porque a Letícia queria te ver-disse minha mãe
-Vamos então-disse apressado-vou nem trocar de roupa
-Tem certeza que quer ir agora para o hospital meu filho? você deve estar cansado, e o trabalho de parto pode demorar-disse minha mãe
-Para conhecer meu primeiro sobrinho, o cansaço até foi embora-disse animado
-Então vamos logo-disse Rebeca
Seguimos eufóricos para o hospital em que minha irmã iria fazer o parto do Gael, e enquanto eu dirigia o carro, minha mãe estava no banco do carona rezando, com o seu terço nas mãos durante o caminho, e Letícia e Rebeca conversando lá atrás bem animadas, era nitído o quanto todos estavamos ansiosos pela chegada de mais um membro na família. Entramos no hospital, e Bruna já estava na sala de espera junto com o meu pai, e os pais do Matheus, pois soubemos que a minha irmã e o Matheus já estavam na sala de parto, então a qualquer momento teríamos a notícia de que o Gael nasceu.
-Vou tomar um café, preciso de algo para me manter acordado-avisei minnha mãe, que estava sentada no sofá da sala de espera de mãos dadas com minha irmã Bruna, e com a cabeça escorada no ombro do meu pai
-Leva a Letícia com você, para ela comer alguma coisa-disse Rebeca, que estava com nossa filha sentada em seu colo, vendo vídeos no celular dela
-Não quero comer nada mamãe-Letícia respondeu ainda concentrada no celular
-Depois não fica reclamando no meu ouvido que está com fome, vai com o seu pai Le e me trás uma água com gás-Beca a pediu
-Mamãe, eu não tô com fome agora, pede para o meu pai comprar pra você-disse Letícia despreocupada
-Se quiser me fazer companhia, fica tranquila que eu não mordo-disse a olhando e Rebeca riu
-Eu não quero sair daqui, porque vai que chegam com notícias da Mari e do bebê, mas se formos rápido, eu faço esse sacríficio de te acompanhar-disse Rebeca-Le, eu não vou demorar, então se comporta-olhou para Letícia que assentiu, se sentando toda esparramada no sofá
-Ela sabe se comportar, vamos logo muié-a apressei
Segui junto com Rebeca até o restaurante do hospital, e enquanto eu pedi um café, ela pegou uma água com gás, e estava ansiosa para voltarmos a sala de espera.
-Calma Beca, senta aqui comigo um pouco, enquanto preparam o meu café-a pedi, me sentando tranquilamente em uma das mesas
-Não sei como você consegue manter a calma Luan, eu estou pirando, cheia de ansiedade, emoção, é muita coisa ao mesmo tempo-disse Beca toda sorridente
-Pra mim também é algo novo, nunca vi um sobrinho meu nascer, na verdade nem o nascimento da minha filha eu pude acompanhar-suspirei e ela se sentou de frente comigo segurando uma de minhas mãos
-Isso ficou no passado Luan, você não teve culpa
-Mas eu devia estar lá-a olhei magoado-talvez isso não signifique nada para você, muito menos para a Letícia, mas esse é um dos fardos que eu sempre vou carregar, o fato de não ser sido presente na gestação, no nascimento, e nos primeiros meses de vida da minha filha-desabafei a olhando
-Você tem compensado muito bem tudo isso, então é hora de parar de carregar esse fardo, de carregar essa culpa, porque eu não fico te cobrando por isso, nem a Letícia, então para de se cobrar
-Tem sido meio impossível ultimamente-suspirei a olhando, e eu precisava ser sincero com ela-Beca, eu não tenho conseguido lidar com muita coisa da minha vida, e isso tem pesado muito nos últimos meses, desde que eu vi aquela tal noiva do seu pai, aquilo me despertou memórias, me despertou lembranças, e eu não quero mais fingir que está tudo bem comigo, sendo que estou péssimo
-Então você começou a se lembrar do que aconteceu antes?-perguntou me olhando surpresa
-Sim-assenti frustrado-e o pior de tudo é saber que não posso mais voltar lá atrás e nem resolver nada do que já foi perdido-suspirei, e a olhei nos olhos-mas sabe o que mais me perturba Beca? é o fato de me lembrar de nós, e de que eu fui um idiota com você quando tive a chance de te ter, e pior do que perder a memória, e perder anos da minha vida, o pior de tudo, foi ter perdido você
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Olá amores, como estão? ainda estão acompanhando a história? será que o Luan recuperou mesmo a memória? comentem o que pode acontecer a partir de agora, sugestões, ou só pensamentos mesmo, beijos e logo posto mais.
Continua
ResponderExcluirPor favor
ResponderExcluir😍😍😍😍😍
ResponderExcluir❤️❤️❤️❤️❤️❤️
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